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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

20
Mar23

Radicada em Portugal, cantora brasileira Anna Setton lança seu terceiro álbum

Talis Andrade
 
 
 
Anna Setton lança o primeiro álbum após cantar por 14 anos na noite  paulistana | Blog do Mauro Ferreira | G1

“O futuro é mais bonito” é o título do terceiro álbum da artista, lançado no mês passado, em Portugal. Em abril, a cantora e compositora se apresenta em outras capitais europeias.

Capa do novo álbum da cantora e compositora Anna Setton.
Capa do novo álbum da cantora e compositora Anna Setton. © Divulgação
 
 

por Fábia Belémcorrespondente da RFI em Lisboa

Residindo em Portugal desde novembro de 2021, Anna Setton tem quase 20 anos de carreira e três discos gravados. Ela conversou com a RFI sobre seu trabalho mais recente, lançado em fevereiro.

“É um álbum no qual eu resolvi usar um discurso positivo, um discurso leve, um discurso amoroso para chegar às pessoas, para trazer essa energia positiva para as pessoas, esperando, acreditando nesse futuro melhor”, conta.

O novo disco também trata de sua mudança a Portugal e, segundo Anna, "da vontade de falar de futuro". O objetivo era apostar em um trabalho diferente, “onde eu me arriscasse, onde eu experimentasse coisas que eu ainda não tinha experimentado, [que] trouxesse uma modernidade diferente para essa música brasileira clássica que eu gosto e me inspiro”.

A meta da cantora se traduz num trabalho pop contemporâneo e que oferece um caldeirão de ritmos brasileiros. “Tem samba, tem xote, tem um 'roquinho', tem um samba-canção que virou um bolero, tem música com uma clave afro. E é uma música brasileira que se pretende contemporânea”, diz.

A cantora e compositora Anna Setton
A cantora e compositora Anna Setton © Divulgação

 

“O futuro é mais bonito” destaca a cantora e compositora de MPB que também transita por outros estilos, pop, indie e jazz. Essa é uma forma que a artista tem de dialogar “com esses timbres, com essas texturas, com elementos, às vezes uma coisa eletrônica, às vezes um sample, alguma coisa mais moderna”.

Setton sublinha que tudo isso junto leva o álbum “pra esse universo mais pop e mais contemporâneo da música mundial e também da música brasileira.”

Trabalho autoral

Das dez canções do disco, oito são de autoria de Anna Setton com diferentes parceiros.“Foi um desejo desse álbum explorar esse meu lado compositora”, conta.

Gravado no Recife, o disco foi produzido pelos músicos pernambucanos Guilherme Assis e Barro, que aproximou a artista paulista de compositores que já conhecia, mas que não tinha tido a oportunidade de trabalhar junto. "Então, é um álbum que tem bastante dessa rede de artistas e de compositores e músicos de Pernambuco, do Recife”, reitera.

Gosto pela música

Anna contou à RFI que o gosto pela música se revelou cedo, e o ambiente da casa da família contribuiu para isso. “Os meus pais sempre gostaram muito de música, a minha casa sempre foi uma casa muito musical. E meu pai toca um pouco de violão, minha mãe canta. Quando eu fiz 15 anos, eu ganhei meu primeiro violão e comecei a tocar, já comecei a gostar muito, já foi uma identificação grande, comecei a fazer aula, comecei a fazer aula de canto.”

No meio do caminho veio o curso de Relações Internacionais, mas não teve jeito: a música falou mais alto. Logo que se formou, Anna decidiu se dedicar somente à música.

A carreira começou na noite paulistana. Primeiro, a artista cantava em rodas de samba e choro. “Depois eu fui cantar um repertório de jazz, fui cantar em piano bar de hotel, jazz clubs”, lembra.

Quando Anna Setton cantava na noite, o cantor e compositor Toquinho descobriu o talento da jovem artista. “Ele me convidou para fazer alguns shows, gravar o disco que ele estava gravando”.

Como cantora convidada, Anna se apresentou com Toquinho em mais de 200 shows no Brasil, em outros países da América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Foram quase cinco anos trabalhando juntos. “Foi uma parceria longa, onde eu aprendi muito também, foi uma segunda faculdade de música”, recorda.

No mês que vem, a artista volta aos palcos europeus com o novo álbum. Os quatro primeiros shows já marcados vão acontecer em Lisboa, Paris, Bruxelas e Madri.

“Vai ser muito bom poder ser essa brasileira que leva música brasileira pela Europa, por aí, sabe? Então, tô ansiosa, acho que vai ser bom”, prevê a artista.

03
Dez22

Quantas músicas foram censuradas na ditadura militar?

Talis Andrade

torturador ultra brilhante.jpg

Ditadura militar e zoofilia de serial killers (sadismo sexual)

 

Quais são as músicas censuradas na ditadura militar?

7 músicas censuradas durante a ditadura militar

  • Apesar de Você (Chico Buarque)
  • Tiro ao Álvaro (Adoniran Barbosa)
  • Vaca Profana (Caetano Veloso)
  • Cálice (Gilberto Gil/Chico Buarque)
  • Milagre dos Peixes (Álbum – Milton Nascimento)
  • Pra Não Dizer que Não Falei das Flores (Geraldo Vandré)
  • Acender as Velas (Zé Keti)

 

Quantas músicas de Chico Buarque foram censuradas?

Os principais cantores censurados pela Ditadura Militar foram: Caetano Veloso, Chico Buarque, Elis Regina, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Kid Abelha, Milton Nascimento, Raul Seixas, Paulo Coelho, Toquinho, Vinícius de Morais, Odair José e Torquato Neto. Chico Buarque de Hollanda, por sua vez, teve pelo menos 10 canções censuradas.

 

Quem censurava as músicas na ditadura militar?

As músicas da ditadura militar expressavam o descontentamento dos artistas com as barbáries cometidas durante esse período da história brasileira. E assim como as peças de teatro, filmes, poesias e outras obras elaboradas nesse período, a produção musical estava susceptível à censura por parte dos militares.

 

Quantos livros foram censurados na ditadura militar?

A quantidade exata de livros censurados na ditadura ainda é desconhecida. Desde 1970, o Departamento de Censura de Diversões Públicas (DCDP) do Ministério da Justiça tornou-se responsável pela censura a livros. Entre 1970 e 1982, o órgão analisou oficialmente pelo menos 492 livros, dos quais 313 foram vetados.

Quais foram os cantores que foram exilados na época da ditadura?

 

Artistas brasileiros que foram exilados na Ditadura Militar

  • Caetano Veloso
  • Gilberto Gil
  • Oscar Niemeyer 
  • Chico Buarque
  • Raul Seixas
  • Geraldo Vandré

 

Quais foram os principais cantores que se opuseram à ditadura militar?

Em 1979, João Bosco e Aldir Blanc compuseram “O bêbado e a equilibrista”, que fala sobre os exilados. É um retrato do Brasil no final do período ditatorial, com mães chorando (Choram Marias e Clarisses) pela falta de seus filhos, os “Carlitos” tentando sobreviver (alusão a um personagem de Charles Chaplin.

 

O que é o AI-5?

O AI5 é uma norma legal instituída pelo governo militar que estabelecia prerrogativas para que os militares pudessem perseguir os opositores do regime. Consistia basicamente em uma ferramenta que dava legalidade jurídica para o autoritarismo e a repressão impostos pelos militares desde 1964.

 

Porque a música Jorge Maravilha foi censurada?

Em Jorge Maravilha, Chico cantava: “você não gosta de mim, mas sua filha gosta”, o que gerou a especulação de que Amália Lucy, fã declarada dele e filha de outro presidente militar, o general Geisel, tinha sido ahomenageada da canção. Chico sempre negou que tenha composto a música para Amália.

 

Quem lutou contra a ditadura militar?

Neste cenário, lançaram-se à luta armada dezenas de organizações, das quais destacaram-se a Ação Libertadora Nacional (ALN), o Comando de Libertação Nacional (COLINA), o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e a Vanguarda Armada …

 

Porque a música Tiro ao Álvaro foi censurada?

O documento oficial que veta “Tiro Ao Álvaro” (canção de 1960) dá a justificativa de “falta de gosto”. A letra brinca com a oralidade do povo de São Paulo ao contar com as palavras “tauba”, “automorve” e “revorve”.

 

Quais livros foram censurados?

Censurado: 6 livros que foram tirados de circulação

  • O casamento, de Nelson Rodrigues. …
  • Feliz ano novo, de Rubem Fonseca. …
  • A crucificação rosada, de Henry Miller. …
  • Lolita, de Vladimir Nabokov. …
  • Madame Bovary, de Gustave Flaubert. …
  • O crime do padre Amaro, de Eça De Queiroz.

 

Quais os livros proibidos no Brasil?

Confira abaixo os títulos e onde foram censurados:

  • 1984, de George Orwell.
  • Lolita, de Vladimir Nabokov.
  • O crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.
  • Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca.
  • Tessa: A gata, de Cassandra Rios.

 

Quem era os exilados?

Significado de Exilado substantivo masculino Pessoa que, por razões políticas, foi obrigada a deixar sua pátria, seu país; expatriado, desterrado: os exilado voltarão ao Brasil. … Etimologia (origem da palavra exilado). A palavra exilado deriva como particípio do verbo exilar, pela junção de exílio-, e -ar.

 

Quem eram as pessoas torturadas na ditadura militar?

A casa dos horrores torturou até a morte jovens opositores do regime militar. Outros viveram a perversidade de serem torturados na frente de filhos crianças, como Amélia e Cesar Teles. O casal, de pouco mais de 20 anos, foi preso em dezembro de 1972, e apanhou seguidamente. Geraldo Vandré enloqueceu na tortura. Ficou atoleimado. Virou um farrapo humano. Ficou viciado em drogas para aliviar as dores da tortura. Exilado no Chile passou a ser informante em troca de cocaína. Vandré virou a soma de tortura + dor + droga + loucura + leseira. A ditadura torturou bebês, crianças. Vários serial killers foram forturadores. Torturadores que praticavam todo tipo de sadismo sexual, usando inclusive diferentes animais. 

paulo coelho tortura.jpg

19
Abr22

Odorico e o Viagra dos militares

Talis Andrade

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por Cristina Serra

Exibida 50 anos atrás, a novela O Bem-Amado, do dramaturgo Dias Gomes, guarda desconcertante correspondência com o Brasil atual. Na pele do excepcional Paulo Gracindo, o prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu, encarnava a síntese do que hoje se chama necropolítica, quando essa palavra talvez nem existisse.

A única obra do prefeito é um cemitério, e ele trama o tempo todo a morte de algum cidadão para inaugurá-lo. Odorico manda até roubar vacinas que poderiam evitar uma epidemia. É quase uma profecia do que viria a ser o Brasil sob Bolsonaro.

Dias Gomes nos faz refletir sobre um país violento e autoritário por meio de muitos outros personagens. Tem o empresário que estupra por “diversão” e os playboys que, por “curtição”, tocam fogo num homem que dormia na rua.

Em 1997, a realidade superaria a ficção, com o assassinato do líder indígena Galdino Jesus dos Santos, queimado enquanto dormia num ponto de ônibus, em Brasília, por cinco delinquentes de classe média. Barbárie que completa 25 anos nesta quarta-feira e que ainda nos ronda.

A novela caiu no gosto popular talvez porque o autor, com diálogos cheios de ironia e humor cortante, tenha feito a audiência se olhar no espelho e rir de si mesma. Dias Gomes também sabia iludir a censura. Odorico era tratado pela patente de “coronel”. Seu bordão, “Pra frente, Sucupira!”, zombava da canção “Pra frente, Brasil!”, símbolo da ditadura.

Ao novelista não escapou nem a piada do momento, desde que a imprensa descobriu a compra de Viagra e próteses penianas para militares, com dinheiro público. Em “sucupirês”, o coronel Odorico Paraguassu também era “desapetrechado” de potência sexual e recorria a um xarope “revigoratório”.

Cabe mencionar ainda a trilha sonora de Vinicius e Toquinho, sob medida para os dias de hoje. A canção ‘Paiol de pólvora’ diz assim: “Estamos trancados no paiol de pólvora/Paralisados no paiol de pólvora/Olhos vendados no paiol de pólvora/Dentes cerrados no paiol de pólvora”.

Estamos trancados no paiol de pólvora

Paralisados no paiol de pólvora

Olhos vendados no paiol de pólvora

Dentes cerrados no paiol de pólvora

 

Só tem entrada no paiol de pólvora

Ninguém diz nada no paiol de pólvora

Ninguém se encara no paiol de pólvora

Só se enche a cara no paiol de pólvora

 

Mulher e homem no paiol de pólvora

Ninguém tem nome no paiol de pólvora

O azar é sorte no paiol de pólvora

A vida é morte no paiol de pólvora

 

São tudo flores no paiol de pólvora

TV a cores no paiol de pólvora

Tomem lugares no paiol de pólvora

Vai pelos ares o paiol de pólvora

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