Bancada do Podemos se rebela contra candidatura de Moro e ameaça com desfiliação em massa
247 - A pré-candidatura do ex-juiz Sergio Moro, declarado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) parcial e suspeito nos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Lava Jato, abriu uma crise no interior do Podemos que poderá resultar em uma debandada por parte da bancada do partido no Congresso. De acordo com a Carta Capital, dos onze parlamentares do partido, ao menos sete são contrários à candidatura de Moro.
Segundo a reportagem, os parlamentares alegam que Moro possui perfil individualista e que “a campanha majoritária irá dizimar a bancada federal. Os motivos vão desde os arranjos regionais à divisão do fundo eleitoral de 229 milhões. Pesam ainda o desempenho mediano de Moro nas pesquisas e o pouco tempo de televisão”. A pressão da bancada de deputados federais do Podemos partido é para que o ex-juiz migre para o União Brasil ou se candidate ao Senado pelo partido.
“Diante disso, deputados federais avisaram a Moro e a presidente do partido, Renata Abreu, que irão se desfiliar caso uma solução não seja encontrada”, destaca a Carta Capital. Atualmente, a bancada do Podemos é dividida entre bolsonaristas (cerca de 80% votam com o governo) e lulistas, com ao menos dois deputados, Bacelar (BA) e Ricardo Teobaldo (PE), mais próximos da esquerda em seus estados.
“É possível que alguns deputados não queiram devido aos acordos regionais, mas quem não quiser ir com o Sergio Moro pode sair e, a partir daí, o partido fecha a questão”, disse o senador Oriovisto Guimarães (PR) sobre o assunto. [Candidato na onda lavajatista bolsonarista do golpe eleitoral de 2018, que prendeu Lula para eleger um candidato da extrema direita presidente.
Os três senadores do Paraná são conservadores podres de ricos. À Justiça Eleitoral, Oriovisto declarou um patrimônio de R$ 240 milhões. Não é cousa pouca para quem começou a vida como um simples professor de matemática do ensino médio.
Os três senadores da direita defenderam a reforma trabalhista de Temer mais retrocessos do Governo Bolsonaro.
Flávio Arns e Oriovisto Guimarães continuam senadores até 2026. Álvaro Dias vai disputar mais um mandato de oito anos, e talvez ofereça para Moro uma suplência. Se Moro, pelo Paraná, disputar um cadeira na Câmara dos Deputados, resta para Deltan Dallagnol se candidatar a deputado estadual]