Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

11
Nov23

Deputados propõem moção de repúdio na Câmara contra presidente do Banco Central

Talis Andrade

dinheiro banqueiro Alfredo Sábat.jpg

Lindbergh Farias e Alencar Santana contestam iniciativa de Campos Neto sobre parcelas sem juros em compras por cartão. A sabotagem bolsonarista prejudica os consumidores, beneficiando ainda mais as grandes instituições bancárias

 

247 - Os deputados petistas Lindbergh Farias (RJ) e Alencar Santana (SP) protocolaram um requerimento junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), solicitando uma moção de repúdio ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A discordância surge em razão da consideração, sem respaldo legal, da redução do número de parcelas sem juros nas compras por cartão de crédito.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, no documento apresentado, os deputados argumentam que diversos líderes partidários na Câmara já debateram o tema e se opuseram à iniciativa em análise no Banco Central. Eles afirmam que qualquer restrição nesse sentido poderá prejudicar os consumidores, beneficiando ainda mais as grandes instituições bancárias.

Alencar Santana, relator do projeto que instituiu o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas para reduzir a inadimplência no país, destaca que, na época da tramitação, cerca de 71 milhões de pessoas (equivalente a aproximadamente 43,78% da população brasileira) tinham restrições de crédito devido a dívidas. O programa possibilitou que essas pessoas negociassem o saldo devedor com descontos e taxas de juros mais baixas, retirando-as dos cadastros de inadimplência.

Os deputados salientam que o Congresso buscou criar mecanismos para evitar o retorno dessas pessoas à negativação, principalmente por meio do rotativo do cartão de crédito, cujos juros atingiram 439,24% ao ano naquele período. A recente lei sancionada estabelece limites para as taxas de juros e encargos financeiros, mas, segundo os parlamentares, não impôs restrições a compras parceladas sem juros no cartão de crédito.

No requerimento, eles afirmam que, com base em estudos e debates realizados nas reuniões no Banco Central, as compras parceladas sem juros no cartão de crédito demonstram ser uma medida benéfica aos consumidores. Essa modalidade permite o financiamento de compras sem a imposição de juros abusivos pelos bancos, beneficiando diretamente a população.

04
Jul23

Após interrupções, presidente da CPI dos Atos Golpistas ameaça ir ao Conselho de Ética contra deputado da oposição: 'Não vou permitir'

Talis Andrade

 

Deputado Abilio Brunini, que não é integrante da comissão, fez diversas intervenções durante falas de colegas. Avacalha com o deputado Arthur Maia

 

Por Filipe Matoso, Luiz Felipe Barbiéri e Pedro Alves Neto, g1

- - -

O presidente da CPI Mista dos Atos Golpistas, Arthur Maia, ameaçou levar o deputado Abilio Brunini ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, após uma série de interrupções de Brunini (veja vídeo acima).

Em tom de voz elevado e com dedo em riste, Arthur Maia afirmou: "Vou encaminhar o nome de vossa excelência ao Conselho de Ética. Eu não vou permitir que vossa excelência fique tumultuando esses trabalhos da CPI. Vossa excelência não vai conseguir isso", disse.

O presidente da comissão tem feito frequentes reclamações sobre as interrupções feitas durante a fala de parlamentares ou depoentes. O trabalho de Brunini, que gravou um vídeo falso da invasao do Congresso pelos terroristas no dia 8 de janeiro, visa desmoralizar a Camara dos Deputados e o Senado Federal.

Deputado trapalhão do PL mente e faz vídeo fake news para provar que Camara não ficou destruída

 

LEIA TAMBÉM:

 

 

CPI ouviu investigadores e investigados pelo episódio em que uma bomba foi colocada em um caminhão na entrada do Aeroporto de Brasília, às vésperas da posse do presidente Lula.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Brunini interrompeu outros parlamentares e os depoentes desde o início da sessão. A discussão com Arthur Maia ocorreu após a exibição de um vídeo associando uma "tentativa de golpe" a políticos da oposição.

As imagens foram exibidas a pedido do deputado Rogério Correa (PT-MG), que afirmava que a "tentativa de golpe" no Brasil foi um "processo" que envolveu, entre outros episódios, o caso da bomba no caminhão em Brasília.

Em seguida, foi exibido o vídeo com reportagens exibidas por emissoras de TV sobre o assunto, e o deputado alegou que as imagens exibidas "doem" e "mostram". Porém, Correa não conseguiu concluir a frase.

Nesse instante, Brunini, que nao faz parte da CPMI, apresentou uma questão de ordem, afirmando: "O que é isso, presidente? Ele não pode fazer em tom afirmativo, presidente".

Arthur Maia, então, se dirigiu a Rogério Correa e afirmou que o deputado teria mais um minuto para concluir o raciocínio. Em seguida, afirmou ao plenário que, a cada nova interrupção, Correa teria mais um minuto.

"Mas, presidente, o senhor vai permitir fake news? Vai permitir fake news?", indagou Brunini a Arthur Maia.

O presidente da CPI, então, respondeu ao deputado, em tom mais alto: "Eu afirmo à vossa excelência que vossa excelência não vai conseguir tumultuar nosso trabalho. Se vossa excelência insistir com esse seu papel, vou fazer uma representação da presidência contra vossa excelência no Conselho de Ética. Não vou aceitar isso."

Arthur Maia, então, devolveu a palavra a Rogério Correa. O presidente da CPI foi aplaudido por parte dos presentes. Enquanto isso, Brunini sorria e fazia sinal negativo com a cabeça.

Brunini considera que a brabeza de Maia coisa de circo de fantoches, de teatro mambembe.

O senador Magno Malta (PL-ES), segundo vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do 8 de janeiro, se irritou com as interrupções do deputado Abilio Brunini durante a sessão. “Eu tenho que gritar, é? Estou na escolinha?”. Leia mais: https://www.em.com.br/app/noticia/pol...

Convocado pelo colegiado por mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, o tenente-coronel Jean Lawand Junior estava sendo questionado pelo deputado Duarte Junior (PSB-MA) sobre as diferentes versões apresentadas para a motivação das mensagens. Brunini se sentou ao lado de Duarte, nesse momento, e passou a interromper a fala do parlamentar, sem que o microfone pudesse captar o tumulto. Duarte pediu mais tempo para concluir as perguntas, diante das interrupções, que se repetiram.

24
Mar23

Alta taxa de juros paralisa a economia e prejudica a vida dos brasileiros

Talis Andrade
(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

 

 

Parlamentares reagiram no Congresso por considerar que a taxa na estratosfera desestimula investimentos, o consumo e a geração de empregos

 

 

Ao manter a taxa básica de juros no pornográfico 13,75%, o Banco Central ignorou os apelos do presidente Lula, centrais sindicais, movimentos sociais e setores empresariais. Com isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) desestimula investimentos, o consumo e a geração de empregos.

De acordo com a agência alemã Deutsche Welle (DW), por exemplo, com os juros na estratosfera fica mais caro comprar uma moto ou uma geladeira a prestações.

“A demanda por produtos cai, o que força as empresas a diminuir ou a não aumentar os preços, reduzindo assim a pressão sobre a inflação”, explicou.

Além disso, restrição ao consumo, por sua vez, influencia negativamente no faturamento das empresas, desestimulando novas contratações, sendo as que estão em pior situação podem ser forçadas a demitir.

A decisão deixa o Brasil no topo do ranking global de juros reais. Descontado a inflação, a taxa de juros reais brasileira ficou em 6,94%, seguida do México 6,05% e Chile 4,92%.

No Congresso a reação foi imediata. “Apesar da pressão dos movimentos sociais e populares, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75% – a mais alta do mundo. O povo quer emprego e desenvolvimento, não juros estratosféricos. Seguiremos pressionando até que o BC reveja esta política fracassada, que mantêm milhões na miséria. #JurosBaixosJá”, escreveu no Twitter a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ).

Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a decisão do Banco Central de manter a Selic em pornográficos 13,75% demonstra a captura do Estado pelo rentismo. “Não há justificativa técnica, não há padrão internacional. O que há é uma espécie de politização às avessas: se o país pede água, o BC dá vinagre. SABOTAGEM!”, reagiu na rede social.

O deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) classificou a decisão como indecente. “Querem inviabilizar o desenvolvimento do país. O projeto que ganhou as eleições, que foi às ruas, prevê melhoria da vida das pessoas. Isso requer investimento em educação, saúde, segurança, moradia, saneamento, alimentação. Mas hoje, o presidente do Banco Central, que ninguém sabe quem é, manda mais na economia que o próprio presidente. Isso está de cabeça para baixo”, criticou.

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, disse ao UOL que a decisão obedece à lógica do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, de atender interesses do mercado financeiro em detrimento da geração de empregos e do crescimento.

“Temos juros reais de quase 8% ao ano”, denunciou Gleisi. “Qual é o empresário que vai investir se o dinheiro dele aplicado rende isso?”, perguntou. “Ninguém vai correr risco, o dinheiro fica parado e ele ganha bem, em cima de títulos públicos, de investimentos. Só que quem sofre é o país”, lamentou.

“Isso enfraquece a economia, o crédito e leva para o caminho do desemprego. Temos que ter uma política geradora de empregos, e não geradora de desemprego. Famílias inteiras estão endividadas. A miséria e a pobreza aumentam. O país precisa construir políticas públicas humanitárias para atender a nossa gente tão sofrida”, avaliou o senador Paulo Paim (PT-RS).

24
Mar23

Taxa de juros alta é sabotagem

Talis Andrade

Renato Aroeira

Selic a 13,75%

www.brasil247.com - { imgCaption }}

 

Queremos e lutaremos pela imediata redução dos juros e pela retomada do Brasil

 

por Julimar Roberto

Mesmo após intensa pressão da Contracs-CUT, de centrais sindicais, dos movimentos populares, e do próprio presidente Lula, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, a maior do mundo.  Uma completa desarmonia com o plano do governo eleito pelo povo para a condução do Brasil.

Mas quem é que define esse percentual? É nada mais, nada menos que o Copom, formado pelo presidente e diretores do Banco Central. Um seleto grupo que, a cada 45 dias, define os rumos do país.

Isso porque, a taxa de juros influencia muita coisa no Brasil, a começar pela própria economia, já que todos os investimentos do mercado sofrem, de alguma forma, com a Selic alta. Uns direta, outros indiretamente, mas a verdade é que todos são afetados.

Mas o que muitos não sabem é que Roberto Campos Neto, presidente do BC, é um indicado de Bolsonaro. E, sendo o BC uma instituição com autonomia, Lula não pode trocá-lo, a não ser que ele saia por vontade própria. Dessa forma, o país esbarra em dois projetos distintos e o que está sendo tocado pelo BC não é bom para o povo brasileiro. Por isso, é fundamental que, ou Campos Neto se demite ou busca entrar em harmonia com o Governo Federal. Do jeito que está não pode ficar!

10
Jan23

Moraes ordena a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do DF

Talis Andrade

 


Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito, coronel Fábio Augusto Vieira  — Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

Preso comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira — Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

 

 

por Julia Chaib /Yahoo!

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira.

O militar era o responsável pelo comando da corporação no domingo (8) quando bolsonaristas atacaram os prédios do Congresso, Palácio do Planalto e do STF. Ele já havia sido afastado do cargo pelo interventor federal Ricardo Capelli.

O governo federal, integrantes da Polícia Federal e do Judiciário têm creditado a PM do DF a responsabilidade pela invasão da Praça dos três Poderes.

Nesta terça (10), o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli afirmou que a manifestação golpista promovida por militantes bolsonaristas foi possível por causa da "operação de sabotagem" nas forças de segurança locais, naquele momento comandadas por Anderson Torres, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e secretario de Segurança Pública exonerado.

A Polícia Militar tentou conter a invasão, mas, com baixo número de efetivo no local, não conseguiram evitar o avanço dos golpistas.

Integrantes do governo federal relatam à Folha de S.Paulo que, no sábado (7), foi realizada uma reunião com representantes da segurança do DF. Nesse encontro, segundo essas pessoas, o governo de Ibaneis Rocha (MDB) garantiu a segurança da Esplanada dos Ministérios.

A reunião foi realizada após o aumento do deslocamento de bolsonaristas para Brasília a partir da sexta (6).

"Havia um efetivo planejado e um efetivo real, em um certo momento esse efetivo era 3 ou 4 vezes menor que o planejado. Por que aconteceu isso? Realmente a cadeia de comando da polícia do DF que vai responder", disse o ministro da Justiça Flávio Dino nesta terça (10).

 

15
Ago22

Bolsonaro é acusado por crimes na pandemia

Talis Andrade

 

por Altamiro Borges

- - - 

Na sexta-feira passada (12), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico) que cobra a responsabilização do presidente Jair Bolsonaro pela gestão criminosa da pandemia da Covid-19. 

A Avico apresentou ao STF em abril deste ano uma queixa-crime subsidiária, tipo de ação prevista constitucionalmente para os casos em que o Ministério Público não oferece denúncia ou não dá prosseguimento à investigação dentro do prazo legal. No pedido, a entidade argumentou ter havido “inércia” do bajulador-geral da República, Augusto Aras. 

Image
Na ocasião, ela acusou o “capetão” por nove crimes: perigo para a vida ou saúde de outrem; subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento; epidemia com resultado morte; infração de medida sanitária preventiva; incitação ao crime; charlatanismo; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas; e prevaricação. 



O bajulador-geral da República

 

Nenhuma descrição de foto disponível.

 

Além de denunciar a “inércia” de Augusto Aras, a Avico alegou que fez representações ao MP e pediu informações sobre o andamento do caso, mas não obteve resposta. A associação cita ainda que não conseguiu detalhes junto à PGR sobre o relatório final da CPI da Covid no Senado que pediu o indiciamento do genocida por crimes na condução da pandemia. 

"A inércia (formal e material) do Procurador-Geral da República, em tal contexto, é induvidosa e deixa aberto o caminho para o oferecimento da presente queixa-crime subsidiária", declarou a associação na queixa-crime. A entidade também mencionou no documento que o presidente cometeu “inúmeras condutas reveladoras de sabotagens e subterfúgios de toda ordem para retardar, frustrar e sabotar o processo de enfrentamento da pandemia da Covid-19”.

 

Até quando vamos ter que conviver com Jair Bolsonaro, o sociopata homicida?  - Pautando a Conversa

20
Jul21

Paulo Guedes foi um dos responsáveis pelo atraso na compra de vacinas

Talis Andrade

dolar paulo guedes aroeira.jpeg

 

 

247 - O negacionismo e a mentalidade de arrocho fiscal foram determinantes para o governo Bolsonaro atrasar a compra de vacinas. Um dos principais responsáveis por isso, além do próprio Jair Bolsonaro, foi seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

O Palácio do Planalto e o Ministério da Economia se alinharam contra as exigências da Pfizer e atrasaram a aquisição do imunizante da empresa, destaca a Folha de S.Paulo em reportagem. 

A CPI da Covid no Senado quer saber por que um dispositivo que facilitava a aquisição de vacinas da Pfizer e da Janssen foi eliminado da MP publicada em janeiro. Uma das minutas autorizava a União a assumir riscos e custos de eventuais efeitos adversos dos imunizantes, exigência das farmacêuticas. Em resposta à comissão, a pasta de Guedes disse que só foi chamada a se manifestar na sanção, em março. Porém, documentos mostram a participação do Ministério da Economia em debates de minutas em dezembro, diz a reportagem.

A decisão do governo de cortar o artigo retardou o negócio. O contrato com a Pfizer só foi assinado em 19 de março graças a uma lei de iniciativa do Congresso. Leia a íntegra da reportagem

 

09
Jul21

A vacina contra o golpe

Talis Andrade

 

GENERAL-HELENO.-GENERAL-MOURÃO-BOLSONARO.jpg

 

por Cristina Serra

- - -

Botei duas máscaras no rosto e fui à manifestação contra Bolsonaro no Rio de Janeiro, no sábado. Foi reconfortante ver amigos que não encontrava havia tempos, na avenida Presidente Vargas, cheia, alegre e pacífica. Em São Paulo, ao que tudo indica, provocadores profissionais deram as caras. A coordenação dos atos precisa se esforçar para neutralizar tentativas de sabotagem.

O que estamos vendo é uma maré montante de gente na rua à medida que a CPI no Senado descobre as digitais do presidente em crimes contra a vida dos brasileiros. O superpedido de impeachment elenca 23 crimes de responsabilidade. E agora, reportagem de Juliana Dal Piva, no UOL, revela que Bolsonaro comandou esquema de “rachadinhas” quando foi deputado federal.

Ao participar do protesto no Rio não pude evitar a lembrança da campanha das Diretas Já. Naquele mesmo lugar, 37 anos atrás, muitos de nós ali estavam, no comício da Candelária, para pressionar o Congresso a votar a emenda que poderia restituir aos eleitores o direito de votar para presidente. A emenda não foi aprovada, o que não significou a derrota do movimento. O povo na rua mostrava que a ditadura estava no fim. Nada que os generais fizessem seria capaz de amedrontar a sociedade organizada. Essa foi a grande vitória das Diretas Já. 

É difícil saber no que vai dar a campanha “Fora Bolsonaro”. Há muito cálculo político entre governistas, oposicionistas e os que se dizem nem uma coisa nem outra. Há dúvidas legítimas também sobre a banalização do impeachment e os riscos de transferir o poder a Mourão. 

O afastamento do ‘serial killer’ do Planalto tornou-se um imperativo ético, humanitário e político. Purgado pelo impeachment, o genocida teria os direitos políticos cassados por oito anos. Sem poder parasitar a máquina pública, o bolsonarismo perde oxigênio. A presença constante e maciça de gente na rua até 2022 é a melhor vacina contra a ruína da democracia e o golpe, que Bolsonaro não para de fomentar.

Image

21
Jun21

Relatório da CPI da Covid-19 pode ser entregue a instâncias internacionais

Talis Andrade

Imagem do site do jornal Libération, que publica nesta terça-feira entrevista com o senador Alessandro Vieira, membro da CPI da Covid-19.

Imagem do site do jornal Libération, que publica nesta terça-feira entrevista com o senador Alessandro Vieira, membro da CPI da Covid-19. © reprodução Libération

O jornal Libération deste sábado (19) traz uma entrevista com o senador Alessandro Vieira (Sem partido - SE), membro da CPI da Covid-19. O parlamentar, ex-apoiador do presidente Jair Bolsonaro, se diz decepcionado e denuncia a inércia na gestão da pandemia, além de uma “política de mentiras”.

O relatório final produzido pela CPI será entregue à Justiça brasileira e também a instâncias internacionais, se elementos presentes no inquérito indicarem que houve crimes contra a humanidade, explica Vieira.

“O governo escolheu negar a gravidade da epidemia e ignorar os conhecimentos científicos. Sua inércia e seus erros levaram a um número elevado de contaminações e de mortes”, afirma o senador. “Ele (Bolsonaro) não tem a humildade de Boris Johnson, que reconheceu que estava enganado. Até Donald Trump, que questionava a gravidade da doença, investiu em uma vacina. Já seu discípulo brasileiro atrasou tanto quanto pôde a aquisição de doses, apostando em tratamentos ineficazes”, completa.

O jornal lembra que 85% dos brasileiros querem ser vacinados, um dos números mais altos do mundo, apesar da campanha de desinformação do governo que coloca em dúvida a inocuidade da vacina. “Sua política se baseia em uma rede de fake news agressiva. Bolsonaro faz da mentira um método de governo”, afirma Vieira.

Sobre a possibilidade de um impeachment, o parlamentar explica que qualquer cidadão poderia pedir a destituição do presidente com base no relatório. Mas o processo depende do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Ex-apoiador de Bolsonaro arrependido  

Ele diz se arrepender de ter votado no atual presidente e lamenta o fato de estar assistindo “à sabotagem acelerada de nossas instituições, inclusive das forças armadas” e que Bolsonaro não tenha mantido suas promessas liberais e de luta contra a corrupção. Mas o senador afirma que este reconhecimento de culpa não significa sua adesão ao PT, ao contrário. Entre Lula e Bolsonaro, ele acredita que uma terceira via seja necessária para “reconstruir uma nação devastada”.

Vieira que é ex-delegado da polícia civil, um reduto bolsonarista, segundo Libération, afirma que os policiais continuarão sendo fiéis à autoridade do governo dos estados, mas devem ser ouvidos. Bolsonaro já coloca em prática medidas para conseguir o apoio da polícia, como créditos que permitem aos policiais que residem em bairros difíceis de adquirir casas em outros lugares.

“Bolsonaro não entende nada de segurança pública, mas ele tem um discurso de proteção do policial e de legitimação do uso da violência que seduz a corporação”, afirma.

 

 

15
Jun21

Racionamento, apagão e privatização...

Talis Andrade

eletrobras entreguismo.jpg

 

 

por Leonardo Stoppa

Há poucos meses a população do Rio de Janeiro reclamava da qualidade da água. Turbidez e mau cheiro causaram desespero no povo e a Cedae, empresa responsável pelo tratamento, acabou entregue à iniciativa privada. Mas, qual a relação da Cedae com o apagão? A metodologia de privatização, que sempre passa pelos estágios de racionamento, com ameaça de “apagão”, a fim de amedrontar e convencer o povo que sem a “ajuda” financeira do especulador, aquilo que sempre funcionou vai parar de funcionar...

Vivemos agora este “apagão” no momento em que o Senado Federal decide a venda da Eletrobras. O povo carioca viveu a piora na qualidade da água exatamente quando os olhos famintos do mercado se voltaram à privatização da empresa de saneamento. Para os dois casos não há como pensar em coisa diferente de sabotagem. Sim! Sabotagem porque os métodos para tratamento de água, em especial o tratamento da turbidez e do mau cheiro são amplamente conhecidos pela ciência a ponto de serem conteúdo exigido pelo Exame Nacional do Ensino Médio.

Nossos jovens de 16 anos sabem dar aula de como tratar a água, mas a empresa que sempre fez isso muito bem, esqueceu como se faz exatamente na hora de privatizar! Claro que seria diferente se estivéssemos falando de elementos não perceptíveis como a presença de metais pesados, coisa que pode acontecer após acidentes como os protagonizados pela Vale/Samarco, mas turbidez e mal cheiro são defeitos deixados com o propósito de causar pânico, exatamente porque são perceptíveis a todos e o descontentamento naturaliza a privatização.

A nossa última ameaça de “apagão” foi durante o governo FHC. Este apagão do Bolsonaro é nada mais que a continuidade da mesma sabotagem já protagonizada pelos tucanos, seguindo os mesmos métodos, mas com um “mal caratismo” bem mais escancarado pois vivemos um momento de baixo consumo de energia, principalmente porque nossa indústria e comércio estão “fechados com Bolsonaro”, e obviamente a redução do poder de compra resultantes do desemprego e da pandemia tendem a diminuir a demanda por eletricidade, então, o que faz de 2021 um ano assim, tão especial para termos falta de água nos reservatórios?

Má administração do sistema e sabotagem, exatamente para acontecer o que estamos vivendo agora: contratação de térmicas para encher os bolsos dos geradores privados, e claro, o fantasma do “apagão”, para virar notícia ecoada por toda imprensa, criar medo e naturalizar a entrega da mais importante empresa do setor. Assim como durante o governo FHC, os dados meteorológicos não subsidiavam o mito do “apagão”, não temos hoje uma mudança significativa nos níveis de chuvas a ponto de justificar essa tal escassez nos reservatórios, mas a sabotagem do sistema elétrico é coisa clara desde o início do governo Bolsonaro.

O primeiro passo é público: o fim do horário de verão. Apesar de a medida ter sido recebida por significativa parcela da população como um “presente do messias”, a intenção por trás da decisão nunca foi deixar o povo dormir uma hora a mais, até porque basta ter um pouco de inteligência para concordar que antes da humanidade conhecer o relógio já existia o sol, e se for pra falar em adaptação biológica, é só concluir que desde o tempo das cavernas “o dia amanhece mais cedo” durante o verão. A mudança do regime buscou desde o início causar um maior estresse no sistema elétrico, e isso pôde ser percebido principalmente no verão através de catástrofes locais e regionais que ocasionaram falta de eletricidade, raras desde o início do governo Lula.

Os problemas foram causados principalmente por explosões de transformadores, dimensionados para suportar uma determinada quantidade de consumo, levando em conta o horário e a temperatura ambiente. Ao acabar com o horário de verão, Bolsonaro aumentou o aquecimento de todo o sistema elétrico e ainda aumentou o consumo de eletricidade. Além de indústria e comércio funcionarem durante o período “mais quente” do dia, a luz natural é substituída por iluminação elétrica por pelo menos 1 hora. As pessoas perdem o aquecimento natural das caixas d’água e tomam banho gastando mais. Tudo isso no período mais quente do ano causa um sobreaquecimento em todo sistema. Esse aumento no consumo causa redução de água nos reservatórios.

Mas foi só isso? Certamente não! Em regimes neoliberais como FHC/Bolsonaro, “todos os movimentos são friamente calculados”. O “apagão” do FHC foi usado como justificativa para a entrada do setor privado na geração, e, uma vez no controle das usinas hidrelétricas, cabe ao gerador privado a decisão entre manter a água no reservatório ou liberar a água para o rio. Não há explicação diferente para esta “falta de água” senão um conluio entre geradoras a fim de esvaziar os reservatórios e nos entregar o sistema elétrico “vazio” neste momento de menor quantidade de chuvas, exatamente quando a privatização da Eletrobras segue para votação no Senado.

Mas, e daí? Daí que estamos prestes a entregar ao especulador a mais importante empresa do setor elétrico brasileiro. Uma espécie de “espinha dorsal” do sistema. Uma vez privatizada a Eletrobras, estaremos de vez nas mãos da oligarquia produtora de energia, e não pense que há boa intenção de privatizar para aumentar a eficiência! A geração hoje no Brasil já é aberta à participação privada e nenhum “bom samaritano” oferece energia por preço menor que as geradoras públicas!

E como nós estamos subestimando os riscos envolvidos nesta privatização! “estudos apontam para 20% de aumento no preço”. Como assim!? Se tivermos aumento de 20% no preço da eletricidade, será possível manter a produção industrial competitiva? Como ficam os preços dos produtos? Tudo sobe! Energia elétrica é matéria prima para quase tudo que consumimos e aumentar o preço da energia não se resume a calcular 20% a mais na sua “conta de luz”, mas entrar em um futuro de incertezas sobre até que ponto vai valer a pena manter atividade industrial no Brasil ou simplesmente comprar de fora, por exemplo, da China, onde não há Bolsonaro nem FHC.

A curto prazo, essa privatização vai criar a percepção de insegurança energética, o que diminui o incentivo para investimentos internacionais. (e se você é daqueles liberais que acredita no contrário me explique porque as empresas preferem produzir na China!). A tendência a médio e longo prazo é que a inviabilidade industrial vá aos poucos criando mais empresas “fechadas com Bolsonaro”, e naturalizaremos com o tempo o mantra “o agro é pop”, porém, não sabemos dizer ainda pra quem esse agro vai ser pop...

Se a sociedade brasileira, principalmente as federações de indústrias como o “Clube do Pato” soubessem o que representa toda essa articulação, certamente não correriam este risco, mas vivemos um momento de cegueira ideológica, e isso acontece por todos os lados. Ao que se sente representado pelo antipetismo, é regra lutar pela privatização de tudo, sem pensar nas consequências. Assim como estatisticamente as cidades “cloroquinadas” que elegeram Bolsonaro protagonizaram o maior número de mortes por COVID-19, a nossa elite fanática tem sido e vai continuar sendo a que mais vai sofrer os resultados da privataria ideológica. Uma coisa é certa: o povo pobre trabalhador tem grande capacidade de adaptação e como nunca teve o que perder, não quebra, fica desempregado. Já o empresário antipetista, ao “fechar com Bolsonaro" culpa a Dilma, passa um tempo “oprimindo” nas redes sociais, se deprime e às vezes se suicida.

Ainda há tempo de abandonar o fanatismo e evitar essa besteira. Para isso é preciso que cada um consiga refletir sobre o que dizem os especialistas sobre essa privatização e se esforçar para fazer o que muitos há tempos não fazem: pensar com a própria cabeça. Dê uma chance ao cérebro!

rola bosta.jpg

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub