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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

01
Jun23

Juiz Eduardo Appio nega autoria de telefonema gravado

Talis Andrade

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A dupla Moro&Dallagnol domina a maioria do TRF de 4 e procuradores e policiais federais de Curitiba, um mando originado com a finada Lava Java que gravava réus, testemunhas, presos no cárcere, e até presidente e ex-presidentes 

 

A Justiça do Paraná e Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi contaminada pela quadrilha da Lava Jato. Correu uma dinheirama bilionária que jamais foi auditada. Existiram vários projetos de poder que promoveram o golpe do impeachment de Dilma Roussef, que colocou Michel Temer na presidência da República, o golpe eleitoral da prisão de Lula para eleger Jair Bolsonaro em 2018, que seria sucedido por Sergio Moro nas eleições de 2022, que terminou senador, e que elegeu sua esposa Rosângela Moro deputada federal por São Paulo, e Deltan Dallagnol deputado federal pelo Paraná. 

A Lava Java chegou a ter uma conta gráfica de mais 2 bilhões e 500 milhões. Dinheiro dado pela 'vítima' Caixa Econômica, assim corretamente denominada por Dallagnol, o esperto algoz pra lá de doido por dinheiro. O Dallagnol empresário, investidor imobiliário dono de dois apartamento de luxo, e latifundiário na Amazônia. 

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247A defesa do juiz Eduardo Appio, que foi afastado da Vara Federal responsável pelos casos da Operação Lava Jato em Curitiba, nega que ele tenha realizado a ligação para João Eduardo Malucelli, filho do magistrado Marcelo Malucelli e sócio do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), informou a Folha de S.Paulo. Embora um laudo da Polícia Federal sugira fortemente que a voz no telefonema seja a do juiz afastado, o advogado Pedro Serrano afirmou que Appio não fez a ligação. Serrano declarou à Folha nesta quarta-feira (31) que estão estudando a produção de provas, possivelmente através de uma perícia, para comprovar que a voz não é a de Appio.

No telefonema feito em abril para João Eduardo Malucelli, o interlocutor se apresenta como servidor da Justiça e aparentemente tenta estabelecer uma conexão familiar com o juiz Marcelo Malucelli, que na época era o relator da Lava Jato em segunda instância. Naquele momento, Appio estava em conflito com o ex-relator, que havia derrubado algumas de suas decisões, incluindo aquelas relacionadas à defesa do advogado e réu Rodrigo Tacla Duran.

João Eduardo é sócio de Moro e da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) no escritório Wolff Moro Sociedade de Advocacia. Ele também é namorado da filha do casal de parlamentares. A ligação indireta com Sergio Moro foi motivo de contestações, o que levou Marcelo Malucelli a deixar a relatoria da Lava Jato.

Em uma entrevista à GloboNews na terça-feira (30), o advogado Pedro Serrano também afirmou que, mesmo considerando a possibilidade de a voz ser a de Appio, o diálogo não contém ameaças. Ele declarou: "Independentemente de negar ou não, não há ameaças na fala do interlocutor. Seria apenas uma brincadeira? Isso não seria motivo para afastar um juiz."

Appio foi afastado temporariamente de suas funções no dia 22 de maio como parte de um procedimento preliminar conduzido pela corte especial administrativa do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). A gravação foi a principal evidência analisada. Até a tarde desta quarta-feira, o juiz ainda não havia apresentado sua defesa prévia no procedimento preliminar. Ele tem até o dia 7 de junho para protocolar sua defesa. Após esse prazo, o TRF-4 poderá iniciar um processo administrativo disciplinar contra o juiz.

No TRF-4, com sede em Porto Alegre, o caso está sob responsabilidade do corregedor regional Cândido Alfredo Silva Leal Júnior. Até o momento, a defesa de Appio optou por recorrer diretamente ao corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luis Felipe Salomão. Na sexta-feira passada (26), os advogados do juiz entregaram uma petição a Salomão, argumentando que o afastamento foi uma medida "severa e drástica", que Appio não teve a oportunidade de se defender, que o TRF-4 não é imparcial para lidar com o caso e que o assunto deveria ser levado ao CNJ, em Brasília. Eles também defenderam a realização de uma correição extraordinária na 13ª Vara Federal de Curitiba, uma espécie de auditoria.

Salomão ainda não tomou uma decisão sobre a petição específica apresentada pelo juiz, mas na terça-feira (30) assinou uma portaria determinando uma correição extraordinária na 13ª Vara de Curitiba e nos gabinetes dos magistrados que compõem a 8ª Turma do TRF-4, responsável por analisar os processos da Lava Jato em segunda instância. Um grupo de magistrados designados por Salomão iniciou os trabalhos nesta quarta-feira, e Appio foi convocado para prestar depoimento. As atividades estão ocorrendo em sigilo e devem ser concluídas até sexta-feira (2).

Para justificar a investigação, Salomão mencionou "diversas reclamações disciplinares em relação aos juízes e desembargadores" que atuam na 13ª Vara de Curitiba e na 8ª Turma do TRF-4. Nesta semana, a defesa de Appio apresentou uma nova petição ao CNJ, na qual reitera a parcialidade do TRF-4 e acrescenta que a própria gravação do telefonema foi entregue à corregedoria do tribunal com a ajuda de Moro. O trecho da petição afirma: "Conforme amplamente divulgado pela mídia, o Excelentíssimo Senador Sérgio Fernando Moro admitiu explicitamente que atuou diretamente nas questões relacionadas ao presente pedido de avocação." Em 23 de maio, Moro afirmou que já estava ciente da gravação e que ajudou a encaminhar o caso ao tribunal para investigação. Ele declarou: "Eu tomei conhecimento dessa gravação na época em que a ligação ocorreu. Fiquei surpreso, recolhemos o material e entregamos ao tribunal, que conduziu toda a apuração. Nos mantivemos totalmente distantes, para evitar qualquer questionamento."

09
Fev22

A banalização do absurdo

Talis Andrade

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por Eric Nepomuceno

Alguns amigos repetem seu espanto diante daquilo que chamam de minha infinita capacidade de ser masoquista.

A razão desse masoquismo: acompanho fielmente Jair Messias nas redes sociais e trato de não perder uma só de suas transmissões ao vivo nas quintas-feiras. Desde que ele iniciou, rompendo regras e leis eleitorais, sua campanha pela reeleição, ou seja, desde seu primeiro dia na poltrona presidencial, adotei esse hábito.

E de um tempinho para cá, esse masoquismo meu se reforçou: também acompanho outra aberração abjeta, Sérgio Moro. Sei bem que sua campanha eleitoral muito provavelmente irá naufragar ainda no cais, e que o mais provável é que essa figurinha de juiz manipulador acabe buscando imunidade numa vaga de Deputado ou, quem sabe, senador. Mas é interessante acompanhar seu cinismo estrondoso, confirmar a ausência de qualquer vestígio de decência e conteúdo ético e moral da sua constrangedora pessoa.

Jair Messias repete o mesmo bordão por tudo que é canto onde passa. Menciona cifras de supostos prejuízos e desvios, sempre na casa das centenas de milhões e algumas vezes na de bilhões, acusando os “vermelhos” de não terem feito absolutamente nada pelo país. Inaugura obras iniciadas justamente no período de seus inimigos (ele desconhece a palavra “adversários”), algumas já bastante avançadas, e quando não tem nenhuma à mão inaugura pontes de madeira de quinze metros de extensão. O importante é perambular por aí, já que trabalhar cansa.

E enquanto isso, o país continua a ser literalmente destroçado até mesmo em sua memória: as alterações no relatório final da Comissão da Verdade, autorizadas por juizecos da escola de Moro&Cia., é parte dessa destruição que ocorre de maneira incessante enquanto a plateia se distrai com as andanças e o bestialógico de Jair Messias.

Já Sérgio Moro naufraga solitário, apesar dos vigorosos esforços dos grandes meios oligopólicos de comunicação para viabilizar sua estilhaçada candidatura presidencial. De juiz desonesto e manipulador a ministro de Jair Messias, eleito em boa parte graças precisamente a ele, foi um pulo. E de ministro demissionário a funcionário de uma empresa misteriosa dedicada a reestruturar justamente as empresas que ele e sua turma quebraram, outro.

Nessa empresa, a Álvarez&Marsal, ele tinha por companheiros de diretoria antigos funcionários do FBI, antigos policiais, de tudo um pouco. Ninguém sabe qual era exatamente a função de Moro, se é que tinha alguma, para receber a pirâmide de dinheiro que recebeu. E nem ele nem a empresa contam qual foi seu trabalho, supondo que teve algum.

As andanças de Jair Messias e as virações de Moro encobrem crimes de todo tipo da parte do presidente e suspeitas mais que sólidas de outros tantos da parte do juiz manipulador e desonesto. Que um continue fazendo o que faz e o outro ainda não tenha sido levado aos tribunais são absurdos irremediáveis. Mas que nos tempos que o Brasil vive são considerados parte da rotina, puras banalidades.

É isso que constato no meu masoquismo: como este pobre país se acostumou a banalizar absurdos concretos.  

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