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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

07
Mai23

Que crimes Bolsonaro pode ter cometido caso se confirme falsificação do certificado de vacina contra covid

Talis Andrade

 

vida conforme bolsonaro vaccari vacina.jpeg

 

  • por Mariana Schreiber /BBC News Brasil em Brasília

 

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quarta-feira (3/5) uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas do seu entorno. O grupo é suspeito de ter inserido dados falsos de vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, para emissão de certificados que viabilizariam uma viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos.

Foram realizadas buscas na casa do ex-presidente, que teve o celular apreendido. A PF cumpriu também seis mandados de prisão contra outras pessoas, entre elas o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid Barbosa.

A operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A suspeita é que foram forjados os certificados de vacinação de Bolsonaro e da filha dele de 12 anos; de Cid Barbosa, da sua mulher e de três filhas do casal (duas menores de idade); e de mais dois assessores do ex-presidente, Max Guilherme Machado de Moura e Sérgio Rocha Cordeiro.

Segundo comunicado da PF à imprensa sobre a operação, os investigados podem ter cometido quatro crimes: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. A continuidade da apuração deve esclarecer se de fato esses ou outros ilícitos ocorreram e quem seriam os autores.

O relatório da PF a Moraes, por sua vez, atribui especificamente a Bolsonaro os crimes de uso de documento falso e de corrupção de menores e diz que há indícios de que ele tinha conhecimento da alteração fraudulenta dos dados no sistema do Ministério da Saúde.

Já a eventual entrada nos Estados Unidos com um certificado de vacinação falso configuraria crime federal naquele país, com pena de até dez anos de prisão. Quando Bolsonaro ingressou em solo americano no final de 2022, porém, ainda era presidente e tinha imunidade diplomática. Por isso, não era obrigado a apresentar comprovante vacinal.

Questionado por jornalistas ao sair de sua casa em Brasília sobre as suspeitas de adulteração nos cartões de vacina, Bolsonaro disse que "não tem nada disso".

"Havia gente que me pressionava para tomar a vacina e eu não tomei. Não tomei porque li a bula da Pfizer. Não tem nada disso. Se eu tivesse que entrar (nos EUA) e apresentar o cartão vocês estariam sabendo", disse.

Entenda melhor a seguir os possíveis crimes cometidos pelos investigados:

Falsificação de dados

O crime de inserção de dados falsos em sistemas de informação, também chamado de peculato digital, está previsto no artigo 313-A do Código Penal.

Ele estabelece pena de dois a doze anos de prisão e multa para o funcionário que se aproveitar do seu acesso a sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública para inserir dados falsos ou alterar dados corretos buscando vantagens para si ou para outros.

“A pessoa que fornece os dados pode responder como coautora ou partícipe, dependendo de quanto contribuiu para o crime”, nota artigo sobre o tema do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Segundo a investigação da PF, a inserção dos dados falsos foi realizada por meio da Prefeitura do município de Duque de Caxias (RJ).

No caso de Bolsonaro, por exemplo, foram inseridas informações de que o ex-presidente teria sido vacinado naquele município com doses da Pfizer em 13 de agosto e 14 de outubro do ano passado.

No entanto, o relatório da PF diz que não há qualquer comprovação que o presidente tenha estado em Duque de Caxias no dia 13 de agosto, quando cumpriu agenda no município do Rio de Janeiro. Já no dia 14 de outubro, Bolsonaro teve agenda curta em Duque de Caxias, sem registro de que tenha sido vacinado nessa data, apontou a investigação.

Também não há evidências de que a filha de Bolsonaro estivesse naquele município nas datas em que teria sido vacinada (24 de julho e 13 de agosto de 2022), segundo as informações suspeitas registradas no sistema do Ministério da Saúde.

“Além disso, cabe destacar que LAURA BOLSONARO, com 11 anos de idade, residia à época dos fatos, obviamente, com seus pais na cidade de Brasilia/DF, não fazendo qualquer sentido ter que se deslocar até o município de Duque de Caxias para se vacinar”, nota o relatório da PF.

O delegado do caso, Fábio Shor, destaca ainda como evidência de fraude o grande tempo transcorrido entre a suposta vacinação e o registro da aplicação das doses no sistema, realizado por João Carlos Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias.

“Os dados relativos a JAIR BOLSONARO e LAURA BOLSONARO foram inseridos em 21/12/2022 no intervalo entre 18h59min e 23h11min”, nota o relatório, ou seja, cerca de dois a cinco meses após as supostas datas de imunização.

 

Uso de documento falso

 

O crime de uso de documento falso está previsto no artigo 304 do Código Penal. A pena é de dois a seis anos de prisão, quando se trata de um documento público.

Segundo a investigação da PF, certificados de vacinação para Jair Bolsonaro foram emitidos quatro vezes entre dezembro de 2022 e março deste ano.

“O usuário associado ao ex-Presidente JAIR BOLSONARO emitiu o certificado de vacinação contra a Covid-19, por meio do aplicativo ConecteSUS, nos seguintes dias: 22/12/2022 às 08h00min, 27/12/2022, às 14h19min, 30/12/2022, às 12h02min e 14/03/2023 às 08h15min”, diz o relatório da PF.

A Polícia Federal identificou que os acessos partiram de um computador de dentro do Palácio do Planalto e do celular de Mauro Cid. A apuração apontou ainda que era Cid que administrava o acesso de Bolsonaro ao ConecteSUS, já que a conta do presidente estava associada a um e-mail do seu então ajudante de ordens.

Depois, a conta foi passada para o e-mail de outro assessor de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara, que inclusive viajou em três oportunidades a Orlando para acompanhar Bolsonaro.

Como ex-presidente, Bolsonaro tem direito a manter oito assessores pagos pela Presidência da República.

"Os elementos informativos colhidos demonstraram coerência lógica e temporal desde a inserção dos dados falsos no sistema SI-PNI até a geração dos certificados de vacinação contra a Covid-19, indicando que JAIR BOLSONARO, MAURO CESAR CID e, possivelmente, MARCELO COSTA CAMARA tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento", aponta a PF no relatório.

 

Infração de medida sanitária preventiva

 

Segundo o artigo 268, esse crime consiste em “infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”.

Quem comete o crime pode ser condenado a pagar multa e ficar preso de um mês a um ano, sendo que a pena é aumentada em um terço se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

Para um integrante do Ministério Público Federal ouvido pela reportagem, não está claro se Bolsonaro poderia ser enquadrado por esse crime no Brasil, se de fato tiver falsificado o documento, mas usado a falsificação apenas nos Estados Unidos.

As informações divulgadas até o momento também não permitem concluir que o ex-presidente apresentou alguma documentação falsa ao viajar no final do seu mandato para a Flórida, onde viveu por três meses.

Até 12 de maio desde ano, está em vigor a exigência de comprovante de vacinação contra covid-19 para entrada nos Estados Unidos – a falsificação de documento para cumprir essa obrigação pode configurar crime federal naquele país, com pena de até dez anos de prisão.

No entanto, pessoas com passaporte diplomático, como era o caso de Bolsonaro durante seu mandato presidencial, são liberadas de cumprir essa exigência.

Em janeiro, Bolsonaro solicitou um visto de turista para permanecer nos Estados Unidos. A BBC News Brasil questionou a embaixada americana no Brasil se havia exigência de comprovante de vacinação quando foi solicitado o visto, mas ainda não obteve retorno esclarecendo a questão.

 

Associação criminosa

 

O artigo 288 do Código Penal diz que o crime de associação criminosa ocorre quando mais de três pessoas se juntam para cometer crimes. A pena é de um a três anos de prisão.

Segundo o integrante do Ministério Público Federal ouvido pela reportagem, para que fique configurado esse crime, deve estar comprovado que o grupo se articulou para realizar crimes repetidos. Ou seja, não bastaria ser uma prática delituosa pontual.

O comunicado da PF sobre a operação diz que as inserções falsas no sistema do Ministério da Saúde ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Além do coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foram presos pela operação o sargento Luis Marcos dos Reis, que integrava a equipe de Cid; o policial militar Sergio Guilherme e o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que atuavam na segurança presidencial; o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros; e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

 

Corrupção de menores

 

O crime de corrupção de menores está previsto no artigo 244-D do Estatuto da Criança e do Adolescente e consiste em “corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la”. A pena prevista é de um a quatro anos de prisão.

Os investigados são suspeitos de cometer esse crime porque teriam sido falsificados os certificados vacinais da filha mais nova de Bolsonaro e de duas filhas também menores de idade de Mauro Cid.

Ao falar sobre a operação em sua conta no Instagram, a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro reafirmou que sua filha não foi vacinada.

"Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria 'falsificação de cartão de vacina' do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada", escreveu Michelle na rede social.

Histórias relacionadas

21
Out22

Como a covid pode provocar mortes prematuras anos depois da infecção

Talis Andrade

Uma mulher em um hospital com a mão no peito

A doença cardiovascular em decorrência da covid pode se manifestar anos depois e levar à morte

 

 

  • Guillermo López Lluch /The Conversation /BBC News

 

Quem se lembra da demora de Jair Bolsonaro em comprar vacinas contra a covid, por negativismo, por acreditar em imunidade de rebanho, e por ludibriar o povo em geral com o kit cloroquina, o kit me engana que eu gosto?

Muita gente faturou com a pandemia, causou mortes que alimentaram a ganância de coronéis e políticos corruptos exterminadores. Estamos perto das 700 mil mortes, e o povo nas ruas das eleições, manda a tristeza embora na frevança  e dança, no "nóis sofre mas nóis goza", esquecidos dos defuntos e do luto.

O vira-casa que gritou "ele não", "fora genocida",  inclusive aprova a falta de empatia de Bolsonaro, que debochou da fome (33 milhões de brasileiros civis), da peste e da morte, e que agora aposta na guerra civil de um golpe militar.

 

Escreve Guillermo López Lluch:

No hemisfério norte, estamos nos aproximando dos meses de inverno — e sofrer com resfriados e doenças respiratórias ficará mais comum. Na verdade, dados da Oceania indicam que a onda de gripe pode ser especialmente agressiva em 2022-2023.

A isso devemos acrescentar que é mais provável que venha junto com outra onda de covid-19 com as variantes atuais, mais eficientes. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para que medidas sejam tomadas na Europa e que os cuidados primários sejam reforçados. Vamos precisar deles.

Além dos sintomas respiratórios habituais (que podem variar de um resfriado a uma pneumonia fatal), vale ficar atento a outro fato preocupante: o SARS-CoV-2 (causador da covid-19) e outros vírus respiratórios podem desencadear sintomas cardiovasculares.

Na verdade, o conhecimento que temos das sequelas de outras pandemias indica que esses sintomas podem afetar a expectativa de vida, causando mortes prematuras meses a anos depois.

 

Lições de pandemias passadas

 

Após a gripe de 1918, a literatura científica da época descreveu casos raros de nevoeiro mental e fadiga crônica, dois dos sintomas associados à covid-19 hoje. Mas além dos sintomas habituais da gripe, a de 1918 deixou uma sequela muito preocupante com efeitos retardados: uma onda de infartos que abalou o mundo entre 1940 e 1959.

Essa onda foi estranha, aparentemente inexplicável, mas hoje já sabemos que estava associada à pandemia de gripe anterior. O vírus havia deixado uma bomba-relógio em alguns sobreviventes.

Essa onda de doenças cardiovasculares afetou especialmente os homens, assim como a própria pandemia de gripe e agora a de covid-19. Como possível explicação, foi proposto que a resposta imune incomum em homens entre 20 e 40 anos em 1918 poderia ter condicionado os sobreviventes a sofrer maior mortalidade na vida adulta.

Mas, além disso, a exposição pré-natal ao vírus da gripe de 1918 foi associada a uma maior chance de sofrer de doenças cardiovasculares a partir dos 60 anos.

Estudos posteriores mostraram que a infecção pelo vírus da gripe aumenta o desenvolvimento de placas ateroscleróticas e, portanto, a possibilidade de sofrer infartos. Danos ao endotélio vascular aceleram a formação de placas e, portanto, o risco de ataques cardíacos.

 

Infecção por SARS-CoV-2 e doença cardiovascular

 

Após os primeiros meses da pandemia, começaram a ser coletados dados que indicavam um aumento dos danos cardiovasculares após a infecção pelo SARS-CoV-2. As complicações mais frequentes eram insuficiência cardíaca, lesão do miocárdio, arritmias e síndrome coronariana aguda.

Para explicar esses sintomas, duas possibilidades são consideradas e ambas são baseadas em evidências consistentes:

1. Uma resposta imune desequilibrada à infecção viral causa um processo inflamatório que leva a danos vasculares. A inflamação, cujo expoente máximo é a tempestade de citocinas, causaria vasculite, ou inflamação vascular. Assim, em pessoas que já apresentam um princípio de doenças cardiovasculares, essa inflamação aceleraria o processo.

2. O SARS-CoV-2 entra nas células usando a proteína ACE2, bastante presente nas células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos. Essa proteína é essencial para o funcionamento do sistema cardiovascular, regulando a pressão arterial, o controle de eletrólitos, a reparação de vasos e a inflamação.

 

Aumento de abortos em mulheres que sofrem de covid-19

 

Como o SARS-Cov-2 afeta o endotélio, é muito possível que cause danos irreparáveis ​​a tecidos altamente vascularizados, incluindo a placenta.

Isso explica o aumento de abortos em mulheres que tiveram covid-19. Na verdade, os perfis de danos vasculares em gestantes com covid-19 são semelhantes aos encontrados em casos de pré-eclâmpsia, desequilíbrio da pressão arterial que causa danos vasculares e abortos.

Além disso, outros estudos mostraram que em gestações precoces o vírus pode causar danos aos órgãos do feto associados a um processo inflamatório generalizado.

 

Vacinas e miocardite? Não há evidências

 

O efeito da proteína S no endotélio foi relacionado a um possível dano vascular causado ​​pelas vacinas baseadas em mRNA. Nessas vacinas, o mRNA que contêm gera essa proteína nos tecidos para que o sistema imunológico a reconheça e se ative contra ela. Mas esse dano não pôde ser demonstrado.

Embora sejam feitas tentativas de alarmar sobre a miocardite associada à vacina, os dados científicos não respaldam esse medo. Uma publicação recente na revista científica JAMA mostrou que de cerca de 192,5 milhões de vacinados nos EUA, apenas 8,4 por milhão de pessoas apresentaram sintomas de miocardite, das quais apenas 92 necessitaram de tratamentos mais específicos do que os anti-inflamatórios habituais — e nenhuma delas morreu.

Não há motivo para tanto alarmismo. Os sintomas de miocardite relatados alguns dias após a vacinação são leves e provavelmente indicam uma resposta inflamatória um pouco mais agressiva nesses indivíduos, mas não um dano direto da proteína S.

Na verdade, os níveis de proteína S no sangue após a vacinação são muito baixos e seu efeito no endotélio é transitório, desaparecendo em poucos dias.

 

Prevenção de danos vasculares, mais um motivo para se vacinar

 

Com todos os dados acumulados até o momento e os precedentes de pandemias anteriores, podemos concluir que a covid-19, assim como outras infecções respiratórias agudas, pode agravar doenças cardiovasculares e reduzir a expectativa de vida, seja acelerando danos vasculares ou gerando novos danos. Esse dano pode acabar levando à morte até mesmo meses ou anos após a infecção.

Felizmente, a vacinação tem se mostrado eficaz contra esses efeitos e também contra a covid-19. A lógica é simples: se o vírus não consegue chegar ao sangue, não pode afetar o sistema cardiovascular.

Mais um motivo para não deixarmos o coronavírus nos infectar sem estarmos preparados. A vacinação salva vidas, até mesmo anos depois.

*Guillermo López Lluch é professor da área de biologia celular. Pesquisador associado do Centro Andaluz de Biologia do Desenvolvimento. Pesquisador de metabolismo, envelhecimento e sistemas imunológico e antioxidante da Universidade Pablo de Olavide, em Sevilha, na Espanha.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em espanhol).

07
Set22

Jornalista atacada por Bolsonaro em debate é alvo de ofensas no Rio

Talis Andrade

vera magalhães guindaste

 

Vera Magalhães publicou imagem de guindaste que exibia sua foto e frase repetida por presidente: "Vergonha para o jornalismo"

 
 
A jornalista Vera Magalhães, apresentadora do programa Roda Viva, denunciou nesta quarta-feira (7/9) o uso de um banner com uma foto sua em meio aos protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro. Ela tonou-se alvo de ataques após questionar o presidente no debate presidencial da Band sobre vacinação e ser ofendida por ele durante a resposta.
 
Na ocasião, Vera perguntou sobre a diminuição da cobertura vacinal no país. “Vera, não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim, tem uma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como essa, fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, disparou o mandatário.
 
A jornalista questionou quem teria arcado com os custos do guindaste que exibia o banner, com uma foto dela e parte da fala de Bolsonaro. “Por que a virulência? Porque o desgaste para Bolsonaro pelo que ele respondeu, não o que eu perguntei, foi grande”, disse.
Vera Magalhães
@veramagalhaes
Sabem o que isso faz? Volta uma horda violenta e fanatizada contra mim. Coloca minha segurança e minha integridade física em risco. Coloca um alvo na minha cara. Isso sim é vergonhoso. Isso não é democracia. E é dessa maneira que essas pessoas enxergam a mulher e a imprensa
Amanda Klein: Quem é a jornalista cujo marido foi citado por Bolsonaro
 

Nessa terça-feira (6/9), Bolsonaro também se irritou com os questionamentos de outra profissional da imprensa. Ele acusou Amanda Klein, da Jovem Pan, de ser leviana, ao ser questionado sobre a compra de imóveis em dinheiro vivo por ele e seus familiares.

19
Jun22

Manuela e as cotidianas ameaças do fascismo covarde e da misoginia psicopata

Talis Andrade

 

 

 
A arte em forma de luta: Manuela d'Ávila inspira ilustrações - Vermelho
 
Manuela d'Ávila no Twitter
 
Manuela
Parece incompetência, mas é projeto. O mesmo governo que deixou vencer testes de covid-19, agora pode perder 28 milhões de doses de vacinas até agosto. Bolsonaro não se compromete com a vida do nosso povo nem com o dinheiro dos nossos impostos.
Manuela D'Ávila - Mais um desenho lindo 💗 🖌️ coala.jpg | Facebook
Paulo RJ
@hospicio_brasil
O fascismo é covarde e misógino.
Manuela d'Ávila deixa eleição por ataques e racha político. 17.06.2022.
Ex-deputada, ex-candidata a vice-presidenta do Brasil, fala em rotina de ameaças que a fazem cogitar exílio e vê guerra perdida contra fake news. folha.uol.com.br
Mulher culta, inteligente, escritora, jornalista, líder política, defensora dos direitos humanos, valente combatente pela Liberdade, Fraternidade, Igualdade, Democracia, Paz, linda, Manuela causa inveja, ciúme, ódio dos inimigos da claridade!💓 #ManuPrefeita (@manueladavilabr) / Twitter
A desumanidade de Bolsonaro não cansa de impressionar. Mesmo com o país de luto por Bruno e Dom, ele manteve sua motociata em Manaus.
Image
 
Muito importante a entrevista com Sidney Possuelo, ex-presidente da Funai, sobre o desmonte à Fundação e o sentimento de impunidade por quem pratica crimes ambientais neste governo.

Todo apoio aos funcionários da Funai que entraram em greve e cobram por medidas de segurança. Eles também pedem a retratação do presidente da fundação, que acusou Bruno Pereira de descumprir o protocolo.ImageConheça a charge da Folha favorita dos leitores no mês de março -  04/04/2022 - Painel do Leitor - Folha

Bolsonaro nunca se importou com as crianças, tampouco com a educação. Ignorando a inflação e a fome, o governo repassa apenas R$ 0,53 para a alimentação de cada aluno da pré-escola, um descaso com o desenvolvimento das crianças que estão na primeira infância.Bora Pensar: "DIA DE CÃO" ....VIDA DE CÃO!
Para os alunos que estão no ensino fundamental e médio, o valor é ainda menor: R$ 0,36 por estudante! O mesmo governo que faz a farra no cartão corporativo oferece menos de R$ 1 para os alunos brasileiros. Vergonha!

Manuela fala de ameaças, governo Bolsonaro e eleições 2022. Entrevista conduzida por Fabíola Cidral em 01.09.2021

Caetano Veloso entrevista Manuela d"Ávila

 
21
Abr21

Bolsonaro e a paixão pelo golpismo: por que não dá o golpe, então?

Talis Andrade

Blog de Geografia: Charge de J. Bosco: golpe de 1964

 

Por Lenio Luiz Streck

- - -

Em 31 de março de 1964 eu tinha 8 anos. Não sabia do que se tratava.

Todavia, senti o golpe na carne. Aprendi na concretude, quando meu pai foi preso em pleno trabalho na lavoura. Lembro a trilhadeira marca Continente — meu pai colocava a palha manualmente, sempre com o perigo de perder as mãos — cercada por mais de uma dezena de soldados, armados até os dentes, levarem meu pai e o atirarem dentro de um caminhão.

Era um novo método de aprender a história. O método de ver o que resta de famílias atingidas pelo rio da história, que arrasta a tudo. O resto é do capítulo de "histórias privadas".

Despiciendo falar dos males causados pela "noite que durou 21 anos'. E tem gente, como o presidente Bolsonaro, que nega que tenha sido golpe. Elogiam. "Salvaram o Brasil".

Pois é. O Brasil foi tão salvo que precisamos de mais de 30 anos de democracia constitucional para tentar curar as feridas.

E quando as feridas começam a descascar, anunciado apenas algumas marcas, vem de novo o medo. A ameaça. Pasmem: em 2021. Sim, em 2021, no meio de uma pandemia que mata mais do que duas bombas atômicas.

Paradoxalmente, a ameaça é a contrario sensu. "— Não se preocupem: está tudo bem". "— Os militares são legalistas". E o Brasil "respira" aliviado: ufa. A Constituição será cumprida, diz o novo ministro da defesa e o general-vice-presidente.

Como deixei anunciado no título, se eu fosse senador ou deputado federal teria ocupado a tribuna, no dia da crise (30 de março de 2021) para fazer um repto ao Presidente e a quem estivesse embriagado pela saudade da ditadura e o AI-5:

"Por que não dá, logo, o golpe? Assuma que odeia a Constituição. Pare com essa ronha de 'o STF me impede de governar', 'os governadores estão implantando o estado de sítio', 'os governadores tiram a liberdade' etc. etc., etc."

Assuma, Presidente. Faça o golpe.

Mas tenha em conta que terá de fechar no mínimo a metade dos jornais, TVs, rádios, prender metade do Congresso, fechar o STF e aguentar o isolamento mundial. O Brasil não é uma ilha, mesmo que Vossa Excelência se esforce para tal. Rasgar a Constituição tem custos.

Pergunto: Na hipótese de, como seria a chegada do Capitão-Presidente-autor-de-um-autogolpe na Alemanha? O Brasil viraria uma distopia? Um Conto de Aia?

Algum país da União Europeia receberia o mandatário brasileiro? Hungria, talvez. Se hoje já está difícil depois do desastre do combate à pandemia e das patacoadas de Ernesto Araújo, que dirá se o Brasil passar por um regime de exceção.

O Brasil tem de se curar dessa ferida causada pelo golpe — sim, foi golpe e não movimento, General Braga Neto — de 1964.

Vamos admitir que podemos ser adultos politicamente e ter uma democracia. Demo-cracia: a força do povo e não demo-parabellum.

De uma vez por todas. Estamos em meio do maior desastre humanitário da história. O mundo já nos considera um país-pária. Já somos um perigo sanitário. Brasileiros são barrados no mundo todo.

E o Presidente da República, eleito por mais de 57 milhões de votos, está preocupado em aumentar seus poderes e/ou fazer manobras que insinuam golpe-estado-de-exceção, inclusive com o medíocre deputado Major Vitor Hugo querendo dar o drible da vaca com um projeto que permite ao presidente fazer intervenções nas liberdades, inclusive com a convocação de policiais militares estaduais.

O Brasil quer vacinas. Quer paz. Quer comida. O Brasil não quer golpe, Senhor Presidente.

Mas, se quiser fazer um putsch, faça logo. Mas assuma o custo. Vai ter de prender milhões de pessoas. Milhões.

Com certeza, se fizer o "atalho constitucional" (sic), será uma vitória de Pirro. Sim, o neo-pirrismo à brasileira: mais um golpe, mais uma vitória do autoritarismo...

Porém, já nem se poderá dizer, como Pirro, "mais uma vitória dessas e estarei lascado". Por quê? Porque já não haverá nem vencidos e nem vencedores.

Veja-se o paroxismo. Até o deputado bem direitista Kim Kataguiri detectou o ar de golpismo que estava no ar no dia 30. E, cá para nós, neste ponto Kim é insuspeito. Algo como "se até Kim falou isso..."

E da tribuna do Senado ou da Câmara, eu pediria: "— Presidente: ainda dá tempo de Vossa Excelência ajudar na campanha contra a Covid. Imagine, com o seu prestígio, fazendo uma campanha dizendo 'use máscara, faça distanciamento social e deixe de lado essa coisa de tratamento precoce — eu estava enganado'. Já pensou no sucesso?"

Ao terminar, vem-me à mente de novo a cena de meu pai sendo cercado pelos soldados em meio à colheita de arroz daquela minúscula lavoura no interior do interior do mundo.

E me vem à mente o meu dia seguinte. Do bullying de meus coleguinhas na escola... Que me cercavam e diziam: o teu pai foi presoooo...

E eu não sabia o que responder!

Presidente, eu, uma criança, cercado pelos outros moleques, sem saber dizer por que meu pai fora preso.

Não vamos reviver isso, Presidente. Nem em pensamento. Nem em (seu) sonho.

Viva, pois, a demo-cracia! "Demo" significa "povo". E não... bem, Vossa Excelência sabe, não é Presidente?

Charge: Brasil-avestruz não vê clima pra golpe. Por Aroeira

18
Abr21

Esquadrão da morte bolsonarista

Talis Andrade

por Cristina Serra

Nesta semana, o esquadrão da morte bolsonarista conseguiu avanços importantes no Congresso. No Senado, a esperteza de um aliado garantiu a entrada em vigor das normas que facilitarão o acesso a armas e munições. Milícias, hostes militarizadas, criminosos em geral agradecem. 

A Câmara aprovou projeto de lei que implode a fila única da vacinação e rasga o princípio da solidariedade social que orientou a criação do Sistema Único de Saúde. Ao permitir que empresas privadas comprem vacinas, institucionaliza a vacina “censitária”, por critério de renda e não de vulnerabilidade. 

O projeto, que ainda vai ao Senado, atende à mentalidade de capatazia do empresariado brasileiro, que alega a necessidade de vacinar sua mão de obra. Se tem pouca vacina, que morram os velhos, os doentes, os mais fracos. É cruel assim. É bárbaro assim. Pensamento não muito distante da facção empresarial que se reuniu com o marginal da democracia em repasto noturno: bilionários da Forbes, o dinheiro grosso dos bancos, patrões da mídia e a bolorenta Fiesp. 

A essa gente pouca importa que em algumas cidades o número de atestados de óbito já seja maior que o de certidões de nascimento e que possamos chegar ao meio milhão de mortos. Os empresários aplaudiram o genocida. Manifestaram “otimismo” e “tranquilidade” após ouvi-lo.  

A falange religiosa do esquadrão, porém, sofreu derrota importante no STF. Foi inquietante assistir à pregação de André Mendonça, da AGU, a favor dos cultos presenciais em igrejas e templos. Com seus olhos vidrados e pausas teatrais, encarnou o pastor e não o representante de instituição laica. Felizmente, a corte derrubou a pretensão de inspiração teocrática. 

Decisão do ministro Barroso, contudo, acrescentou fator de imponderabilidade para os próximos dias ao determinar que o Senado instale a CPI da Covid. Enquanto isso, como disse um conselheiro da OMS, o Brasil submerge no “inferno furioso” da pandemia. 

Lê Notícias - - Editorial | O Brasil é patético e mentiroso

22
Mar21

PSOL aciona PGR para obrigar governo Bolsonaro a evitar crise de falta de medicamentos para intubação

Talis Andrade

A bancada do PSOL na Câmara acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Defensoria Nacional dos Direitos Humanos (DNDH) para solicitar que esses órgãos imponham medidas para que o governo federal adquira mais medicamentos utilizados para a intubação de pacientes graves de Covid-19 em UTIs.

O estoque de analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares usados para a intubação de pacientes em UTIs pode durar apenas mais 20 dias no Brasil. A informação é do presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Reinaldo Scheibe. A ação pede também investigação do Ministério da Saúde caso seja apurada irregularidade na aquisição desses medicamentos pela pasta.

“Atravessamos o pior momento da pandemia da Covid-19 no Brasil”, lembra o ofício assinado pelos deputados David Miranda, Fernanda Melchionna, Sâmia Bomfim e Vivi Reis. “Além da insuficiência de leitos clínicos e de UTI, de oxigênio medicinal e até mesmo de profissionais em número adequado para atender a demanda, um novo elemento se soma: a iminente falta de medicamentos do chamado ‘kit intubação’ nos hospitais”, continua o documento.

No documento enviado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, os parlamentares afirmam que “diante do colapso que se avizinha, mostra-se premente que a União Federal, por meio do Ministério da Saúde, providencie, em caráter urgente, a aquisição dos insumos necessários ao procedimento de intubação, sob pena de incorrer na improbidade administrativa”.

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Fernanda Melchionna
@fernandapsol
 
ATENÇÃO! Nosso mandato, juntamente com
e
e enviou um ofício à OMS, à CIDH e ao Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos pedindo medidas concretas para frear o avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil.
PSOL diz que Covid-19 no Brasil é ameaça internacional e denuncia Bolsonaro à OMS - 22/03/2021 -...
Deputados ainda apontam desrespeito aos direitos humanos pela gestão federal da epidemia
folha.uol.com.br
 
Queremos que a OMS oriente diretamente o gov brasileiro a deixar de divulgar informações falsas sobre a pandemia, tratamentos e uso de máscaras e que exija ações de comunicação concretas sobre a importância da vacina e dos métodos de prevenção comprovados cientificamente.
 
 
Exigimos também à OMS que o governo estabeleça relações internacionais efetivas para aquisição de vacinas e que seja criado um comitê internacional de acompanhamento da situação no Brasil. Não vamos aceitar que Bolsonaro continue com sua política genocida.

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21
Mar21

A pandemia não matou a doença do golpismo. Por Janio de Freitas

Talis Andrade

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Medidas duras contra governadores só podem ser intervenções. Não terá sido ocasional a presença da expressão estado de sítio antes da ameaça

 

por Janio de Freitas /Folha

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ressurgimento de Lula da Silva, prestigiado até pela atenção da CNN americana, simultâneo a outros fatos de aguda influência, levam Bolsonaro ao estado de maior tensão e descontrole exibido até agora.

Sua conversa com o ministro Luiz Fux e as palavras que a motivaram, centradas em referências dúbias a estado de sítio, tanto expuseram uma situação pessoal de desespero como o componente ameaçador desse desvairado por natureza. O pouco que Bolsonaro disse ao presidente do Supremo em sentido neutralizador conflita com a adversidade que cresce, rápida e envolvente, contra seu projeto.

Embora lerda como poucas, a investigação das tais “rachadinhas” de Flávio, além de outra vez autorizada, afinal vê surgir a do filho Carlos e encontra o nome Jair. O filho mais novo, ainda com os primeiros fios no rosto, inicia-se como investigado por tráfico de influência.

“Com crise econômica, o meu governo acaba” é a ideia que orienta Bolsonaro mesmo nos assuntos da pandemia. Nos quais não deu mais para manter a conduta de alienação e primarismo diante do agravamento brutal da crise pandêmica.

A reação de Bolsonaro foi a tontura do desesperado. Lula pega a bandeira da vacina, então é urgente pôr a vacina no lugar da cloroquina. Põe máscara. Tira máscara. Volta à cloroquina. Culpa os governadores. Mas o empurrado é Pazuello. Escreve carta solícita a Biden e recebe uma resposta de cobrança sobre meio ambiente. Volta à vacina. Falta vacina.

Se 300 mil mortes não importam a Bolsonaro, é esmagador o reconhecimento inevitável de que a vacina de João Doria veio a ser um pequeno salvamento e uma grande humilhação para o governo. E a economia decisiva? Inflação, necessário aumento dos juros, ameaça às exportações, fome, socorro em algum dinheirinho a 45 milhões e contra as contas governamentais.

Bolsonaro corre ao Supremo, com uma ação contra os governadores, pretendendo que sejam proibidos de impor confinamento e reduzir a atividade econômica ao essencial. Não sabe que o regime é federativo e isso o Supremo não teme confirmar.

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“É estado de sítio. Se não conseguir isso [êxito no Supremo], vem medidas mais duras.” Medidas duras contra governadores só podem ser intervenções. Não terá sido ocasional a presença da expressão estado de sítio antes da ameaça. Tudo no telefonema e no que foi dito depois reduz a uma ideia: golpe.

Bolsonaro não se deu conta, no entanto, da variação já captada pelo Datafolha. Sua persistência contra a redução da atividade urbana não atende mais à maioria da sociedade. Sua demagogia perdeu-se nas UTIs. Apenas 30% dos pesquisados, nem um terço, recusam agora o isolamento, em favor da economia. E já 60% entendem que o confinamento é importante para repelir o vírus. O que é também repelir Bolsonaro.

Volta-se ao risco maior: a pandemia não matou a doença do golpismo.

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Tudo em casa

O corporativismo, conhecido nas ruas por cupinchismo, arma um lance espertinho para livrar-se de uma decisão entre duas possíveis: reconhecer que Sergio Moro levou à violação do processo eleitoral de 2018 pelo próprio Judiciário ou carregar, para sempre, o ônus de tribunal conivente com a violação, para salvar o que resta de Moro. Nessa armação, Kassio Nunes Marques faz sua verdadeira estreia no Supremo.

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15
Mar21

EUA pressionaram Brasil a não comprar a vacina russa Sputnik V

Talis Andrade

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Informação está em relatório obtido pelo Brasilwire e revela também pressão contra atuação de médicos cubanos na América Latina

 

 
Enquanto o número de mortos no Brasil com a pandemia Covid-19 se aproxima de 275.000, documentos revelam que Washington pressionou o governo brasileiro a não comprar a vacina "maligna" Sputnik V da Rússia – uma decisão que pode ter custado milhares de vidas.
 

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos publicou recentemente seu Relatório Anual para 2020. “2020 foi um dos anos mais desafiadores da história do nosso país e da história do Departamento de Saúde e Serviços Humanos”, apresenta o ex-secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar. “Há um fim à vista para a pandemia”, ele continua, “com a entrega de vacinas seguras e eficazes por meio da Operação Warp Speed”.

Escondido na página 48, o relatório revela de forma chocante como os EUA pressionaram o Brasil a rejeitar a vacina russa Sputnik V.

Sob o subtítulo “Combatendo influências malignas nas Américas”, o relatório anuncia:

O Departamento usou as relações diplomáticas na região das Américas para mitigar os esforços dos Estados, incluindo Cuba, Venezuela e Rússia, que estão trabalhando para aumentar sua influência na região em detrimento da segurança dos Estados Unidos. O Departamento coordenou com outras agências governamentais dos EUA para fortalecer os laços diplomáticos e oferecer assistência técnica e humanitária para dissuadir os países da região de aceitar ajuda desses estados mal intencionados. Os exemplos incluem o uso do escritório do Adido de Saúde da Departamento para persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa COVID-19 e a oferta de assistência técnica do CDC no lugar do Panamá aceitar uma oferta de médicos cubanos. [enfase adicionada]

Também é surpreendente que os EUA tenham dissuadido o Panamá de aceitar médicos cubanos, que estão na linha de frente global contra a pandemia, trabalhando em mais de 40 países.

Além do Brasil, os Estados Unidos despacharam Adidos de Saúde para a China, Índia, México e África do Sul, provavelmente encarregados de realizar atividades semelhantes.

Os documentos demonstram como Washington vê a saúde global em termos estritos de poder, disposto a sacrificar incontáveis ​​vidas para negar aos Inimigos Oficiais a vitória do soft power.

Resposta catastrófica

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O Brasil sofreu o segundo pior número de taxas de mortalidade por Covid-19 do mundo, com a política Covid-19 de Bolsonaro sendo descrita como "homicida negligente".

Ao longo de 2020, o governo brasileiro se recusou consistentemente a buscar qualquer vacina, exceto a AstraZeneca.

Um grupo de prefeitos brasileiros exortou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a renunciar, escrevendo: “Sua liderança não acreditava na vacinação como saída da crise e não fez o planejamento necessário para a aquisição das vacinas”.

Com o número de mortes aumentando, Bolsonaro eventualmente e tardiamente abriu discussões para a entrega de vacinas contra o Sputnik V.

Documentos secretos publicados pela Brasil Wire também revelaram que o Reino Unido fez lobby no Brasil em nome da AstraZeneca e também das mineradoras britânicas, mostrando que os Estados Unidos não são o único país a alavancar poder em nome de multinacionais farmacêuticas na América Latina.

Este é apenas o último episódio escandaloso na forma como Bolsonaro está lidando com a pandemia.

 

10
Mar21

Villas Boas funcionário do governo Bolsonaro

Talis Andrade

 

Oficiais da ativa e da reserva, empregados do governo Bolsonaro, criticaram a fala do ex-presidente Lula, que em sua coletiva à imprensa nesta quarta-feira, 10, fez críticas ao general Eduardo Villas Bôas, após ser questionado pelo jornalista Rodrigo Vianna do Brasil 247. 

Villas Bôas foi comandante do Exército de 2014 a 2019 e, em abril de 2018, ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que não concedesse um habeas corpus que evitaria a prisão de Lula.AO VIVO - General Villas Bôas tenta mudar a narrativa do golpe, mas comete  um erro: ou é mentiroso, ou insubordinado

Vilas Bôas foi nomeado por Dilma, a quem traiu, conspirando com Michel Temer, partidos da extrema direita, do centrão, bancadas da bala, da bíblia, do boi, liderados por Eduardo Cunha, que presidiu o impeachment na Câmara dos Deputados.

Lula também criticou carta do Clube Militar atacando a decisão do ministro Edson Fachin (STF) de anular as condenações do petista no âmbito da Lava Jato em Curitiba.

O mais luxuoso clube do Brasil, com várias sedes no Rio de Janeiro e principais cidades do Brasil. Um clube exclusivo dos ofíciais. Lá soldados, cabos e sargentos entram para realizar serviços dos escravos no Império.

Recente carta do Clube Militar ataca o STF e defende o deputado miliciano Daniel Silveira. 

O Clube Militar participou da Revolta da Vacina em 1904, e continua negacionista, apoiando Bolsonaro, cujo governo militar recusa reconhecer a importância da vacina para conter o genocídio, a pandemia, a letalidade por Covid - 19, por asfixia, por falta de socorro médico, de cuidados paliativos. 

Na coletiva, Lula tirou sarro da carta do Clube Militar desta terça-feira, 9, mas disse que Villas Boas o preocupou. “Não acho correto que um comandante das Forças Armadas faça o que ele fez”, afirmou o petista, que acrescentou que se fosse presidente exonerava o general do serviço público “na hora”. 

Geberal da reserva Villas Boas e filha são funcionários comissionados do governo Bolsonaro. Mais de 8,5 mil militares de farda ou pijama estão mamando nas tetas do governo. É a maior ocupação militar da história do Brasil. 

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, um almirante disse que “cutucar Villas Bôas reforçou a ojeriza usual que as Forças Armadas nutrem em relação a Lula e ao PT”. Já um coronel teria dito que “haverá dificuldades claras de diálogo caso Lula de fato seja candidato e tenha chances de ganhar”.

“Os militares não distinguem Lula de Dilma Rousseff (PT), a quem nutrem verdadeiro horror por ter patrocinado a Comissão da Verdade, que veem como instrumento revanchista”, relata matéria da Folha.

Historia a Wikipédia: 

Comissão Nacional da Verdade (CNV), abreviadamente Comissão da Verdade, foi um colegiado instituído pelo governo do Brasil para investigar as graves violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. As violações aconteceram no Brasil e no exterior, praticadas por "agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado" brasileiro.

A comissão foi composta de sete membros nomeados pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que foram auxiliados por assessores, consultores e pesquisadores. A Lei 12.528/2011, que a instituiu, foi sancionada em 18 de novembro de 2011, e a comissão foi instalada oficialmente em 16 de maio de 2012. A cerimônia de instalação contou com a participação de todos os ex-Presidentes da República desde o restabelecimento da democracia após a ditadura militar (1964-1985). A CNV concentrou seus esforços no exame e esclarecimento das violações de direitos humanos praticados durante esta última ditadura. Leia mais

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