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Thalia Mendes
No Brasil da tradição do incesto que não é crime, da cultura do estupro, o conformismo cristão, a naturalidade de conviver com 500 mil prostitutas infantis, e considerar normal que a metade dos jovens de 16 a 25 anos seja sexualmente doente.
Quando uma criança aparece grávida foi o boto, quando sequestrada coisa do papa-figo, e quando se suicida foi pelo prazer masoquista de ser torturada durante 50 dias pela baleia azul. São crimes jamais investigados como acontece nas mortes por bala perdida. Como acontece no caso da estudante poetisa Thalia Mendes, 15 anos, que denunciou às autoridades dois anos de abuso sexual praticados pelo pai José Meireles da Silva, dono de supermercado que continua solto e a vítima enforcada.
Pessoas que denunciaram abusos sexuais eleitas Personalidade do Ano pela Time
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Impensável que a imprensa brasileira siga o exemplo: As pessoas que nos últimos meses denunciaram casos de assédio e abuso sexual, num movimento colectivo denominado "#MeToo", surgido nos Estados Unidos, foram nomeadas "Personalidade do Ano", pela revista norte-americana Time
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Lusa - Na capa da próxima edição da Time surgem cinco mulheres, entre as quais a actriz Ashley Judd e a cantora Taylor Swift, que quebraram o silêncio, denunciaram casos em que foram vítimas de assédio sexual e fizeram com que milhares de outras pessoas partilhassem histórias semelhantes.
Nas redes sociais, e de uma forma geral na Internet, acabou por sobressair um movimento colectivo espontâneo de denúncia e partilha com a designação #MeToo (#EuTambém), mas, para o editor Edward Felsenthal, da revista Time, isso é só "parte do retrato" sobre assédio e abuso sexual.
"É a mudança social mais rápida a que assistimos em décadas", disse Edward Felsenthal, quando anunciou esta quarta-feira a escolha de "Personalidade do Ano", deixando para trás figuras como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o residente da China, Xi Jinping, e o jogador de futebol americano Colin Kaepernick.
Um dos casos mais mediáticos envolveu o produtor norte-americano Harvey Weinstein, acusado de assédio e abuso sexual por mais de oitenta mulheres, entre as quais várias estrelas de Hollywood, como Gwyneth Paltrow, Ashley Judd e Angelina Jolie.
Depois destas denúncias, através de investigações pelo jornal The New York Times e a revista The New Yorker, e que levaram Harvey Weinstein a ser despedido da empresa que co-fundou e à sua expulsão de várias associações e organizações, nomeadamente da Academia de Hollywood, outros casos foram surgindo.
Entre os acusados de assédio e abusos sexuais, mas também de má-conduta sexual, estão actores como Kevin Spacey e Dustin Hoffman, o ex-presidente da Amazon Studios Roy Price, os realizadores Brett Ratner e James Toback, os jornalistas Charlie Rose, Glenn Thrush e Matt Lauer, o fotógrafo Terry Richardson e o comediante norte-americano Louis C.K.
No Reino Unido, o deputado Kelvin Hopkins, do Partido Trabalhista, foi suspenso por alegado assédio sexual, o ministro da Defesa, Michael Fallon, demitiu-se por comportamento impróprio com uma jornalista, e outros dois ministros foram acusados de assédio.
No início desta semana, a Ópera Metropolitana de Nova Iorque suspendeu toda a colaboração com o maestro James Levine, alvo de denúncias de agressões sexuais.
Roy Moore, o candidato republicano a senador pelo Estado do Alabama, nos EUA, foi denunciado por assédio sexual de menores, mas mantém a candidatura, com apoio público do presidente Donald Trump, embora o Partido Republicano já tenha pedido a sua renúncia às eleições de 12 de Dezembro.