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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

14
Ago22

André Mendonça um minuto depois da meia-noite

Talis Andrade

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A votação do caso Francischini no plenário virtual do STF foi aberta à meia-noite. André Mendonça, como quem põe um fio do implante capilar, pediu vista à meia-noite e um

 

por Hugo Souza

Jornalistas cheios de fontes, esguichos e chafarizes cravavam de celulares nervosos em punho que, apesar da tentativa de manobra de Kassio Nunes Marques, jogando o caso Francischini para a segunda turma do STF, o plenário do “Pretório Excelso” iria, sim, dar um veredito para o caso.

 

Delegado Francischini - Veja a entrevista do Delegado Francischini,  pré-candidato ao Senado pelo Paraná, no Bem Paraná.  https://www.bemparana.com.br/noticia/minha-intervencao-militar-chama-se-jair-bolsonaro-diz- francischini | Facebook

Vale tudo para salvar um golpista, inimigo da Democracia, da Liberdade, da Fraternidade, um delegado da morte, da necropolítica de Bolsonaro

 

Pois na virada de segunda para terça, assim que aberto o julgamento no plenário virtual do Supremo, André Mendonça, como era previsível, vem e pede vistas, sem prazo para liberar a matéria da cassação de Fernando Francischini, mantendo suspensas as claras jurisprudências criadas oito meses atrás sobre as consequências de dar azo em redes sociais a mentiras deslavadas sobre o processo eleitoral.

A volta do voto em papel

09
Ago22

Michelle Bolsonaro abusa do racismo religioso

Talis Andrade

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A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o Planalto já foi "consagrado a demônios".

"Podem me chamar de louca, podem me chamar de fanática, eu vou continuar louvando nosso Deus, vou continuar orando", disse Michelle.

Michelle compartilhou um vídeo em que Lula recebe um banho de pipoca na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador.

Noivos, em igrejas evangélicas, recebem banho de pipoca.

“Isso pode, né! Eu falar de Deus, não”, escreveu a primeira-dama. 

“Lula já entregou a sua alma para vencer essa eleição. Não lutamos contra a carne e nem o sangue, mas contra os principados e potestades das trevas. O cristão tem que ter a coragem de falar de política hoje para não ser proibido de falar de Jesus amanhã”, diz a legenda da postagem.

O que significam as bodas de pipoca?

A pipoca simboliza a leveza do casamento que está apenas começando. E apesar de leve, o amor que ambos têm um pelo outro e a troca de afeto, fidelidade e companheirismo, dia após dia fortalece o relacionamento do casal.

Nesses quatro primeiros meses, se espera que haja apenas coisas boas a serem compartilhadas sobre a história de amor desde o casamento. E comemorar a sós ou com os amigos próximos representa mais uma celebração dessa felicidade.

E como todas as bodas, que vem da promessa feita no dia do casamento, cabe usar de criatividade e dedicação para agradar a pessoa amada. Sejam vocês um casal mais tradicional ou mais moderno, há algo que seja especial para vocês e cabe dar cada vez mais personalidade a esse momento. Leia mais

 

 

 

28
Mai22

Entenda as etapas que compõem a estratégia golpista do governo e as chances de prosperar

Talis Andrade

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por Christian Lynch
Insight Inteligência

O sistema político de 1988 foi construído deliberadamente contra a herança autoritária do regime militar. A Constituição que lhe serve de baliza jurídica consagrou uma arquitetura institucional pautada por princípios e valores capazes de comportar governos liberais democráticos, como o de Collor de Mello e Fernando Henrique; social-democratas, como o de Lula e Dilma; e conservadores, como o de Sarney e Temer.

A crise de legitimidade do sistema representativo tornada aguda entre 2013 e 2018 tornou possível, porém, a emergência de uma direita radical, inimiga do Estado de Direito da Nova República.

FANTASMA DO GOLPE – Desde então, o fantasma do golpe tem assombrado nossa democracia. O questionamento do resultado da eleição presidencial de 2014 por Aécio Neves foi denunciado como “tentativa de golpe”; a Lava Jato, como um conjunto de sucessivos “golpes” em formas jurídicas (o “lawfare”); e o impeachment de Dilma Rousseff, como “golpe parlamentar”.

A própria eleição de Bolsonaro teria sido possível graças ao “golpe” da cassação dos direitos políticos de Lula pelo STF, intimidado pelo então comandante do Exército.

Por fim, marcado por um populismo reacionário, sustentado na exploração da desconfiança crônica da legitimidade das instituições, tendo por modelo de bom governo justamente o regime militar, o governo Bolsonaro é obviamente incompatível com o sistema constitucional de 1988. Não pode governar, portanto, senão tentando burlá-lo.

“GOLPISMO” – Desde então, o “golpismo” se tornou conceito básico do vocabulário político, verdadeira ideia-força associada ao modus operandi do novo governo. Ele faz parte da estrutura lógica de governos autoritários, que não reconhece limitações às condições de sua sobrevivência e reprodução.

Eles não são orientados pela doutrina do Estado de Direito, mas pela Razão de Estado, que preconiza a possibilidade de desrespeito à lei pelo governante em nome do valor supremo da “segurança nacional” (na verdade, a sua própria).

Da doutrina da Razão de Estado se extraem duas técnicas: a do segredo de Estado, que autoriza a supressão da publicidade dos atos governamentais pela imposição do sigilo, e o golpe de Estado, ação violenta e fulminante destinada a neutralizar os inimigos da segurança nacional (isto é, do governante).

Embora relacionados todos à arquitetura golpista do governo Bolsonaro, os termos “golpe” ou “golpismo” têm sido empregados para designar três fenômenos que têm sido confundidos, mas que cumpre distinguir para melhor compreender a cena política.

CULTURA AUTORITÁRIA – O primeiro desses significados remete às ações praticadas rotineiramente com o objetivo de implantar um programa de governo incompatível com a Constituição e enraizar uma cultura autoritária na administração e na sociedade. São “os golpes nossos de cada dia”.

Eles são praticados à luz de um legalismo autocrático que ignora os valores, princípios e precedentes jurídicos, substituindo-os por uma interpretação formalista e seletiva do texto da lei de modo a favorecer a expansão das prerrogativas presidenciais. Governa-se por decretos ilegais, na esperança de torná-los fatos consumados pela lentidão do Congresso e do Judiciário.

Aparelham-se os órgãos administrativos, com nomeação deliberada de pessoal inadequado e conivente. Vandalizam-se órgãos da educação, da cultura, da ciência, da saúde, dos direitos humanos e do meio ambiente, transformados em um misto de cabide de emprego e depósito de lixo. O sigilo é imposto a todos os atos cuja publicidade prejudique a administração. Ao mesmo tempo, neutralizam-se pela cooptação e pela intimidação as instituições encarregadas de controlar os malfeitos do governo, como o Ministério Público, a Polícia Federal, o Tribunal de Contas e o Poder Judiciário.

“NAS QUATRO LINHAS” – Todas esses atos são apresentados pelo legalismo autocrático como constitucionais. É o que Bolsonaro afirma quando diz “jogar dentro das quatro linhas” — ainda que com farta distribuição de catimbas, faltas, agressões e outras jogadas desleais por ele praticadas, sob o olhar complacente de um juiz por ele designado e devidamente comprado.

O segundo sentido da palavra “golpe” remete à sombra do “golpe de Estado” clássico. Dentro da arquitetura golpista, ele visa justamente a desestimular pela ameaça velada de uma ruptura democrática a resistência da sociedade civil e das instituições de controle aos “golpes nossos de cada dia”.

Este golpe se daria menos à maneira de 1964, que elevou os militares ao poder — função exercida já pela eleição de 2018 — do que à de 1968, que pelo AI-5 “legalizou” de vez a razão de Estado identificada com a oligarquia militar.

TERATOLOGIA –  Sua pedra de toque reside na interpretação teratológica do art. 142 da Constituição, que em um momento de instinto suicida teria conferido ao próprio presidente da República, na condição de comandante-em-chefe das Forças Armadas, um “poder moderador” que o capacitaria em caso de crise com outros poderes impor sua vontade sobre os demais, na qualidade de “supremo guardião da Constituição”.

Para tornar a ameaça mais verossímil, Bolsonaro não só incentivou manifestações por uma “intervenção militar constitucional” (sic), como tenta transmitir a impressão de que o endosso ao seu governo por alguns generais significaria adesão irrestrita das Forças Armadas à sua pessoa.

Afinal, não se desfecha um golpe de Estado sem a participação ativa dos quartéis. Daí que cole sua imagem à dos militares, participando de formaturas, oferecendo-lhes cargos em penca e convertendo o Ministério da Defesa em um “ministério da ameaça de golpe”, encarregado de suscitar “questões militares” sempre que em defesa da vontade contrariada do presidente.

NA ALÇA DE MIRA – O principal alvo do golpismo é o STF que, na condição de verdadeiro guardião da Constituição, se tornou uma pedra no sapato no projeto bolsonarista de expansão da cultura autoritária.

O terceiro sentido da palavra “golpe”, por fim, remete à insurreição como forma de resistência do povo à fraude de sua vontade soberana. Enquanto o populista moderado alega, em caso de derrota, que o povo foi enganado pelas elites, radicais como Bolsonaro vendem a tese da fraude para reforçar a tese do complô das instituições contra a vontade popular.

Daí a necessidade de deslegitimar sua eventual derrota, difundindo a desconfiança nos métodos de apuração eleitoral. A traição à vontade do povo pelas instituições — mais uma vez, o Poder Judiciário — legitimaria uma insurreição à maneira da invasão da sede do Capitólio norte-americano em janeiro de 2021.

“POVO ARMADO” -Também aqui o Ministério da Defesa tem se prestado ao papel de instrumentalizar a suposta competência técnica dos militares para dar credibilidade à possibilidade de fraude.

Mas o protagonista deste golpe não seriam os generais do Alto Comando, e sim “povo armado” por Bolsonaro pelos clubes de tiro, bem como militares de baixa patente, principalmente policiais. Este seria o povo encarregado de “resistir à opressão” em defesa de sua “liberdade”.

Estes são os três golpes possíveis de Jair Bolsonaro. Nenhum, porém, passa sem severas complicações. O primeiro, de sabotagem contínua do Estado de Direito, encontra resistências não só dentro dos poderes Legislativo e Judiciário, como no Ministério Público Federal e na própria administração.

O segundo, voltado para a eliminação da autonomia dos demais poderes por uma espécie de AI-5, não é do interesse de quase ninguém.

 

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NOVO AI-5? – O regime de exceção não é do interesse da classe política, que ficaria sob a contínua tutela de um autocrata desequilibrado. Também não é da maioria dos generais da ativa, ciosos da preservação de sua autonomia institucional e já satisfeitos com seu retorno ao jogo político, do qual não sairão tão cedo, seja quem vencer a eleição de 2022.

Mais provável é sem dúvida a tentativa de insurreição contra os resultados eleitorais, a fim de barganhar alguma forma de indulto ou anistia à cúpula bolsonarista. Mas também aqui o “golpe” tende a encontrar a oposição da própria classe política, cujas lideranças teriam questionadas suas próprias eleições em caso de alegação de fraude. A começar pelo Centrão, que espera “lavar a égua” depois de turbinado pelo orçamento secreto.

Trinta anos de rotina democrática não passam em vão. [Publicado em 28 de maio de 2022 por Tribuna da Internet]

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26
Dez21

"Resistência às vacinas é um dos pilares da extrema direita"

Talis Andrade
 
 
 
 Reinaldo Azevedo no Twitter
 
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Reinaldo Azevedo
Resistência às vacinas é um dos pilares da extrema direita mundo afora. É parte do ataque à ciência e à racionalidade. Escrevo a respeito no UOL. Não há diálogo possível. Essa gente tem de ser combatida com a força da lei. E de responder por seus crimes.
26
Dez21

O jornalismo e o terrivelmente cristão

Talis Andrade

 

 

 

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Por Juliana Rosas /objETHOS

“A palavra é problemática. Existem dois tipos de ‘deus’ no mundo e as pessoas tendem a misturá-los. Há um tipo de deus, o deus misterioso, sobre o qual nada sabemos. A principal característica desse deus é justamente que ele é misterioso e nós humanos não conseguimos compreendê-lo. Como começou o Big Bang ou como a vida começou, todas as coisas que a ciência não sabe. Estou perfeitamente satisfeito com este deus misterioso. Mas, há um tipo completamente oposto de deus, que se concretiza como deus legislador e sobre este deus se conhece muito. Sabe-se exatamente o que este deus pensa sobre a moda feminina, sobre a sexualidade, em quem você deve votar. De alguma forma, as pessoas trocam de deus e por causa disso as mulheres deveriam se cobrir, dois homens não deveriam fazer sexo um com o outro e você deveria votar neste ou naquele partido. Se há uma força responsável pelo grande mistério da vida no universo, pelos buracos negros e galáxias, não acho realmente que ele se preocupa com o código de vestimenta das mulheres.”

Este é um trecho de uma fala do historiador Yuval Noah Harari, autor do best seller “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade”, entre outros livros. O “terrivelmente evangélico” indicado a ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) usa este segundo tipo de deus em várias de suas declarações. “Os verdadeiros cristãos não estão dispostos jamais a matar por sua fé, mas estão sempre dispostos a morrer para garantir a liberdade de religião e de culto”, disse André Mendonça em abril deste ano. A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, também teve sua cota extrapolada de decisões baseadas exclusivamente em sua religião e quando questionada sobre a laicidade do Estado, proferiu uma das suas mais famosas frases: “O Estado é laico, mas a ministra é terrivelmente cristã”.

Se as pessoas tendem a considerar sua fé como algo bom, usar o advérbio “terrivelmente” seguido de qualquer adjetivo deveria ser questionável. Mas como sempre foi comum no jornalismo, declarações são repetidas sem questionamento. Coloca-se aspas, cita-se o autor e tudo bem. A imprensa acredita que está sendo objetiva e imparcial. Frente à extrema polarização política que tomou o país há alguns anos, resvalando para outras áreas, como religião e comportamento, muitos se esquecem da história.

Numa época não tão longínqua assim, não havia Estado ou este era a Igreja. Não havia leis e pessoas inocentes foram queimadas vivas. A fogueira foi apenas uma das consequências de ter poderes religiosos governando a vida da população. Indivíduos mataram e morreram em nome de seu deus, fé ou religião. Esta nem sempre foi boa e pura. Foi corrompida pela humanidade por questões pessoais e mesquinhas. O jornalismo estaria sendo informativo, e também – por que não? – objetivo ao contextualizar declarações e notícias. De cunho religioso ou não.

Mas não é só do atual governo que o jornalismo extrai suas citações religiosas. Cristãs, para ser mais exata. Com a morte de mais de 600 mil brasileiros por covid-19 desde o início da pandemia, boa parte da população recorreu à fé para explicar a tragédia. Quando ela chegou a famosos, o jornalismo reverberou. Há quem tenha dito que a morte de Paulo Gustavo foi castigo ou “porque deus quis”. Outras prontamente esclareceram que o que o matou foi a doença, agravada pela falta de vacina e pelas inações governamentais.

Não ouvimos dos céus se alguém desceu para buscar o ator e comediante ou algum dos mais de 600 mil mortos, mas as ações desumanas do governo puderam ser vistas no dia a dia e compuseram o relatório da CPI da Covid. Os mais sensíveis certamente estarão esbravejando sobre a liberdade religiosa ou de expressão, citando até um dos mais ridículos conceitos que se ousou usar no país: cristofobia. Entretanto, em nome da democracia e dos valores jornalísticos, é um debate que necessita ser travado seriamente.

O jornalismo tradicional afirma ser plural, objetivo, apartidário. Sempre ouvindo todos os lados da história, não assumindo ideologias ou partidos. Se é uma terrível ofensa ao jornalismo dizer que ele estaria defendendo esta ou aquela ideologia, partido x ou y, por que não podemos dizer que sua tendência de comportamento e cobertura é cristã e que nesse campo deveria também ser objetivo e plural? Somente porque o cristianismo é a religião majoritária no país? Cristãos são maioria no Brasil mas maioria, ao contrário do que muitos pensam, não é sinônimo de democracia. É, entre outras definições, respeito às minorias. Mais do que antes, atualmente procura-se mais aceitação por diversos movimentos, minoritários ou não, como o negro, feminino, indígena, LGBTQIA+, etc. E tem se buscado também mais consideração pelas religiões de matriz africana.

Para quem também não sabe, o Brasil é um Estado laico, independentemente da religião da população. A Constituição assegura a liberdade de crença, mas também que alguém não pode justificar um crime pela religião e há leis e ações que coíbem a intolerância religiosa. A justiça é “cega” não para deixar de ver malfeitos, mas para que todos sejam iguais perante ela. A laicidade da justiça existe para que as leis estejam acima de fés individuais e garantir a equidade de todos perante a legislação. Religiões têm suas crenças e ações, individuais ou coletivas e o Estado não pode se guiar por algo que pode beneficiar uns e prejudicar outros.

Em uma tragédia e caso tornado midiático mais recente, a morte de Marília Mendonça, a religião no jornalismo esteve presente especialmente nas falas de amigos e familiares. Sobre discursos políticos, estudos e críticas jornalísticas afirmam que somente reproduzir tais falas, sem contexto e acriticamente, pode propagar notícias falsas e espalhar desinformação. Inúmeros casos aconteceram com atual presidente do Brasil e o ex-presidente americano. O presidente brasileiro se diz aliado da comunidade judaica, mas tem ações e aliados que exaltam a supremacia branca. Comporta-se em visitas a países árabes e muçulmanos, mas faz declarações islamofóbicas.

A fé acima de outros valores acaba fazendo com que pessoas tratem mal seu semelhante e justifiquem doenças ou desastres, algo que, por princípio moral, não deveriam fazê-lo. Por preconceito e comentários maldosos, muitos evitam declarar sua religião ou falta desta no ambiente de trabalho. O objETHOS observa a ética jornalística e nada mais antiético do que a intolerância religiosa. Quando esta resvala no fanatismo, já se torna criminosa.  O jornalismo pode, em vez de normalizar comportamentos antiéticos em nome da religião, expô-los, criticá-los e contextualizá-los à luz da democracia. Quando não o faz, deixa de cumprir seu dever ético, democrático e de serviço público.

Por séculos, religião e política andaram juntas e não foi fácil a separação. Nem na prática nem nas mentes. “O cristianismo na política deixou de ser sinônimo de justiça social e igualdade, nos anos 1970 e 1980, para ser agora sinônimo de aversão a direitos e liberdades. E a Bíblia deixou de ser sinônimo de libertação, para ser um chicote que se estala no lombo de minorias e meio de opressão”, afirmou o professor e pesquisador Wilson Gomes.

Muitas vezes, a cruz vira espada e políticos apelam “à radicalização religiosa para dividir o país e corroer ainda mais a democracia”. Muitos brasileiros são terrivelmente cristãos e não conseguem perceber que o Estado é melhor laico e certos tipos de fé fazem mal e não bem. Mas a sociedade brasileira não está preparada para esta discussão. E o jornalismo do país é receoso em iniciá-la.

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10
Dez21

Na porta do STF, a cena de botequim

Talis Andrade

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por Fernando Brito

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Muita gente se chocou com os pulinhos de Michele Bolsonaro, comemorando, como quem acerta os números numa cartela de bingo, a aprovação do sr. André Mendonça para integrar o outrora vetusto Supremo Tribunal Federal.

Há pouca importância no saltitar da primeira-dama que, exceto este papel decorativo, não tem nem funções públicas e oficiais a desempenhar, nem mesmo a mixórdia que tempos atrás se atribuiu à jovem “conja” de Michel Temer, a de ser “bela, recatada e do lar”.Nas imagens, Michelle, que é evangélica, pula e grita palavras de agradecimento a Deus | Reprodução

Deixe-se isso à conta da infantilidade da senhora e de sua compreensão da fé religiosa como um jogo da futebol, onde grita-se “aleluia” a cada “gol do time de Deus”.

Mas não há atenuantes para as fotos distribuídas pela própria Presidência, a dos saltos simiescos de Jair Bolsonaro tropegamente abraçado a Mendonça, antítese de qualquer ideia de decoro, para um ministro “terrivelmente evangélico”.Bolsonaro recebe Mendonça e festeja aprovação do novo ministro do STF

Como a vergonha é pouca, numa terra tomada pelos sem-vergonha, foi preciso esperar a coluna de Janio de Freitas para que a imagem ganhasse sua legenda demolidora, a única companhia digna da cena circense com que Mendonça ingressa no Supremo:

O auge da autenticidade de André Mendonça viria, porém, na sua comemoração com Bolsonaro, já antiética por si só. Fotografada e distribuída à imprensa pela própria Presidência, mas muito pouco reproduzida para leitores e espectadores.

Bocas escancaradas em riso de cafajeste, caras debochadas, enlaçados em mais do que um abraço, parecem dois bêbados desequilibrados e se amparando mutuamente, para diversão dos circunstantes.

O Supremo passou por muitas vergonhas, mas nunca viu, com certeza nunca viu, tamanha falta de compostura em nome da sua toga.

De fato, porta de botequim é pouco para descrever a cena e, ainda pior, o desejo de que todos a vejam.www.brasil247.com - { imgCaption }}

 

08
Dez21

De onde vem a língua estranha falada por Michelle Bolsonaro para comemorar a nomeação do “terrivelmente evangélico”? (vídeo)

Talis Andrade

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Michelle Bolsonaro chora e pula ao comemorar aprovação de André Mendonça no  STF: 'Glória a Deus' | Brasil | O Dia

Para os católicos, o dom de línguas é um fenômeno bastante normal para as pessoas envolvidas na Renovação Carismática. Mas as pessoas que têm contato com este tipo de oração pela primeira vez podem sentir-se desapontadas, já que algo como a glossolalia parece estranho para eles. São Paulo advertiu os Coríntios que isto poderia acontecer.

“Se, pois, numa assembleia da igreja inteira todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos?” (I Coríntos 14, 23).

E esta advertência vem a partir da experiência. Os apóstolos falando em línguas no dia de Pentecostes foram objetos de gozação. “Outros, porém, escarnecendo, diziam: “Estão todos embriagados de vinho doce” (Atos 2, 13).

Aqueles que falam em línguas podem ser acusados de serem fanáticos ou mentalmente desequilibrados. Tal acusação pode atingir todas as pessoas que estejam profundamente envolvidas em oração, o que é notável a partir da imaginação convencional de oração. E o exemplo do Rei Davi prova isto. A filha de Saul, que olhava-o pela janela, viu que o Rei saltava e dançava em frente à Arca da Aliança, e desprezou-o em seu coração (I Crônicas 15, 29).

No entanto, é necessário declarar que o falar em línguas foi prometido por Jesus antes de Sua Ascensão.

“Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas”. (Marcos 16, 17).

Portanto, não há nada estranho em usar este carisma. O problema parece surgir entre as pessoas que não conhecem o ensinamento bíblico sobre este dom. Leia mais

Brasil 247 - Entre os evangélicos as palavras proferidas pela primeira dama Michelle Bolsonaro, aos pulos e gritos, na última quarta-feira (1) para comemorar a aprovação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), chama-se língua dos anjos.

A língua incompreensível, que não tem nenhuma associação com o português ou qualquer outro idioma conhecido, é tida entre os evangélicos pentecostais como “o dom de línguas”, dado somente àqueles batizados no Espírito Santo, e faz referência à festa de Pentecostes, quando o Espírito Santo teria outorgado aos discípulos de Cristo poderes de cura e glossolalia (falar línguas).

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse que "seriam línguas com as quais a gente se comunica com Deus e com o que cremos. Somente Deus, através do Espírito Santo, entende aquela língua, não é uma língua natural", completou. 

No entanto,  após a circulação do vídeo na internet onde Michelle Bolsonaro aparece gritando e pulando euforicamente para comemorar a aprovação do amigo e pastor André Mendonça ao STF, o “dom” foi questionado.ImageImage

O jornalista e comentarista da TV 247 Joaquim de Carvalho, por exemplo,  disse que “o que a Michelle fez é fraude espiritual, engana trouxas”. Carvalho também questionou o posicionamento dos senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Omar Aziz (PSD-AM) que votaram a favor de Mendonça.

Joaquim de Carvalho
Ao ver o vídeo da Michelle Bolsonaro pulando de alegria e supostamente falando a língua dos anjos, senti raiva de senadores como Eliziane Gama e Omar Aziz, que publicamente apoiaram André Mendonça. Atiraram o país ao inferno. O q Michelle fez é fraude espiritual, engana trouxas.
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Michelle Bolsonaro entra em êxtase com aprovação de Mendonça: "Deus quem te  escolheu" - Revista FórumImage
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04
Dez21

O projeto de poder das igrejas de mercado inclui avançar no legislativo, executivo, judiciário

Talis Andrade
 
Vídeo: Primeira-dama Michelle Bolsonaro comemora aprovação de André Mendonça  como ministro do STF após sabatina no Senado - Portal de Prefeitura
Emocionada, Michelle Bolsonaro comemora ida de André Mendonça ao STFMendonça comemora com Michelle e diz que ida ao STF é 'salto para os  evangélicos' - 01/12/2021 - Poder - Folha
 
Marcia Tiburi
@marciatiburi no Twitter
Eu vi a Micheque comemorando, não entendi o que ela dizia, mas parece que tem a ver com o ministro bolsonarista da igreja de mercado que foi para o STF. Senti vergonha alheia, embora ninguém desse governo mereça nem esse tipo estranho de pena.
 
Escrevi um pouco + sobre em
instagram.com
Foto do perfil de marciatiburi
Que antropologia, que filosofia, que ciência política dará conta de explicar esse fenômeno? 
O prefeito do Rio manifestou seu apoio à Michelle Bolsonaro alegando que nas redes sociais as pessoas estão rindo de sua religiosidade. Ele não entendeu do que se trata. Infelizmente, o problema não está na religiosidade da primeira dama. De fato, no país da liberdade de expressão, também a religiosidade deve ser respeitada como uma expressão legítima. Sabemos que, na prática, não é assim, mas devemos defender que assim seja (há muito ódio contra religiões de matriz africana, por exemplo). Não há nenhum problema no uso de logolalias, glossolalias, verborragias para expressar as próprias emoções religiosas. Mesmo que possa parecer ridículo, devemos olhar por esse lado do direito à expressão. O que não pode ser sustentando é que pessoas politicamente comprometidas se manifestem religiosamente em um Estado laico. Para o bem da democracia que depende do Estado laico os políticos deveriam manter o decoro religioso em silêncio, abraçando assim a beleza de todas as religiões. Mas sabemos que o que está em
Jogo é mais grave que tudo isso. O projeto de poder das igrejas de mercado inclui avançar em todas as instituições e poderes: legislativo, executivo, judiciário e midiático. Quando a língua que ninguém entende serve ao poder, ela já não é mais uma simples expressão da liberdade. Ela é um ato de mistificação. O que essas pessoas do poder usam são as mesmas táticas de sempre sobre as massas: criar o estupor que tudo paralisa. Pobre Brasil governado por gente tão perversa. #forabolsonaro #religiao#deus
 

Michelle Bolsonaro entra em êxtase com aprovação de Mendonça: “Deus quem te escolheu”

Primeira-dama publicou fotos emocionadas ao lado do novo ministro do STF durante a madrugada. Bolsonaro disse que "meu compromisso de levar ao Supremo um 'terrivelmente evangélico' foi concretizado".

 

Uma das principais lobistas para a aprovação pelo Senado do nome de André Mendonça à uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), Michelle Bolsonaro entrou em êxtase com o fim do processo que concretizou a indicação de Jair Bolsonaro (PSL) como ministro “terrivelmente evangélico” na corte.

Notícias relacionadas

 

04
Dez21

Novo ministro da suprema corte diz que "evangélicos têm agora representante no STF"

Talis Andrade

Michelle chora e faz oração após aprovação de Mendonça ao STF; vídeo

Michelle Bolsonaro pula e reza coa aprovação de André Mendonça

O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, André Mendonça, segunda indicação de Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF), teve o nome aprovado na quarta-feira (1) por 47 votos a 32 no plenário do Senado. Mendonça defendeu estado laico e democrático.

Foi a votação mais apertada entre os atuais ministros do Supremo, mas o pastor e ex-ministro teve o nome aprovado à mais alta corte do país. Bolsonaro comentou nas redes sociais que cumpriu uma promessa de campanha ao indicar um nome "terrivelmente evangélico".

André Mendonça, 48 anos, treinou muito em casa para dar respostas mais equilibradas em assuntos delicados para muitos religiosos, mas que poderiam dificultar sua aprovação entre os mais progressistas. Na sabatina do Senado, quando foi perguntado sobre o casamento gay, por exemplo, num primeiro momento disse que seguirá a Constituição. Pressionado a se posicionar, afirmou que vai defender o direito constitucional do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, já reconhecido pelo tribunal, mas sem lei aprovada pelo Congresso.

Mendonça defendeu o estado laico e democrático e seu mantra virou “a Bíblia na vida pessoal e a Constituição na vida pública”. Mas após ver seu nome aprovado pelo plenário, não escondeu o peso religioso que carrega. “A primeira reação foi dar glória a Deus por essa vitória. Um passo na história de um homem, mas um salto na história dos evangélicos do Brasil; 40% de uma nação que agora são representados no Supremo Tribunal Federal”, disse.

O judeu Luiz Fux, presidente do STF, disse que a posse do novo ministro deve acontecer ainda este ano. “Manifesto satisfação ímpar pela aprovação de André Mendonça, porque sei dos seus méritos”, afirmou em nota.

No interrogatório da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Mendonça fez aceno aos parlamentares citados na Lava Jato e que não querem ver Sérgio Moro nem pitado de ouro, dizendo que não se pode criminalizar a política e que delação premiada não prova nada.

Nos bastidores, apoiadores de Mendonça diziam que o ex-presidente Lula havia se comprometido a não pedir voto contrário e a não dificultar a aprovação do nome, de olho no voto dos evangélicos, um segmento que a cada eleição tem tido um peso maior.

Olhos voltados para 2022

O cuidado de Lula ao tratar esses eleitores mostra que já foi dada a largada para a briga presidencial e os últimos movimentos aqueceram o mercado de apostas: Bolsonaro enfim se filiou ao PL; Sérgio Moro ingressou no Podemos, incomodando nas pesquisas nomes como o de Ciro Gomes, do PDT; o PSDB escolheu João Dória como pré-candidato do partido; e o PT conversa com políticos de centro, como Geraldo Alckimin, para compor uma possível chapa com Lula. Sem contar outros nomes jogados na roda das conversas, como o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).

Há uma corrida para ver quem conseguirá se apresentar como uma terceira via viável eleitoralmente entre Bolsonaro e Lula, e as pesquisas de intenção de voto é que mostrarão o fôlego de cada um, definindo quem fica na briga e quem cederá espaço para as composições. O deputado Lincoln Portela, do PL, disse à RFI que acredita numa terceira via fragmentada e não vê chances de um segundo turno sem Lula e Bolsonaro.

“Na minha avaliação, essa que vem sendo chamada de terceira via estará pulverizada, com vários nomes. E não vejo hipótese alguma de não haver segundo turno entre Lula e Bolsonaro”, afirmou o parlamentar do PL.

Bolsonaristas vão insistir na narrativa construída de que o atual presidente é o caminho contra o comunismo. E não à toa apoiadores de Lula mais moderados quase infartam quando ele sai em defesa de ditaduras de esquerda.

No PT a ideia é trazer um vice de centro para amenizar essa marca. “Queremos uma chapa que vença as eleições, inclusive no primeiro turno. Então a ideia é ir além do espectro da esquerda e buscar um nome para vice que seja de centro”, disse à RFI o deputado petista Carlos Zarattini. Ele concorda com o colega do PL de que tudo aponta para um segundo turno entre Bolsonaro e Lula, mas acha que as demais candidaturas não devem ser tão numerosas.

27
Nov21

André Mendonça: "falta de credenciais democráticas"

Talis Andrade

Reinaldo Azevedo no Twitter                         
 
 
Reinaldo Azevedo
A agressividade dos moristas e seu apego a fake news não devem nada às milícias digitais de Bolsonaro. Às vezes, são até mais virulentas pq são tbem ressentidas. Afinal, a maioria dos moristas veio do bolsonarismo. Assim, sua carga de ódio é ainda de mais amplo espectro.

@elizianegama@davialcolumbre e o @SenadoFederal ñ esqueçam: - Mendonça apelou à LSN contra a liberdade de expressão; - queria templos abertos no auge da pandemia falando em “morrer pela fé”. Pobres morriam sem oxigênio; - silenciou diante de ataques ao STF; flertou c/ eles

Eliziane Gama
Recebi com muita satisfação do presidente da CCJ @davialcolumbre a designação p/relatar o nome de André Mendonça p/ o STF.
 Marcelo Auler: "Em mais uma derrota das bajuladoras tentativas do ministro da Justiça, André Mendonça, de punir críticos do presidente Jair Bolsonaro com a Lei de Segurança Nacional (LSN), o procurador da República João Gabriel Morais de Queiroz pediu ao juízo da 12ª Vara Federal de Brasília o arquivamento, “por manifesta atipicidade de conduta”, do Inquérito que o ministro ordenou que a Polícia Federal abrisse contra o advogado Marcelo Feller. Mendonça, como é público, sonha em substituir Marco Aurelio Mello no Supremo Tribunal Federal". Leia mais aqui 
Este correspondente lembra que a comunicacão não verbal, a linguagem corporal diz muito de um sujeito:

andré mendonça.JPG

andré 3.jpg

andré 4.jpg

Quem se curva diante dos opressores mostra o traseiro para os oprimidos... Millôr Fernandes.

@reinaldoazevedo
Sim, eu sei que @elizianegama, q vai relatar indicação de André Mendonça p/ o STF, tbem é evangélica. E daí? Ñ tenho preconceito contra a fé de ninguém. Ela teve atuação impecável na CPI e ñ me parece ser do tipo q endossa agressão a regras sanitárias por causa da religião. Ou flerta com ataques à liberdade de expressão. Mendonça tem de ser reprovado não por sua crença religiosa, mas por falta de credenciais democráticas. O q se vai aprovar ou rejeitar é um nome que vai lidar com leis, não com Deus.

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