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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

09
Nov23

Ionesco e a lógica econômica de um país sem noção

Talis Andrade

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Um país irracional, com uma irracionalidade tão entranhada que não consegue ser removida, está eternamente condenado a ser uma nação menor

11
Ago23

Em mensagens obtidas pela PF, assessores citam conversa com Bolsonaro sobre valor de presentes e 'sumiço' de item de 'dona Michelle'

Talis Andrade

 

General pai de Mauro Cid mancha muito mais o Exército envolvido no esquema de venda de joias

 

Por Valdo Cruz, Marcelo Parreira e Mateus Rodrigues, GloboNews e g1 — Brasília

Mensagens de celular obtidas pela Polícia Federal mostram assessores do então presidente Jair Bolsonaro conversando sobre a venda ilegal de presentes oficiais dados por delegações estrangeiras.

Em algumas dessas mensagens, os assessores dão a entender que Jair Bolsonaro chegou a conversar sobre o valor de mercado das peças – e que um dos itens já tinha "sumido com a Dona Michelle", em referência à então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Em uma conversa, o assessor especial de Jair Bolsonaro Marcelo Câmara envia áudio ao ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid, dizendo que já tinha conversado com Bolsonaro sobre o tema.

No áudio enviado em 1º de março deste ano, segundo a PF, Câmara explica a Mauro Cid o motivo de "o ex-presidente Jair Bolsonaro não ter pego as esculturas quando se encontrou com o general Lourena Cid em Miami".

 

Não. Ele [Bolsonaro] não pegou porque não valia nada. Então tem (...) tem aqueles dois maiores: não valem nada. É, é... não é nem banhado, é latão. Então meu pai vai, vai levar pro Brasil na mudança (...)", diz o assessor de Bolsonaro.
 

 

Debate sobre 'legalidade' da venda

 

Áudios obtidos pela PF também mostram Marcelo Câmara e Mauro Barbosa Cid debatendo a legalidade da venda dos itens.

Objetos de alto valor, como esses que vinham sendo negociados, devem ser obrigatoriamente entregues ao acervo da Presidência da República – ou seja, são bens públicos, e não pessoais.

Cid pede que Câmara ligue para Marcelo para tratar do tema. Segundo a PF, trata-se do ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República, Marcelo da Silva Vieira.

"Mas, liga pra ele. Ele tinha me falado, ele me garantiu que poderia, que o presidente poderia fazer o que quisesse porque isso são itens personalíssimos (...)", diz Cid.

 

Eu falei com ele [Bolsonaro] sobre isso, Cid. Aí ele me falou que tem esse entendimento sim. Mas que o pessoal questiona porque ele pode dar, pode fazer o que ele quiser. Mas tem que lançar na comissão, memória, entendeu? (...)", responde Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro.

 

'Sumiço' de item para Michelle

 

Logo após falar dessas possíveis restrições para a venda do kit de presentes oficiais, Marcelo Câmara segue no assunto – e cita que algum presente teria "sumido" com a dona Michelle [Bolsonaro, ex-primeira-dama].

 

O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda a gente certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a Dona Michelle; então pra não ter problema", diz Câmara.

 

 A operação tem ainda como alvo mais dois notáveis indivíduos:

 

  • Tenente Osmar Crivelatti: ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Advogado Frederick Wassef: conhecido por defender Bolsonaro e seus familiares em vários processos judiciais.

 

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços do general Mauro César Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid, e do advogado Frederick Wassef. O objetivo é investigar desvios de joias e outros bens obtidos por Cid em viagens oficiais no governo Bolsonaro, conta Aguirre Talento. Wálter Maierovitch comenta

Leonardo Sakamoto comenta a tentativa de Mauro Cid em vender um relógio da marca Rolex recebido por Bolsonaro presidente em viagem oficial à Arábia Saudita.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, fez publicação sobre compra e venda de joias no mesmo em dia em que a PF mira antigos aliados de Bolsonaro

11
Jan23

Alexandre de Moraes determina prisão de Anderson Torres

Talis Andrade

Por Valdo Cruz, Isabela Camargo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (10) a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Viaturas da Polícia Federal foram vistas em frente à casa de Torres, em Brasília.

Após deixar o Ministério da Justiça, com o fim do governo Jair Bolsonaro, Torres reassumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele era o responsável pela pasta quando alguns bolsonaristas terroristas invadiram os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, neste domingo (8).

 

Quem exonerou Torres foi Ibaneis Rocha, pouco antes de ser afastado do cargo de governador por ordem de Moraes, por 90 dias. O ministro entendeu que houve omissão das autoridades do DF nos atentados.

O pedido de prisão de Torres, acolhido por Moraes, foi feito pela PF. O ex-ministro está de férias em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade onde está Bolsonaro.

"Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", escreveu em rede social.

 

Argumentos da PGR

 

Em ofício enviado à Justiça, a Procuradoria-Geral da República afirmou que, "no mínimo", "houve criminosa omissão do Governador do Distrito Federal, que terá anuído e concorrido, de maneira consciente e voluntária, para os gravíssimos crimes verificados em 8 de janeiro de 2023, em Brasília".

A PGR afirmou também que, junto com Ibaneis, têm responsabilidade sobre os fatos, "em tese", Anderson Torres; o secretário interino de Segurança (já que Torres está nos Estados Unidos), Fernando de Sousa Oliveira; e o comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fabio Augusto.

 
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres — Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres — Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

Nomeação e polêmica

 

Antes de ser ministro do governo Bolsonaro, Anderson Torres foi secretário de Segurança Pública do DF, entre 2019 e 2021. Após deixar o governo federal, ele voltou ao cargo e foi nomeado por Ibaneis Rocha em 2 de janeiro, um dia após a posse.

Segundo apuração da colunista do g1 Andreia Sadi, o pedido para retornar à pasta partiu do próprio Anderson Torres, e causou reações em integrantes do governo Lula (PT) e até de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), já que o ex-ministro era considerado "homem forte" de Bolsonaro, e a escolha ocorreu em meio a uma escalada de tensões.

29
Ago22

1º debate presidencial na TV: colunistas analisam o desempenho dos candidatos

Talis Andrade

Mulheres e Eleitoras

 

 

O primeiro debate das eleições de 2022 realizado no domingo (29) foi marcado por trocas de acusações entre Lula e Jair Bolsonaro , principais alvos dos demais candidatos à presidência da República, e pelo protagonismo das mulheres, avaliaram colunistas do g1 e da Globonews.

O presidente fez 'gol contra' ao atacar a jornalista Vera Magalhães.

O descontrole de Bolsonaro abriu caminho para que Simone Tebet e Soraya Thronicke criticassem as posturas do presidente, que tem rejeição acima de 50% entre o eleitorado feminino, segundo pesquisa do Datafolha.

As candidatas somam menos de 5% das intenções de voto, mas ganharam espaço após os ataques de Bolsonaro.Bolsonaro sobre Vera Magalhães: 'Ela bate em mim o tempo todo' - Politica -  Estado de Minas

 

 
 
A TV Cultura se solidariza com a jornalista Vera Magalhães e repudia a agressão do candidato Jair Bolsonaro durante o debate organizado pelo pool de empresas jornalísticas.
 
O ataque do presidente faz parte de uma longa lista de ataques à liberdade de imprensa, especialmente a jornalistas mulheres.
 
São atitudes inconstitucionais por partirem do chefe de estado, e imorais, porque marcadas pela desproporção absoluta entre seu poder e o de profissionais que agride.
 
A liturgia da função exige que o presidente da República, um funcionário pago com dinheiro público, tenha pelos seus patrões, cidadãos brasileiros, o mesmo respeito que seu cargo merece.

 
 

Andréia Sadi

 

Bolsonaro fez 'gol contra' ao atacar as mulheres mais uma vez, disse a colunista da Globonews Andréia Sadi. A meta do QG bolsonarista era associar Lula aos casos de corrupção – e vinha bem-sucedido – até o presidente "mudar a rota" e perder a compostura com a jornalista Vera Magalhães.

 

"Existe uma máxima nos bastidores do Planalto de que o presidente, muitas vezes, é o seu principal opositor. No fim do dia, Bolsonaro fez mais por Lula do que o próprio candidato no debate."

 

Já Lula perdeu a oportunidade de rebater as acusações de Bolsonaro sobre os casos de corrupção no governo do petista, admitiram bastidores da campanha do ex-presidente.

 

Ana Flor

 

 

Ao atacar mulheres, Bolsonaro acabou prejudicando seus esforços de campanha para diminuir sua rejeição entre o público feminino – hoje acima de 50%, segundo pesquisa Datafolha.

 

"Em 2022, atacar mulheres e ser preconceituoso pode tirar ainda mais votos. Afinal, elas são 52% das eleitoras", explicou a counista Ana Flor

 

 

Julia Duailib

 

Os erros dos candidatos líderes nas pesquisas renderam a Simone Tebet e Soraya Thronicke maior destaque e protagonismo no debate, avaliou Julia Duailib. As candidatas foram elogiadas em grupos monitorados com eleitoras mulheres de baixa renda e de classe média.

 

"Soraya foi elogiada por ter dado a declaração dizendo que Bolsonaro é “tchutchuca” com os homens do Centrão e “Tigrão” com as mulheres. Simone também se saiu bem quando fez uma defesa à democracia, atacou as fake news do presidente e perguntou: “Bolsonaro, por que você tem tanta raiva de mulheres?"

 

 

Gerson Camarotti

 

Em um debate recheado de ataques e foco na corrupção, os candidatos da terceira via acabaram se unindo para quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro, analisou o colunista Gerson Camarotti.

 

 

Em dado momento, Simone Tebet ganhou maior visibilidade entre os candidatos da terceira via ao sair da zona de conforto e tentar se colocar para quebrar essa polarização. Ela não aceitou até mesmo uma tabelinha oferecida por Lula para falar de corrupção na pandemia. Ao falar da CPI da Covid, a candidata cita também a corrupção nos governos petistas.

 

 

Valdo Cruz

 

Assim como Simone Tebet e Soraya Thronicke, o candidato Ciro Gomes seguiu a mesma estratégia para furar a polarização, e não aceitou os acenos de Lula para atrair seu apoio.

O petista elogiou o oponente durante o debate, mas também o criticou pela decisão de ir para Paris no final da campanha de 2018. Ciro manteve os ataques a Lula e Bolsonaro.

"Até agora, porém, o candidato do PDT não tem lançado gestos na direção de apoiar o ex-presidente num eventual segundo turno caso ele não vá para a fase da eleição. Lula, no entanto, tem recebido nos bastidores sinalizações de pedetistas de que o PDT pode apoiá-lo em um segundo turno."

 

Natuza Nery

 

Para Natuza Nery, o ataque de Bolsonaro a uma mulher jornalista pode ter sido o tiro no pé para quem busca o eleitorado feminino. Segundo a colunista, tanto o presidente como seu principal adversário precisam, pelo menos, manter as intenções de voto já conquistadas.

 

 

Em um debate de primeiro turno quem está na frente tem que sair pelo menos mantendo o que tem. As pesquisas dirão se este foi o caso de Lula ou não."

 

"Quem está em segundo lugar precisa ir para um debate para conquistar mais votos do que já tem. E, se isso não for possível, tem que atuar para, pelo menos, não perder votos".

 

 

Helder-Cidadão Democrático😷 on Twitter: "Vera Magalhães foi ofendida e  ninguém fez nada. Um absurdo! E esse Bolsonaro que é cristão e diz que  respeita as mulheres? Fora Bolsonaro! #DebateNaBand  |Bonaro|Lulinha|Janones|Tebet| https://t.co/YyWaQe3Qy0" /

 

26
Jul22

Há legalistas no Alto Comando do Exército?

Talis Andrade

 

por Jeferson Miola

O colunista do grupo Globo Valdo Cruz noticiou que generais do Alto Comando do Exército supostamente “insatisfeitos com o [general] ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, entraram em contato com ministros do STF para informar que não endossam as tentativas de desacreditar as urnas eletrônicas” [20/7].

O jornalista deduz, a partir dessa versão plantada, que “o presidente da República pode acabar ficando isolado em sua estratégia política, restando a ele se apoiar no restrito grupo de apoiadores de primeira hora e nos militares da reserva que levou para dentro do governo”.

Ora, é sabido que o governo Bolsonaro, que é um governo militar dirigido pelas cúpulas militares, está colonizado por milhares de militares que se lambuzam nos mais altos cargos da Administração federal. E militares da ativa, não somente da reserva, como sugere a notícia.

Aliás, recentemente a Corregedoria-Geral da União apontou que foram encontrados “indícios de irregularidades na situação de mais de 2,3 mil militares que ocupam cargos no governo federal” – salários duplex e extra-teto, falta de amparo legal para o exercício de funções de natureza civil etc e etc.

Mas o problema central na matéria do colunista do Globo, no entanto, é a suposição de que existem “generais insatisfeitos”, que supostamente “não endossam as tentativas de desacreditar as urnas eletrônicas”.

Assim como Bolsonaro, há muito tempo generais repetem em público que “sem voto impresso não haverá eleição”. Nesse período todo de ataques à eleição e de ameaças de intervenção militar, não se escutou uma única voz dissonante no interior das cúpulas partidarizadas das Forças Armadas e/ou do Alto Comando do Exército.

Não porque haja disciplina, que de fato não há, como evidenciou a grave indisciplina do general da ativa Eduardo Pazuello – que participou de comício eleitoral e ficou impune –, mas porque há coesão na caserna em torno do plano conspirativo e da escalada fascista-militar.

Experientes pesquisadores e especialistas em assuntos militares não conseguem enxergar, no presente, sinais de rupturas, divergências de fundo ou crises no interior dos estamentos militares. A suposta “insatisfação” militar, portanto, não é demonstrável na vida real de um agrupamento coeso e unificado em torno de um projeto próprio de poder militar.

Assim como o experiente colunista do grupo Globo, jornalistas e analistas de outros veículos de comunicação reproduzem, até mesmo com boa fé, abordagens, mentiras e “narrativas” fabricadas pelos militares.

A imprensa funciona como uma lavoura fecunda, na qual os militares plantam versões diversionistas para distrair a sociedade, promovem operações psicológicas e criam a falsa e irreal ideia de antagonismo entre “militares bons e legalistas” versus “militares maus e golpistas”. Aplicam esta estratégia para conservar a interferência e a tutela deles na política.

General jamais deveria “entrar em contato com ministros do STF” para informar o que quer que seja, quanto menos para dizer que “não endossa” crimes cometidos por colegas ou pelo presidente da República. Não se “discorda” de crime, porque todo crime deve ser denunciado.

Fossem eles verdadeiramente legalistas e profissionais, esses generais do Alto Comando do Exército não ficariam opinando politicamente e falando em off com jornalistas – alguns de estimação – para plantar versões visando os objetivos diversionistas já mencionados.

Se existissem, de verdade, generais profissionais e legalistas no Alto Comando do Exército brasileiro, esses já teriam renunciado diante dos crimes e atentados que Bolsonaro e o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, perpetram contra a democracia, o STF e o TSE.

As cúpulas militares, subordinadas ideologicamente às Forças Armadas estadunidenses, bem que poderiam pelo menos se inspirar na postura profissional, legalista e constitucional de Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos.

No contexto do golpe concebido por Trump para ser executado por sua matilha fascista, o general Milley discutiu com colegas um plano para renunciar aos cargos, “um por um, em vez de cumprir ordens de Trump que consideravam ilegais, perigosas ou imprudentes”, como relatam em livro os repórteres do The Washington Post Carol Leonnig e Philip Rucker.

Bora Pensar: VIOLÊNCIA NO BRASIL ... CHACINA NO RIO

18
Jul22

Bolsonaro cria o Dia da Chacota Diplomática para atacar a democracia brasileira

Talis Andrade

Charge do Zé Dassilva: a urna eletrônica em debate | NSC Total

 

247 - Embaixadores convidados por Jair Bolsonaro (PL) para participarem de uma reunião nesta segunda-feira (18) no Palácio da Alvorada - evento que será usado pelo brasileiro para atacar as urnas eletrônicas - foram alertados por seus países a não embarcarem na tese bolsonarista, informa Valdo Cruz, do g1.

Os diplomatas foram lembrados que seus países já têm definida uma posição de apoio ao processo eleitoral brasileiro. De acordo com representantes de embaixadas em Brasília, os embaixadores participarão da reunião para poderem transmitir a seus governos o que foi dito.

Segundo um diplomata ouvido pelo colunista, Bolsonaro vai acabar “pregando no deserto” e será ouvido apenas por aqueles que têm posições semelhantes à do brasileiro.

Bolsonaro afirmou no domingo (17) que 40 embaixadores confirmaram presença. O Palácio do Planalto teme que países importantes deixem de participar. Os Estados Unidos devem enviar o encarregado de negócios, Douglas Koneff, e o Reino Unido também deve enviar representantes. 

Assessores do chefe do Executivo têm medo de que o evento acaba se tornando uma agenda negativa para Bolsonaro.
 
A convocação dos embaixadores foi considerada pela jornalista Helena Chagas como Dia da Chacota Diplomática.   
 
 

06
Set21

MP abre inquérito para investigar conduta de coronéis da PM em SP

Talis Andrade

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por Léo Arcoverde /GloboNews

O promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, José Carlos Blat, instaurou na tarde desta terça-feira (24) um inquérito civil para investigar a conduta antipatriota, anticonstitucional, antidemocráticas de dois coronéis da Polícia Militar.

Os alvos são os bolsonaristas Aleksander Toaldo Lacerda, ex-chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, e Ricardo Nascimento de Mello Araújo, ex-comandante da Rota, unidade da Polícia Militar de São Paulo, e atual presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns de Entrepostos Gerais de São Paulo (CEAGESP).

Lacerda foi afastado do Comando de Policiamento do Interior-7 nesta segunda-feira (23) por determinação do governador João Doria (PSDB) após o jornal “O Estado de S.Paulo” revelar publicações dele em redes sociais com críticas ao STF, a Doria e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

De acordo com Blat, o objetivo da investigação é apontar se os oficiais violaram o princípio da impessoalidade, previsto na Constituição Federal e que deve ser observado por todos os agentes públicos.

 

Um oficial da Polícia Militar não pode se manifestar acerca de temas estranhos à segurança pública”, explica o promotor.

 

Segundo o promotor de Justiça, incorre em ato de improbidade toda agenda pública que, comprovadamente, violar os princípios constitucionais da administração pública, como a impessoalidade, a legalidade e a moralidade.

 

O inquérito civil instaurado nesta terça-feira é a segunda investigação aberta contra o coronel Larcerda desde o anúncio de seu afastamento e a sua tramitação não terá qualquer relação com o processo disciplinar no âmbito administrativo.

 

Afastamento de comandante

 

 

Doria afasta comandante da PM que incentivou ato pró-Bolsonaro e atacou o STF

Nesta segunda-feira (23), o governador João Doria (PSDB) anunciou o afastamento de Aleksander Lacerda, após reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" revelar que o comandante fez postagens nas redes sociais a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Militar informou que o coronel Aleksander Toaldo Lacerda foi afastado das suas funções à frente do Comando de Policiamento do Interior (CPI) 7, em Sorocaba (SP), e que será convocado a prestar esclarecimentos.

"A Corregedoria da instituição, que é legalista e tem o dever e a missão de defender a Constituição e os valores democráticos do país nela expressos, analisa as manifestações recentes do oficial, que foi convocado ao Comando Geral para prestar esclarecimentos", diz a PM.

O afastamento aconteceu no dia em que governadores, incluindo Doria, se reuniram para debater, entre outros pontos, a defesa da democracia e a escalada da crise entre os poderes.

Na última sexta-feira (20), o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis. A ação que investiga incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia. Em áudio vazado anteriormente, Sérgio Reis defendeu a paralisação de caminhoneiros para pressionar o Senado a afastar STF (ouça aqui).

Em resposta, Bolsonaro apresentou um pedido de impeachment contra Moraes, o que foi rapidamente repudiado pelo STF, que divulgou nota. Em solidariedade a Moraes, dez partidos também emitiram notas reafirmando o compromisso com a manutenção da democracia.

 

Corporação proíbe atos

 

O regulamento da corporação da Polícia Militar proíbe policiais de participarem ou promoverem atos político-partidários.

"Aos militares do Estado da ativa são proibidas manifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, sujeitando-se as manifestações de caráter individual aos preceitos deste Regulamento", diz um trecho do regulamento.

O CPI-7 compreende sete batalhões da Polícia Militar de São Paulo, o que representa cerca de 5 mil policiais em 78 municípios da região de Sorocaba. Ele é formado pelos seguintes Batalhões da Polícia Militar do Interior: 7º BPM/I (Sorocaba), 12º BPM/I (Botucatu), 22º BPM/I (Itapetininga), 40º BPM/I (Votorantim), 50º BPM/I (Itu), 53º BPM/I (Avaré) e 54º BPM/I (Itapeva).

 

Outros ataques no post

 

Coronel da PM de São Paulo, Aleksander Lacerda, foi afastado do CPI-7, em Sorocaba (SP), após incentivar ato pró-Bolsonaro e atacar o STF — Foto: Reprodução/TV TEM

Ainda de acordo com reportagem do "Estado de S. Paulo", Aleksander também criticou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por não dar prosseguimento no pedido de impeachment feito pelo presidentecontra o ministro Alexandre de Moraes.

O governador de São Paulo e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que agora é secretário de Projetos e Ações Estratégicas estadual, também foram atacados por Aleksander.

"Aqui no estado de São Paulo não teremos manifestações de policiais militares na ativa de ordem política. São Paulo tem a melhor Polícia Militar do país, a mais bem treinada, a mais bem equipada. São Paulo tem orgulho da Polícia Militar e do seus policiais e do seus colaboradores. E também do seu comando da Polícia Militar na figura do coronel Alencar", disse em coletiva de imprensa na segunda-feira.

"E nós aqui, conjuntamente, não admitiremos nenhuma postura de indisciplina como foi feita pelo coronel Aleksander, e agora ele está afastado da Polícia Militar a partir desta manhã."

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