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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

22
Out22

Traficantes preferem reeleição de Bolsonaro por facilitar acesso às armas, revela The Guardian

Talis Andrade

This year’s presidential election has pitted Brazilians, including Rio’s gangsters, against each other like never before.

por Tom Phillips 

 

Nesta sexta-feira (21), o jornal britânico The Guardian publicou texto do jornalista Tom Phillips que relata a preferência de criminosos do Rio de Janeiro pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o relato, um traficante de armas disse que Bolsonaro facilitou acesso às armas, referindo-se aos CAC’s (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). O traficante conta que 60% das armas utilizadas hoje no crime são de CAC’s e, inclusive, revelou que teria uma delas em seu carro.

Os relatos são de uma conversa entre um traficante de maconha, um ladrão de banco e um traficante de armas.

“A vida tem sido mais fácil com Bolsonaro. É mais fácil conseguir armas. É mais fácil conseguir munição”, comentou o traficante de armas com os outros dois criminosos.

No entanto, a divisão de opiniões também se impõe na conversa entre os criminosos citados no The Guardian. 

Ao mesmo tempo em que preferem a continuidade de Bolsonaro no poder, por conta das facilidades em obter armas e munições, o traficante, por exemplo, se demonstra preocupado com a pobreza agravada pelo governo Bolsonaro e o dia a dia da comunidade à sua volta. “Lula pode roubar – mas pelo menos ele coloca comida no prato das pessoas”, disse. “Para mim e minha família, Bolsonaro é melhor. Mas e as minhas raízes? E as crianças por aqui?”, indagou, “apontando para a favela carente ao seu redor”, reportou Phillips.

As críticas a Lula aparecem com “corrupção” e “comunismo”, palavras repetidas por adversários políticos em campanhas de desinformação. Um dos criminosos se informa pela Jovem Pan, conhecida por disseminar desinformação em sua programação. 

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20
Set22

Bolsonaro é criticado por fazer campanha em viagem para funeral de rainha

Talis Andrade

Bolsonaro é criticado por fazer campanha em viagem para funeral da rainha - BBC  News BrasilEm Londres, Bolsonaro faz comício e volta a prever vitória em 1º turno

Com bandeira a meio mastro, Bolsonaro discursa a apoiadores na sacada da residência do embaixador em Londres

Bolsonaro na sacada da residência oficial do embaixador brasileiro em Londres. LAÍS ALEGRETTI/BBC NEWS 

 

 

por Laís Alegretti e Giovanni Bello /BBC News Londres

- - -

Em viagem a Londres para o funeral da rainha britânica Elizabeth 2ª, o presidente Jair Bolsonaro fez discurso em tom de campanha e mencionou vitória em primeiro turno, embora apareça atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto.

"Não tem como a gente não ganhar no primeiro turno", disse o (18/09) o presidente, do alro da sacada da residência oficial do embaixador brasileiro em Mayfair, Londres.

O presidente iniciou a fala dizendo que se trata de um momento de pesar e falando em "profundo respeito pela família da rainha e pelo povo do Reino Unido". Disse que esse era o "objetivo principal", mas falou nos cerca de quatro minutos restantes sobre contexto político no Brasil e sobre sua plataforma de campanha (contrária à descriminalização do aborto e do consumo de drogas, por exemplo).

"A nossa bandeira sempre será dessas cores que temos aqui, verde e amarela", afirmou, ao lado de bandeira do Brasil a meio mastro. A frase faz uma referência a uma expressão popular entre seus apoiadores, de que a bandeira brasileira "jamais será vermelha" (cor associada ao comunismo e ao PT).

Bolsonaro chegou acompanhado do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e do padre Paulo Antônio de Araújo. A comitiva presidencial inclui ainda o filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e Fabio Wajngarten, ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro e membro da campanha de Bolsonaro à reeleição.

Questionados sobre Bolsonaro falar em campanha eleitoral em meio às cerimônias fúnebres da rainha, Wajngarten argumentou que o presidente iniciou sua fala falando do funeral. Malafaia, por outro lado, disse que não dá para "fingir que não está tendo um processo eleitoral no Brasil".

 

 

O discurso de Bolsonaro foi acompanhado por um grupo de 100 a 200 pessoas, segundo a polícia londrina.

Após a fala dele, parte dos apoiadores do presidente hostilizaram jornalistas brasileiros que estavam no local, entre eles a equipe da BBC News Brasil.

Houve xingamentos, gritos e acusações de parcialidade. Não houve registro de violência física contra os jornalistas.

Em seguida, policiais londrinos passaram a escoltar os jornalistas nas proximidades da casa do embaixador brasileiro em Londres.

Quase duas horas depois, um grupo de manifestantes ligados às organizações Amazon Rebellion (rebelião amazônica, em tradução livre) e Brazil Matters (Brasil importa, em tradução livre) fez um protesto contra Bolsonaro. Os cartazes em inglês traziam dizeres como "Parem Bolsonaro pelo futuro do planeta" e "Bolsonaro é uma ameaça ao planeta e à humanidade".

Os ativistas começaram a ser hostilizados pelos apoiadores do presidente, e por isso a polícia londrina precisou separá-los para evitar uma escalada na violência.

No Twitter, o jornalista britânico e editor de meio ambiente do jornal The Guardian Jonathan Watts disse: "O insensível, superficial e grosseiro Bolsonaro está tentando usar o funeral da rainha como uma parada de campanha eleitoral. Que vergonhoso representante do Brasil." O comentário de Watts foi feito em resposta a uma postagem do correspondente do jornal The Guardian no Brasil, Tom Phillips, que escreveu: "Bolsonaro decidiu marcar o funeral da rainha com discurso sobre gênero, ideologia, abortos e males do comunismo de sua sacada em Mayfair."

Em reação, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que integra a comitiva do presidente, escreveu que o jornalista britânico omitiu que Bolsonaro mencionou a rainha no início do seu discurso. E afirmou que "vocês se enterram sozinhos, sem credibilidade".

 

Agenda de Bolsonaro em Londres

 

Bolsonaro chegou à capital inglesa na manhã deste domingo e deixou a cidade na segunda-feira (19/09), em direção a Nova York, onde participou da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em Londres, Bolsonaro visitou à câmara ardente em Westminster, onde o corpo da rainha foi velado. 

 

22
Jan22

Imprensa internacional repercute morte de Elza Soares: "uma das maiores vozes da música brasileira"

Talis Andrade

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Texto por RFI

Os principais jornais americanos e europeus desta sexta-feira (21) homenageiam a cantora e compositora Elza Soares. Ela faleceu em sua casa, no Rio de Janeiro, aos 91 anos, de "causas naturais", informou um comunicado divulgado por sua assessoria na quinta-feira (20).

"Elza Soares ultrapassou as fronteiras da música brasileira", afirma o jornal New York Times em manchete. "Com uma voz rouca comparada a de Louis Armstrong, ela foi uma das poucas mulheres negras no Brasil a aparecer em filmes nos anos 1960 e na televisão nos anos 1970", diz a matéria. 

O New York Times também destaca que, em uma época que era considerado "deselegante" discutir questões raciais e a pobreza, a sambista "permaneceu fiel a suas raízes". O diário lembra que Elza dizia em suas entrevistas nunca ter saído da favela e que costumava agradecer ao público por financiar "as migalhas de pão" para alimentar seus filhos. 

O correspondente do jornal britânico The Guardian no Rio de Janeiro, Tom Philipps, lembra de Elza como "uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos". A matéria resgata a trágica infância da artista, forçada pelo pai a se casar aos 12 anos. Um ano depois, ela deu à luz sua primeira criança e perdeu a segunda para a fome, aos 15 anos. Mas, apesar de todas as dificuldades, Elza "floresceu para se tornar uma das artistas mais amadas do Brasil, gravando mais de 30 álbuns depois de sua carreira deslanchar no final dos anos 1950, no pico do movimento da Bossa Nova". 

 

Entre os fãs, a rainha Elizabeth IIImage

A admiração pela cantora não tinha fronteiras e quebrou protocolos. The Guardian lembra que sua base de fãs incluía até o Palácio de Buckingham. Quando a rainha Elizabeth II visitou o Brasil, em 1968, Elza se apresentou para a monarca que "até acompanhou o ritmo batendo o pé", contava a própria artista. 

O jornal português Público classifica a sambista como "a rainha insubmissa" e "a voz da liberdade". O diário resgata uma entrevista de Elza em 2019. “Nasci pobre, negra, mulher. É difícil, mas a gente vence”, disse ao Público na época. 

o jornal italiano La Reppublica salienta que a cantora foi considerada pela revista Rolling Stone como "uma das 100 maiores vozes do mundo". Apesar de ser lembrada por seu sucesso no samba, o diário ressalta que Elza era "uma artista de múltiplas facetas" e também fez sucesso com outros ritmos, como o jazz, funk, música eletrônica e hip-hop.

 

Homenagem da imprensa francesaImage

Quase toda a mídia francesa homenageia a cantora brasileira. Em uma longa matéria, a Franceinfo lembra que muito mais que uma artista, "Elza Gomes da Conceição Soares se tornou um símbolo de resistência e coragem até o final de sua vida". 

O texto destaca o sucesso que atravessou gerações e elogia "A Mulher do Fim do Mundo", álbum lançado em 2015. "O disco trata de racismo, machismo, da violência contra as mulheres, conhecendo um sucesso imenso e recompensado pelo Grammy latino do melhor álbum de música brasileira", afirma. 

O jornal Le Monde enfatiza a carreira de mais de 60 anos de Elza, "a diva da música brasileira". O diário francês lembra que o engajamento político da artista não diminuiu ao longo dos anos.

Nos últimos tempos, Elza criticava abertamente a ascensão do conservadorismo no Brasil, as igrejas neopentecostais e os graves problemas de racismo do qual o Brasil é palco. A morte da cantora, "símbolo de resistência e coragem", é "um triste dia para o Brasil", conclui a matéria. 

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