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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

08
Jan22

Advogados tentarão levar agressores racistas a júri popular por tentativa de homicídio

Talis Andrade

Pisa no pescoço dele e enforca até a polícia chegar': veja o relato de  homem negro espancado na porta de casa - Jornal O GloboRacismo: Jovem agredido por casal no MA acusa homicídio

 

Gabriel da Silva Nascimento sofreu tentativa de asfixia em caso similar ao de George Floyd nos Estados Unidos. Os autores do ataque são o empresário Jhonnatan Silva Barbosa e a dentista Ana Paula Vidal, moradora do mesmo prédio que Gabriel em Açailândia (MA)

 

Redação Mídia Ninja

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Os advogados Marlon Reis (Doutor em Sociologia Jurídica pela UnB) e Djeff Amadeus (Mestre em Direito e Hermenêutica Filosófica pela UNESA-RJ), que acompanham o caso de Gabriel da Silva Nascimento, de 23 anos, jovem negro que foi atacado por um casal branco enquanto estava dentro do próprio carro, em frente ao prédio onde morava em Açailândia (MA), no último dia 18 de dezembro, esperam que os agressores sejam indiciados por tentativa de homicídio e que o caso vá a júri popular. “É fundamental que nós consigamos convencer o judiciário de que houve uma tentativa de homicídio porque foi isso de fato o que aconteceu. Eles não apenas o agrediram, eles tentaram matá-lo. E nós podemos afirmar isso porque eles o sufocaram, eles partiram para o sufocamento, com o pé no pescoço e na traquéia do Gabriel e depois com o joelho”, disse Reis em entrevista à Mídia Ninja. Os autores do ataque são o empresário Jhonnatan Silva Barbosa e a dentista Ana Paula Vidal, moradora do mesmo prédio que Gabriel. Ela se mudou do local após o episódio.

Recepcionista da Caixa Econômica, Gabriel foi acusado pelo casal de estar roubando o próprio carro e em seguida espancado e asfixiado com o pé e joelho por Jhonatan. “O caso se torna emblemático por causa do George Floyd. É  fundamental que a gente possa comparar isso num processo de competência do tribunal de júri popular porque nós vamos trazer o tema da importância da vida de pessoas negras. Foi por isso que eles não imobilizaram o Gabriel, eles tentaram matá-lo. Se eles quisessem imobilizá-lo eles teriam prendido as mãos dele. Eles ajoelharam sobre o pescoço dele. O tribunal do júri é o lugar onde se julgam os crimes contra a vida. E nós queremos mostrar como eles ignoraram a vida negra”, aponta o Dr. Marlon Reis.

 

O racismo estrutural presente no próprio judiciário e nas polícias faz com que crimes de racismo raramente sejam investigados e julgados de forma isenta, mas como o caso foi filmado e amplamente divulgado, Djeff Amadeus, advogado conhecido por defender causas antirracistas, acredita que há boas chances do crime ir a júri popular, servindo como exemplo e possível novo caminho para justiça brasileira ao tratar de casos como o de Gabriel. “Vemos boas chances sim porque há provas , quais sejam: as filmagens! E aqui, aliás, fica uma dica de como as pessoas podem ser antirracistas: gravem as injustiças e não sejam silentes diante delas. O agressor já matou um senhor de idade e, se não fossem as gravações, passaria impune diante de uma tentativa de homicídio”, diz Amadeus.

Na ocasião do assassinato de George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin, os Estados Unidos foram tomados por ondas de protesto que se espalharam pelo mundo. Sobre a diferença nas reações norte-americanas e brasileiras diante de casos similares, Amadeus explica: “Sobre os EUA, em relação à comoção, a comparação com o Brasil exige cautela e análise histórica! Lá sempre houve uma segregação explícita, o que fez da união entre as pessoas negras uma questão de sobrevivência. Aqui, no Brasil, vivemos o mito da democracia racial que gerou, no inconsciente coletivo, a ideia de uma harmonia entre todos. Por incrível que pareça, nos EUA, como a segregação era expressa, isso fez com que eles não tivesse dúvidas sobre o racismo, unindo-se, portanto, algo que não ocorreu aqui, o que faz, por exemplo, existirem pessoas negras que achem nunca terem sofrido racismo e  daí, consequentemente, serem mais pacifistas”, conclui.

 

Um júri popular exibido em redes sociais pode ter um grande impacto no debate público se o crime julgado for tipificado como tentativa de homicídio por motivação racial, mas Marlon Reis e Djeff Amadeus buscam fugir de resvalar em sensacionalismo. “Seria um marco, mas uma coisa importante que o Marlon tem dito e eu queria ressaltar é que não queremos fazer sensacionalismo. O primeiro júri nesse viés seria uma oportunidade histórica para fazermos um debate sério acerca dos efeitos, das consequências e de todos os males oriundos do racismo nesse país”, diz Amadeus.

A Mídia Ninja também conversou com o Gabriel da Silva Nascimento sobre os acontecimentos posteriores à agressão.

 

Mídia Ninja: Você morava no mesmo condomínio dos agressores. Já os tinha visto antes?

Gabriel da Silva: Morava no mesmo condomínio da agressora. Conheço ela sim, foi ela que me mostrou o condomínio quando eu estava procurando apartamentos para alugar, inclusive é de propriedade da mãe dela. Em relação ao Jhonnatan eu nunca tinha visto ele até o dia do ocorrido.

 

Mídia Ninja: Recebeu apoio de outros condôminos e da empresa que trabalha?

Gabriel da Silva: No condomínio recebi apoio por mensagem de aplicativo e pessoalmente, inclusive recebi ajuda para fazer a mudança de saída do condomínio por medo de represália. No banco onde trabalho, toda a equipe se solidarizou com meu caso, sendo discutido no sindicato dos bancários do Maranhão que fez nota de repúdio à indicação ao centro de Defesa da vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran. Da empresa a qual trabalho recebi apoio desde quando souberam do fato!

Gabriel, Djeff Amadeus e Marlon Reis em reunião (Imagem: Djeff Amadeus)

 

Sendo estudiosos da área penal e de como o judiciário é usado para penalizar sobretudo pessoas pobres e pretas, Amadeus frisa que o papel da defesa não é se apegar a um punitivismo cego, mas tentar equilibrar a balança da justiça. “O Doutor Marlon Reis e eu gostaríamos de deixar claro que não apostamos e tampouco acreditamos no sistema penal como solução para nada. Na condição de estudiosos desta temática, sabemos que o sistema penal, como disse Galeano, é uma serpente, que só pica os descalços. Ora, quem são os descalços? Somos nós, pessoas negras. Então, apostar no sistema penal é como apostar num bumerangue, em que ao jogar no outro, ele se voltará contra o nosso povo. O sistema penal é uma teia de aranha, que só prende os pequenos insetos. Em suma: a maior caraterística do sistema penal é a seletividade. Nesse caso, portanto, nosso interesse é pela função simbólica e didática, isto é, pela possibilidade de trazer à tona o debate sobre o tema mais importante a ser enfrentado no Brasil: o racismo estrutural e todas as suas facetas”, completa.

m

03
Out21

“Pacto da cloroquina” explica por que médicos bolsonaristas odeiam colegas cubanos

Talis Andrade

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por Cynara Menezes /Socialista Morena

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Médicos de Cuba fizeram um pacto secreto para promover um medicamento ineficaz contra o coronavírus e assim beneficiar o governo do país, gerando na população a falsa impressão de que a pandemia estava sob controle, às custas das mortes de centenas de milhares de pessoas. Isso te deixou indignado? Agora troque por “médicos do Brasil”, porque foi isso que aconteceu, segundo o depoimento à CPI do Genocídio da advogada Bruna Morato, que representa 12 profissionais da operadora de saúde Prevent Senior.

 

De acordo com Bruna, seus clientes foram constrangidos pela Prevent Senior a utilizarem nos pacientes o “kit Covid”, coquetel de remédios comprovadamente ineficazes para combater a doença, sob orientação do “gabinete paralelo” do governo.

Existia um conjunto de médicos assessorando o governo federal e esse conjunto de médicos estava totalmente alinhado com o ministério da Economia”, contou a advogada. “O que me explicaram foi que existe um interesse do ministério da Economia para que o país não pare. E se nós entrarmos nesse sistema de lockdown teremos um abalo econômico muito grande. Então existia um plano para que as pessoas pudessem sair às ruas sem medo.”

Os médicos envolvidos foram citados nominalmente por Bruna Morato: os bolsonaristas e negacionistas Anthony Wong (que teria morrido de Covid-19, mas a Prevent ocultou), Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto, cada um deles com uma missão específica.

A “estratégia” que eles desenvolveram era “dar esperança para as pessoas irem às ruas, e essa esperança tinha um nome: hidroxicloroquina”, disse a advogada. “A Prevent Senior iria entrar para colaborar com essas pessoas, é como se fosse uma troca, o qual nós chamamos na denúncia de ‘pacto’, porque assim me foi dito. Alguns médicos descreveram como ‘aliança’, outros médicos descreveram como ‘pacto’.”

Randolfe Rodrigues 
ATENÇÃO! Informação importante: a advogada Bruna Morato, que representa os médicos da Prevent Senior, disse à CPI que a empresa fez “pacto” com médicos do gabinete paralelo que estariam alinhados com o Ministério da Economia. 

Bruna disse ainda que os médicos que se negavam a ministrar o “kit Covid” eram repreendidos publicamente, demitidos ou tinham seus plantões reduzidos. E os pacientes foram induzidos a assinar um termo que não era de consentimento quando recebiam os medicamentos, sem serem informados dos estudos desautorizando peremptoriamente o uso da hidroxicloroquina, da ivermectina e de outros remédios do “kit” para tratar a doença.

Traduzindo: por questões ideológicas e econômicas, médicos orientaram outros a utilizarem remédios que não funcionam em pacientes com Covid-19. Uau. Está explicado o ódio dos bolsonaristas pelos médicos cubanos. Elogiados pelo secretário-geral da ONU por seu trabalho humanitário, não há notícia de que os médicos cubanos tenham se curvado a um governo, rasgando o juramento de Hipócrates e deixando de salvar vidas, missão primordial da profissão.

Leonardo Rossatto
@nadanovonofront
A BRUNA MORATO EXPÔS UMA DENÚNCIA DE QUE A PREVENT SENIOR DIMINUIA DELIBERADAMENTE A OXIGENAÇÃO DOS PACIENTES APÓS 14 DIAS DE INTERNAÇÃO NA UTI PARA "LIBERAÇÃO DE LEITOS". ELES TRABALHAVAM COM O PRINCÍPIO DE QUE "ÓBITO TAMBÉM É ALTA". HOMICÍDIO SIMPLES ASSIM.
 
O ódio dos médicos de extrema direita aos colegas cubanos começou em 2013, quando a presidenta Dilma Rousseff lançou o programa Mais Médicos e importou profissionais da ilha para atuar nos lugares onde os brasileiros se recusavam a trabalhar (e depois que eles foram embora continuam a recusar, sobretudo nos distritos indígenas). Uma das cenas emblemáticas do período aconteceu em Fortaleza, na chegada do primeiro grupo de cubanos ao Brasil, quando médicos foram ao aeroporto hostilizar os colegas, com vaias e gritos de “volta pra senzala”.

 

Não por acaso, entre eles estava a médica Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”, secretária de Gestão do Trabalho do ministério da Saúde de Jair Bolsonaro.

Lola Aronovich
@lolaescreva
Conheça a história da pediatra Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina. Na foto de 2013, ela grita "Volta pra senzala" pra médico cubano q chegava ao aeroporto de Fortaleza. Ela foi candidata à dep fed (2014) e senadora pelo PSDB (2018), mas ñ se elegeu. Essa desgraça é do Ceará.
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Antes de assumir o cargo, Bolsonaro ofendeu tanto os médicos cubanos, duvidando inclusive de sua formação, que o governo da ilha decidiu, em novembro de 2018, chamar de volta os 8300 profissionais. O CFM (Conselho Federal de Medicina), bolsonarista de primeira hora e que tem apoiado todas as decisões absurdas do governo em relação à Covid-19, também combateu ferozmente o programa, uma das razões do ódio de classe ao PT que culminou no golpe contra Dilma, ao lado da PEC que garantiu direitos trabalhistas às empregadas domésticas. E sobre o “pacto da cloroquina”, o que dirá o CFM?

Se dedicar a salvar vidas deve mesmo gerar muito ódio em médicos que só pensam em ideologia, grana e poder. Ser um profissional de saúde comprometido com o bem estar e a vida das pessoas deve mesmo gerar muito ódio. Médico fazendo pacto para dar remédio que não funciona a paciente? Sem dúvida os cubanos jamais seriam cúmplices de atitudes criminosas assim.

 

19
Jul21

Registros mostram 400 filhas pensionistas de militares como sócias de empresas milionárias

Talis Andrade

BAILE DA ILHA FISCAL? NÃO! É AGORA!

 

Levantamento mostra filhas de ex-integrantes das Forças Armadas que são sócias em companhias com capital social acima de R$ 1 milhão. Parasitas de luxo. Em 2020, foram destinados R$ 19,3 bilhões para todos os grupos de dependentes de militares

 
 
Sócias de empresas com capital social acima de R$ 1 milhão, 400 mulheres recebem pensões [do governo brasileiro] por serem filhas solteiras – ao menos no papel – de militares no Brasil.
 
No total, a União pagou R$ 3,62 milhões para essas beneficiárias em fevereiro deste ano, último mês com dados disponíveis sobre o pagamento aos pensionistas militares no país.
 

Mantida essa média, em um ano, R$ 43 milhões seriam desembolsados pelo governo apenas para esse grupo [de mulheres, a maioria amancebadas, ou casadas apenas no religioso, e muitas vezes com filhas que também receberão pensões vitalías] . 

Em 2020, foram destinados R$ 19,3 bilhões para todos os grupos de dependentes de militares.

Cada uma das beneficiárias recebeu, em média, R$ 9.052,06 em fevereiro. A maior pensão paga dentro desse grupo pertence a Janette Braga Sampaio de Queiroz. Viúva e filha de militar, ela acumula os benefícios e recebeu R$ 36.198,18 brutos. Janette aparece como sócia na Laq Participações LTDA, empresa baseada no bairro do Leblon, na cidade do Rio de Janeiro, que consta com capital social de R$ 2,8 bilhões.

Além dessa empresa, ela é sócia de outras 11 com capital social menor. Um pedido de contato com Janette foi enviado ao e-mail registrado junto à Laq Participações LTDA, mas até a publicação desta reportagem nenhuma resposta foi dada.

Realizada pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, a análise contou com o cruzamento de duas bases de dados públicas: de pensionistas militares e de sócios de empresas brasileiras.

Publicada no Portal da Transparência no último dia 27, a base de pensionistas no Brasil só foi divulgada após a Fiquem Sabendo, agência de dados especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI), cobrar a publicidade do conteúdo ao Tribunal de Contas da União (TCU). A relação de sócios de empresas brasileiras está disponível no Brasil.Io, iniciativa colaborativa que libera dados públicos.

Autor de livros jurídicos sobre direito previdenciário militar, o professor Maurício Fariña explica que a pensão é um “direito adquirido” e dentro da legalidade. Segundo o docente, a questão de manutenção das pensões, entretanto, pode ser reavaliada: “A natureza que originou esse benefício foi o desejo de proteção a essas filhas. Esse direito é legal, constitucional, porém, diante do cenário atual, nós precisamos avaliar se é moralmente aceito”, analisa.

[Veja aqui os nomes das filhas pensionistas militares sócias em empresas milionárias. Parasitas de luxo de um Brasil com milhões de miseráveis e pobres, os sem teto, os sem terra, os sem nada da vida severina.

Para manter tais privilégios de casta, nada republicanos, as constantes ameaças de golpe militar]

Ilustração: Baile da Ilha Fiscal? Não! É agora. Totonho

03
Mai21

Ministro da Justiça na CPI

Talis Andrade

Reunião-ministerial-Geni.jpg

Reinaldo Azevedo no Twitter

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Reinaldo Azevedo
@reinaldoazevedo
Segue link do meu artigo no UOL demonstrando p q Randolfe acerta ao querer convocar Anderson Torres, o “amigo dos meninos”.
PF ñ é polícia política. 
Análise: Randolfe quer ministro da Justiça na CPI. Faz bem! 
O delegado Anderson Torres, um dos "amigos dos meninos", é ministro da Justiça. 
Pra quem ainda não entendeu: o bolsonarismo/negacionismo é um fenômeno de estupidez suprapartidária. Como foram outros autoritarismos ao longo da história no Brasil e no mundo.
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A Pandemia e o desrespeito à vida
Charges relatam os fatos de 2021. Em fevereiro, retratam as 250 mil mortes  por covid-19, a demissão do presidente da Petrobras e a prisão do deputado  Daniel Silveira. | Panis & Circus
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General Luiz Eduardo Ramos confessa que tomou Coronavac escondido do chefe. Essa gente tem a grande coragem de ameaçar com golpe pessoas desarmadas, mas se acovarda diante de um capitãozinho reformado e indisciplinado. A confissão explica o buraco em q estamos.Charge do Zé Dassilva: vacinando escondido | NSC Total
Guedes está inconformado com essa mania do brasileiro de querer viver: “Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130”. Deu a entender q sistema de saúde está quebrado por isso. Culpou ainda a China pelo vírus e ironizou as vacinas chinesas. Ele tbem tomou a Coronavac. Não tem
jeito. Ele já virou aquele maluco da família que peida na presença de visitas, e todos fazem de conta que não veem, não ouvem e não sentem. Uma declaração evidencia sua sensibilidade social. A outra, sua habilidade política. SÓ ESTÁ COM ELES PORQUE É UM DELES. TALVEZ O PIOR.🌹✊ (@oTTrouboumeupe1) | Twitter
A fala s/ mania q brasileiro tem de não querer morrer lembra a máxima sobre empregadas que iam p/ Disney. Foi pouco antes de a pandemia chegar. E o dólar já estava nos cornos da Lua. Deveria deixar o país em paz e ir especular. É bom nisso. Na 5ª, ultrapassaremos 400 mil mortos.

bolsonarohospicio.jpg

Agora está explicada a motivação do genocida! Não tem nada a ver com o capiroto ou com o demônio; trata-se do dinheiro
mesmo!
Não se engane com Paulo Guedes. Ele não é economista, é negocista!

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O guedes é o macaco do auditório, está lá pra faturar com seus amigos agiotas, o mais perigoso é o sachsida, que tem capacidade de formulação das maldades sobre os mais pobres.
Parece que todo esse negacionismo faz parte mesmo de um projeto de extermínio dos brasileiros, principalmente dos mais pobres, pelo desgoverno bolsonaro.
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23
Abr21

Paris Match retrata desigualdade abismal entre saúde pública e medicina de luxo em SP

Talis Andrade

Cemitério de Vila Formosa, o maior de São Paulo, acelerou abertura de covas diante dos recordes de mortes de Covid-19 no Brasil.Cemitério de Vila Formosa, o maior de São Paulo, acelerou abertura de covas diante dos recordes de mortes de Covid-19 no Brasil. AP - Andre Penner

 

A tragédia da epidemia de Covid-19 no Brasil é apresentada em uma reportagem de oito páginas na edição semanal da revista Paris Match. A chamada de capa "Hospital de ricos e inferno de pobres" prepara os leitores para um mergulho nas desigualdades aberrantes que enfrentam os moradores pobres de São Paulo infectados pelo coronavírus, enquanto a classe A se refugia no atendimento de elite do Hospital Israelita Albert Einstein. 

O hospital, localizado no bairro do Morumbi, abriu as portas para a publicação francesa. "Aqui se salva os ricos", escreve a Paris Match, exibindo em página dupla a imagem de um homem intubado, cercado por 12 médicos e enfermeiros, na UTI de Covid-19 do estabelecimento paulista. "Enquanto a taxa de mortalidade dos intubados no Einstein é de 40%, este percentual sobe para 80% nos hospitais públicos superlotados de São Paulo", informa a reportagem. 

"No Einstein, o paciente é rei e os serviços oferecidos são de um hotel cinco estrelas", nota a Paris Match. Além dos serviços de manobrista, heliponto, vários restaurantes e "escritórios de seguradoras de saúde com ares de agências bancárias", o que deixa a administração da instituição mais orgulhosa é a central de monitoramento que permite controlar os parâmetros vitais de cada paciente em tempo real. Esta excelência tem um custo que pode alcançar € 1.500 a diária, cerca de R$ 10 mil, relata a revista.

Mais adiante, a Paris Match mostra uma foto noturna do Cemitério da Vila Formosa, usado por famílias das classes C, D e E. O horário de funcionamento foi ampliado até 22 horas, para dar conta da demanda de vítimas da Covid-19. Na escuridão, famílias abraçadas acompanham um sepultamento. A publicação explica que os coveiros desse cemitério trabalham em ritmo frenético e chegaram a enterrar 420 cadáveres em uma noite. 

Paris Match lembra que o coronavírus foi introduzido no Brasil pela população mais rica, que pode se oferecer viagens para o exterior e os melhores serviços de saúde. Mas a primeira vítima oficial da doença foi uma empregada doméstica do Rio de Janeiro, contaminada por seu empregador. "Um símbolo devastador", observa a publicação. 

Para um brasileiro, essas observações podem parecer banais, mas para os franceses, que dispõem de uma rede pública hospitalar que dá atendimento gratuito a toda a população, sem distinção de classe social e renda, a medicina de luxo causa perplexidade.

Brasil contradiz ditado popular e impõe preço à vida 

Ouvido pela reportagem, o oncologista Drauzio Varella repete que esse vírus não é nada democrático. "Os ricos têm mais chances de se proteger do que os pobres, e o Brasil pagará nesta pandemia o preço de suas monstruosas desigualdades sociais", constata o médico. Um dado sanitário citado por Varella endossa esta realidade: 35 milhões de habitantes não têm acesso a água potável no Brasil, não tendo condições, portanto, de lavar as mãos para se proteger do vírus. 

A jornalista enviada ao país ressalta que os cientistas brasileiros não têm mais palavras para alertar sobre a gravidade da catástrofe, denominada de "Hiroshima brasileira" e "maior tragédia nacional". 

A revista prossegue sua longa reportagem lembrando a que ponto o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro tornou o Brasil um pária internacional, uma fábrica de variantes temida em todo o mundo. Fala do pavor que tomou conta da classe A de São Paulo quando os leitos de UTI esgotaram no Einstein e foi preciso recusar pacientes até a direção abrir novas vagas.

Por fim, explica que os pacientes que possuem um seguro-saúde no Brasil devem depositar uma caução de R$ 30 mil (€ 4.500) na maioria dos hospitais particulares, antes de serem admitidos na UTI. Contrariamente ao ditado popular que afirma que a vida não tem preço, no Brasil ela tem, e o valor é 27 vezes superior ao salário mínimo, conclui a reportagem. 

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