Urna eletrônica para as eleições de 2022 mantém todas as proteções de segurança
Foto: Teste Público de Segurança (TPS)
O professor Wilson Ruggiero, responsável pelo projeto de parceria entre a Poli e o TSE, comenta o resultado dos testes, que não detectaram falhas ou vulnerabilidades nas urnas
Redação Jornal USP
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O modelo 2020 da Urna Eletrônica foi testado por professores e pesquisadores da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), em um convênio firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a Universidade. O responsável pelo projeto é o professor Wilson Ruggiero, da Poli, que comentou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição que, por meio dos testes, “podemos identificar melhorias que podem contribuir para aprimorar as funcionalidades testadas”.
O modelo mais recente da urna ficou disponível para testagem após terem finalizado o último Teste Público de Segurança, o TPS, em novembro de 2021. No caso dela, a escolha dos pontos a serem verificados pautou-se nos pontos de atenção e naqueles fora da especificação ou com recomendações de melhores práticas de segurança, para manter “o sigilo e a integridade dos votos de um eleitor”.
Ataques relevantes
O professor justifica que o conjunto de testes teve como objetivo expor as urnas à maioria dos ataques relevantes que aconteceram em testes públicos de segurança do TSE passados. Como o modelo de 2015 já vinha sendo testado, os procedimentos considerados mais “relevantes” também foram incorporados na verificação das urnas 2020. Ambos os modelos serão utilizados nas eleições deste ano, a diferença é que a urna anterior já havia passado pelo processo do TPS.
Ruggiero também adiciona que “acolhemos sugestões de testes e parceiros da USP em outras instituições”, para a definição de um conjunto de testes que “pudesse ser considerado de tal forma que tivesse passado não só pelo último TPS, mas com todos os outros anteriores”.

Wilson Vicente Ruggiero
Metodologia da testagem
Houve, então, um levantamento dos históricos das análises sistemáticas e das estratégias que os investigadores utilizaram anteriormente. Um segundo critério utilizado foi o da identificação de estratégias comuns no campo para a avaliação de segurança dos sistemas computacionais.
Em um período de 45 dias, foram aplicados os testes para a verificação de hardware e de software das urnas eletrônicas. Nesse meio tempo, também foi possível ter acesso aos códigos de fontes – a sequência de comandos que são passados para os processadores das urnas- , o que possibilitou “mergulhar mais a fundo nos sistemas eletrônicos de votação”.
O professor comenta os resultados obtidos: “Após a aplicação desse conjunto de testes, não se achou nenhuma vulnerabilidade ou falhas. Foram localizados cinco pontos de atenção e foram identificadas 19 melhorias”. Importante frisar que a questão da vulnerabilidade envolve os problemas que podem afetar a integridade ou anonimato dos votos.
Depois das análises, em termos de segurança, “os códigos de fonte se encontram em um bom estágio de maturidade”, complementa. Também foi constatado que o modelo atualizado possui um processador “um pouco mais veloz que os modelos anteriores”, o que deixa as funções tradicionais do sistema de votação mais ágeis.
“Pode-se concluir que a urna eletrônica modelo 2020 preserva todas as proteções existentes nos modelos anteriores das urnas eletrônicas que são dotadas de hardware de segurança”, conclui Ruggiero.