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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

10
Ago23

SP: As narrativas do capitão Derrite

Talis Andrade

Vídeo: Sâmia Bomfim (PSOL) confrontou Guilherme Derrite, ex-policial da Rota, sobre a operação da Polícia Militar de São Paulo no Guarujá que já deixou 16 mortos em confrontos. A deputada chamou a operação de 'segunda maior chacina do estado de São Paulo'

 

Por Marina Amaral, na Agência Pública

O secretário de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas, Guilherme Derrite, chamou de “narrativas” as denúncias de execução e violência policial feitas por moradores atingidos pela operação vingança no Guarujá – depois estendida para a Baixada Santista e o litoral norte do estado.

Foi essa sua resposta à deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), precedida de um preâmbulo revelador: “Achei que a senhora, como mulher, ia defender a policial que tomou tiros de fuzil pelas costas do crime organizado”, disse a Sâmia, que o inquiria como parlamentar.

Guilherme Derrite, um ex-PM que chegou a ser afastado da Rota – a mais violenta força policial do estado – por excesso de homicídios, deixou evidente a motivação vingativa da Operação Escudo, que até o momento já matou 16 pessoas sob dois pretextos: o primeiro, “investigar” e “prender” os responsáveis pela morte de um policial, também da Rota; o segundo, convenientemente adicionado depois, combater o crime organizado. Cobrar o comportamento legal de agentes do Estado, pagos para exercer suas funções como funcionários públicos, e não para também agir como bandidos, não tem nada a ver com ser homem ou mulher.

Mas, na cartilha de Derrite, o papel da polícia é “tocar o terror”, prática conhecida por pretos pobres do Rio, da Bahia, de São Paulo e de onde mais houver favelas e o jogo de arreglos e acertos entre policiais e facções. Quando se reúnem mais de 600 homens armados para supostamente encontrar o assassino de um policial, não há como esperar inteligência ou eficácia. A chacina era o resultado esperado da operação planejada, patrocinada e aplaudida pelo governo Tarcísio de Freitas.

Os PMs chegaram à favela prometendo matar 60 moradores, invadindo casas de família com homens encapuzados de fuzis na mão, xingando, espancando, arrastando gente de dentro de casa para ser morta ou torturada. Gente como Felipe do Nascimento, 22 anos, garçom na praia, funcionário pontual e responsável, segundo os patrões, que foi assassinado pela polícia quando saía de casa para fazer compras. A mulher ouviu os tiros que mataram o marido quando ela estava ao lado dos filhos pequenos.

Qualquer tipo de tolerância com o uso de uma força policial do Estado para vingar a morte de um homem significa abraçar a barbárie. Travestir a chacina de combate ao crime organizado é tarefa das “narrativas” do capitão Derrite e do governador Tarcísio, que conseguiu a proeza de ser retratado como “moderado” pela imprensa que conhece sua adesão ao projeto de extrema direita do ex-presidente Jair Bolsonaro. É hora de rasgar a fantasia, sob risco de mais uma vez ser complacente com assassinatos e vendetas. A chacina do Guarujá tem nome, sobrenome e antecedentes: Guilherme Derrite e Tarcísio de Freitas são os responsáveis.

Aliás, não vamos esquecer que o machismo de homens como Derrite também mata. O mesmo estado de São Paulo que elegeu Tarcísio é campeão em número feminicídios segundo a 17a edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Foram 195 casos em 2022, alta de 43,3% em relação a 2021, comparada a uma alta nacional de 6,6%. Não é à toa que mais uma vez o Supremo Tribunal Federal (STF) teve que rejeitar a validade da tese da legítima defesa da honra – a desculpa número 1 dos feminicidas. Que o mesmo seja feito em relação aos excludentes de ilicitude, sejam eles oficiais ou forjados.

Quem mata merece julgamento legal e cadeia. É o que diz a lei.

25
Ago21

MP-SP abre investigação sobre coronéis da PM que convocaram para ato golpista no 7 de setembro

Talis Andrade

 

A ameaça de golpe, de guerra civil.

Bolsonaro e as quatro Bestas do Apocalipse

 

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito para analisar se o chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 da Polícia Militar de São Paulo, coronel Aleksander Lacerda, e o diretor do Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o coronel da reserva da PM Ricardo Augusto Araújo, cometeram improbidade administrativa ao fazerem convocações para os atos subversivos marcados para o dia 7 de setembro. 

Marcha armada da campanha antecipada de Jair Bolsonaro, candidato à reeleição em 2022, por uma legenda de aluguel, e antecipadamente derrotado nas pesquisas.

Bolsonaro trama uma reeleição no voto de cabresto ou na marra, pela força de um golpe, ameaçando o Brasil com uma ditadura militar à boliviana, e uma possível guerra civil.

O Brasil de Bolsonaro amedronta com as três bestas do Apocalipse:

a Fome dos sem teto, dos sem terra, de milhões de desempregados;

a Peste da covid-19 que está perto das 600 mil mortes;

e a Morte, a Morte das doenças do Terceiro Mundo, as doenças da pobreza: esquistossomose, geo-helmitiases, filariose, leptospirose, hantavirose, febre maculosa, leishmaniose, acidentes ofídicos, as doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA), termo genérico aplicado a uma síndrome, geralmente constituída de anorexia, náuseas, vômitos e/ou diarreias, atribuídas à ingestão de água ou alimentos contaminados por bactérias, vírus, parasitos intestinais oportunistas, toxinas ou produtos químicos. Como cólera, febre tifoide, rotavirose, síndrome hemolítico-urêmica (SHU), toxoplasmose, doenças diarreicas agudas (DDA) etc.

Falta a besta da Guerra civil, das ameaças golpistas, da volta da ditadura militar.

Ditadura se faz com presos políticos, pessoas desaparecidas, exílio, tortura e massacres.Image

"Caldo vai esquentar"

cacetete policial daniel paz.jpg

 

De acordo com o jornal o blog do Fausto Macedo, no jornal O Estado de S.Paulo, o promotor José Carlos Guillem Blat afirmou, em portaria assinada nessa terça-feira (24), que a conduta pode configurar transgressão disciplinar e ofensa aos princípios da administração pública.

"Os órgãos de segurança pública são instituições permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, e destinam-se à defesa da sociedade e devem se pautar pelo regime democrático instituído", diz um trecho do despacho.

No Facebook, Lacerda escreveu: "Liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou". Sobre a manifestação, compartilhou a mensagem: "caldo vai esquentar". 

Lacerda promete um golpe à boliviana, da polícia que fez presidente Jeanine Áñez, o golpe da bala e da Bíblia. 

indignados polícia ppv.jpg

 

Foram pelo menos 397 publicações de caráter político e partidário entre os dia 1.º e 22 de agosto. 

O MP mandou oficiar os militares e deu dois dias para o comandante-geral da PM, coronel Fernando Alencar Medeiros, apresentar informações sobre as medidas adotadas pelos agentes. "O Inquérito Civil é o meio procedimental adequado para a coleta de elementos probatórios destinados a instruir eventual ação", disse.

 
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