Peça 2 – o toma-lá-dá-lá
Xadrez da contagem regressiva para a queda de Bolsonaro
por Luis Nassif
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Não se ficou apenas no assassinato da imagem do país. As negociações bilaterais nada ficaram a dever às miçangas com que os conquistadores portugueses conseguiram cativar os silvícolas.
El Refundador aceitou isenção de tributos para importação de trigo e de suínos em troca de nada. Aceitou abrir mão das salvaguardas da Organização Mundial do Comércio (OMC) para nações em desenvolvimento em troca do apoio dos EUA para o ingresso do país na OCDE (a organização que reúne as maiores economias do planeta).
Não há um ganho efetivo sequer nesse ingresso. A OCDE atua no monitoramento das condições econômicas do país-membro, para torna-lo mais apetecível aos investimentos externos. É um monitoramento a mais nas políticas públicas. Tudo o que sugere pode ser feito de forma voluntária pelo país, sem se submeter a nenhum monitoramento. E só aderem países com multinacionais fortes, precisando de espaço para ampliar seu poder, não um país cujas multi foram destruídas por uma ação conjunta da Lava Jato com o Departamento de Justiça dos EUA, com base em uma legislação da OCDE.
Mesmo assim, aceitou-se abrir mão de vantagens objetivas do comércio, das quais nem economias mais potentes, como a China, abrem mão. E tudo porque El Refundador gosta de Coca Cola, hambúrguer e da Disneyworld. Entregou a base de Alcântara aos Estados Unidos, sem impor nenhuma condição de transferência de tecnologia. Tudo de mão beijada, apenas pela honra de aparecer em uma foto com Trump.
O evento comprovou a total incapacidade de El Refundador de defender o interesse nacional.