em utilizar o broche da Campanha nacional Faça Bonito, de combate à violência sexual infantil, durante o debate na Band. A diferença de quem se preocupa com a infância e está realmente comprometido com a proteção de nossas crianças.
Roberto Requião
@requiaooficial
Isto é mais importante!
Maria do Rosário e Jair Bolsonaro (Foto: Câmara do Deputados | ABr)
247 -A deputada federal Maria do Rosário (PT- RS), junto com movimentos de defesa dos direitos da criança e do adolescente, concede entrevista coletiva nesta terça-feira (18), às 11h30, para anunciar um pedido de apuração ao Ministério Público Federal sobre a possível prevaricação de Jair Bolsonaro (PL) no caso dafrase "pintou um clima".
Na última sexta-feira (14), Bolsonaro afirmou ter encontrado em uma comunidade na periferia do Distrito Federal meninas de 14 ou 15 anos,"bonitas", "arrumadinhas", com as quais teria 'pintado um clima'. Segundo o chefe do governo federal,as jovens venezuelanas faziam programa sexual.Bolsonaro não teria tomado nenhuma atitude em relação ao fato.
A representação ao MPF é de autoria de Maria do Rosário em conjunto com o deputado Distrital Fábio Félix (Psol-DF).
A ação, além de pedir ao MPF que apure se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação, pede ainda que o órgão averigue se a segurança e o bem-estar das menores venezuelanas, no caso citado por Bolsonaro, estão garantidos.
Idolatrado por Bolsonaro e Mourão, Ustra tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador durante a Ditadura Militar
“Ele me tirou da cela puxando pelos cabelos e me batendo na cara. Aí eu fui sendo arrastada por ele ali no corredor das celas, apanhando. Antes de subir as escadas, eu perdi a consciência e acordei na sala da tortura toda urinada”. O triste depoimento é de Crimeia Schmidt, na época grávida de sete meses e uma das centenas de vítimas deCarlos Alberto Brilhante Ustra, ex-coronel chamado de herói pelo candidato da extrema-direitaJair Bolsonaro(PSL).
O radical, que “homenageou” o torturador durante seu voto em favor do golpe de 2016 e cometeu crime de incitação à violência na ocasião, define da seguinte forma a sua relação com o primeiro militar condenado pela Justiça pela morte de 60 inocentes e a tortura de ao menos outras 500 vítimas.
“Conheci e fui amigo do Ustra. Sou amigo da esposa dele, sou uma testemunha viva de toda essa história do que queriam fazer com nosso país (…) O coronel recebeu a mais alta comenda do Exército, é um herói brasileiro. Se não concordam, paciência”, disse Bolsonaro em discurso na sessão do Conselho de Ética da Câmara em 2016.
Não chega a causar espanto as declarações do candidato, que já afirmou em entrevista que o grande erro da ditadura “foi torturar e não matar” e que os militares deveriam ter “fuzilado uns 30 mil naquela época”. Mas é conveniente lembrar o quão cruel e criminoso foi Ustra para entender (e evitar) o projeto de país que o deputado almeja para o país.
Nascido em Santa Maria (RS) em 1932, Ustra teve ascensão rápida como militar até ganhar notoriedade a partir do golpe de 64. Chefe do centro de investigações conhecido como Operação Bandeirante (Oban), criada em São Paulo em 1969, ficou rapidamente conhecido por “inovar”nas técnicas de tortura aplicadas contra todos aqueles que lutavam contra o regime autoritário imposto aos brasileiros. “Você vai conhecer a sucursal do inferno”, costumava dizer Ustra às suas vítimas.
Espancamentos, choques, afogamentos dividiam espaço com sadismos como colocar ratos e baratas nas vaginas das mulheres. Ustra também causava pânico quando aparecia de surpresa e levava os interrogados para os “passeios”: abraçava o detento e o levava a uma sala onde havia o corpo de um militante. “Se você não falar, vai acabar assim”, dizia. Além de não ter piedade nem com uma grávida, Ustra também se divertia levando os filhos para ver as mães serem torturadas.
Com o fim da ditadura militar na década de 1980, centenas de relatos começaram a manchar a imagem do “herói” de Bolsonaro. Mas somente em 2008 o militar foi condenado pelos seus crimes. Por decisão em primeira instância do juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo, o coronel Ustra tornou-se o primeiro oficial condenado em ação declaratória por sequestro e tortura, mais de trinta anos depois de fatos ocorridos entre 1964 e 1985.
Ustra morreu em 2015 sem pagar pelos seus crimes. Infelizmente, o criminoso segue ameaçando as instituições democráticas por meio de seus súditos. Mesmo que historiadores revelem o quão cruel foi a Ditadura Militar no Brasil, Jair Bolsonaro adora dizer que o seu único livro de cabeceira é “A Verdade Sufocada”, obra delirante do coronel Ustra e cujo título ainda ironiza suas milhares de vítimas ao remeter a uma das técnicas de tortura utilizadas por ele. A esperança precisa vencer o ódio.
Condenado em 2008 por torturas no DOI-CODI e homenageado por Bolsonaro no impeachment de Dilma, ele deixou pensão de R$ 30.615 para as filhas. Newton Cruz, ex-SNI, também foi agraciado com a patente
Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército condenado em 2008 pela Justiça brasileira como torturador durante a Ditadura Militar (1964-1985), foi elevado ao posto de marechal. É o que mostram os dados do Portal da Transparência, acessados na noite desta quinta-feira (5). Ontem (4),a reportagem daFórumjá havia mostrado que 100 generais do Exército e outros 115 da Marinha e da Aeronáuticatinham sido elevados ao posto normalmente atribuído a heróis nacionais que participaram de guerras, inexistente atualmente.
O fato mais conflitante fica por conta de Brilhante Ustra ter ido para a reserva como coronel, o que no máximo, se passasse a um posto acima, poderia conduzi-lo ao grau de general de brigada, três níveis abaixo da extinta patente de marechal, legalmente possível apenas em tempos de guerra.
Falecido em 2015, o oficial que usava o codinome Dr. Tibiriçá durante as sessões de tortura na sede do DOI-CODI, em SP, transmitiu sua pensão de marechal às filhas Patrícia Silva Brilhante Ustra e Renata Silva Brilhante Ustra, que recebem cada uma 15.307,90, totalizando R$ 30.615,80, valor correspondente aos vencimentos de outros “marechais” do Exército.
Outra figura emblemática de um dos períodos mais sinistros da História do Brasil que foi elevado a marechal no banco de dados do Executivo federal é o general Newton Cruz, ex-chefe do SNI dos governos Geisel e Figueiredo. Notório integrante da chamada “linha dura” do Regime Militar, Cruz ficou conhecido pelo estilo agressivo e pelas frases intimidatórias que utilizava na frente de todos, inclusive contra jornalistas. Há vídeos da época, disponíveis na internet, que mostram a truculência do antigo n° 1 dos serviços de inteligência da Ditadura.
Num outro caso sem explicação, Newton Cruz, que foi para reserva como general de divisão, só poderia ascender ao posto de general de exército, que é o subsequente. O oficial precisaria alavancar dois postos, desde de que deixou o serviço ativo, para subir à patente de marechal, o que ainda seria ilegal, uma vez que a lei só permite esse tipo de promoção em caso de participação em conflitos bélicos. A aposentadoria paga ao “marechal” Cruz é de R$ 34.565,71.
Bolsonaro, o fã do torturador Ustra
O presidente Jair Bolsonaro nunca escondeu sua admiração pelo coronel Brilhante Ustra, a quem se refere como um “herói nacional”, em que pese todas as acusações de violações aos direitos humanos praticadas pelo torturador condenado, inclusive na presença de crianças filhas de suas vítimas. Durante a sessão que votou o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, o então deputado federal dedicou sua decisão favorável ao afastamento da petista com a seguinte frase:“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor da Dilma”.
A fala repercutiu entre autoridades e entidades da sociedade civil, no Brasil e no mundo, e foi classificada, entre outras coisas, como “execrável”, “estarrecedora” e “deprimente”. Os filhos de Bolsonaro, todos parlamentares, também costumam prestar homenagens ao torturador usando camisetas com a foto do militar já morto.
Repercussão sobre a “farra dos marechais”
Parlamentares ouvidos pela reportagem daFórumna quarta-feira (4) se comprometeram a encaminhar ofícios, via Câmara dos Deputados, exigindo respostas ao Ministério da Defesa sobre as nomeações em massa de generais para a patente de marechal, que foi extinta no regramento jurídico brasileiro, exceto em tempos de guerra.
Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Marcelo Freixo (PSB-RJ) reuniram-se com lideranças de oposição nesta quinta-feira (5) para tratar do que passou a ser chamado de “farra dos marechais”.
Imagens do banco de dados do Portal da Transparência
Filhas do torturador Ustra recebem pensão de mais de R$ 10 mil sem fazer nada
Dados inéditos revelados mostram que o governo brasileiro gasta cerca de 19 bilhões ao ano para sustentar as parasitas filhas de militares, por pagamento de pensão. Várias dessas são filhas de torturadores da Ditadura Militar, como Brilhante Ustra, famoso por torturar pais em frente aos filhos
O Estado brasileiro gasta cerca de 19 bilhões de reais com pensão de filhas solteiras de militares, é o que revelam os dados da Agência Pública, exibidos hoje. Enquanto milhares de brasileiros padecem na fome tendo seus direitos mínimos e mais elementares sendo cortados, algumas dondocas passam o resto da vida no bem-bom com o nosso dinheiro.
Cerca de 226 mil filhas de militares recebem essa mamata e 137 mil dessas, cerca de 60%, são filhas de militares já mortos. Algumas destas pensões já chegam a quase 90 anos de pagamento, com algumas delas com pagamentos sendo iniciados em 1930.
Dentre as parasitas que recebem esta mamata do Estado brasileiro estão as duas filhas do lixo torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, que tem em seu currículo desprezível a fama de levar crianças e bebês a tortura dos pais.
Estas inúteis desfrutam do privilégio dado pelo Estado sem nunca ter precisado trabalhar, com um “salário” de mais de 10 mil mensais, cada uma. Ambas nunca casaram para poder continuar sustentando sua mamata. Publicado in 2/Julho/2021
Desde que Dom Phillips e Bruno Pereira desapareceram na região do Vale do Javari, jornalistas e familiares de ambos temiam o pior. Na última quarta, dia 15 de junho,a Polícia Federal confirmou que um dos homens presos pelo crime confessoue apontou o local onde estavam escondidos os corpos. É um desfecho trágico não só para os que amavam Dom e Bruno, mas para todo o país.
Desde que o alerta do desaparecimento foi dado, a atuação do governo brasileiro tem sido vergonhosa, a ponto de acusar ambos de estarem em uma “aventura” e de dizer que o jornalista Dom Phillips era “mau visto” na região. O comentário, feito pelo presidente do país, não surpreendeu ninguém na imprensa brasileira porque o desrespeito ao trabalho dos repórteres (e as instituições de defesa dos direitos humanos) tem sido o modus operandi do bolsonarismo.
Mas ainda assim, esse crime tão bárbaro, tão sem sentido contra duas pessoas que estavam trabalhando deixa todos numa tristeza e num desespero difícil de descrever. É provável que Dom e Bruno tenham sido vítimas do tráfico, mas foram também da desumanização constante do trabalho da imprensa e de defesa dos direitos humanos e de qualquer um que trabalhe pelo avanço do projeto civilizatório.
Isso porque muito embora jornalistas de fato se coloquem em situações de risco –não por aventura, mas obrigação profissional– por muito tempo o colete ou crachá com a indicação IMPRENSA sempre representou uma certa proteção. Não só pela garantia (falsa) de repercussão de casos de violência. Mas porque a compreensão geral da importância do trabalho dos jornalistas sempre criou ambientes de respeito ao trabalho.
A violência contra jornalistas sempre existiu. Pessoas que estão no poder não gostam de serem chamadas a prestar contas, independente de sua ideologia ou afiliação política. No entanto, num passado não tão distante, a agressividade contra jornalistas sempre encontrou resistência.
O ex-presidente Lula, por exemplo, teve que voltar atrás quando tentou expulsar do país um repórter que escreveu sobre seus hábitos etílicos para o New York Times. O ex-governador Roberto Requião enfrentou uma chuva de críticas quando arrancou da mão de um jornalista um gravador. Essas reações detinham acessos mais violentos num país que sempre teve um histórico de matar muitos jornalistas.
Mas desde a ascensão do bolsonarismo o tom dos ataques à imprensa subiu. É parte do discurso violento desse movimento político desacreditar a função social do jornalismo e o trabalho de milhares de repórteres em todo país. Somos “fake news”, “petistas”, tudo menos o que somos de fato: trabalhadores dedicados ao interesse público.
O resultado desse discurso belicoso contra a imprensa é visível na rotina de cada um de nós. Casos de agressão contra jornalistas são diários. Gente que empurra repórter, tenta arrancar das nossas mãos celulares, que impede a atuação dos jornalistas e que agride verbal e fisicamente quem está trabalhando. O registro claro dessa mudança está no documentário Cercados, da Globoplay, feito em 2020. Mas também na mente e na saúde mental de todo jornalista do país.
A violência sancionada contra jornalistas é uma ação que tem efeitos nefastos, porque faz pouco para impedir eventuais erros de conduta dos veículos e donos de veículos, mas estoura na pele do trabalhador que está em campo. Aquele mesmo trabalhador que já lida com salários baixos, com a precarização e com cada vez mais dificuldades na obtenção de informações que deveriam ser públicas. Também afasta jornalistas e outros profissionais de áreas de conflito e de assuntos espinhosos e até mesmo do jornalismo como um todo.
E ela sempre vem acompanhada de uma insistente desumanização do jornalista, uma insistência em colar no trabalho na imprensa rótulos de “mídia golpista”, de “esquerda”, de “petista”, de “doutrinadora”. Essa estratégia, além de mostrar uma certa indigência intelectual dos críticos, que colocam todo tipo de veículo e conteúdo jornalístico ou não num único saco, também é bem sucedida em transformar trabalhadores com histórico de bons trabalhos prestados à democracia brasileira brasileira em uma massa disforme e sem personalidade, a quem é fácil agredir e – estamos vendo – matar.
A Amazônia pode estar distante de Curitiba, mas aqui a violência em todas suas formas prejudica a capacidade de todos os veículos jornalísticos de efetivamente cobrir temas complexos como a segurança pública, a violência de gênero e racial, entre outros. A prática diária do jornalismo está cada vez mais tomada de agressões gratuitas e de lembretes constantes de que no jogo político, o vale tudo inclui o desrespeito à vida de quem reporta os fatos.
É parte do trabalho jornalístico muitas vezes estar ao lado do “outro lado”, aquele que se opõe a quem está no poder, não em apoio a essa oposição, mas como parte do processo de apuração. Assim como é comum que ex-aliados e ex-funcionários descontentes sejam fonte de reportagens. Por questões circunstanciais são pessoas nessas posições que acabam permitindo que a imprensa acesse aquilo que o poder estabelecido não quer que se mostre.
Não é algo exclusivo desses anos sob o governo Bolsonaro. A imprensa esteve e está sempre onde a corda pode estourar. Repórteres de diversos veículos estavam junto aos professores em 29 de abril de 2015 bem como em 30 de agosto de 1988, quando os docentes foram massacrados pelas forças de segurança dos governadores Beto Richa e Alvaro dias, respectivamente. Acompanharam inúmeras ocupações de escolas, protestos de esposas de policiais militares, ocupações urbanas e no campo.
Em 2013, durante a série de protestos violentos em junho, dezenas de jornalistas ficaram feridos ao lado de manifestantes para poder registrar tanto os protestos quanto a reação a eles. A presidente à época era a petista Dilma Rousseff.
Na pandemia, por exemplo, esse acesso à “oposição” foi fundamental na denúncia de problemas graves no atendimento médico durante os piores momentos de transmissão da doença. Mas ultimamente essa relação tão comum e previsível virou plataforma para se acusar a imprensa de ser político partidária e aprofundar uma série de acusações infundadas e extremamente violentas que joga jornalistas na vala comum dos inimigos, junto aos defensores dos direitos humanos (ou defensores de bandidos, para os bolsonaristas) e qualquer um que ouse discordar do projeto radical de destruição do Brasil que estamos vivendo.
A “aventura” de Dom e Bruno era justamente isso: eles estavam junto a povos indígenas tentando documentar a degradação e invasão de terras indígenas por invasores, muitos ligados ao crime organizado. Na denúncia de tais situações, a presença de jornalistas e organizações não governamentais no local do conflito é essencial e sua atuação precisa ser assegurada.
Porém quem estava protegendo ambos eram os indígenas, assim como foram eles que deram o alarme do desaparecimento e procuraram pelos dois desde o primeiro momento, enquanto os órgãos do governo brasileiro relutavam e arrastavam os pés. Não gratuitamente, a coletiva da PF sobre o caso não incluiu nenhum indígena, nem reconheceu o papel fundamental deles nas buscas.
Sem “aventureiros” o apagão da imprensa no país se aprofunda e se perpetua a violência, o bang bang das disputas locais, as ameaças à segurança dos mais fracos e a democracia em geral. O uso da polarização “esquerda – direita” também impede o debate saudável de ideias e serve de escudo de quem não quer discutir o mérito das bandeiras que defende.
O resultado de tudo isso é um empobrecimento do processo democrático, uma incapacidade de diálogo que está transformando governos e casas legislativas em ringues de acusações rasas e debates irrelevantes enquanto problemas reais são deixados de lado.
Do lado da imprensa, o efeito de mais esse crime é devastador. Exaustos do trabalho absurdamente sofrido de cobrir uma pandemia num país em que a anti-ciência ocupou não só o grupo da família no whatsapp, mas o microfone dos principais púlpitos do país, jornalistas do país inteiro vivem a possibilidade da morte de Dom e Bruno como a perda dos últimos fios de segurança que imaginávamos ter.
Caberá a cada um de nós tentar evitar que isso prejudique ainda mais o trabalho de campo da reportagem. Mais uma vez vamos respirar fundo e tentar encontrar forças para seguir em frente. Eu, como muitos jornalistas do país, não conheci pessoalmente nem Dom nem Bruno, mas conheço bem o que os movia. Eram nossos irmãos de trabalho, de luta. Que suas famílias encontrem conforto em tudo que eles representavam de bom para o Brasil e o mundo.
E que nós, jornalistas brasileiros, possamos transformar nossa dor em determinação para seguir trabalhando em direção a um futuro melhor, mais justo e mais civilizado.
"O Brasil é uma terra de exploração" para "operadores e organizadores do grande capital que estão nos Estados Unidos"
247 -O jornalista Joaquim de Carvalho disse, durante participação no programa Bom Dia 247 desta segunda-feira (13), que os militares se associaram à oligarquia brasileira e atuam como uma “milícia” na defesa de interesses do grande capital. A afirmação faz eco à declaração do ex-governador e pré-candidato ao governo do ParanáRoberto Requião, que disse que os ”militares não defendem o Brasil, mas o entreguismo de [Jair] Bolsonaro”.
“A posição do Requião é correta. Este é o papel dos militares há muito tempo. Já houve divisão, já houve militar comprometido com a luta do povo brasileiro. Apoiaram em alguns momentos, mas se você retroceder, retroagir, vai ver que em alguns momentos da história do Brasil os militares, na verdade, defendem a oligarquia no Brasil", disse Joaquim.
"Esta oligarquia existe desde a época da colônia. Machado de Assis, na véspera da abolição da escravidão, dizia que a escravidão iria acabar, que a monarquia ia acabar e que a República viria. Aí ele diz, de maneira irônica: mas quem disse que no Brasil houve monarquia constitucional? No Brasil, o que sempre houve foi oligarquia absoluta”, destacou.
"Na hora do vamos ver, eles [militares] funcionam como uma milícia do grande capital. Esse é o problema e sempre foi assim, com alguns setores, em alguns momentos, defendendo um interesse nacional, mas ligado aos interesses da oligarquia”, afirmou o jornalista.
“Esta oligarquia, e a Globo é a face mais visível disso, se tornou muito entreguista. Ela se associou aos operadores e organizadores do grande capital que estão nos Estados Unidos e defendem um interesse que não é nosso, mas muito mais dos organizadores deste grande capital de que o Brasil é uma terra de exploração. O Bolsonaro é mais um dos que fizeram este jogo. Foi assim e é preciso enfrentá-los. É sempre a luta desta elite pequenininha contra o país, contra a nação, tendo como maior vítima os pobres”, completou.
Na escuridão do desconhecido, o Brasil profundo tem cada vez mais pessoas que têm apenas velas para iluminar os caminhos, e seguem as vias do fanatismo religioso
por Marcio Pochmann
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Visto de cima, o Brasil segue dominado por suas aparências, como se fosse uma espuma boiando na superfície. O Brasil profundo se mantém pouco conhecido, com sua essência incapaz de ser completamente decifrada.
Esse ponto de partida é a chave que permite abrir um novo horizonte de saída para uma sociedade apartada desde o seu nascimento enquanto nação, há dois séculos. Ao inserir-se no mundo da Era Industrial como um país consumidor de produtos manufaturados, passou mais de cem anos dependendo das importações de bens e serviços industriais. E, por não dispor de moeda de pagamento para importar, tornou-se prisioneiro do modelo econômico primário-exportador. Isto repartiu a população em dois grupos. Um menor, que constitui o andar de cima da sociedade, ligado às atividades da produção e exportação dos bens primários. O país da sobremesa, conforme Oswald de Andrade revelou no seu manifesto de 1937: “País de sobremesa. Exportamos bananas, castanhas-do-pará, cacau, café, coco e fumo. País laranja! (…). Os nossos economistas, os nossos políticos, os nossos estadistas deviam refletir sobre este resultado sintético da história pátria. Somos um país de sobremesa. Com açúcar, café e fumo só podemos figurar no fim dos menus imperialistas. Claro que sobremesa nunca foi essencial”.
A outra parte da população, a maior, teve que se acomodar no apertado andar de baixo, distante do acesso à educação, saúde, cultura e transporte decente. Esta parte da sociedade foi exposta às profundezas da reprodução da vida pelo trabalho em atividades de subsistência humana, que passou a ter acesso ao consumo de bens e serviços da Era Industrial somente a partir da Revolução de 1930, que ousou substituir o modelo econômico primário-exportador pelo de substituição de importações.
A valorização da produção nacional abriu espaços para incluir a população do andar de baixo em postos de trabalho com identidade reconhecida por uma carteira de acesso a direitos sociais e trabalhistas – férias, descanso semanal, salário mínimo e outros até então desconhecidos.
Nos dias de hoje, em pleno avanço na Era Digital, o fosso que separa o andar de cima do de baixo aumentou significativamente. Para a maioria da população, já não há mais a perspectiva de trabalho com identidade e pertencimento superior. Resta apenas a subsistência no interior do antigo e cada vez mais apertado andar de baixo da sociedade.
Na escuridão do desconhecido, o Brasil profundo tem cada vez mais pessoas que têm apenas velas para iluminar os caminhos, e seguem as vias do fanatismo religioso.
Ocupando este mesmo espaço reduzido à essencialidade da vida humana, também está o banditismo social, com as promessas de abertura de túneis de ligação direta com alguns dos cofres que guardam riqueza acumulada pelo andar de cima.
Essa divisão poderia ser rompida pelas novas oportunidades que a Era Digital oferece. Mas isto requer ultrapassar a condição de país consumidor/importador de bens e serviços digitais condicionado ao modelo econômico primário-exportador.
Mas, a manutenção do modelo atual apenas aprofunda a separação da sociedade em orgânica, vinculada à produção e exportação, e a inorgânica, submetida a qualquer atividade de subsistência, seja legal ou não.
A retomada da complexidade econômica, com a internalização da produção e consumo da Era Digital, poderia trazer à tona o Brasil profundo, pois é a única saída capaz de oferecer uma efetiva perspectiva de vida soberana à nação.
Para isso é preciso inverter o plano das imagens. Um olhar a partir de baixo do Brasil profundo.
Condenação de Dallagnol expõe conivência da imprensa com o terror jurídico. Que o jornalismo não mais abandone a Justiça em favor de justiceiros
Em sua coluna na Folha de S.Paulo desta sexta-feira (25), o jornalista Reinaldo Azevedo afirma que a imprensa corporativa "deveria ter aproveitado a punição aplicada pelo STJ a Deltan Dallagnol para fazer um mea-culpa".
Azevedo registra que "o agora pré-candidato a deputado federal está indignado e já anunciou uma suposta vaquinha espontânea na internet, que teria arrecadado quase o dobro desse valor. Faz chacota da Justiça".
O jornalista critica severamente a imprensa corporativa, que "condescendeu com todos os métodos ilegais a que recorreu a Lava Jato" e chama de "grotesco" o "espetáculo" da apresentação do PowerPoint por Dallagnol no dia 14 de setembro de 2016.O texto denuncia o terror jurídico em que a Operação Lava Jato consistia:
"Prisões preventivas a perder de vista, conduções coercitivas ilegais, mandados de busca e apreensão despropositados, criminalização de doações legais de campanha... Era o terror jurídico a tratar as garantias do devido processo legal como conivência com corruptos. Moro, Dallagnol e outros subiram na vida, mas a indústria de construção pesada no Brasil quebrou, destruindo milhares de empregos".
Deltan Dallagnol, investidor imobiliário e latifundiário, demonstrando sua "imparcialidade" e santidade, fez jejum pela prisão do presidente Lula da Silva.
Se aventurando no mundo da política, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol podem enfrentar outro desafio: a Lei Complementar 64/90, incluída pela Lei da Ficha Limpa. O primeiro artigo da legislação esclarece que juízes e promotores que renunciarem ao cargo ou se aposentarem “na pendência de processo administrativo disciplinar (PAD)” ficarão inelegíveis por oito anos. Dallagnol tem um PAD pendente e Moro, quando deixou o cargo, tinha em curso um “pedido de providências”, que não significa um PAD, mas gera dúvidas.
De acordo com o advogado Renato Ribeiro de Almeida, especialista em direito eleitoral, existe probabilidade de uma abertura de processo de impugnação das candidaturas. “E isso, no mínimo, constrangerá a eventual candidatura de Moro ou Dallagnol, pois ironicamente, terão que se defender solicitando interpretação benevolente (não tão rigorosa) da Lei da Ficha Limpa”, observa.
Na avaliação do advogado especialista em direito público Karlos Gad Gomes, os casos de Moro e Dallagnol são diferentes. “A Lei da Ficha Limpa prevê que são inelegíveis os membros do Ministério Público que tenham pedido exoneração do cargo na pendência de processo administrativo disciplinar que possa implicar em demissão — o que é o caso do Deltan Dallagnol, que responde a alguns procedimentos no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) que podem levar à aplicação de tal pena”, ressalta.
“Sobre Moro, em caso de não haver PADs no qual é parte, não há, a princípio, óbice a sua candidatura, eis que não possui condenação criminal transitada em julgada por órgãos colegiados”, afirma Gomes.
Dallagnol, assim como Moro, deixou o cargo para se dedicar à vida política. O ex-juiz da Lava-Jato esteve à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública durante um ano e quatro meses, mas saiu da pasta envolvido em uma série de polêmicas. Ele acusou Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal para proteger seus filhos e aliados. Agora, Moro pretende concorrer à Presidência da República pelo Podemos.
á Deltan tem amargado duras críticas, uma censura do Conselho Nacional do Ministério Público e até processos na Justiça para enterrar o “lavajatismo”. Ele se afastou da coordenação da Lava Jato de Curitiba, em setembro do ano passado, depois de denúncias de excessos e da divulgação de mensagens suas com Moro e outros procuradores pelo The Intercept Brasil.
Geuvar
A imprensa oligarca, @tvglobo e @folha estão querendo levar a CIA para dentro do Palácio da Alvorada e com faixa e tudo! Puta que os pariu!
O ex-juiz parcial Sergio Moro, candidato à presidência da República, foi detonado nas redes sociais ao acusar o PT de “saquear” a Petrobrás. “Pilantra”, “ladrão” e “hipócrita” foram apenas algumas das palavras escritas nos comentários de sua postagem no Twitter.
“Saqueada foi a justiça brasileira por você!”, rebateu o advogado Rodrigo Tacla Duran, primeiro brasileiro a enfrentar a Lava Jato, ao acusar advogados amigos de Sergio Moro de pedirem dinheiro em troca de benefícios na operação Lava Jato.
“Usar a Petrobras como palanque eleitoral é mais uma falta de vergonha na cara, depois de ganhar honorários com a RJ da Odebrecht. Você foi responsável direto pela quebra de empresas e desemprego, em favor de sua candidatura!”, prosseguiu Tacla Duran.
O jornalista do The Intercept, que publicou a Vaza Jato, Andrew Fishman lembrou: “a Lava Jato tentou roubar R$1,5 bilhões do Petrobras e só foi impedida pelo STF”.
Engano de Fishman, a quantia certa: 2,5 bilhões.
Dois bilhões e quinhentos e sessenta e sete milhões e alguns "trocados" depositados em uma conta gráfica na Caixa Econômica Federal de Curitiba, no dia 30 de janeiro de 2019, primeiro mês do governo de Jair Bolsonaro presidente, e Sérgio Moro ministro da Justiça e Segurança Pública.
Documentando o depósito bilionário, Deltan Dallagnol deu a seguinte justificativa para o assalto:
O sacana do Dallagnol teve o desplante, o descaramento de reconhecer, de confessar que a Petrobras era "vítima" da Lava Jato, da bandidagem de procuradores:
Eis os procuradores diretamente envolvidos na criação do "fundo Petrobrás":
Jeferson Miola, colunista e comentarista no Brasil 247, escreveu: "O STF falou, o STF avisou: Moro é suspeito, o que equivale a ser juiz-ladrão, como Glauber Braga classifica este pilantra que age no Brasil a serviço dos EUA e por isso destruiu a Petrobrás e a engenharia nacional. Em maio o juiz-ladrão será julgado pelo Comitê de DH da ONU”.
"Parece piada, mas assim foi o julgamento de Lula por um juiz que logo em seguida rasgaria a fantasia se aliando a Bolsonaro". Veja vídeo aqui