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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

26
Dez21

Papa: a esperança é mais forte que as dificuldades, pois um Menino nasceu para nós

Talis Andrade

 

Diante das tantas crises, tragédias esquecidas e sofrimentos ao redor do mundo, em sua Mensagem de de Natal Francisco diz que "a esperança é mais forte, porque «um menino nasceu para nós»". Que a seu exemplo, aprendamos a escutar-nos e a dialogar, e a caminhar com Cristo pelas sendas da paz!

“O Verbo fez-Se carne para dialogar conosco. Deus não quer construir um monólogo, mas um diálogo. Pois o próprio Deus, Pai e Filho e Espírito Santo, é diálogo, comunhão eterna e infinita de amor e de vida.”

Diálogo é a palavra a partir da qual o Pontífice desenvolve sua Mensagem de Natal dirigida à cidade e ao mundo, pronunciada da sacada central da Basílica de São Pedro em um 25 de dezembro chuvoso, o que não impediu a presença de milhares de peregrinos e turistas de várias partes do mundo na Praça São Pedro, na observância das novas medidas, mais restritivas, para conter a propagação da Covid-19.  

Depois da Mensagem de Natal o Papa rezou o Angelus, seguido pelo anúncio da concessão da Indulgência Plenária pelo cardeal protodiácono Renato Raffaele Martino, que então passou novamente a palavra ao Santo Padre para a Bênção, extensiva também a todos que acompanhavam pelos meios de comunicação.

O sinal da transmissão estava disponível em seis satélites e a Mensagem com a Bênção Urbi et Orbi foi transmitida em Mundovisão por cerca de 170 redes de televisão. A mídia vaticana também ofereceu serviço de tradução na língua dos sinais (LIS). Já o Vatican News ofereceu transmissões em sete línguas: português, espanhol, italiano, inglês, francês, alemão e árabe.  

 

Diálogo, única solução para conflitos

 

“Quando veio ao mundo, na pessoa do Verbo encarnado, Deus mostrou-nos o caminho do encontro e do diálogo” e “como seria o mundo sem o diálogo paciente de tantas pessoas generosas, que mantiveram unidas famílias e comunidades?”, pergunta o Papa, observando que a pandemia deixou isso muito claro ao afetar as relações sociais, aumentar “a tendência para fechar-se, arranjar-se sozinho, renunciar a sair, a encontrar-se, a fazer as coisas juntos”. E a nível internacional, a complexidade da crise pode “induzir a optar por atalhos”, mas só o diálogo conduz “à solução dos conflitos e a benefícios partilhados e duradouros”.

 

As tragédias esquecidas

 

E ao lançar seu olhar para o panorama internacional, Francisco observou que contemporaneamente ao “anúncio do nascimento do Salvador, fonte da verdadeira paz, “vemos ainda tantos conflitos, crises e contradições. Parecem não ter fim, e já quase não os notamos”.

 

De tal maneira nos habituamos, que há tragédias imensas das quais já nem se fala; corremos o risco de não ouvir o grito de dor e desespero de tantos irmãos e irmãs nossos.”

 

Oriente Médio e Afeganistão

 

E dentre as tragédias esquecidas por todos, o sofrimento das populações da Síria, Iraque, Iêmen, em particular das crianças. Mas também o conflito entre israelenses e palestinos, “com consequências sociais e políticas cada vez mais graves”.

Belém, “lugar onde Jesus viu a luz”, vive tempos difíceis “pelas dificuldades econômicas devidas à pandemia que impede os peregrinos de chegarem à Terra Santa, com consequências negativas na vida da população”. Crise sem precedentes que atinge também o Líbano. Mas no coração da noite, surgiu um sinal de esperança. E neste dia de festa pedimos ao Menino Jesus, “a força de nos abrirmos ao diálogo”, implorando a Ele “que suscite, no coração de todos, anseios de reconciliação e fraternidade.

Menino Jesus, dai paz e concórdia ao Médio Oriente e ao mundo inteiro. Amparai a quantos se encontram empenhados em prestar assistência humanitária às populações forçadas a fugir da sua pátria; confortai o povo afegão que, há mais de quarenta anos, está submetido a dura prova por conflitos que impeliram muitos a deixar o país.”

 

Myanmar e Ucrânia

 

Ao Rei dos Povos, o Papa pede que ajude as autoridades políticas a  pacificar “as sociedades abaladas por tensões e contrastes”, em particular Myanmar, “onde intolerância e violência se abatem, não raro, também sobre a comunidade cristã e os locais de culto, e turbam o rosto pacífico daquela população.” Mas também “luz e amparo” para quem acredita e trabalha em prol do encontro e do diálogo na Ucrânia e não permitir que "metástases dum conflito gangrenado" se espalhem pelo país.

 

África

 

O Santo Padre volta então seu olhar para os países africanos atribulados por conflitos, divisões, desemprego, desigualdades econômicas, pedindo ao Príncipe da Paz pela Etiópia para que descubra o caminho da paz e da reconciliação e para que ouça o clamor “das populações da região do Sahel, que sofrem a violência do terrorismo internacional”, bem como pelas vítimas dos conflitos internos no Sudão e Sudão do Sul.

 

América

 

Para as populações do continente americano Francisco pede que “prevaleçam os valores da solidariedade, reconciliação e convivência pacífica, através do diálogo, do respeito mútuo e do reconhecimento dos direitos e valores culturais de todos os seres humanos.”

 

12
Abr20

Papa na mensagem de Páscoa: deixar-se contagiar pela esperança de Cristo

Talis Andrade

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Tradicionalmente, o Papa não pronuncia a homilia no domingo de Páscoa e transmite a sua mensagem ao conceder a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo), que se abriu com o anúncio que hoje ecoa em todos os cantos da Terra: “Jesus Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente!”

 

por Bianca Fraccalvieri - Vatican News


Um contágio diferente, o contágio da esperança: foi a mensagem do Papa Francisco neste domingo de Páscoa.

O Pontífice presidiu à missa na Basílica Vaticana, na sobriedade que tem caracterizado as celebrações da Semana Santa. No lugar dos fiéis e das flores que enfeitam a Praça São Pedro neste dia, esteve a oração de milhões de pessoas conectadas através dos meios de comunicação. Devido à pandemia, o Santo Padre renunciou ao rito do “Resurrexit” durante a celebração, que recorda o estupor de Pedro ao ver o sepulcro vazio.

Contágio da esperança

Tradicionalmente, o Papa não pronuncia a homilia no domingo de Páscoa e transmite a sua mensagem ao conceder a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo). Do altar da confissão, o texto de Francisco começa com o anúncio que hoje ecoa em todos os cantos da Terra: “Jesus Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente!”.

Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: ‘Cristo, minha esperança, ressuscitou!’. É um ‘contágio’ diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança.”


Não se trata de uma fórmula mágica, explicou, que faz desaparecer os problemas, mas é a vitória do amor sobre a raiz do mal, que transforma o mal em bem: “marca exclusiva do poder de Deus”.

As chagas da humanidade

O Ressuscitado é o Crucificado. No seu corpo glorioso, estão indeléveis as feridas que se tornaram frestas de esperança. O Papa então citou as feridas abertas hoje da humanidade, começando pelo contagiados com o coronavírus, de modo especial os doentes, os que morreram e os familiares.

“Para muitos, é uma Páscoa de solidão, vivida entre lutos e tantos incômodos que a pandemia está causando, desde os sofrimentos físicos até aos problemas econômicos.”

Esta epidemia não nos privou apenas dos afetos, afirmou Francisco, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. “Mas o Senhor não nos deixa sós!”

O Papa mais uma vez agradeceu aos médicos e enfermeiros, e a todos os profissionais que garantem os serviços essenciais necessários à convivência civil. 

Redução de sanções e cancelamento da dívida

O seu pensamento se dirigiu também a quem está preocupado com o futuro e com a falta de emprego, encorajando os políticos a trabalharem em prol do bem comum.

“Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse ainda o Pontífice, pedindo que não faltem os bens de primeira necessidade aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados.

A propósito, pediu a redução das sanções internacionais que impedem a alguns países de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos e inclusive o cancelamento da dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres.

Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas.”

Fim das guerras e conflitos

Olhando para as regiões que neste momento mais sofrem, o Papa falou da Europa, uma das mais afetadas pelo coronavírus. O continente se recuperou depois da II Guerra Mundial graças à solidariedade, e que seja este o sentimento que prevaleça agora, e o não o ressurgimento de antigas rivalidades.

Francisco voltou a pedir a adesão ao apelo a um cessar-fogo global e imediato de todos os conflitos e repetiu a exortação feita na vigília pascal: “Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas.”

O Pontífice mencionou as guerras ainda em andamento na Síria, no Iêmen, no Iraque, bem como no Líbano. Falou também de Israel e da Palestina, da Ucrânia, da crise dos refugiados na Líbia e na fronteira entre a Grécia ("não quero esquecer a ilha de Lesbos") e a Turquia e de países da Ásia e dos ataques terroristas na África, em especial da crise humanitária que a região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, está sofrendo. Na América Latina, citou a Venezuela, exortando a soluções concretas e imediatas.

Antes de conceder a bênção Urbi et Orbi, o Papa Francisco concluiu com mais um convite à coragem, a olhar além, para que a humanidade dissipe as trevas que pairam sobre si:

“Palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo. Mais, queremos bani-las de todos os tempos! Essas palavras prevalecem quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.”

14
Fev20

Lula espera voltar ao Brasil mais disposto para lutar, após encontro com o papa Francisco em Roma

Talis Andrade

Lula recebe bênção do papa Francisco durante encontro no Vaticano.

Lula recebe bênção do papa Francisco durante encontro no Vaticano. Foto Ricardo Stuckert 

 

O papa Francisco recebeu o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em audiência privada na tarde desta quinta-feira (13), no Vaticano. O carro trazendo Lula chegou por volta das 15h40 (11h40 no Brasília) e o encontro durou cerca de uma hora.

Correspondente da RFI em Roma

Após a audiência, Lula fez uma declaração à imprensa na sede da Cgil, o maior sindicato de trabalhadores da Itália. "A razão da minha vinda à Itália foi discutir com o papa Francisco a questão da desigualdade social e da sua luta em defesa de uma boa política ambiental", disse.

Lula também afirmou que um dos pontos mais marcantes do encontro foi quando Bergoglio disse querer "realizar coisas irreversíveis, que fiquem para sempre no seio da sociedade". "Se todo ser humano, ao atingir 84 anos tiver a força, garra e disposição que ele tem, de levantar temas instigantes para o debate, acredito que podemos encontrar soluções mais fáceis", declarou Lula.

O ex-presidente disse ainda que não poderia deixar de visitar os três maiores sindicatos italianos durante a passagem por Roma. "Foi daqui que tirei muitas lições que coloquei em prática no Brasil e onde aprendi que o movimento sindical não é um órgão de colaboração e sim de contestação aos desvios feitos por empresários ou governantes", afirmou.

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"Ato político"

Loris Zanatta, especialista em política sul-americana da Universidade de Bolonha, afirma que o encontro entre o Francisco e Lula "foi um ato político". "O papa é claramente contrário a Bolsonaro e já havia manifestado seu afeto a Lula enviando-lhe uma carta enquanto estava na prisão. O papa não esconde suas preferências políticas e, assim, inevitavelmente, há o risco da Igreja fazer política e a política virar religião", afirmou Zanatta.

Lula chegou a Roma na manhã de quarta-feira (12) em um voo direto de São Paulo. À tarde, reuniu-se com representantes dos movimentos sociais e integrantes do Comitê “Lula Libero”. O ex-presidente manteve ainda uma série de encontros privados com políticos e autoridades italianas no hotel onde ficou hospedado, nas proximidades do Vaticano.

 

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