Dario Messer, o doleiro que Sergio Mero esqueceu desde os tempos do assalto ao BanEstado
247 - A operação Lava Jato no Rio de Janeiro está investigando a suspeita de que membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio tenham dado proteção a um investigado da operação o doleiro Dario Messer.
Segundo reportagem de Vinicius Konchinski, no UOL, dois operadores que já trabalharam para Messer, conhecido como o "doleiro dos doleiros", afirmaram em delação premiada feita ao próprio MPF-RJ que pagaram US$ 50 mil por mês (mais de R$ 200 mil, na cotação atual) entre 2005 e 2013 para que ele fosse protegido de operações da PF e do MP.
Vinícius Claret, o segundo intocável
Segundo os delatores, Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio de Souza, o Tony, os pagamentos da suposta taxa de proteção foram feitos ao advogado Antonio Figueiredo Basto, que já defendeu Messer.
Basto, entretanto, nega veementemente ter recebido qualquer valor para negociar uma suposta proteção ao seu ex-cliente. "Já entreguei espontaneamente meu sigilo fiscal, telefônico e telemático a autoridades", disse ele, a respeito da investigação. "Esclareci todos os fatos."
O rei das delações premiadas
Além de Dario Messer, Antonio Figueiredo Basto já defendeu também outros investigados da Lava Jato que fizeram delação, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-senador Delcídio do Amaral.
Juca Bala e Tony, que falaram do pagamento da taxa de proteção de Messer, já colaboraram com o MPF-RJ em investigações contra o doleiro. Os depoimentos de Juca Bala e Tony foram essenciais para a deflagração da operação "Câmbio, Desligo", a maior fase da Lava Jato em todo país, em maio de 2018.
Com base nas investigações dessa operação, 62 pessoas, incluindo Dario Messer, foram denunciadas por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O juiz Sérgio Moro corre dessa denúncia, porque Rodrigo Tacla Durán é acusado de ser de uma quadrilha da qual faz parte o ex-governador Beto Richa e um parente de Rosangela Moro.
Até hoje se desconhece o grau de parentesco: se tio, ou primo-irmão da esposa de Sérgio Moro.
Acusado de lavar mais de R$ 50 milhões, o ex-advogado da Odebrecht e da UTC Rodrigo Tacla Durán clareou os escuros porões da Operação Lava Jato.
Em depoimento no fim de novembro à CPI da JBS, Durán incrimina o advogado Carlos Zucolotto Jr, ex-sócio da esposa do juiz federal Sergio Moro e padrinho de casamento do casal, de oferecer delação premiada com pagamento de caixa 2. O acordo reduziria a multa de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões, com a condição de Durán pagar US$ 5 milhões "por fora", a título de honorários, porque "havia o pessoal que ajudaria nessa tarefa". Nesse pacote constaria ainda a prisão domiciliar em lugar do regime fechado.
Denunciou e comprovou para a CPI: Que os procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon lhe enviaram o esboço da colaboração, conforme os termos propostos por Zucolotto. O réu apresentou à CPI imagens periciadas da conversa com o advogado.
Por considerar que estava sendo extorquido, além do risco de ser preso preventivamente, Durán decidiu não aceitar o negócio e se mudou para a Espanha, onde tem dupla cidadania, com a família.
Tacla Durán também acusa o ex-procurador Marcello Miller de oferecer colaboração "à la carte": uma lista de políticos que poderia incriminar. A cooperação não pode ser induzida.
Marcello Miller fechou as delações premiadas que forneceram os testemunhos para Moro condenar Lula sem provas. Tacla acertou: Miller hoje está sendo investigado por corrupção. Faltam os outros comparsas.
Presos autorizados a fazer até seis viagens internacionais
Em delação premiada, na última semana, Vinícius Claret e Cláudio de Souza afirmaram que pagavam US$ 50 mil mensais ao advogado Antonio Figueiredo Basto em troca de proteção, confirmando depoimento de Tacla Duran. Antonio Figueireo Basto fez fortuna advogando colaborações de delatores,.
O advogado denuncia vantagens concedidas pelo MPF aos executivos Luiz Augusto França, Marco Bilinski e Vinicius Borin: apesar de movimentaram U$ 2,6 bilhões em esquemas de lavagem de dinheiro no Meiln Bank, eles se livraram das acusações mais graves, receberam pena máxima combinada de 8 anos em regime fechado e pagaram multa que somou apenas R$ 3,4 milhões.
Além disso, foram autorizados a fazer até seis viagens internacionais durante o cumprimento da pena, desde que com autorização judicial.
Durán sugere que, nas viagens, os executivos teriam a oportunidade de apagar rastros e fazer outras operações em defesa de interesses pessoais ou até da Odebrecht.
A panela de Curitiba e a indústria de delação premiada
Tacla Durán também reafirmou suas denúncias contra a chamada “panela de Curitiba”, que envolveria escritórios de advocacia e procuradores da Lava Jato em acordos informais.
Seria a “indústria da delação premiada”, oferecendo vantagens em troca de denúncias específicas ou mesmo arquivando delações.
Durán deu como exemplos o doleiro Dario Messer e seus associados.
Embora delatados e alvos da Operação Câmbio, Desligo, da Polícia Federal, o chamado “doleiro dos doleiros” e seus sócios não são alvo de processos na Justiça Federal do Paraná.
Segundo Tacla Durán, o Messer tinha acesso aos sistemas internos da Odebrecht e usava o codinome Flexão.
O doleiro está foragido.
Como lembrou o colunista Jeferson Miola, o “sumiço” de Messer é suspeito:
A fuga e o desaparecimento de Dario Messer adquire ainda maior relevância e valor investigativo depois da denúncia feita por doleiros acerca da existência de esquema mafioso mediante o qual o advogado Antônio Figueiredo Basto recebia US$ 50 mil dólares mensais como “taxa de proteção” para garantir que “eles [doleiros] seriam poupados nas delações decorrentes do caso Banestado, que correu na jurisdição de Sergio Moro”.
Em seu depoimento, Tacla Durán fez uma conta: considerando que Messer e quatro de seus associados teriam sido protegidos desde 1996 por Figueiredo Basto, o esquema poderia ter rendido ao advogado U$ 25 milhões.
Para Durán, a inexistência de ações contra Messer em Curitiba sugere que o suposto esquema do advogado Figueiredo Basto, originário do escândalo do Banestado, de fato funcionou.
Basto é um dos acusados por Durán de fazer parte da “panela de Curitiba”, de advogados que teriam ‘facilidades’ junto a integrantes da Lava Jato.
Tacla Durán também estranhou que, apesar de delações feitas pelos executivos Benedito Jr. e Henrique Valadares, da Odebrecht, não houve investigação sobre o jornalista Diogo Mainardi — que teria testemunhado um ato de corrupção — nem das empresas PVR Marketing e Propaganda e Empiricus, que teriam sido beneficiárias de dinheiro da empreiteira.
“Não sei se é o caso de proteção ou não, mas trata-se de seletividade. Há o caso do jornalista Diogo Mainardi, do Antagonista, que foi delatado por um funcionário de alto escalão da Odebrecht que é o Henrique Valadares. Nós não vimos nenhuma investigação aberta contra o jornalista ou contra a PVR ou contra a Empiricus em Curitiba. Existem pagamentos mapeados por perícias da Polícia Federal e o próprio video do Henrique Valadares que envolve o jornalista e isso nunca foi investigado”, testemunhou o advogado.
Tacla Durán acusa a indústria de delações premiadas. São mais de mil. Precisamente 1. 063. É um catálogo de telefone. Até hoje ninguém cobrou uma relação nominal, apesar da liberação dos depoimentos seletivos para imprensa.
Em novembro de 2017, Tacla Duran denunciou que Carlos Zucolotto Júnior menciou um mediador de codinome DD entre os que seriam beneficiados com a propina de cinco milhões de dólares.
Repetindo: Na ocasião, Zucolotto mencionou que um interlocutor com a sigla DD [na Lava Jato só se conhece Deltan Dallagnol com estas iniciais] seria o avalizador final do acordo.
O procurador da República Deltan Dallagnol, em uma demonstração de partidarismo político nada exemplar, anunciou um jejum de um dia pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O jejum de DD como promessa a Deus foi noticiado pela imprensa como parte das campanhas golpistas do impeachment de Dilma Rousseff, posse de Michel Temer, aprovação da reforma trabalhista, privatização da Embraer, da Eletrobrás, dos campos de petróleo do Pré-Sal, das refinarias da Petrobras, das usinas hidro-elétricas, entreguismo da Base de Alcântara etc.
Todos os festejos da imprensa, e coroa de louros para o "martírio" do jejum de DD, e nenhuma linha para a greve de fome pela libertação de Lula, promovida por um frade franciscano, outros irmãos de fé, líderes dos movimentos dos direitos humanos, dos sem terra, dos sem teto.
Que o jejum de DD seja mostrado como exemplo de uma justiça partidária, facciosa, odienta, desumana, exercida por um procurador fanático e suspeito de crimes que a lava jato esconde, que o CNJ esconde, que o corporativismo do judiciário ora esconde ora defende e pactua como é o caso do auxílio moradia para quem compra dois imóveis pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, criado por Dilma Rousseff para beneficiar os pobres, a classe média baixa, os sem teto, quando DD faz parte dos 1 por cento mais ricos da população.
Escreveu Joaquim de Carvalho, que em dezembro de 2014:
"Dallagnol tem salário-base fixado em R$ 28.947,55. Mas ele recebe auxílio-alimentação no valor de R$ 884,00, auxílio pré-escolar de R$ 1.398,00 (?) e o auxílio-moradia.
No total, o rendimento bruto é de R$ 35.606, acima do teto constitucional (remuneração do ministro do STF) no valor de R$ 33,7 mil.
Mas, em alguns meses, já teve vencimentos bem maiores, como em abril de 2016, quando recebeu R$ 86.850, com verbas de indenização e diárias.
O auxílio-moradia concedido a Dallagnol desperta especial interesse porque, além do possuir imóvel próprio em Curitiba, avaliado em quase R$ 900 mil, ele já fez investimento imobiliário, quando comprou na planta, entre o final de 2013 e início de 2014, duas unidades de um condomínio do Minha Casa, Minha Vida, o Le Village Pitangui, em Ponta Grossa, a 100 quilômetros de Curitiba.
Dallagnol pagou R$ 76 mil por um apartamento do Minha Casa, Minha Vida, o 104 do bloco 7, e 80 mil reais em outro, o 302 do bloco 8. Cada unidade custou a ele o equivalente a 1 ano e meio de auxílio-moradia.
Como ele recebe o benefício desde setembro de 2014, com o dinheiro do auxílio-moradia, que sai dos cofres públicos, ele poderia comprar quase cinco imóveis iguais ao que adquiriu em Ponta Grossa.
Os imóveis destinados ao Programa Minha, Casa Minha Vida são construídos com financiamento a juro baixo da Caixa Econômica Federal."
Escrevi hoje:
Moro é um juiz irresponsável, acostumado ao abuso de autoridade, a fazer ouvidos moucos para denúncias de assédio judicial, de terrorismo policial, de tortura psicológica, de prisões sob vara, de sequestros, como no caso do arresto de uma mãe com o filho de oito anos, por delegados e procuradores da Lava Jato. Uma violência covarde, inominável, que deixou sequelas na criança, que passou a ter problemas psicológicos como síndrome de pânico, medo de ir à escola e distúrbio de sono. Moro recebeu a denúncia do pai e chutou - como de costume - para debaixo do tapete. Como fez com a grave acusação de Tacla Durán de que uma delação premiada custa cinco milhões dólares. Fica a cobrança: que Moro publique o catálogo com os nomes dos criminosos que foram beneficiados com delação premiada.
Publicou a imprensa portuguesa: 1. 063 delações premiadas, e 11 leniências.
1 063 delações x 500000 dólares =
Para arrancar o testemunho de uma sagrada mãe de família, que nada sabe dos interesses subalternos da promotoria pública, soltaram os cachoros dos procuradores e delegados de polícia armados de metralhadora encima de uma dona de casa, acordada às 5 horas da manhã, e arrastada com o filho para o sítio de Atibaia nos matos de São Paulo.
Indago de Dallagnol, chefe dos procuradores da lava jato, que providências tomou? Bandida e covardemente denunciou a ocorrência como uma farsa?
Para DD existem dois lados: o certo da lava jato, e o errado.
Ainda sobre Tacla Durán. Ele fala que lhe tentaram vender uma delação por cinco milhões de dólares. E o dinheiro por fora seria para molhar a mão de um misterioso DD da corriola de Curitiba.
Dallas Dallagnol, também conhecido por DD, por que não cobra de Tacla Durán um esclarecimento, para apagar qualquer suspeita?
Depois, depois, todas as colaborações da lava jato são mais da responsabilidade dos procuradores.
A delação premiada poderá ser requerida de duas maneiras:
A primeira é por sugestão do promotor da justiça que é responsável pela investigação criminal. Cabe ao promotor, portanto, decidir se o acusado detém informações que poderão levar à solução do caso e sugerir a ele que faça a delação premiada com a intenção de diminuir sua própria pena.
A segunda é por desejo do próprio acusado, cuja colaboração deverá ser voluntária e eficiente, pois desta última depende a aprovação da delação. Neste caso, ele deverá fazer um pedido formal e entregar ao promotor por meio de seu advogado.
Acontece que se fala de prisões sob vara para arrancar confissões ou falsos testemunhos. Escreve Sérgio Rodas:
“É necessário investigar a possibilidade de manipulação das colaborações premiadas, o que indica fraude nos procedimentos e a possibilidade do envolvimento de agentes públicos', afirmaram no documento oito parlamentares do PT, dois do PDT e um de cada desses partidos: MDB, PP, PSD, PSB e PCdoB.
O que motivou o pedido de criação de CPI foram as denúncias contra o criminalista Antonio Figueiredo Basto — responsável por diversos acordos de colaboração premiada na operação lava jato. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os doleiros Vinícius Claret, conhecido como 'Juca Bala', e Cláudio de Souza, o 'Tony', relataram, em delação, que entregavam US$ 50 mil mensais ao advogado. Dessa forma, ele ficaria em relação ao Ministério Público e à Polícia Federal.
Os deputados federais também sustentaram a necessidade de instauração da comissão com o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán na CPI da JBS. Na ocasião, Durán – que foi advogado da Odebrecht – disse que o advogado Carlos Zucolotto lhe propôs abrandamento da pena e diminuição da multa em troca de pagamento a ele no exterior. De acordo com Durán, Zucolotto garantiu que conseguiria melhorar a sugestão que havia recebido do procurador Roberson Pozzobom – delação com pagamento de US$ 15 milhões – ao incluir 'DD [Deltan Dallagnol]' na negociação.
Além disso, os parlamentares citaram o caso de Marcelo Miller. Ex-integrante da força-tarefa da lava jato na Procuradoria-Geral da República, ele é acusado de negociar, como advogado da JBS, os acordos de colaboração premiada de seus principais executivos enquanto ainda era procurador da República."
É muita safadeza.
Outra pergunta: quantas colaborações premiadas já ofereceu a bondosa lava jato, para seus presos de estimação, a começar pela máfia libanesa de traficantes de drogas, de diamantes, de dinheiro? Os primeiros presos são dessa máfia que tem raízes no Paraná desde os tempos criminosos do deputado Janene. E dos atestados falsos de morte morrida para Janene, para Alberto Youssef. I. 063 colaborações? 1. 063 criminosos? É um catálogo.
Veja quem é o declarante da certidão de óbito de José Janene...
Acorda, Fachin! Grevistas protestam em frente à casa do ministro
Militantes de ato extremo e integrantes do MST realizaram um ato inter-religioso na luxuosa quadra onde vivem os membros do STF em Brasília
A prisão de Lula começou com um jejum favorável do procurador que lhe condenou. Um jejum de Dallas Dallagnol.
O décimo terceiro dia da greve de fome contra a prisão de Lula foi marcado por uma manifestação diferente. Nas primeiras horas da manhã deste domingo (12), o grupo se instalou em frente à residência do ministro Edson Fachin, na Asa Norte de Braasília, para pedir justiça a Lula e ao povo pobre.
O frei franciscano Wilson Zanatta comandou um ato inter-religioso com a presença dos sete grevistas. Acompanhando desde ontem os grevistas, o líder do MST João Pedro Stédile também fez um aparte. “Nós viemos aqui chamar atenção, eles não podem dormir enquanto houver injustiça no Brasil. Para eles saberem que o povo não vai descansar enquanto não libertarmos Lula e todos os injustiçados no Brasil.” Na sequência, todos os participantes gritaram em coro: “Acorda, Fachin! A justiça bateu na sua porta!”. Fachin era considerado um líder honorário dos sem terra.
A grevista Rafaela Alves. do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), pediu a palavra para mandar um recado especial ao ministro Fachin. “O que nos separa aqui de Fachin são muros extremos, absurdos, de classes totalmente diferentes. Me pergunto como o evangelho é tão lido, mas tao pouco compreendido por tanta gente. Quero pedir a Fachin que releia o evangelho, porque há muita gente morrendo por falta de pão, e outros com a mesa tão farta. Que ele busque entender a realidade dos índios, dos quilombos, dos camponeses, dos desempregados.” Esse pedido devia ser também endereçado ao piodoso e religioso DD.
Jaime Amorim, Vilmar Pacífico, Zonália Santos, Rafaela Alves, Frei Sergio Görgen, Luiz Gonzaga (Gegê) completam hoje treze dias sem comer. O integrante da Frente Brasil popular Leonardo Soares está em jejum há seis dias.
Solidariedade
No sábado (11), os sete passaram por uma avaliação médica e receberam a visita de Stédile e do presidente do Instituto Lula Paulo Okamoto. Quatro integrantes da Marcha Nacional Lula Livre também prestaram apoio aos grevistas ao longo de todo o dia.
A visita marcou o primeiro de três encontros que acontecerão entre marchantes e os grevistas. Vieram também cidadãos brasilienses para entregar doações para ajudar nas despesas e subsistência da marcha e das centenas de caravanas de todo o Brasil que já estão em deslocamento para a capital federal, para acompanhar o ato público de registro da candidatura de Lula.
Youssef, o doleiro de estimação de Moro, desde os tempos do BanEstado. PAIXÃO
por Fábio St Rios
Recentemente, a operação da Polícia Federal chamada “Câmbio, desligo”, prendeu diversos doleiros num esquema que envolve diversos países, e inúmeras maneiras de enviar e trazer remessas de dinheiro ilegal, tanto do Brasil, quanto de qualquer país, em direção a paraísos fiscais. O que causou estranheza e espanto a muitos, foi o pedido da defesa dos doleiros: Queriam ser julgados pela vara do juiz Sérgio Moro.
Ora, dizem que todos têm medo do juiz 'moralista' da República de Curitiba, por que os doleiros não? Esta uma pergunta que começa a ser respondida, com a tentativa de formalizar um acordo de delação premiada. Segundo os doleiros, o advogado lavajateiro, que vem fazendo fortuna com a operação, sendo considerado o maior especialista em delação, teria extorquido o grupo. Que pagava propina por proteção na Lava Jato. Esse fato começa a fazer sentido. Explica o pedido de encaminharem os casos ao juiz Sérgio Moro.
A acusação dos doleiros vai certeira sobre o Moro, já que ele seria o principal agente protetor, envolvendo, inclusive, o procurador DD, do depoimento do doleiro e advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, que muitos afirmam ser outro 'moralista', Deltan Dallagnol.
Os doleiros Vinícius Claret, o “Juca Bala”, e Cláudio de Souza, acusados de integrar o esquema comandado pelo “doleiro dos doleiros” Dario Messer, disseram ao MPF do Rio de Janeiro que Bastos cobrava US$ 50 mil mensais a título de taxa de proteção, para garanti-los perante “o Ministério Público Federal e a Polícia Federal” de Curitiba.
Enrico passou a dizer que o escritório deveria pagar US$ 50 mil por mês para fornecer uma proteção a Dario e às pessoas ligadas ao câmbio. Que essa proteção seria dada pelo advogado Figueiredo Basto e outro advogado que trabalhava com ele”, diz trecho da delação feita por Souza aos procuradores Eduardo Ribeiro Gomes El Hage e Rodrigo Timoteo da Costa e Silva, da Procuradoria da República no Rio”. Diz a matéria feita pelo Estadão.
Outros doleiros também pagavam a referida taxa.
Segundo as delações, Enrico não dava detalhes da “proteção” e integrantes do esquema chegaram a se desligar da operação por desconfiar da cobrança. “Os pagamentos foram feitos de 2005/2006 até 2013. O colaborador não recebia qualquer tipo de informação verossímil de Enrico. A exigência de tais pagamentos fez com que Najun Turner (doleiro) se desentendesse com Dario e Enrico, pois o mesmo se recusava a pagar”, diz outro trecho da delação de Claret.
Com os dois casos cruzados, o pedido dos doleiros passa a fazer sentido. Ninguém pediria para ser julgado por um juiz extremamente punitivista e vaidoso, a menos que tivesse um grande trunfo contra ele. O doleiros, provavelmente, deram apenas uma amostra do estrago que podem fazer à Lava Jato e ao juiz herói dos idiotas.
P.S. deste correspondente:
Outro doleiro que pediu para ser julgado por Sergio Moro foi Alberto Youssef, preso no Maranhão, dia 17 de março de 2014. Noticiou O Globo no mesmo dia da prisão:
A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira (17), em um hotel no bairro da Ponta d'Areia, em São Luís, o doleiro Alberto Youssef, suspeito de fazer parte de uma organização criminosa que usava empresas de fachada para movimentar dinheiro que entrava no Brasil de forma irregular.
Segundo a polícia, a quadrilha chegou a movimentar R$ 10 bilhões, dinheiro de tráfico internacional de
drogas, mercado ilegal de câmbio, desvio de recursos públicos e contrabando de pedras preciosas. O
doleiro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, que comandou as investigações".
Que fique patenteado que a Lava Jato foi criada para investigar os bilionário tráficos de drogas e de diamantes.
Investigações que pararam não se sabe porquê. E mais: Alberto Youssef, que passou apenas dois anos e oito meses preso, foi condenado por corrupção passiva na ação penal dos desvios da Petrobras. E como fica o tráfico de drogas? Também fica impune o Youssef do tráfico de diamantes? Repetindo: "A quadrilha chegou a movimentar dez bilhões de reais, dinheiro do tráfico internacional de drogas e contrabando de pedras preciosas". Por que Youssef está livre, leve e solto, vivendo no luxo e na luxúria? Com Youssef, ficaram em liberdade, e intocáveis, sua esposa, sua amante Nelma Kodama, a Dama do Mercado, sua filha mais velha, todas doleiras de profissão. E muito mais, o "primo", também libanês, Carlos Habid Chater.
Chater está solto. Chater comanda todos os cambistas, casas de jogos, diferentes tráficos, notadamente de moedas, de drogas, de diamantes, todos os rendosos negócios da noite de Brasília, e Moro libertou o chefe dos chefes, já que existem o rei dos doleiros Alberto Youssef, e o doleiro dos doleiros Dario Messer.
A amante de Youssef, Taciana Camargo, foi capa da revista Veja
Por que a Justiça esconde o nome do outro advogado que cobrava taxa de proteção de 50 mil dólares mensais?
"Os delegados federais da Lava Jato são tucanos tão descarados que operam nas redes xingando Lula, o governo Dilma, e dando loas a Aécio Neves. E os delatores são quase todos tucanos. Vide o caso do executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto. O cidadão passou décadas mamando nos governos do PSDB, sabe-se lá com que tretas, aproveitando-se inclusive de ligações familiares, visto que seu primo, Marcos Mendonça, é um tucano de alta plumagem que sempre ocupou altos cargos em governos tucanos. Aí o cara é pego num esquema da Petrobrás, e resolve delatar quem? O PT, é claro", escreve Miguel do Rosário.
E acrescenta: "Outro beneficiado com delação premiada, Alberto Youssef, um tucano das antigas. Fez-se na vida lavando dinheiro e operando sempre para o PSDB. Foi preso e condenado inclusive por isso. Aceitou a delação premiada, jogou a culpa nos outros, foi solto e correu de volta para o mundo do crime. Como é tucano, e tucano pode tudo, o juiz lhe deu outra chance de entrar no jogo da delação. Seu advogado, Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, tinha uma sinecura no governo do Paraná, do PSDB. A Globo e Basto fizeram até tabelinha, para combinar uma narrativa bem legal, contra o PT, naturalmente. E quem Youssef resolve delatar? O PT, óbvio".
Publica o Consultor Jurídico: Dois delatores acusaram o advogado criminalista Antonio Figueiredo Basto - responsável por mais de 20 acordos de colaboração premiada na operação "lava jato" - de ter recebido mensalmente US$ 50 mil, entre 2006 e 2013, como “taxa de proteção” em um esquema comandado pelo doleiro Dario Messer.
Em delação ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, os doleiros Vinícius Claret, conhecido como “Juca Bala”, e Cláudio de Souza, o “Tony”, relataram que entregavam o dinheiro ao advogado curitibano e um colega dele que não teve o nome informado. As informações são do jornal OEstado de S. Paulo.
Eles apontaram ainda que Enrico Vieira Machado, considerado peça-chave no esquema de Messer, começou a exigir o pagamento mensal de US$ 50 mil, entre 2005 e 2006. De acordo com Claret, Enrico prometia que o advogado conseguiria segurança em relação ao Ministério Público e à Polícia Federal.
Na delação, Souza disse que a “cobrança da taxa” motivou uma briga entre Enrico e Dario, que se recusava a pagar pela proteção. Segundo fontes do jornal, a proteção seria relativa a uma futura delação no caso Banestado.
Do jeito que o juiz Sergio Moro diz que não dá para acreditar em delator, no caso Tacla Durán, que denunciou cobrança de proteção na Lava Jato, Figueiredo Basto repete que "contra boato não há o que responder". Ora, ora, os dois fizeram das delações um meio de vida. Um, para condenar sem provas. O outro, para faturar adoidado, pontifica: "Colaborar com a Justiça não é uma deduragem de delegacia, um sujeito apontando o dedo para uma pessoa. Pelo contrário: é um processo formal, um acordo".
Acrescenta Figueiredo Basto: "Ninguém oferece a colaboração como primeira estratégia. Bom, eu nunca fiz isso. Em todas as delações que fiz, eu e meus clientes analisamos profundamente as provas. E tive a serenidade para dizer que o contexto era ruim e a chance de condenação era enorme. O que adianta você continuar batendo no peito dizendo que não faz colaboração? Respeito quem não faz, embora entenda que não há objeção de consciência, é objeção de conveniência. Quem perde depois que o cliente é condenado a anos de prisão? Não é o advogado, é o acusado, que deixou de usar um mecanismo de defesa. O grande problema é que essas colaborações trouxeram verdades desagradáveis".
Pois é, pelo que fala Figueiredo Basto, temos que acreditar nas palavras dos doleiros Vinícius Claret e Cláudio de Souza.
O pedido, encabeçado pelos líderes Paulo Lula Pimenta (PT-RS), Arthur Lira (PP-AL), Baleia Rossi (MDB-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), André Figueiredo (PDT-CE), José Rocha (PR-BA), Orlando Silva (PCdoB-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Weverton Rocha (PDT-MA) e José Lula Guimarães (PT-CE), é assinado também por mais 181 parlamentares. A instalação da CPI só depende do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Queremos fazer uma investigação sobre a chamada indústria da delação”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Lula Pimenta Segundo ele, há hoje um verdadeiro esquema criminoso em torno da Operação Lava Jato, com a criação de um “suspeito mercado de delações”, tanto para reduzir penas como para evitar o comprometimento de suspeitos. Segundo o parlamentar, trata-se de uma articulada estrutura de “venda de proteções, em relações subterrâneas entre juízes, procuradores e advogados”.
Taxa de proteção – O ponto de partida para a CPI são as delações dos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, e Cláudio de Souza, integrantes do esquema comandado por Dario Messer, chamado de “doleiro de todos os doleiros”. Em suas delações, ambos acusam o advogado Antonio Figueiredo Basto, um dos maiores especialistas do País em colaborações premiadas, de cobrar uma “taxa de proteção” de US$ 50 mil mensais (cerca de R$ 185 mil) de outros integrantes do esquema.
O dinheiro, segundo pessoas que acompanham o caso, seria para proteger outros participantes de futuras delações, conforme matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em 2004, Basto intermediou a colaboração do doleiro Alberto Youssef no caso Banestado, esquema criminoso que funcionou durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) que escoou US$ 32 bilhões para o exterior de forma ilegal. Homologada pelo juiz Sérgio Moro, foi a primeira delação premiada do Brasil nos moldes atuais, mas ninguém foi punido e Youssef continuou agindo normalmente como doleiro.
Para Paulo Lula Pimenta, os últimos fatos envolvendo Moro e seu entorno só confirmam as denúncias do advogado Tacla Durán, hoje residente na Espanha. Ele tem farta documentação que coloca em xeque não apenas a totalidade das delações dos executivos da Odebrecht no âmbito da Lava Jato, mas também de todas as denúncias construídas a partir dessas delações e de outros dados coletados com base nos sistemas de informações da empreiteira.
Entre outros fatos, Durán denunciou o chamado “esquema Zucolotto”, em que o advogado Carlos Zucolotto – amigo próximo do juiz Sérgio Moro, ex-sócio de sua esposa, Rosângela Moro, e padrinho de casamento do casal – teria funcionado como intermediador do seu acordo de delação com o Ministério Público. Disse ainda que o amigo da família Moro foi autor de uma proposta de redução de US$ 10 milhões na multa a ser cobrada de Durán, caso ele fizesse um pagamento de US$ 5 milhões “por fora”, além de um abrandamento de pena – de regime fechado para domiciliar.
Antonio Figueiro Basto é conhecido como "rei das delações". Outro rei é Youssef, dos doleiros. Depois da primeira delação premiada, Youssef espalhou que estava morto, com necrológio publicado no jornal O Globo. Reaparece na Lava Jato, com mais de cem empresas, e o tráfico de bilhões em dólares, em euros, para ser novamente premiado com o perdão da justiça da república do Paraná.
Youssef está de ficha limpa, e dinheiro lavado. Vivo. Vivíssimo. Leve e solto.
Responsável por diversos acordos de colaboração premiada na operação Lava Jato, o advogado criminalista Antonio Figueiredo Basto foi apontado por dois delatores – os doleiros Vinícius Claret (o Juca Bala) e Claudio de Souza (conhecido como Tony ou Peter) de ter recebido mensalmente 50 mil dólares, entre 2006 e 2013 como “taxa de proteção” para livrá-los de supostas acusações de outros investigados ao Ministério Público e à Polícia Federal.
Figueiredo Basto atuou na defesa do doleiro Alberto Yousseff, negociou os acordos de Lúcio Bolonha Funaro – tido como principal operador do PMDB – do empreiteiro Ricardo Pessoa, do grupo UTC e de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras.
Em delação ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, Vinícius Claret e Cláudio Souza relataram que entregavam dinheiro ao advogado curitibano e a um cúmplice. O esquema de proteção seria comandado pelo doleiro Dario Messer – intitulado por Alberto Youssef “como doleiro dos doleiros” no Brasil e acusado por coordenar um esquema que movimentou mais de 1,6 bilhão de dólares em 52 países.
Também apontaram que Enrico Vieira Machado começou a exigir o pagamento mensal de 50 mil dólares “a fim de possuir proteção da Polícia Federal e do Ministério Público”. Os valores eram entregues em endereços indicados por Enrico e seriam destinados a Figueiredo Basto e outro advogado que não teve seu nome revelado.
Cláudio Souza, revelou ainda que a “cobrança da taxa” motivou desentendimentos entre Enrico e Dario, que se recusava a pagar pela suposta proteção. Transcrito do Nocaute
Em dezembro de 2013, Enrico endereça carta ao uruguaio Oscar Algorta, do Estúdio Algorta (escritório de advocacia), informando que denunciou Dario as polícias do Brasil, Uruguai, Estados Unidos e Suiça. Carta que foi publicada pelo jornal O Globo, em janeiro de 2014. Ainda dizem que a justiça brasileira vem negociando a delação de Enrico. A delação está virando mesmo uma indústria.
Forum - Acusados de compor um esquema capitaneado pelo chamado “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, dois outros doleiros – Vinícius Claret, conhecido como “Juca Bala”, e Cláudio de Souza – revelaram, em delação premiada ao Ministério Público Federal, que entre 2006 e 2013 foi montado um esquema de corrupção em Curitiba.
Segundo Ricardo Galhardo, do Estado de S.Paulo, ambos garantiram que pagavam uma taxa mensal de proteção, no valor de US$ 50 mil (cerca de R$ 186 mil), ao advogado Antonio Figueiredo Basto e um colega, cujo nome não foi divulgado, para não serem presos. O advogado, por conta da propina, defendia os doleiros no Ministério Público e na Polícia Federal. As informações corroboram depoimentos do advogado Rodrigo Tacla Duran, ex-funcionário da Odebrecht, investigado na Operação Lava Jato, que está na Espanha.
Figueiredo Basto é considerado um dos principais especialistas do Brasil em colaborações premiadas. Na Lava Jato, foi o responsável por negociações e acordos de delação de Lúcio Funaro, Renato Duque, Ricardo Pessoa, entre outros. Em 2004, intermediou o primeiro acordo nesse formato no país no caso do Banestado, em nome do doleiro Alberto Youssef.
A taxa de proteção vinha sendo paga à república do Paraná desde os tempos da operação BanEstado - Banco do Estado do Paraná, que teve Sergio Moro como juiz, Alberto Youssef, "rei dos doleiros", e Dario Messer na lavagem de 260 bilhões de dólares.
Até ser preso em São Luís, em 2014, Youssef era dado por morto.
De Dario Nasser diziam que estava exilado no Paraguai. Mas, em reportagem de Chico Otávio, datada do dia 11 último, publica a revista Época:
Até um mês atrás, Dario Messer era visto com frequência circulando no Leblon, bairro da Zona Sul carioca, a bordo de uma scooter sem placa (A amigos ele não se enrubescia ao dizer que era para evitar multas, já que estacionava com frequência em locais proibidos). Era fácil reconhecê-lo. Messer nunca usava capacete. Quem o viu, geralmente vestido de bermuda, camisa surrada e chinelos, custaria a acreditar que é o mesmo homem que amealhou, em sete anos, uma fortuna de US$ 24 milhões (R$ 81,3 milhões, pela cotação do último dia 7) com a lavagem de dinheiro suspeito. Desde a semana passada, quando a Operação Câmbio, Desligo o apontou como o “doleiro dos doleiros”, Messer desaparaceu das ruas do Leblon e do mundo. Para caçá-lo, o Ministério Público Federal (MPF) está montando, com a ajuda de acordos de cooperação, uma força-tarefa internacional que também seja capaz de desmontar uma lavanderia que operou em 52 países, com cerca de 3 mil offshores, empresas montadas no exterior, no caso como fachada para negócios ilícitos.
Até recentemente a imprensa não publicava fotos de Messer. Salvo uma repetida foto apagada dele junto do pai. A família Messer era proprietária do Banco Dimensão, um banco com o jeitinho brasileiro de ser que desapareceu por encanto, pura magia
A despojada rotina do doleiro chegou ao fim depois das colaborações premiadas de Cláudio Barbosa, o Tony, e Vinícius Claret, o Juca Bala, ex-sócios de Messer, que atribuíram ao piloto de scooter o controle de “uma gigantesca rede de lavagem de dinheiro, essencial para a prática de crimes como corrupção, sonegação tributária e evasão de divisas”, como sustentou o pedido de prisão do MPF. O banco paralelo do doleiro, por onde teria passado US$ 1,6 bilhão, era sediado no Uruguai e operado do Panamá Country Club, condomínio de luxo em Hernandarias, distrito paraguaio na fronteira com Foz do Iguaçu, residência oficial de Messer.
Messer acreditava estar blindado nos vizinhos do Mercosul. Em 2003, transferiu as operações de lavagem para o Uruguai. Dez anos depois, quando era alvo de um inquérito iniciado pela Operação Sexta-feira 13, desencadeada pela Polícia Federal, com foco em crimes contra o sistema financeiro no Rio de Janeiro e em São Paulo, obteve cidadania paraguaia. Oficialmente, morava em Hernanderias, mas atravessava a Ponte da Amizade com frequência, embarcando na ponte aérea de Foz para o Rio. Sua cobertura na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, era palco de rega-bofes reunindo jogadores de futebol, dirigentes de escolas de samba e algumas das beldades que brilham nos desfiles da Marquês de Sapucaí.
Essa blindagem, contudo, começou a apresentar trincas. Em março do ano passado, as autoridades uruguaias, tradicionalmente avessas à cooperação internacional, surpreenderam ao acolher a ordem de prisão contra Barbosa e Claret, sócios de Messer que geriam as operações naquele país. Depois de passar uma temporada atrás das grades, a dupla desistiu de lutar contra a extradição e voltou ao Brasil para denunciar o esquema do “doleiro dos doleiros”. Na semana passada, o Uruguai voltou a demonstrar boa vontade ao prender quatro compatriotas envolvidos com Messer (Francisco Muñoz Melgar, Raúl Zóboli e os irmãos Jorge e Raúl Fernando Davies Cellini).
O obséquio uruguaio não ocorre por acaso. As prisões foram autorizadas no momento em que o país vizinho providencia mudanças na legislação para se livrar da pecha de paraíso fiscal. O governo precisa provar ao Grupo de Ação Financeiras Contra a Lavagem de Dinheiro (Gafi), espécie de xerife do mercado financeiro internacional, que está abandonando a cultura do segredo que acobertava gente como Messer. Caso contrário, corre o risco de voltar à lista dos países lavadores, de onde foi retirado em 2016 sob a condição de mudar.
Como foragido, Messer foi incluído na difusão vermelha da Interpol — espécie de índex dos mais procurados do planeta. Ele não foi achado na mansão paraguaia ou na cobertura do Leblon, onde a Polícia Federal recolheu quilos de papel triturado. Como nem a mulher do doleiro, Rosane, estava em casa, as autoridades acreditam que a Operação Câmbio, Desligo vazou. Uma das suspeitas de rota de fuga seria o Paraguai. A outra seria Israel, terra de origem da família Messer.
O doleiro é visto no Paraguai como amigo pessoal do presidente Horácio Cartes. Em 2013, Messer integrou uma comitiva oficial de Cartes em visita a Israel. Documentos obtidos pelo O Globo mostram que ele era sócio no Paraguai, na Matrix Plus, de um primo de Cartes, Juan Pablo Jimenez Viveros. De acordo com a investigação no Brasil, Messer teria obtido a cidadania paraguaia por meio de despacho do ministro da Suprema Corte do país, Miguel Oscar Bajac. Para isso, teria apresentado um nada-consta brasileiro quando já era alvo de inquérito aberto a partir da Operação Sexta-feira 13.
As autoridades paraguaias, no entanto, afirmam querer colaborar com as brasileiras no caso Messer. Os procuradores da República do país vizinho chegaram a criar um grupo de WhatsApp com os colegas do Brasil para a troca de informações. As relações bilaterais, no âmbito penal, têm crescido. Recentemente, os ministérios públicos federais dos dois países se uniram para investigar os supostos crimes praticados pela Operação Condor, aliança político-militar formada por ditaduras da América do Sul nos anos 1970.
Messer também não deverá encontrar facilidades em Israel. Um recente acordo de cooperação com o Brasil permitiu às autoridades israelenses desbaratarem uma quadrilha internacional que atuava naquele país. Para isso, o Brasil autorizou a transferência, em duas ocasiões, do preso Yoran El Al. Ele havia sido preso em 2011, por crimes relacionados a drogas, crime organizado e lavagem de dinheiro. Sua delação, que valeu ao Brasil um elogio do Ministério da Justiça israelense, permitiu uma ampla operação policial contra a família Abergil, comandada pelo mafioso Itzak Abergil.
Messer não desapareceu sozinho. Dos 46 alvos da Operação Câmbio, Desligo, etapa mais recente da Operação Calicute (versão da Lava Jato no Rio), 11 continuavam foragidos até a conclusão desta edição. As fugas de Rene Loeb, Alberto Lisnovetzky, Carlos Alberto Braga de Castro, Wander Bergmann, Patricia Matalon, Bella Kayreh, Chaaya Moghrabi, Ernesto Matalon, Claudine Spiero, Richard Andrew e Augusto Rangel reforçam as suspeitas de vazamento.
De acordo com Barbosa e Claret, Messer era o cabeça do negócio e ficava com 60% dos lucros obtidos nas operações de lavagem. Eles contaram que, até meados de 2013, o doleiro chegou a ter um banco em Antígua e Barbuda, denominado EVG, para atender a clientela. De 2011 até 2016, segundo eles, Messer teria lucrado US$ 15 milhões. Em 2009, ano em que ele “bombou”, como sustentam os delatores, embolsou de uma só vez US$ 9 milhões. Não há registro dos ganhos em outros anos.
Até julho de 2017, o criminalista Antonio Figueiredo Basto já havia firmado com a república do Paraná mais de 20 acordos de delações premiadas.
Escreve o jornalista Sérgio Rodas, "na lava jato, Basto negociou compromissos como o do doleiro Alberto Youssef — a seu ver, o mais importante da operação — e o do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa".
Incrível, espantoso, em um país de justiça justiça, em um país sério certas denúncias deveriam ser investigadas pelas autoridades competentes: o Conselho Nacional de Justiça e o Congresso Nacional.
Atente: Tacla Durán, em depoimento no Congresso Nacional, denunciou o esquema de venda de delações. Uma denúncia grave, mas que nenhuma autoridade leva a sério, que no Brasil os poderes estão podres.
"A chamada República de Curitiba é quase uma família. Ou 'panela', como teria definido o consultor financeiro Ivan Carratu.
Tacla Durán disse que foi avisado por Carratu de que seria citado na delação de Ricardo Pessoa. Que Carratu havia sugerido contratar um advogado da “panela” de Curitiba e adiantado que, com a assistência de um desses advogados, o acordo de delação premiada seria favorável.
De fato, Tacla Durán foi citado no adendo ao acordo de delação, mas em um depoimento que é estranho não apenas pelo conteúdo, mas pela forma. Quem toma o depoimento, como se fosse um procurador ou delegado da Polícia Federal, é a própria defesa de Ricardo Pessoa. Na verdade, são dois depoimentos — o de Ricardo Pessoa e o do diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana.
Sérgio Rodas no primeiro páragrafo da entrevista destaca a defesa de Antonio Figueiredo Basto: "os ataques à atuação do Ministério Público Federal e do juiz Sergio Moro não passam de 'garantismo de ocasião". Que lindo!
Acrescenta Rodas: Pioneiro da colaboração premiada, Figueiredo Basto virou alvo de críticas de seus pares. Isso porque muitos criminalistas consideravam ou consideram que o mecanismo suprime o direito de defesa do acusado. Mas ele dá de ombros para os ataques.
“Meus colegas viraram a cara, torceram o nariz, mentiram, me difamaram, mas a caravana passou e a cachorrada ficou latindo”, ataca, citando que boa parte dos antigos críticos agora faz delações.
Segundo ele, até mesmo o parecer do jurista português José Joaquim Gomes Canotilho, segundo o qual os acordos de delação são ilegais por prometer redução da pena em patamar não previsto na Lei das Organizações Criminosas, é "perfumaria".
Diz Basto: Colaborar com a Justiça não é uma deduragem de delegacia, um sujeito apontando o dedo para uma pessoa. Pelo contrário: é um processo formal, um acordo. Leia mais
A informação é do jornalista Ricardo Galhardo. "Os doleiros Vinícius Claret, conhecido como ’Juca Bala’, e Cláudio de Souza, acusados de integrar o esquema comandado pelo ’doleiro dos doleiros’ Dario Messer, disseram em delações feitas ao Ministério Público Federal que entre 2006 e 2013 pagaram mensalmente uma ’taxa de proteção’ de US$ 50 mil (cerca de R$ 186 mil ao câmbio atual). O dinheiro, conforme os relatos, era entregue ao advogado curitibano Antonio Figueiredo Basto e um colega dele cujo nome não foi informado. O advogado é considerado um dos maiores especialistas do Brasil em colaborações premiadas", escreve Galhardo. "Na Lava Jato, Figueiredo Basto foi o responsável por negociações e acordos de delação de Lúcio Funaro, Renato Duque, Ricardo Pessoa, entre outros. Em 2004, intermediou o primeiro acordo no modelo atual do País no caso do Banestado, em nome do doleiro e Alberto Youssef – também pivô da Lava Jato –, e homologado pelo juiz Sérgio Moro", diz ainda o jornalista.
DCM comenta: Figueiredo Basto também foi advogado de Tony Garcia, que volta agora ao noticiário com a gravação que implica o ex-governador do Paraná, Beto Richa. Era advogado de Tony Garcia quando este fez o acordo de colaboração com Sergio Moro, há mais de dez anos. E Tony passou a grampear pessoas indicadas pelo juiz, inclusive algumas que tinham foro privilegiado. Essas pessoas também têm histórias a contar sobre Figueiredo Basto, na mesma linha dos doleiros.
Se puxar o fio no novelo, a investigação vai longe a pode manchar a imagem de herói de alguns.
Em Curitiba, sempre se soube que Dario Messer é o cara que pode detonar a panela da qual faz parte Sergio Moro. Apesar de aparecer no caso Banestado, Messer nunca foi molestado pelo líder da Lava Jato. Mas seus concorrentes no mercado clandestino de dólar acabaram presos, inclusive o Toninho da Barcelona.
A dúvida é saber até onde os procuradores do Rio de Janeiro e o juiz Marcelo Bretas querem ir. Matéria-prima tem para derrubar a farsa.
O sorridente Alberto Youssef preso e solto com açúcar e com afeto
Veja que armação do balcão de negócios das delações mais do que premiadas. É a notícia desta semana: "O doleiro Dario Messer, alvo da Operação Lava Jato nesta quinta-feira, construiu um currículo invejável no obscuro mundo do mercado financeiro ilegal. Acusado de ter coordenado um esquema que movimentou mais de 1,6 bilhão de dólares em 52 países, ele foi chamado pelo colega de profissão e delator Alberto Youssef de 'o doleiro dos doleiros' no Brasil. Toninho Barcelona, outro gatuno das transações por baixo dos panos, disse que ele era 'o principal doleiro do Partido dos Trabalhadores”. Este líde, realese da república do Paraná, constitui a base do noticiário da chamada grande imprensa de uma nova campanha de propaganda.
"Os doleiros Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio Barboza, chamado de Tony, movimentaram R$ 1 milhão por dia entre 2010 e 2016, segundo investigações feitas pelo Ministério Público Federal. As revelações feitas pelos dois, que tornaram-se colaboradores da justiça desencadearam a Operação Câmbio, Desligo, que conta com 43 pedidos de prisão preventiva e dois de prisão temporária.
De acordo com a força-tarefa da Lava-Jato, a dupla desenvolveu um sistema para controlar as transações, chamado de Bankdrop. O programa relaciona mais de 3 mil offshores, com contas em 52 países, e transações que somam mais de 1,6 bilhão de dólares. (Esse "sistema", para Sergio Moro, foi desenvolvido por Dario Messer)
Os colaboradores Juca e Tony funcionavam como verdadeira instituição financeira, fazendo a compensação de transações entre vários doleiros do Brasil, servindo como ‘doleiros dos doleiros’, indicando clientes que necessitavam dólares (compradores) e que necessitavam reais”, diz a força-tarefa do MPF". (Para Sergio Moro, Dario Messer funciona como "verdadeira intituição financeira". Confira
Por que este exagero de Messer ofuscar Yousserf? Simples! Para encobrir a denúncia de Tacla Duran de que o Lava Jato de Sergio Moro é um balcão de negócios de delações premiadas.
Veja a fila dos candidatos a delator, todos com mandado de prisão aqui
Veja o linguajar de um jornalista de Curitiba:
"Na condição de doleiro mor no Brasil, Messer servia como fiador de transações realizadas por outros doleiros menores, fazendo com que, ainda que indiretamente, ele tivesse participação em centenas de operações ilegais. Por isso as autoridades brasileiras o consideram uma espécie de 'instituição financeira' própria". Este texto balizou as demais notícias da imprensa: Sergio Youssef passou a ser um doleiro menor, insignificante. Confira aqui
Toninho Barcelona, o apelido de Antônio Oliveira Claramunt.