Lula chega ao velório do neto cercado pela polícias federal, civil e militar de SP
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou, neste sábado (2), sob custódia da polícia, ao cemitério La Colina, em São Bernardo do Campo, para o velório de seu neto Arthur, que faleceu aos sete anos em decorrência de meningite.
Lula chegou ao cemitério às 11h00 em um comboio de veículos pretos, escoltado por agentes da Polícia Federal, para a cerimônia de despedida do menino.
Lula ficou menos de uma hora e meia no local, por determinação da juíza Carolina Lebbos, e proibido de discursar, e falar com a imprensa. Também proibidas fotografias de Lula junto do caixão do neto. Notadamente de Lula chorando, para evitar, como recomendou o deputado federal e policial Eduardo Bolsonaro: "o larápio em voga posando de coitado".
A mando do governador Doria,
a Polícia Militar improvisou a colocação de grades para manter o povo distante de Lula.
A presença de mais de uma centena de pessoas no local, porém, foi discreta em relação a mobilizações anteriores - a pedido de aliados do próprio petista, que se comprometeu a manter detalhes de seu roteiro sob sigilo. Parecia que havia mais policiais fardados e à paisana do que civis.
Lula saiu do cemitério por volta das 13h - e seria levado de volta para a PF em Curitiba.
Caciques petistas ou próximos do ex-presidente estiveram no velório ou na cremação, como Fernando Haddad, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, além do líder do PSOL Guilherme Boulos.
O garoto Arthur visitou o avô por duas vezes
na sede da PF em 2018.
Familiares e amigos se despediram do menino em um caixão branco aberto. À frente, foram colocados brinquedos, bola de futebol e um par de chuteiras.
Faltava o ipad que os policiais de Sérgio Moro deram sumiço. A sala estava repleta de coroas de flores, enviadas por políticos e sindicatos, notadamente da Europa.
Lula não respondeu às provocações do filho de Jair Bolsonaro, nem de sua líder na Câmara dos Deputados.
Narra a jornalista Joana Oliveira no El País, Espanha:
Por volta das 11h, Lula chegou ao Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo, seu berço político na Grande São Paulo, escoltado pela Polícia Federal. Parentes, amigos e lideranças políticas acompanharam a cerimônia em meio a um esquema de segurança reforçado e com a presença de um grupo pequeno de apoiadores. Arthur era filho de Sandro, herdeiro do líder petista, e de Marlene, e foi cremado por volta do meio dia. O ex-presidente deixou o local por volta das 13h e retornou ao Paraná.
Não houve incidentes em uma jornada com alta carga emocional em que o ex-presidente esteve apenas durante poucos momentos exposto ao público e às câmeras da imprensa. Logo após a entrada do petista no cemitério, seguranças fecharam os portões do local e muitos não conseguiram entrar para acompanhar o velório. “Lula, estamos juntos”, gritavam os apoiadores. Antes do presidente, por volta das 9h30, chegou a ex-presidenta Dilma Rousseff, que foi se reunir com os familiares do ex-presidente em uma sala reservada. "Lula chorou de fato ao se despedir e agradecer a todos. Perante seu neto, ele tomou um compromisso de que vai comprovar a inocência dele e nós esperamos que isso ocorra o quanto antes", contou o ex-senador Suplicy aos jornalistas no final da cerimônia fúnebre.