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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

28
Dez21

MP investiga se delegado acusado de chefiar quadrilha usou indevidamente equipamento de escuta telefônica da Polícia Civil

Talis Andrade

 

 

Delegado Maurício Demétrio é acusado de tentar armar duas operações falsas, uma delas contra Eduardo Paes

por Vera Araújo e Rafael Nascimento de Souza /Metrópoles

 

A investigação e a análise de três dos 12 telefones celulares apreendidos na casa do delegado da Polícia Civil Maurício Demétrio Afonso Alves, preso desde junho, revelaram que o policial levava uma vida de luxo, não compatível com sua renda. Ainda de acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na análise de uma comunicação entre o delegado e o policial civil Adriano Santiago da Rosa, seu braço-direito na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), ficou demonstrado que ele receava interceptações em seus telefones e os de seus policiais. Segundo a denúncia, Demétrio pediu Santiago a lista de telefones de agentes que trabalhavam com ele.

A Justiça concedeu o pedido de prisão preventiva dos dois policiais feito pelo MPRJ. Demétrio já estava detido por força de um mandado anterior. Santiago foi preso na última quarta-feira em casa, em Copacabana, RJ. 

Aos promotores, Santiago contou acreditar que a listagem seria utilizada pelo delegado para saber se algum dos telefones de seus policiais estava sendo interceptado. O braço-direito de Demétrio disse ainda ao Gaeco que era provável que o chefe dele passasse os números para um “contato em operadora de telefonia ou alguém que trabalhasse no Guardião (equipamento que faz escutas telefônicas em grande quantidade)”.

 

Viagens internacionais

O delegado também chegou a pagar a uma agência de detetives particulares americana para investigar a vida de sua amante, em Miami, nos Estados Unidos. Para manter seu estilo de vida, o delegado usava a máquina pública para investigar empresários, comerciantes e autoridades públicas, segundo o MPRJ.

Os promotores descobriram, com a quebra do sigilo telefônico, que o policial fez com toda a família rotineiras viagens internacionais em classe executiva pagas em espécie. Também foram constatados, durante a investigação, hospedagens em hotéis de luxo, aluguel de mansões na Costa Verde do Rio e de carros de luxo no Brasil e no exterior, além de festas promovidas por ele.

Foi numa dessas viagens para fora do país que Demétrio teria contratado três detetives para vigiar e investigar, por oito dias, uma amante na Flórida. No contrato, encontrado num dos celulares do delegado, consta o pagamento de U$ 9.900 (em valores atuais, cerca de R$ 56 mil) para que a amante fosse monitorada 24 horas por dia. O acordo teria sido firmado com a Salazar Investigations em dezembro de 2019. A mulher teria tido a vida investigada entre os dias 3 e 8 daquele mês.

O documento foi assinado por Demétrio e Eduardo “Eddy” Salazar, dono da empresa. No contrato, o detetive declarou que o valor poderia sofrer acréscimos caso os detetives precisassem prosseguir nas buscas.

 

‘Bolinhos de R$ 30 mil’

O que também chamou a atenção dos promotores foi uma viagem do delegado à capital paulista. Em uma conversa encontrada no celular dele, os investigadores descobriram que Demétrio pagou quase R$ 35 mil entre os dias 10 e 14 de dezembro do ano passado para a ida a São Paulo. A troca de mensagens aconteceu entre o policial e um profissional de uma agência de viagens.

Nos aparelhos periciados, os investigadores encontraram ainda fotos de Demétrio no Condomínio Portobello, em Mangaratiba. Uma recepcionista do local, em mensagens, afirmou que o delegado chegou a pagar as despesas à vista “em bolinhos de R$ 30 mil”.

Ao GLOBO, o advogado Raphael Mattos, que representa Demétrio, “acha que pode haver uma perseguição de cunho pessoal” por parte “de um promotor que ele denunciou no Conselho Nacional do Ministério Público — CNMP”. O promotor citado pelo advogado é Celso Quintella Aleixo, de Petrópolis, contra quem o delegado move uma ação judicial:

— Acho que pode haver (uma perseguição) de cunho pessoal, porque as provas são fraquíssimas e não se sustentam. Pode ser que esse Celso o esteja perseguindo.

Em nota, o promotor Celso Quintella Aleixo afirmou que “ao contrário do alegado pelo advogado, as provas dos processos contra o delegado Maurício Demétrio são numerosas e robustas, sendo esse o motivo de estar preso e sendo processado criminalmente”. Ainda de acordo com o comunicado, o promotor diz que “o advogado, na falta de melhores argumentos para defender seu cliente, usa do velho golpe de tentar desacreditar a atuação dos promotores de justiça, levantando, de forma leviana e irresponsável, acusações de perseguição desprovidas de fundamento”.

Série Pistoleiros: Os sucessores do Escritório do Crime e a guerra sem fim do jogo do bicho

Em relação a representação feita por Demétrio ao CNMP, Aleixo disse que ela “foi arquivada à unanimidade pelo Conselho Nacional do Ministério Público, eis que não identificada qualquer falta funcional”. Por fim, o promotor afirmou que “o delegado já era investigado mesmo antes dela ser protocolada”.

 

‘Vagabundo’

Nesta segunda-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), usou as redes sociais para comentar a denúncia contra Demétrio. O delegado é acusado de tentar armar duas operações falsas, uma delas contra Paes, então candidato a prefeito, com a intenção de influenciar no resultado das eleições.

No Instagram, Paes chamou o delegado de “vagabundo travestido de ‘Estado’ e defensor da lei”. O delegado é acusado de criar dossiês com dados sigilosos. Os desdobramentos das investigações sobre a quadrilha chefiada pelo ex-titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), preso em junho, foram exibidos no domingo pelo Fantástico, da TV Globo.

A reportagem mostrou que, em 23 de novembro de 2020, às vésperas do segundo turno, Demétrio, por intermédio do advogado Thalles Wildhagen Camargo, fez chegar ao conhecimento do delegado da Polícia Federal Victor Cesar Carvalho dos Santos a notícia de que, no dia seguinte, um portador entregaria a Paes dinheiro de origem desconhecida. Nas mensagens, Demétrio mandou uma foto do suposto envelope que seria entregue, com notas de R$ 50 e R$ 100. Os promotores descobriram que foi o próprio delegado que tirou a foto de um dos seus 12 celulares. Em depoimento, Santos diz que desistiu da operação ao saber quem era a fonte. Procurado, Paes preferiu nada comentar.

Em junho deste ano, Demétrio foi alvo da operação Carta de Corso, realizada pelo Gaeco. O policial foi acusado de comandar um esquema que exigia propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas. Na ocasião, foram apreendidos na casa do delegado R$ 240 mil em dinheiro, celulares e três carros de luxo blindados. Maurício Demétrio responde pelos crimes de organização criminosa, obstrução de Justiça, concussão — que é a cobrança de propina — lavagem de dinheiro e violação do sigilo funcional.

A Polícia Civil informou que “A Corregedoria da Polícia Civil já demitiu 19 servidores desde o início desta gestão, número superior ao de todas as demissões de 2019 e 2020 somadas. Quanto ao delegado Maurício Demétrio, está afastado de suas funções por ordem judicial, recebendo parte do salário, cumprindo a legislação em vigor”.

Ainda segundo a nota, “Sobre prazos do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o delegado Maurício Demétrio, a Corregedoria esclarece que todos os processos estão sendo observados e cumpridos dentro do rito e prazos legais. Vale destacar que os fatos investigados pelo MP ocorreram antes da gestão atual da Polícia Civil, não cabendo à Instituição se manifestar sobre suposições feitas ‘em off’”.

A Polícia Civil termina informando que “Todas as consultas realizadas por policiais são registradas no sistema da Polícia Civil. Ou seja, exatamente graças a este absoluto controle das consultas é que houve base para a presente investigação”.

03
Out21

"Moro ajudou a colocar o Brasil nas mãos de nazistas", diz Florestan Fernandes Júnior

Talis Andrade

 

"Onde aprenderam a ser nazistas, monstrengos"? Interroga Eugênio Aragão

 

247 – O jornalista Florestan Fernandes Júnior, no programa Bom Dia 247, revelou seu desejo para que o ex-juiz da Lava Jato de Curitiba, Sergio Moro, seja candidato a presidência, e não vice na chapa de algum outro candidato.

“Queria que Moro fosse candidato para ver o embate dele com Lula, porque ele ia derreter. Ele não tem nada na cabeça. Ele é uma mentira que ajudou a colocar o Brasil na situação em que nós estamos, na mão de nazistas. Ele ajudou a colocar o que há de pior. Usou sua profissão de juiz para fazer política”, declarou o jornalista.

“Vem pro debate, Moro. Não vai se esconder atrás de um candidato e ficar nele, escondidinho. Vem pro pau, vem dizer com quem você conversou durante todo esse tempo nos Estados Unidos. Vamos clarear o que você fez, com quem você andou antes da Lava Jato. Vamos saber um pouco da sua história, do seu currículo”, continuou.

 
 
Viomundo
Eugênio Aragão aos ex-colegas da Lava Jato: Onde aprenderam a ser nazistas, monstrengos sem compaixão?

Declarem-se suspeitos em relação ao alvo de seu ódio. Ainda é tempo de porem a mão na consciência, mostrarem sincero remorso e arrependimento, porque aqui se faz e aqui se paga.

por Eugênio Aragão, no GGN

Sim. Ex-colegas, porque, a despeito de a Constituição me conferir a vitaliciedade no cargo de membro do Ministério Público Federal, nada há, hoje, que me identifique com vocês, a não ser uma ilusão passada de que a instituição a que pertenci podia fazer uma diferença transformadora na precária democracia brasileira.

Superada a ilusão diante das péssimas práticas de seus membros, nego-os como colegas.

Já há semanas venho sentindo náuseas ao ler suas mensagens, trocadas pelo aplicativo Telegram e agora reveladas pelo sítio The Intercept Brasil, num serviço de inestimável valor para nossa sociedade deformada pela polarização que vocês provocaram.

Na verdade, já sabia que esse era o tom de suas maquinações, porque já os conheço bem, uns trogloditas que espasmam arrogância e megalomania pela rede interna da casa.

Quando aí estava, tentei discutir com vocês, mostrar erros em que estavam incidindo no discurso pequeno e pretensioso que pululava pelos computadores de serviço.

Fui rejeitado por isso, porque Narciso rejeita tudo que não é espelho.

E me recusava a me espelhar em vocês, fedelhos incorrigíveis.

A mim vocês não convencem com seu pobre refrão de que “não reconhecem a autenticidade de mensagens obtidas por meio criminoso”.

Por muito menos, vocês “reconheceram” diálogo da Presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff com o Ex-Presidente Lula, interceptado e divulgado de forma criminosa.

Seu guru, ministro da justiça de um desqualificado, ainda teve o desplante de dizer que era irrelevante a forma como fora obtido acesso ao diálogo, pois relevaria mais o seu conteúdo. Tomem!

Isso serve que nem uma luva nas mãos ignóbeis de vocês.

Quem faz coisa errada e não se emenda acaba por ser atropelado pelo próprio erro.

Subiu-lhes à cabeça.

Perderam toda capacidade de discernir entre o certo e o errado, entre o público e o privado, tamanha a prepotência que os cega.

Não têm qualquer autocrítica.

Nem diante do desnudamento de sua vilania, são capazes de um gesto de satisfação, de um pedido de desculpas e do reconhecimento do erro.

Covardes, escondem-se na formalidade que negaram àqueles que elegeram para seus inimigos.

Esquecem-se que o celular de serviço não se presta a garantir privacidade ao agente público que o usa

. Celulares de serviço são instrumentos de trabalho, para comunicação no trabalho.

Submete-se, seu uso, aos princípios da administração, entre eles o da publicidade, que demanda transparência nas ações dos agentes públicos.

Conversas de cunho pessoal ali não devem ter lugar e, diante do risco de intrusão, também não devem por eles trafegar mensagens confidenciais.

Se houver quebra de confidencialidade pela invasão do celular, a culpa pelo dano ao serviço é do agente público que agiu com pouco caso para com o interesse da administração e depositou sigilo funcional na rede ou na nuvem virtual.

Pode por isso ser responsabilizado, seja na via da improbidade administrativa, seja na via disciplinar, seja no âmbito penal por dolo eventual na violação do sigilo funcional.

Não há, portanto, que apontarem o dedo para os jornalistas que tornaram público o que público devesse ser.

De qualquer sorte, tenho as mensagens como autênticas, porque o estilo de vocês – ou a falta dele – é inconfundível.

Mesmo um ficcionista genial não conseguiria inventar tamanha empáfia.

Tem que ser membro do MPF concurseiro para chegar a tanto!

Umas menininhas e uns menininhos “remplis de soi-mêmes”, filhinhas e filhinhos de papai que nunca souberam o que é sofrer restrições de ordem material e discriminação no dia a dia.

Sempre tiveram sua bola levantada, a levar o ego junto.

Pessimamente educados por seus pais que não lhes puxaram as orelhas, vocês são uns monstrengos incapazes de qualquer compaixão.

A única forma de solidariedade que conhecem é a de uma horda de malfeitores entre si, um encobrindo um ao outro, condescendentes com os ilícitos que cada um pratica em suas maquinações que ousam chamar de “causa”.

Matilhas de hienas também conhecem a solidariedade no reparto da carniça, mas, como vocês, não têm empatia.

Digo isso com o asco que sinto de vocês hoje. Sinto-me mal. Tenho vontade de vomitar.

Ao ler as mensagens trocadas entre si em momentos dramáticos da vida pessoal do Ex-Presidente Lula, tenho a prova do que sempre suspeitei: de que tem um quê de psicopatas nessa turma de jovens procuradores, uma deformação de caráter decorrente, talvez, do inebriamento pelo sucesso.

Quando passaram no concurso, acharam que levaram o bilhete da sorte, que lhes garantia poder, prestígio e dinheiro, sem qualquer contrapartida em responsabilidade.

Sim, dinheiro! Alguns de vocês venderam  sua atuação pública em palestras privadas, em troca de quarenta moedas de prata.

Mas negaram ao Ex-Presidente Lula o direito de, já sem vínculo com a administração, fazer palestras empresariais.

As palestras de vocês, a passarem o trator sobre a presunção de inocência, são sagradas.

Mas as de Lula, que dão conta de sua visão de Estado como ator político que é, são profanas.

E tudo fizeram na sorrelfa, enganando até o corregedor e o CNMP.

Agora, a cerejinha do bolo.

Chamam Lula de “safado”, fazem troça de seu sofrimento, sugerem que a trágica morte de Dona Mariza foi queima de arquivo… chamam o luto de “mimimi” e negam o caráter humano àquele que tão odienta e doentiamente perseguem!

Só me resta perguntar: onde vocês aprenderam a ser nazistas?

Pois tenho certeza que o desprezo de vocês pelo padecimento alheio não é diferente daqueles que empurravam multidões para as câmaras de gás sem qualquer remorso, escorando-se no “dever para com o povo alemão”.

Ao externarem tamanha crueldade para com o Ex-Presidente Lula, vocês também invocarão o dever para com o Brasil?

Declarem-se suspeitos em relação ao alvo de seu ódio.

Ainda é tempo de porem a mão na consciência, mostrarem sincero remorso e arrependimento, porque aqui se faz e aqui se paga.

A mão à palmatória pode redimi-los, desde que o façam com a humildade que até hoje não souberam cultivar e empreendam seu caminho a Canossa, para pedirem perdão a quem ofenderam.

Do contrário, a história não lhes perdoará, por mais que os órgãos de controle, imbuídos de espírito de corpo, os queiram proteger.

A hora da verdade chegou e, nela, Lula se revela como vítima da mais sórdida ação de perseguição política empreendida pelo judiciário contra um líder popular na história de nosso país.

Mais cedo ou mais tarde ele estará solto e inocentado, já vocês…

Despeço-me aqui com uma dor pungente no coração. Sangro na alma sempre que constato a monstruosidade em que se transformou o Ministério Público Federal.

E vocês são a toxina que acometeu o órgão.

São tudo que não queríamos ser quando lutamos, na Constituinte, pelo fortalecimento institucional.

Esse desvio de vocês é nosso fracasso. Temos que dormir com isso. (Texto publicado em 27 de agosto de 2019)

12
Mar19

Bolsonaro mandou recado ao jornalista Chico Otávio ao atacar sua filha?

Talis Andrade

Antes do raiar do sol desta terça-feira (12), às 5h37, Chico Otávio e Vera Araújo assinaram a reportagem com o furo da prisão do sargento Ronnie Lessa no condomínio de Jair Bolsonaro, efetuada por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público menos de duas horas antes

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Por Renato Rovai e Plínio Teodoro

 

“Ela é filha de Chico Otávio, profissional do O Globo.” A frase de Jair Bolsonaro (PSL) no tuíte do áudio fake contra a jornalista Constança Rezende, d’O Estado de S.Paulo, foi divulgada menos de 48 horas antes da prisão, no condomínio onde o presidente mora, do sargento da PM Ronnie Lessa, sob acusação de disparar os tiros que assassinaram a vereadora Marielle Franco (PSol) e o motorista Anderson Gomes.

 

Lida isolada, a frase parece apenas mais uma bravata lançada pelo presidente para atiçar a matilha bolsonarista nas redes contra um profissional de imprensa. Mas, qual seria o real motivo de Bolsonaro ter citado o jornalista d’O Globo em uma publicação que não dizia nada a seu respeito – exceto o fato de ser pai de Constança?

Leia também: Pai de jornalista que teve áudio vazado denunciou ligação de clã Bolsonaro com milícia no RJ

Chico Otávio é um dos poucos jornalistas que restaram na grande imprensa que dedicam a carreira – e a vida – aos bastidores do poder. Co-autor do livro “Os Porões da Contravenção”, que mostra a ligação da ditadura militar com o jogo do bicho na raiz do crime organizado no Rio de Janeiro, o jornalista, vencedor de 6 prêmios Esso, é um dos maiores conhecedores do submundo das milícias cariocas e da ligação delas com os bastidores do universo político.

Foi o jornalista quem deu furo (publicou primeiro, no jargão jornalístico) da real ligação das milícias com o clã Bolsonaro, revelando o elo do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega e do major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, principais alvos da Operação deflagrada contra a milícia Rio das Pedras, com Flávio Bolsonaro.

 

Na reportagem, o jornalista diz ainda que “os dois são suspeitos de integrar o Escritório do Crime, um grupo de extermínio que estaria envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL)”.

Furo na prisão dos assassinos

Antes do raiar do sol desta terça-feira (12), às 5h37, Chico Otávio e Vera Araújo assinaram a reportagem com o furo da prisão do sargento Ronnie Lessa no condomínio de Jair Bolsonaro, efetuada por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público menos de duas horas antes.

 

Na reportagem, como é de praxe do jornalista, Chico Otávio traz detalhes da denúncia feita pelas promotoras Simone Sibilio e Leticia Emile ao juiz substituto do 4º Tribunal do Júri Guilherme Schilling Pollo Duarte, além da única foto – creditada à Agência O Globo – da prisão do sargento reformado no condomínio onde mora Bolsonaro, na Barra da Tijuca.

Ainda na reportagem, um infográfico, feito pelo departamento de arte do jornal – que, geralmente não trabalha durante a madrugada -, mostra como foi realizada a investigação, além de uma linha do tempo com as “reviravoltas” do caso.

O jornalista também descreve todo o histórico do assassino de Marielle, dizendo que ele tinha “ficha-limpa”, e assina uma matéria, publicada às 6h44, com Mônica Benício, viúva de Marielle, sobre a repercussão da prisão, além de outras reportagens sobre o caso.

Todos os detalhes mostram que Chico Otávio acompanha de perto as apurações sobre a morte de Marielle Franco, “incontestemente” política, como dizem as procuradoras do caso, e claramente relacionada à ligação das milícias com a classe política do Rio de Janeiro que abomina os políticos de esquerda, especialmente os ligados ao PSol.

 
 

Quase um ano depois do assassinato de Marielle, as milícias do Rio continuam mandando recado e fazendo ameaças – que levaram ao exílio Jean Wyllys e, mais recentemente, de Márcia Tiburi. E, como indaga Mônica Benício, é “urgente e necessário” que se revele quem mandou matar a vereadora. Antes que a perseguição a políticos oposicionistas, jornalistas ou contra qualquer pessoa com opiniões divergentes se torne uma política de Estado do governo Bolsonaro. Leia mais na revista Forum 

 

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