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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

29
Nov20

O ATAQUE DOS MARICAS

Talis Andrade

maricas nani.jpg

 

 
por Luis Fernando Veríssimo
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O FBI, a CIA e outros órgãos da inteligência americana têm tido dificuldade em entender os relatórios que recebem dos seus agentes no Brasil. Discursos e manifestações do presidente brasileiro são monitorados regularmente, mas de uns tempos para cá isso se tornou uma tarefa problemática. Para começar, ninguém parece saber quem realmente é o presidente do Brasil que faz as declarações que intrigam os agentes americanos. Há quem diga que o presidente é Hamilton Mourão, outro dizem que é Paulo Guedes, outros têm certeza que é José Simão e ainda outros sustentam (a opção menos provável) que é Jair Bolsonaro ou um dos seus filhos. O jeito é monitorar todos ao mesmo tempo. O objetivo é detectar e prevenir qualquer ameaça à segurança dos Estados Unidos.
 
Uma recente fala presidencial de improviso aumentou a confusão. Os termos do pronunciamento ainda estão sendo estudados. Eles podem indicar que o Brasil se prepara para invadir os Estados Unidos e a) manter o Trump no poder, cercando a Casa Branca e repelindo qualquer tentativa de retirá-lo de lá a cusparadas – o que explicaria a críptica referência à saliva se transformando em pólvora, no discurso do presidente – e b) sequestrar o Biden, disfarçá-lo com uma peruca loira, soltá-lo no meio de uma manifestação contra o racismo e correr atrás dele gritando “É o Trump! Pega! Pega!”.
 
Os analistas americanos também tentam decifrar o sentido da palavra “maricas”. Não fica claro, no discurso, se “maricas” é apenas quem tem medo de morrer e, portanto, é um desprezível, ou se o presidente estava fazendo uma ameaça velada aos americanos, avisando que brasileiros maricas podem ter medo de morrer e horror a baratas, mas não os desafiem, eles podem ser ferozes. Os americanos decidem que um ataque dos maricas virá, e preparam suas defesas. A segurança nas fronteiras é reforçada. Todos devem ficar atentos a grupos barulhentos que lotam os aeroportos. São os maricas que chegam.

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23
Nov20

Assassinato de João Alberto tem mais responsáveis (vídeos)

Talis Andrade

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Beto foi com a companheira Milena (à esq.) ao Carrefour Imagem: Arquivo pessoal

 

por Marcelo Auler

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Apesar de apenas duas pessoas terem sido presas em flagrante pela morte de João Alberto Silveira Freitas, o Beto, de 40 anos, no supermercado Carrefour, no bairro Passo de Areia, em Porto Alegre, eles não são os únicos responsáveis que devem responder pelo crime. O homicídio, que a polícia civil classifica de triplamente qualificado – por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima – tem prováveis coautores.

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Giovane Gaspar da Silva, segurança, policial, filiado ao MDB, que participou das agressões 

 

Oficialmente, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul mantém presos como responsáveis pela morte de Beto o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva e o segurança terceirizado Magno Braz Borges. São os dois que aparecem nos diversos vídeos que viralizaram espancando, imobilizando e, possivelmente, sufocando o cliente negro que faleceu no estacionamento do Carrefour, na noite de quinta-feira (19/11).

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Magno Braz Borges, segurança que participou das agressões a Beto 

Na realidade, porém, o crime pode ter mais alguns responsáveis. É o caso de Adriana Alves Dutra, agente de fiscalização do supermercado, que aparece na cena do crime filmando toda a agressão sem nada fazer para impedi-la. Além de se omitir diante do espancamento que filmava, ela tentou impedir que um homem, de 41 anos, que trabalha como entregar de mercadorias no próprio Carrefour, também filmasse as cenas. Chegou a ameaçá-lo, conforme consta do vídeo feito pelo entregador que foi entrevistado por Tiago Boff, do jornal Zero Hora – Entregador que filmou agressões no Carrefour diz que seguranças tentaram apagar vídeo e relata ter sofrido ameaças:

Não faz isso! Não faz isso! Não faz isso senão eu vou te queimar na loja”, ameaçou Adriana, como registrou o vídeo feito pelo entregador, que pode ser visto na reportagem de Boff.

Como explicou o entregador de mercadoria que pediu ao repórter para não ser identificado, ele foi pressionado a apagar o que filmou. Mas não o fez: “Tive que guardar o celular. E eles queriam que eu apagasse o vídeo. Eu disse que não ia apagar. Eu pretendia usar o vídeo para defender o senhor, mas infelizmente aconteceu o que aconteceu“.

Quem não impediu, também reponde pelo crime

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Os dois espancadores e o cadáver de Beto

A possível participação de Adriana em todo o episódio ainda está sendo investigada pela polícia, como admitiu ao jornal Correio do Povo – Polícia Civil investiga motivação para agressões e morte de cliente de hipermercado de Porto Alegre– a delegada Roberta Bertoldo, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ªDPHPP) da Polícia Civil:

Quem não impediu a agressão responde também ao meu ver… A moça de camisa branca é a fiscal com a qual a vítima teria se desentendido, mas não está confirmado isso ainda. Ela não impediu as agressões e ainda ameaçou pessoas para que não filmassem”, explicou a titular da delegacia ao jornal.

Mas a dúvida que a delegada alega ainda precisar esclarecer não existe para o Procurador de Justiça aposentado, professor de Direito, Cézar Roberto Bitencourt, Doutor em Direito Penal pela Universidade de Sevilha, Espanha:

Aquela funcionária não é simplesmente testemunha do crime. Pelo contrário. Ela é coautora do crime. Ela coordenou a agressão. Ela chamou os seguranças, mandou retirarem (o cliente), acompanhou e comandou, inclusive empurrava, botava as mãos nas costas. Note que ela está do lado, ela era chefe. Ela poderia ter dito, parem! Chega! Acabava. Porque ela tinha autoridade sobre os seguranças, poderia interromper. Ela tinha o domínio do fato. Por isso ela não é simples partícipe, não era meramente participante. Ela é coautora do homicídio. Tem que ser indiciada e denunciada por homicídio qualificado, em concurso com os outros dois“. (Transcrevi trechos)

 

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