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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

16
Nov20

Como foi o desempenho dos candidatos apoiados por Bolsonaro

Talis Andrade

Como foi o desempenho dos candidatos apoiados por Bolsonaro nas eleições de 2020

Wal do Açaí, entre Bolsonaro e Carlos: ex-assessora do presidente e um dos nomes do bolsonarismo em 2020 não se elegeu vereadora em Angra dos Reis (RJ).| Foto: Reprodução/Facebook

 

por Rodolfo Costa /Gazeta do Povo

O presidente Jair Bolsonaro tem pouco o que celebrar neste primeiro turno das eleições municipais de 2020. A maior parte dos candidatos apoiados por ele e por sua família – o que inclui os três filhos e a mulher, a primeira-dama Michelle – não obtiveram bons resultados, seja para prefeituras ou câmaras municipais.

O que se observou na disputa das prefeituras é que, de 13 candidatos apoiados por Bolsonaro, mais da metade (oito) perdeu a eleição. E apenas cinco foram eleitos em primeiro turno ou continuam na disputa do segundo turno.

Os casos mais expressivos são os de Capitão Wagner (Pros), candidato à prefeitura de Fortaleza, Marcelo Crivella (Republicanos), candidato à reeleição no Rio de Janeiro, e do Delegado Federal Eguchi (Patriota), candidato em Belém. Ambos foram os segundos mais votados nas respectivas cidades. Wagner teve 33,3% dos votos válidos, Crivella fez 21,9% e Eguchi ficou com 23,1%.

Dois candidatos com o apoio da família Bolsonaro se elegeram para prefeituras de municípios de porte médio. O prefeito de Parnaíba (PI), Mão Santa (DEM), apoiado por Bolsonaro, foi reeleito em primeiro turno com 52,1 mil votos, 68,3% dos votos válidos. Outro que recebeu o apoio da família e faturou a eleição também em primeiro turno foi Gustavo Nunes (PSL), eleito em Ipatinga (MG).

Entre os candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro que ficaram no caminho, o caso mais simbólico é o de Celso Russomanno (Republicanos), que disputou o pleito na capital paulista. Não apenas foi preterido pelos paulistanos, como obteve apenas 10,5% dos votos válidos, tendo sido o quarto mais votado.

Em Belo Horizonte, Bruno Engler foi o segundo mais votado. Mas também fez apenas 10% dos votos válidos. Alexandre Kalil (PSD), o atual prefeito, reeleito com 63,4%.

Outros casos de insucessos entre candidatos apoiados por Bolsonaro em capitais está o da Delegada Patrícia (Podemos), postulante em Recife; e o de Coronel Menezes (Patriota), de Manaus. Enquanto Patrícia obteve 14,1% dos votos, a quarta mais votada, Menezes conseguiu 11,3% e foi o quinto mais votado.

Fora das capitais, Allan Lyra (PTC), candidato em Niterói (RJ), e Julia Zanatta (PL), em Criciúma (SC), são outros candidatos do bolsonarismo que sofreram derrotas.

16
Nov20

Eleitores rejeitam candidatos de Bolsonaro nas capitais

Talis Andrade

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Nomes para os quais o presidente fez campanha ou que tiveram aval público dele, como Russomano e Crivella, derrapam nas eleições municipais. Baixa popularidade e falta de partido dificultaram construção de alianças

 

por Bruno Lupion /DW

A maior parte dos candidatos a prefeito de capitais apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro foi derrotada no primeiro turno das eleições municipais, realizadas neste domingo (15/11). Apenas Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio, e Capitão Wagner (Pros), em Fortaleza, passaram ao segundo turno, que será realizado daqui a duas semanas, em 29 de novembro.

Os outros nomes que tiveram o aval público do presidente mas estão fora da disputa são Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo, Coronel Menezes (Patriota) em Manaus, Bruno Engler (PRTB) em Belo Horizonte, Marcelo Crivella (Republicanos) no Rio e Delegada Patrícia (Podemos) no Recife.

No final de agosto, Bolsonaro declarou que não iria apoiar candidatos a prefeito no primeiro turno, pois isso atrapalharia o seu trabalho como presidente. "Decidi não participar, no primeiro turno, nas eleições para prefeitos em todo o Brasil. Tenho muito trabalho na Presidência da República e, tal atividade tomaria todo meu tempo em um momento de pandemia e retomada da nossa economia”, afirmou, em mensagem em suas redes sociais.

Nos meses seguintes, porém, o presidente passou a pedir votos para alguns candidatos. No caso de Russomanno, Bolsonaro chegou a se reunir e a gravar imagens ao lado do candidato, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e liberou alguns de seus auxiliares, como o secretário-executivo do Ministério da Comunicação Fabio Wajngarten, a participar da estratégia da campanha paulistana.

O fracasso do presidente em emplacar a maioria de seus aliados na capitais se deve a uma combinação de fatores, segundo cientistas políticos ouvidos pela DW Brasil. Um deles é o fato de Bolsonaro não estar filiado a uma legenda, portanto sem capacidade de mobilizar estruturas partidárias locais e montar alianças nos municípios.

Outro elemento é a atual taxa de popularidade do presidente, menor do que à registrada pelos ocupantes do Palácio do Planalto que tiveram sucesso em emprestar seu prestígio a candidatos a prefeito e vereador, como Fernando Henrique Cardoso em 1996 e Luiz Inácio Lula da Silva em 2008.

Resultados

Russomanno, que disputou a prefeitura de São Paulo pela terceira vez, terminou em quarto lugar, com 10,5% dos votos válidos. O candidato do Republicanos repetiu o roteiro que já havia percorrido nas últimas duas eleições municipais, em 2012 em 2016: largou em primeiro nas pesquisas de intenção de voto e paulatinamente foi perdendo força.

O seu desempenho ruim na urna é um revés na maior cidade do país também para Bolsonaro, que se empenhou pela vitória de Russomanno. Os dois candidatos que foram ao segundo turno, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), são críticos ao presidente.

Na eleição presidencial de 2018, Bolsonaro teve 44,6% dos votos válidos na cidade de São Paulo e venceu em 52 das 58 zonas eleitorais do município. Seu prestígio na capital paulista, porém, está em queda. Segundo pesquisa Datafolha realizada em 9 e 10 de novembro, 50% dos moradores da cidade avaliam o seu governo como ruim ou péssimo, e apenas 23% como ótima ou boa.

No Rio de Janeiro, o atual prefeito Crivella ficou com 21,9% e disputará o segundo turno contra o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que teve 37%. A cidade é o domicílio eleitoral de Bolsonaro, mas o presidente não foi tão enfático na defesa do bispo — declarou seu voto e liberou o uso de suas imagens pela campanha do candidato do Republicanos, sem se empenhar como fez com Russomanno.

No Recife, Delegada Patrícia, que recebeu o apoio do presidente em 5 de novembro, a dez dias do pleito, ficou em quarto lugar com 14% dos votos válidos. O segundo turno será disputado entre João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014, e Marília Arraes (PT), neta do ex-governador Miguel Arraes, morto em 2005.

O apoio de Bolsonaro a Santiago foi comemorado por ela em suas redes sociais, mas provocou uma crise na sua chapa às vésperas do pleito. O Cidadania, partido de seu candidato a vice, Leo Salazar, protestou contra a adesão dela ao presidente e anunciou o afastamento de sua campanha.

Em Fortaleza, Capitão Wagner foi ao segundo turno, em segundo lugar, com 33,3% dos votos válidos, contra Sarto, do PDT, que teve 35,7% dos votos válidos. Apesar do apoio do presidente, Wagner evitou usar a sua imagem em sua campanha e fez um reposicionamento para tentar ir além do eleitorado bolsonarista. Ele também contava com o recall de ter sido candidato a prefeito em 2016, quando chegou ao segundo turno.

Em Manaus, Coronel Menezes ficou em quinto lugar, com 11,3% dos votos. O segundo turno será disputado por Amazonino Mendes (Podemos), que já foi prefeito da cidade por três vezes, teve 23,9%, e David Almeida (Avante), que teve 22,4%.

Em Belo Horizonte, Bruno Engler obteve 9,9% dos votos válidos e terminou em segundo lugar. A disputa foi vencida em primeiro turno pelo atual prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), com 63,4% dos votos válidos.

 

16
Nov20

Os sinais das eleições municipais para 2022

Talis Andrade

Fila para votação no Complexo do Alemão, no Rio: abstenção recorde

Fila para votação no Complexo do Alemão, no Rio: abstenção recorde

 

Pleito de domingo mostra alteração das forças partidárias na direita e na esquerda brasileira, baixa capacidade de Bolsonaro de influir no voto, além de alta na abstenção - e não só devido à pandemia

por Bruno Lupion /DW

Os resultados do primeiro turno da eleição municipal, neste domingo (15/11), mostram alteração das forças partidárias na direita e na esquerda, baixa capacidade do presidente Jair Bolsonaro de influir no pleito e alta da abstenção, ligada à pandemia do coronavírus mas também a um desencantamento da população com a política.

Nas capitais, sete cidades encerraram a disputa no primeiro turno, todas vencidas pelo campo da centro-direita e direita. Em três delas, saiu vitorioso o DEM (Curitiba, Florianópolis e Salvador), em duas o PSDB (Natal e Palmas) e em duas o PSD (Belo Horizonte e Campo Grande).

Nas demais 17 capitais, o partido com mais candidatos no segundo turno é o MDB, com seis nomes. Em seguida, vêm PSDB, PP, Republicanos e Podemos, com três candidatos cada um. Depois, PSOL, PT, PSB e PDT com dois candidatos cada. E, com um candidato cada, PSD, PROS, DEM, Solidariedade, Patriota, Cidadania, Avante e PCdoB. A contagem não inclui Macapá, onde a eleição foi adiada devido ao apagão de energia elétrica.

O resultado das capitais indica o crescimento do DEM e, possivelmente, do PSD, e o encolhimento do PSDB. Na última eleição municipal, o DEM havia feito apenas um prefeito de capital, e neste ano já garantiu três, podendo chegar a quatro. Já o PSDB, que na eleição passada fez sete prefeitos de capitais, neste ano poderá ter, no melhor cenário, cinco. O PSD, que fez dois prefeitos de capitais em 2016, neste ano garantiu dois e pode chegar a três.

Movimentações partidárias

A cientista política Márcia Ribeiro Dias, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), afirma à DW Brasil que essa movimentação no campo da direita e da centro-direita era prevista e que a expansão do DEM é reflexo direto do enfraquecimento do PSDB, pois ambas as legendas disputam eleitores do mesmo campo. Segundo ela, os líderes do DEM identificaram a oportunidade aberta por uma crise entre os tucanos e conseguiram "capturar" parte de seus votos.

Emerson Cervi, professor de ciência política da Universidade Federal do Paraná, afirma que o PSDB, nos últimos anos, "perdeu o discurso” e parte da sua base, abrindo espaço para o crescimento do DEM, do PSD e de outros partidos. "O PSDB enfrenta uma disputa dentro do campo que ele procura representar", afirma.

Há também uma maior pulverização no campo da centro-direita e da direita. PP, Republicanos, Podemos, PROS, Solidariedade, Patriotas, Cidadania e Avante, que não fizeram prefeitos de capitais na eleição passada, agora têm chance de vitória.

Na centro-esquerda e a esquerda, o cenário é mais coeso, afirma Dias, pois os partidos seguem os mesmos. O que mudou foi a correlação de forças, da qual ela destaca o avanço do PSOL — que em 2016 não fez nenhum prefeito de capital e agora está no segundo turno de duas disputas, inclusive em São Paulo, maior cidade do país e onde o PT já governo por três mandatos. "Temos muito mais o fenômeno da ‘nova direita' do que o da ‘nova esquerda'", diz.

A projetada recuperação do PT do péssimo desempenho de 2016, quando a legenda elegeu apenas um prefeito de capital, ainda depende dos resultados do segundo turno. No melhor cenário, o partido terá dois prefeitos desse grupo, número baixo para uma legenda que comandou o Palácio do Planalto de 2003 a 2016.

"Chama atenção a ascensão do PSOL, seja obtendo o destacado lugar no segundo turno em São Paulo, mas não só, seu desempenho em outras capitais [o PSOL está no segundo turno de Belém, com Edmilson, e teve o segundo colocado em Florianópolis, Professor Elson, que perdeu no primeiro turno]. Ganham terreno, sobretudo, o PSOL à esquerda e o PSD e DEM à direita", afirma Rachel Meneguello, professora de ciência política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Candidatos de Bolsonaro

Outro resultado da eleição deste ano é a dificuldade enfrentada por candidatos que fizeram o discurso da antipolítica. O PSL, ex-nanico que, em 2018, cresceu junto com o fenômeno Bolsonaro, obteve a segunda maior bancada da Câmara e passou a receber a maior fatia do fundo partidário, não tem nenhum nome na disputa de segundo turno nas capitais.

"Em regra, as eleições municipais são um termômetro para a próxima eleição nacional. E, ao que tudo indica, na próxima eleição nacional os partidos da nova direita vão apresentar resultados ruins”, diz Cervi.

Os candidatos que Bolsonaro decidiu apoiar também não tiveram bons resultados no primeiro turno. Dos seis nomes dessa lista, quatro ficaram fora do segundo turno: Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo, Coronel Menezes (Patriota) em Manaus, Bruno Engler (PRTB) em Belo Horizonte e Delegada Patrícia Santiago (Podemos) em Recife.

O atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos) foi ao segundo turno com 21,9 % dos votos válidos contra Eduardo Paes (DEM), com 37%. E Capitão Wagner (Pros), que disputa a eleição em Fortaleza, passou ao segundo turno com 33,3% dos votos válidos, contra Sarto (PDT), que teve 35,7%.

"O prestígio de Bolsonaro não está lá essas coisas. Em 2018, ele ajudou a eleger muita gente por conta de uma rede de comunicação dele, mas essa fórmula parece ter feito água e que estamos indo para o modelo mais tradicional. Mesmo no Rio, a ida de Crivella ao segundo turno deve estar mais ligada à sua capilaridade dentro do meio evangélico do que ao apoio do Bolsonaro", afirma Dias. Em Fortaleza, Capitão Wagner optou por não usar a imagem do presidente em sua campanha.

Menor comparecimento às urnas

As eleições municipais também registraram alta na abstenção. Em todas as capitais, o percentual de eleitores que não compareceu às urnas foi maior do que o de 2016. E, em quatro delas — Curitiba, Goiânia, Porto Alegre e Rio de Janeiro — superou os 30% dos eleitores aptos a votar.

A alta já era esperada em função da pandemia do coronavírus, devido ao medo de parte dos eleitores de ir às zonas eleitorais e ficar exposto a eventual contaminação. Uma pesquisa realizada pelo PoderData em 12 a 14 de outubro mostrou que 46% dos eleitores consideravam arriscado votar em meio à pandemia.

Mas o fenômeno não pode ser atribuído exclusivamente à crise sanitária, afirma Dias. "Não é tão simples assim, a abstenção é algo que vem crescendo nos últimos anos. O que pesa é o desestímulo com o esgotamento do sistema partidário e da política brasileira e do quadro de desilusão com partidos e políticos”, afirma.

Meneguello tem análise semelhante: "A desafeição à política continua sendo uma tendência importante, e ela tem forte impacto desmobilizador sobre os eleitores”, diz.

11
Nov20

Moro tem “biografia manchada como juiz ladrão”

Talis Andrade

Motim no Ceará

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) criticou nesta segunda-feira (9) Sérgio Moro, após o jornal Folha de S. Paulo noticiar que o ex-ministro do governo Bolsonaro se reuniu com o apresentador Luciano Huck para tentar viabilizar uma aliança mirando a eleição presidencial de 2022.

 

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“O Sérgio Moro foi um juiz ladrão a serviço de um esquema ilegal e antidemocrático para fraudar processo político no Brasil. Ele é isso, apenas. Portanto uma biografia manchada de nódoa que não se apaga”, disse o parlamentar.

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Ainda no domingo, Moro gravou um vídeo declarando apoio ao líder extremista Capitão Wagner (Pros), candidato à prefeitura de Fortaleza, apontado como responsável por organizar um motim de policiais na capital cearense em fevereiro deste ano.

Em resposta, o governador Flávio Dino (PCdoB) comentou que Moro “começou muito mal a sua tentativa de se reinventar como referência do centro, após servir a Bolsonaro e dele se servir”.

Márcio Jerry 
@marciojerry
O foi um juiz ladrão a serviço de um esquema ilegal e antidemocrático para fraudar processo político no Brasil. Ele é isso, apenas. Portanto uma biografia manchada de nódoa que não se apaga.
 

 

08
Nov20

Flávio Dino acusa Moro de gravar vídeo para extremista, na disputa pela prefeitura de Fortaleza

Talis Andrade

Caos necessário | Everton Souza

 

Do VioMundo

O governador do Maranhão, Flávio Dino, diz que não faz sentido o ex-ministro Sergio Moro se dizer “centrista” ao mesmo tempo em que apoia o candidato de Jair Bolsonaro à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner.

O governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, publicou em sua conta no twitter um vídeo para provar que o candidato apoiou o motim da Polícia Militar que instalou o caos no estado. Veja aqui

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O governador do Maranhão, Flávio Dino, notou a hipocrisia do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública do Governo de Jair Bolsonaro ao comentar o caso:

"Moro grava vídeo para um extremista líder de motim, candidato em Fortaleza. Começou muito mal a sua tentativa de se reinventar como referência do “centro”, após servir a Bolsonaro e dele se servir. Cobram tanto da esquerda, mas com um “centro” assim fica difícil demais"

Camilo Santana

Já que não consegue esconder sua liderança no motim que trouxe pânico ao Ceará, este ano, Capitão Wagner usa outras pessoas para falar por ele, como um ex-ministro e o senador bolsonarista do Ceará.
Camilo Santana
@CamiloSantanaCE
Cada vez que tentar esconder a verdade das pessoas, Capitão, virei a público para esclarecer os fatos, em respeito à população cearense. Notícias e imagens estão aí para provar

 

 

 

 

02
Nov20

Membros da Frente Parlamentar da Agropecuária disputam prefeituras em dez capitais

Talis Andrade

Entre os mais conhecidos estão Celso Russomanno e Joice Hasselmann, em São Paulo; dos 67 deputados e senadores que concorrem no primeiro turno, 25 são da FPA; eles disputam liderança nas pesquisas em Fortaleza, Boa Vista,  Florianópolis, Goiânia e Maceió

por Bruno Stankevicius Bassi /De Olho nos Ruralistas

A bancada mais poderosa do Congresso vai às urnas. Com 39 senadores e 245 deputados, cerca de 47% de todos os assentos no Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) terá 25 membros disputando as prefeituras de 21 municípios. O número é 39% superior ao de 2016, quando 18 membros da FPA concorreram às eleições municipais.

Esses deputados ruralistas concorrem em dez capitais: Belo Horizonte, Boa Vista, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió e São Paulo. Em quatro delas, a face mais organizada da bancada ruralista possui mais de um candidato na disputa.

Na capital paulista, a ex-coordenadora de Comunicação da FPA Joice Hasselmann (PSL) tenta tirar votos do representante bolsonarista na disputa, o deputado Celso Russomanno (Republicanos), em queda livre nas pesquisas. Nenhum dos dois declarou bens agropecuários à Justiça eleitoral, um fenômeno comum entre os “ruralistas urbanos”.

O mesmo acontece em Fortaleza, onde o ex-militar Capitão Wagner (Pros), líder nas intenções de voto e favorito para o segundo turno, declarou, entre seus bens, apenas uma letra de crédito no agronegócio no Banco do Brasil. Outro integrante recente da frente, Heitor Freire (PSL), tem apenas 1% nas pesquisas.

Ao todo, 67 parlamentares se licenciaram do Congresso para concorrer às eleições de 15 de novembro. Somada à pandemia e ao bloqueio de pautas pelo Centrão e pela oposição, as ausências travaram completamente as votações na Câmara, que não vota projetos de lei desde 29 de setembro.

DE RORAIMA AO MATO GROSSO DO SUL, GRILAGEM E ATAQUES CONTRA INDÍGENAS

Diferente de São Paulo e Fortaleza, em Boa Vista e Campo Grande a disputa conta com “ruralistas raiz”. Na capital de Roraima, o deputado Ottaci Nascimento (Solidariedade) lidera a disputa contra a tucana Shéridan. Ex-esposa de José de Anchieta Júnior, ex-governador de Roraima falecido em 2018, a candidata foi investigada pela Polícia Federal por suspeita de grilagem na compra de um terreno de 1,1 milhão de metros quadrados próximo de Boa Vista por R$ 25 mil, parte de um esquema de fraudes em títulos fundiários durante o governo de Anchieta.

Em 2018, quando foi eleita para a Câmara, Shéridan declarou créditos a receber relativos à venda da Fazenda Dois Unidos, localizada na Gleba Cauamé. A área foi alvo de disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) entre o estado de Roraima e a União, que acusou o Instituto de Terras de Roraima (Interaima) de tentar transferir para o estado títulos de terras devolutas pertencentes ao patrimônio federal.

Na Câmara, Shéridan se destacou como relatora do projeto de lei que pretendia autorizar a pastagem de animais em áreas de reserva legal e foi tema de reportagem do De Olho nos Ruralistas, durante sua campanha para deputada: “Acusados de grilagem, propinas e uso de verbas públicas, ruralistas de Roraima se unem na eleição“.

Na capital sul-mato-grossense, a disputa pela prefeitura envolve dois candidatos ruralistas com histórico de ataques aos povos do campo. Listado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) como um dos 50 parlamentares que mais atuam contra os povos originários, Dagoberto Nogueira (PDT) aparece em quarto na corrida pela prefeitura de Campo Grande, atualmente liderada pelo candidato à reeleição Marquinhos Trad (PSD).

Durante seu mandato na Câmara, ele apresentou um projeto para legalizar a criação de cassinos em áreas indígenas e chegou a propor o fim dos grupos técnicos para identificação e delimitação de terras tradicionalmente ocupadas pelos Guarani no Mato Grosso do Sul. Dono de um patrimônio de R$ 3 milhões, segundo declaração à Justiça eleitoral, Nogueira é dono da Fazenda Mariana, em Miranda, com 2.249 hectares.

Entre seus rivais está o deputado Loester Trutis (PSL). Com 1% da intenção de votos, ele teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ausência de requisito de registro. Representante do bolsonarismo e da extrema-direita, Trutis divulgou em 2018 uma foto ao lado da senadora Soraya Thronicke e do deputado estadual Renan Contar, ambos do PSL, onde os três estavam armados. Na legenda, ele afirmava estar “só de boa esperando algum vagabundo do MST invadir nossa propriedade”, em referência ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Dono de lanchonete, o deputado tornou-se conhecido após criar um lanche em homenagem ao torturador e estuprador Carlos Brilhante Ustra, ídolo de Jair Bolsonaro. Na imagem promocional, divulgada nas redes sociais do Trutis Bacon Bar, o sanduíche chamado “Ustra Burguer” aparece acompanhado do slogan “Manda sua fome para a vala”.

OLIGARQUIAS RURAIS VÃO ÀS URNAS EM MINAS, SANTA CATARINA E GOIÁS

Com menos de 1% de intenção de voto entre os eleitores de Belo Horizonte, o deputado Lafayette Andrada (Republicanos) possui ligações com o mundo agrário que vão além de sua participação na bancada ruralista. Dona de fazendas em Antônio Carlos (MG), a família Andrada está no Congresso desde antes da Primeira República (1889-1930), a partir da qual as oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais se alternavam no poder na chamada República do Café com Leite.

Descendente de José Bonifácio de Andrada e Silva e filho do ex-deputado Bonifácio de Andrada (PSDB), autor do relatório que rejeitou a segunda denúncia de impeachment contra Michel Temer, Lafayette não declarou bens rurais.

Ele não é o único ruralista pertencente à “bancada dos parentes“. Esposa do senador e ex-governador de Santa Catarina Espiridião Amin (PP), Angela Amin (PP) aparece em segundo lugar na corrida pela prefeitura de Florianópolis, atrás do atual prefeito Gean Loureiro (DEM).

O casal é um tradicional defensor da indústria avícola do estado, situando-se no centro da disputa pelo traçado da chamada “Ferrovia do Frango“, obra de R$ 17 bilhões que ligará a região de Chapecó — conhecida nacionalmente pelo time de futebol, patrocinado pela cooperativa Aurora — aos portos catarinenses.

Outro membro da FPA com chances na disputa é o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que lidera as intenções de voto em Goiânia. Com um patrimônio de R$ 14,7 milhões, o candidato é dono da Fazenda Vargem Bonita, em Senador Canedo (GO), e é sócio em duas empresas do setor, a Nova Terra Comércio de Alimentos e Participações Ltda e a Cardoso Indústria de Alimentos S/A. Esta última com sede em Buenos Aires, Argentina.

As outras capitais com candidatos ligados à bancada ruralista são: João Pessoa, com Ruy Carneiro (PSDB); Curitiba, com Christiane Yared (PL); e Maceió, com JHC, que disputa a prefeitura da capital alagoana pela segunda vez e é favorito para chegar ao segundo turno.

Confira a lista completa dos parlamentares da FPA que disputam as eleições municipais de 2020:

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03
Abr20

O motim do Ceará

Talis Andrade

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III - A polícia política 

 

por Silvio Caccia Bava

Le Monde

Bolsonaro e seu ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, fizeram de tudo para não criticar o motim da PM e seus responsáveis. O diretor da Força Nacional de Segurança Pública enviado por Moro ao Ceará, coronel Aginaldo de Oliveira, visitou um quartel amotinado e elogiou os revoltosos. Essa atitude foi considerada pelo presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, advogado Hélio Leitão, um “empoderamento irresponsável das forças de segurança, que está se convertendo em uma força política que coloca em risco a democracia”.11

Vários dos líderes do motim são identificados como fiéis seguidores de Bolsonaro. Capitão Wagner e Soldado Noelio, deputados estaduais; Sargento Reginauro, vereador em Fortaleza; Sargento Ailton, vereador em Sobral; Cabo Sabino, ex-deputado federal. Essas lideranças apoiaram a candidatura de Bolsonaro e apoiam seu governo.

O governo do Ceará, do PT, havia feito um acordo salarial com a PM que foi considerado muito bom pela própria PM, mas o motim continuou tanto pelo interesse de suas lideranças se projetarem eleitoralmente este ano, como para promover o desgaste do governo do PT. E o motim, agora se compreende, tem viés ideológico.

José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM, alerta para o uso político do motim, que constitui um foco de oposição nos estados administrados por governos de esquerda.

Neste momento, com as revoltas das PMs podendo se alastrar por vários estados, o presidente propõe a criação da lei orgânica da PM, uma antiga reivindicação da corporação que está sendo elaborada, por iniciativa de Bolsonaro, em conjunto com as associações de PMs, desde o ano passado. Trata-se de criar uma legislação federal para a PM, com plano de carreira, de cargos e salários, que unificará as legislações estaduais e (atenção!) sua visão de atuação. Com a lei orgânica, policiais acreditam que terão mais autonomia em relação aos governadores. O projeto de lei orgânica está sendo preparado para ser enviado ao Congresso.

Expressando sua preocupação, o governador de São Paulo, João Doria, levanta questões quanto ao modo como o governo federal e o presidente da República estão tratando o motim do Ceará: é “o estímulo ao miliciamento das polícias” e pode “comprometer essa relação institucional em todos os estados, não só em São Paulo”.12

A situação é inquietante. Uma força militar com 425 mil homens armados pode tornar-se uma polícia política. Sem os controles e os limites impostos pela Constituição, essa força militar corre o risco de ser tomada, em sua direção, pelos fascistas que estão no governo. Sua identidade com Bolsonaro o coloca como o líder a ser seguido, não importando as instituições.

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1 IBGE, 2015.

2 Disponível em: www.metropoles.com/brasil/coordenador-do-mtst-e-morto-pela-pm-em-uberlandia.

3 “Do Ceará a São Paulo, governadores vivem embate com suas polícias”, Folha de S.Paulo, 20 fev. 2020.

4 José Vicente Tavares dos Santos e Ana Paula Rosa, UFRGS.

5 Anuário Brasileiro de Segurança Pública, ano 13, 2019.

6 André Barrocal, “Forças de segurança são incontroláveis, não importa o partido”, Carta Capital, 20 fev. 2020.

7 André Barrocal, op. cit.

8 Eduardo Reina, “Os documentos que levaram o Exército a expulsar Bolsonaro: ‘a mentira do capitão’”, DCM, 26 dez. 2018.

9 Relatório do CIE no item 14, página 2, informação n. 394, de 27 de julho de 1990. Citado por Reina, op. cit.

10 André Barrocal, op. cit.

11 Rede Brasil Atual – Conversa Afiada – 03/03/2020.

12 Igor Gielow, “Bolsonaro desrespeita Congresso e Judiciário e estimula ‘miliciamento’ de polícias” (entrevista com o governador João Doria), Folha de S.Paulo, 14 de mar. 2020.

20
Fev20

Assessores de Damares na greve dos PMs do Ceará. Pode?

Talis Andrade

A ordem unida de fechar o comércio. Os policiais militares amotinados em Sobral, Ceará, parecem bandidos em ação

por Marcelo Auler

Na insurreição dos policiais militares do Ceará, que são facilmente associados a milicianos, há um movimento insuflando a insubordinação. Isto é público. O que pode parecer estranho, porém, é a participação de assessores diretos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) na defesa de tais manifestantes. Dois deles estavam, na quarta-feira (20/02), ao lado do deputado federal e pré-candidato a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (Pros), na tentativa frustrada de uma audiência com o governador Camilo Santana (PT), para “mediar os interesses da categoria”, como noticiou o jornal cearense O Povo. O governador não recebeu o grupo.

 

A notícia da presença destes dois assessores de Damares Alves aparece perdida no meio de uma reportagem do mesmo jornal na qual o Capitão Wagner tenta sustentar o insustentável. Alega que os tiros dado no senador Cid Gomes (PDT) foram legítima defesa – Wagner diz que tiros em Cid foram “legítima defesa” e pretende registrar B.O contra senador. Na reportagem consta o que destacamos na ilustração abaixo.

“Estavam com Wagner o secretário nacional de Proteção Global, Sérgio Queiroz, o diretor de Proteção e Defesa de Direitos Humanos, Herbert Barros, ambos vinculados ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e os deputados federais Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) e Major Fabiana (PSL-RJ)”.

Já soa estranho a presença, em Fortaleza, de uma deputada do PSL do Rio de Janeiro, Major Fabiana, em pleno dia de funcionamento do Congresso Nacional. Estava ali para defender policiais militares como ela. Apesar de eles estarem amotinados, promovendo a insegurança pública e descumprindo a Constituição que impede movimentos grevistas dos servidores que recebem armas do governo para defender a população. Porém, parece mais inexplicável a participação nesta movimentação de dois servidores públicos federais, cujas funções, aparentemente, são de defender os Direitos Humanos.

Certamente alegarão que estavam negociando uma solução pacífica. Defendendo o Direito Humano dos policiais militares amotinados e seus familiares. Alegação que dificilmente fará sentido quando se percebe que ambos acompanhavam o deputado Capitão Wagner.

Sérgio Queiroz e Damares AlvesAfinal, o passado deste capitão registra outros atos de insubordinação da polícia militar. Foi o líder do movimento de paralisação da Polícia Militar e Bombeiros no Ceará, no final de 2011 e início de 2012. Na época, já tinha concorrido a deputado estadual pelo Partido da República. Sem falar que, como todo o povo cearense sabe, está em campanha aberta pela prefeitura de Fortaleza.

Mais estranha ainda a presença em Fortaleza de Queiroz, um pastor evangélico e procurador da Fazenda Nacional licenciado desde que assumiu o cargo no MDH. Pois, na mesma quarta-feira em que ele se juntava ao deputado Capitão Wagner, anunciou-se que não mais atuará no ministério em que se encontra. Como registrou Eduardo Barreto, na Revista Época, o passe” do servidor foi requisitado por Onyx Lorenzoni, para lhe auxiliar no Ministério da Cidadania.

Queiram ou não, a presença, em Fortaleza, na quarta-feira, destes dois servidores federais – Queiroz e seu subordinado, Barros -, junto a políticos que defendem policiais militares que estavam praticando atos contrários à Constituição e relacionados às atividades de milicianos, só aumenta a convicção de muitos que o  governo de Bolsonaro insufla as milícias. Tal e qual fez no Rio de janeiro ao longo de sua carreira parlamentar. Inclusive com seu filho, o hoje senador Flavio Bolsonaro, empregando parentes de milicianos em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – ALERJ. Mais ainda, visitando milicianos presos, como ocorreu com o ex-capitão Adriano Nóbrega e foi noticiado pelo O Globo, nesta quinta-feira (20/02) – Flávio Bolsonaro visitou ex-PM Adriano Nóbrega na prisão, diz vereador.

Enfrentamento necessário

Não se deve perder de perspectiva que os policiais militares insubordinados que foram enfrentados pelo senador Cid Gomes (PDT, em Sobral, município distante 230 quilômetros de Fortaleza, promoveram o tumulto típico de traficantes e milicianos.

Ameaçaram comerciantes, obrigando-os a fecharem suas lojas. Como noticiou o G1-Ceará, na tarde de quarta-feira – Homens encapuzados em carro da PM ordenam, e comerciantes fecham as portas em Sobral. Levaram o pânico à cidade de 147 mil habitantes.

Todos encapuzados, como encapuzados estavam os policiais amotinados no quartel usando seus familiares como escudo. Velha e conhecida tática que Bolsonaro já usou quando promovia protestos de familiares de militares por aumentos salariais. Mas o movimento dos policiais militares no Ceará, por tudo o que se viu, não era apenas reivindicatório. Soou como atentatório à ordem.

Pode-se criticar a atitude de Cid Gomes e até classificá-la de tresloucada, insana. Mas não deixa de ter sua boa dose de coragem. Afinal, de peito aberto e desarmado, ele enfrentou a insubordinação antes que as milícias dominem a polícia cearense.

Como ocorreu no Rio de Janeiro e foi muito bem lembrado por seu irmão, o também ex-governador Ciro Gomes, ao responder às críticas do deputado Eduardo Bolsonaro: “Será necessário que nos matem mesmo antes de permitirmos que milícias controlem o Estado do Ceará como os canalhas de sua família fizeram com o Rio de Janeiro”, escreveu Ciro nas redes sociais.

Um enfrentamento que a sociedade brasileira precisará promover, caso não queira ser totalmente dominada. Não necessariamente pegando em armas. Mas há que se descobrir formas de evitar que a democracia brasileira descambe para a barbárie, como pregam os Bolsonaros e foi muito bem lembrado por Ricardo Bruno, no Brasil 247 – A barbárie já começou.

A necessidade do enfrentamento ficou patente nos tiros disparados pelos policiais militares insubordinados dentro do quartel contra Cid Gomes. Demonstram o tipo de movimento que ali nascia e acabou de certa forma abortado, ou paralisado. Nem se alegue que foi legítima defesa, como tenta vender em seu discurso o deputado Capitão Wagner, com a explicação de que o senador iria atropelas mulheres, crianças e militares. Algo que se torna apenas hipótese, sem que se possa dizer que aconteceria.

Hipótese por hipótese, pode-se alegar que se todos sentassem e cruzassem os braços, em atitude ensinada por Mahatma Gandhi, o senador jamais aceleraria a retroescavadeira.

Mas, assim como soa estranho explicar a presença dos assessores da ministra Damares em Fortaleza, também parece ridículo esperar de milicianos atitudes pacíficas. Isso passa longe dos objetivos deles e, pelo que temos visto, ainda mais nos exemplos dos últimos dias, é o que demonstra também o governo Bolsonaro.

 

 

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