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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

12
Abr22

Pacheco, e a CPI do Mec?

Talis Andrade

por Cristina Serra

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São abundantes as denúncias feitas pela imprensa sobre o assalto de predadores da educação ao cofre do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). É como praga em plantação. Deixa terra arrasada, mas enche o bolso de pastores trambiqueiros, da escumalha do centrão e de empresários de fachada.

Na esbórnia com o dinheiro público, propina é cobrada em ouro e empurram-se jogos de robótica para escolas que não têm água nem internet, onde as aulas são suspensas por causa do calor e a descarga nos banheiros não funciona. O destino dos robôs será ferrugem e poeira.

Apesar da fartura de indícios criminosos, senadores da oposição têm tido enorme dificuldade para criar a CPI do MEC. Enfrentam a pressão do governo e da bancada evangélica, fortemente mobilizada para proteger os cupinchas do presidente, Gilmar dos Santos e Arilton Moura, e o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, todos pastores.

Outra frente de embaraço à CPI tem origem na letargia do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que repete seu comportamento quando da CPI da Covid. Na época, Pacheco resistiu o quanto pôde, mesmo quando o Brasil chegava, então, a 4.000 mortos por dia. Era como se vinte aviões caíssem todos os dias em solo brasileiro sem nenhum sobrevivente! E Pacheco falava em buscar um “pacto” com o governo.

Agora, diz-se preocupado com o “viés eleitoral” de uma CPI para investigar falcatruas no MEC. Com modos melífluos de causídico de província, Pacheco até consegue dar algum verniz de civilidade à sua atuação no comando do Senado. Não tem os maus bofes de jagunço e a truculência de um Arthur Lira (PP-AL), por exemplo. Nem por isso deixa de ser linha auxiliar de Bolsonaro.

A CPI da Covid só foi criada por determinação do STF. Caso a oposição consiga o número de assinaturas necessárias agora, o enredo se repetirá? Legislativo que não cumpre seu papel se rebaixa, age como cúmplice e colabora com a ruína da democracia.

Image
07
Set21

Bolsonato tem ideia fixa de que será preso

Talis Andrade

bozo moraes por aroeira.jpeg

 

 por Fernando Brito

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Jair Bolsonaro não está denunciado em nenhuma ação penal e nada indica que venha a ser sendo Augusto Aras o Procurador Geral da República e Arthur Lira, o presidente da Câmara, que teria de aprovar a abertura de processo contra ele.

Pelo menos enquanto continuar no Governo tem esta “tranquilidade”. E com as maiorias de que dispõe no parlamento, não teria dificuldade de negociar mecanismos que o deixassem continuar “seguro”.

O mais provável é que o “não vou ser preso” de Bolsonaro se refira a seus filhos trambiqueiros, justamente porque os inquéritos sob a condução de Alexandre de Moraes estão cada vez mais próximos de evidenciar suas ações ilegais.

Só que Bolsonaro levou as coisas a um ponto que obteve uma quase unanimidade contra si no Supremo Tribunal, exceto por um constrangido Nunes Marques, ministro terrivelmente bolsonarista.

“Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha”, “Não cumpro mais decisões deste ministro” e “pega o seu boné e vai embora” são frases que ele só poderia dizer do alto da torreta de um tanque e ele não está numa.

É óbvio que o Supremo Tribunal Federal vai reagir, institucional e judicialmente. Não terá melhor sorte no Senado e mesmo na Câmara, com o dócil Arthur Lira, abriu uma linha de confronto, voltando à questão do voto contado manualmente.

O mesmo ocorrerá na Câmara e muito mais no Senado. Coisa alguma passa, nem título de cidadão honorário.

Jair Bolsonaro não consegue sustentar suas bravatas, como esta da convocação do Conselho da República, para a decretação de um possível Estado de Defesa, já trocada por uma reunião ministerial, certamente com uma vocabulário pior do que aquela da saída de Moro, que a Justiça tornou pública.

O presidente, à frente de um não-governo, não tem mais o que fazer, senão danos ao país, ocupando o Palácio do Planalto. E, portanto, desistiu de qualquer diálogo ou articulação política.

Seu único objetivo, agora, é preservar a impunidade e a sua própria.

Mas até nisso a coisa ficou-lhe mais difícil. O impeachment, que já parecia enterrado, levanta de novo a sua mão e agora com pressões de outros poderes, o que não havia.

E por infrações as mais graves, como as são a de atentar contra a autonomia dos poderes republicanos.

Bolsonaro tem talento como demagogo, mas demagogia não é inteligência, é apenas esperteza.

E gente muito esperta é burra.Image

 

07
Ago21

Os “facilitadores” no governo Bolsonaro

Talis Andrade

 

vacina cpi.jpeg

 

por Cristina Serra

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A maior concentração de vigaristas por metro quadrado da Esplanada gravitou (gravita?) em volta do ministério da Saúde no momento em que mais precisávamos de gente séria e especializada para salvar as nossas vidas e as de nossos parentes e amigos. 

Os holofotes da CPI da Covid no Senado jogaram luz sobre novos personagens, mostrando como se conectam as engrenagens de um submundo de crimes e trambiques em torno das grandes compras e aquisições do governo Bolsonaro. Constata-se que havia um ministério subterrâneo, operado por “facilitadores”, autodefinição de Airton Soligo, assessor do então ministro Eduardo Pazuello. 

Soligo – que tem o sugestivo apelido de Cascavel – atuou durante dois meses sem nomeação oficial, sem agenda pública, sem assinatura de atos. Uma atuação clandestina e muito conveniente para quem não quer deixar rastro nem prestar contas a ninguém, a não ser ao chefe.

Outro “facilitador” é o reverendo Amilton Gomes de Paula, que abria portas com impressionante facilidade e rapidez para negociar vacinas de vento. O repórter Lúcio de Castro, da agência de jornalismo SportLight, mostrou que Amilton tem conexões com uma complexa rede de entidades fantasmas. 

Uma delas, aberta na Flórida, nos EUA, registrou como diretores Bolsonaro, seu vice, Hamilton Mourão, o ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva e um certo tenente coronel capelão Roberto Cohen. Tem todo jeito de ser picaretagem. A presidência deve explicações, mas até agora não se manifestou.

O enredo de terror tem ainda mais um militar, o coronel Marcelo Blanco, que deixou o ministério, criou uma empresa de representação na área médica e também facilitou um atalho para o notório cabo Dominguetti. Tais personagens ajudam a explicar como chegamos a ter quatro mil brasileiros mortos por dia de Covid. Hoje, ainda choramos mil mortes diárias. É como se quatro aviões caíssem todos os dias. Sem nenhum sobrevivente. 

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