Sergio Moro: O sapateiro do diabo
por Ricardo Mezavila
Sérgio Moro é um personagem ‘dos infernos’ que roubou o Brasil e o entregou para oligarcas e fidalgos modernos, que ressurge das sombras minúsculo, parvo, fora do contexto, forjando ganir inutilmente um salmo.
Em entrevista ao jornalista Pedro Bial, dublê de Roberto Marinho, o marreco de Maringá conseguiu ser a pior caricatura dele mesmo, quando disse que retornou para ‘consertar o sistema político’ e que vai ‘tentar mais um vez’.
Moro cumpriu o rito da lava jato vazando áudios seletivos, grampeando advogados, espetacularizando a justiça com condução coercitiva, prisões ilegais, sem falar na fábrica de dinheiro que se transformou as delações premiadas.
Após concluir o trecho que conduziu à eleição de Bolsonaro, Moro foi para o Ministério da Justiça, porém, como não tinha ambiente para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal, pulou fora do governo, contrariando declaração de sua esposa de que ele e o presidente eram ‘uma coisa só’.
Ex-juiz parcial e ex-ministro capacho, Moro saiu do país na barca do purgatório e foi aos Estados Unidos ser ungido para retornar repaginado, ‘fonoaudiologizado’ e com uma oratória vazia de conteúdo verdadeiro.
O retorno do ‘conje’ é sinal de que o serviço ainda não foi de todo executado e que mais uma tentativa será necessária para enterrar de vez o que sobrou do que um dia foi uma nação.
Sergio Moro retornou ao Brasil, agora na barca do inferno, cujo comandante é o diabo a quem o ex-juiz serve, se inspira e inclina para colocar e retirar seus sapatos do forno.