A dupla Moro&Dallagnol domina a maioria do TRF de 4 e procuradores e policiais federais de Curitiba, um mando originado com a finada Lava Java que gravava réus, testemunhas, presos no cárcere, e até presidente e ex-presidentes
A Justiça do Paraná e Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi contaminada pela quadrilha da Lava Jato. Correu uma dinheirama bilionária que jamais foi auditada. Existiram vários projetos de poder que promoveram o golpe do impeachment de Dilma Roussef, que colocou Michel Temer na presidência da República, o golpe eleitoral da prisão de Lula para eleger Jair Bolsonaro em 2018, que seria sucedido por Sergio Moro nas eleições de 2022, que terminou senador, e que elegeu sua esposa Rosângela Moro deputada federal por São Paulo, e Deltan Dallagnol deputado federal pelo Paraná.
A Lava Java chegou a ter uma conta gráfica de mais 2 bilhões e 500 milhões. Dinheiro dado pela 'vítima' Caixa Econômica, assim corretamente denominada por Dallagnol, o esperto algoz pra lá de doido por dinheiro. O Dallagnol empresário, investidor imobiliário dono de dois apartamento de luxo, e latifundiário na Amazônia.
247 —A defesa do juiz Eduardo Appio, que foi afastado da Vara Federal responsável pelos casos da Operação Lava Jato em Curitiba, nega que ele tenha realizado a ligação para João Eduardo Malucelli, filho do magistrado Marcelo Malucelli e sócio do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), informou aFolha de S.Paulo. Embora um laudo da Polícia Federal sugira fortemente que a voz no telefonema seja a do juiz afastado, o advogado Pedro Serrano afirmou que Appio não fez a ligação. Serrano declarou à Folha nesta quarta-feira (31) que estão estudando a produção de provas, possivelmente através de uma perícia, para comprovar que a voz não é a de Appio.
No telefonema feito em abril para João Eduardo Malucelli, o interlocutor se apresenta como servidor da Justiça e aparentemente tenta estabelecer uma conexão familiar com o juiz Marcelo Malucelli, que na época era o relator da Lava Jato em segunda instância. Naquele momento, Appio estava em conflito com o ex-relator, que havia derrubado algumas de suas decisões, incluindo aquelas relacionadas à defesa do advogado e réu Rodrigo Tacla Duran.
João Eduardo é sócio de Moro e da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) no escritório Wolff Moro Sociedade de Advocacia. Ele também é namorado da filha do casal de parlamentares. A ligação indireta com Sergio Moro foi motivo de contestações, o que levou Marcelo Malucelli a deixar a relatoria da Lava Jato.
Em uma entrevista à GloboNews na terça-feira (30), o advogado Pedro Serrano também afirmou que, mesmo considerando a possibilidade de a voz ser a de Appio, o diálogo não contém ameaças. Ele declarou: "Independentemente de negar ou não, não há ameaças na fala do interlocutor. Seria apenas uma brincadeira? Isso não seria motivo para afastar um juiz."
Appio foi afastado temporariamente de suas funções no dia 22 de maio como parte de um procedimento preliminar conduzido pela corte especial administrativa do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). A gravação foi a principal evidência analisada. Até a tarde desta quarta-feira, o juiz ainda não havia apresentado sua defesa prévia no procedimento preliminar. Ele tem até o dia 7 de junho para protocolar sua defesa. Após esse prazo, o TRF-4 poderá iniciar um processo administrativo disciplinar contra o juiz.
No TRF-4, com sede em Porto Alegre, o caso está sob responsabilidade do corregedor regional Cândido Alfredo Silva Leal Júnior. Até o momento, a defesa de Appio optou por recorrer diretamente ao corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luis Felipe Salomão. Na sexta-feira passada (26), os advogados do juiz entregaram uma petição a Salomão, argumentando que o afastamento foi uma medida "severa e drástica", que Appio não teve a oportunidade de se defender, que o TRF-4 não é imparcial para lidar com o caso e que o assunto deveria ser levado ao CNJ, em Brasília. Eles também defenderam a realização de uma correição extraordinária na 13ª Vara Federal de Curitiba, uma espécie de auditoria.
Salomão ainda não tomou uma decisão sobre a petição específica apresentada pelo juiz, mas na terça-feira (30) assinou uma portaria determinando uma correição extraordinária na 13ª Vara de Curitiba e nos gabinetes dos magistrados que compõem a 8ª Turma do TRF-4, responsável por analisar os processos da Lava Jato em segunda instância. Um grupo de magistrados designados por Salomão iniciou os trabalhos nesta quarta-feira, e Appio foi convocado para prestar depoimento. As atividades estão ocorrendo em sigilo e devem ser concluídas até sexta-feira (2).
Para justificar a investigação, Salomão mencionou "diversas reclamações disciplinares em relação aos juízes e desembargadores" que atuam na 13ª Vara de Curitiba e na 8ª Turma do TRF-4. Nesta semana, a defesa de Appio apresentou uma nova petição ao CNJ, na qual reitera a parcialidade do TRF-4 e acrescenta que a própria gravação do telefonema foi entregue à corregedoria do tribunal com a ajuda de Moro. O trecho da petição afirma: "Conforme amplamente divulgado pela mídia, o Excelentíssimo Senador Sérgio Fernando Moro admitiu explicitamente que atuou diretamente nas questões relacionadas ao presente pedido de avocação." Em 23 de maio, Moro afirmou que já estava ciente da gravação e que ajudou a encaminhar o caso ao tribunal para investigação. Ele declarou: "Eu tomei conhecimento dessa gravação na época em que a ligação ocorreu. Fiquei surpreso, recolhemos o material e entregamos ao tribunal, que conduziu toda a apuração. Nos mantivemos totalmente distantes, para evitar qualquer questionamento."
Os conflitos ilegais envolvendo a prisão preventiva de Eduardo Meira – desnecessária, pois se deu em 2016, sob alegação de que era preciso investigar fatos de 2012 – e a pressão para um acordo de cooperação, foram atravessados, ainda, por outro ingrediente conhecido na Lava Jato: a indústria da delação.
Quando foi preso e levado para Curitiba, Meira dispunha de advogados em São Paulo. Estes defensores, segundo o relato de Meira aoGGN, trouxeram para a defesa o advogado Rodrigo Castor de Mattos e a irmã Analice Castor de Mattos, sob a justificava que“eram especialistas em Sérgio Moro“.
Meira afirmou que só descobriu que Rodrigo Castor de Mattos era irmão do procurador Diogo Castor de Mattos, da Lava Jato, quando saiu da cadeia. Ali, ele percebeu que, na prática, “não teve defesa“.
Em setembro de 2016, um advogado chegou acompanhado do sócio no parlatório da Polícia Federal. O nome desse advogado é Rodrigo Castor de Mattos. O que estava acompanhando, o sócio dele, era Juliano Campelo Prestes. Eles vieram me propor que eu fizesse delação, se não… eu não saia de lá! Essa era a pressão total psicológica, uma tortura configurada, porque é bem diferente de uma pessoa que tem uma condenação e sabe a data que vai sair da prisão, mas preso preventivamente não sabia quando sairia. Quando me propuseram [ a delação], eu comecei gritar, não conhecia eles, e se apresentaram como meus advogados“, relatou Meira.
Mesmo sem concordar com a proposta de delação, Meira continuou sendo representado por Rodrigo Castor de Mattos e outros advogados paulistas em recursos no TRF-4, pelo menos. Dois advogados foram procurados peloGGN, mas um deles pediu para que seus nomes não fossem divulgados, e ambos se recusaram a comentar a sociedade com Rodrigo Castor de Mattos e o fato de que ele é irmão de um procurador que acusava seu cliente.
Após perceber o conflito de interesses,situação que já ocorreu em outros casos da Lava Jato, Meira, por meio do advogado Túlio Bandeira, protocolou uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que sugere que, “além da infração ética”, Rodrigo Castor de Mattos“poderia incorrer também em crime de patrocínio infiel“.
Reclamação ao Supremo
Atualmente, a defesa de Eduardo Meira tenta derrubar sua condenação no Supremo Tribunal Federal, no âmbito da Reclamação 43007, onde as mensagens da Operação Spoofing foram cedidas à defesa de Lula e usadas para anular outras ações penais.
Meira pede acesso às mensagens da Vaza Jato ao Supremo, alegando que os diálogos de Telegram guardam evidências de que o procurador Diogo Castor de Mattos fora destacado por Deltan Dallagnol para cuidar da denúncia envolvendo a empresa Credencial. O conflito de interesse seria gritante, já que o advogado de Meira era o irmão de Diogo Castor.
Quando eu saí da cadeia, fiquei lendo tudo o que aconteceu na Lava Jato. Em uma noite, encontrei um texto. O procurador Deltan Dallagnol está designando as funções para os procuradores. No final deste parágrafo, lá embaixo, escrito em meia linha que foi cortada, está: Diogo assumiu Credencial – que era minha empresa.Tinham dois irmãos: um me defendendo e outro me atacando“, apontou.
Relatório 12
Não posso morrer antes de falar a verdade
Ao longo de 1 hora e 20 minutos de entrevista, Eduardo Meira fez longos desabafos sobre a situação vivida com a prisão e após ela. O empresário, que teve problemas de saúde relacionados ao coração no ano passado, afirma que não poderia deixar de contar sua versão dos fatos.
Minha preocupação maior é morrer e não falar a verdade. O que aconteceu em Curitiba foi um zoológico humano“.
Ele usou a expressão “zoológico” ao lembrar de como os presos da operação se sentiram quando Sergio Moro autorizou que atores globais visitassem suas celas, fazendo perguntas invasivas, com o intuito de desenvolver as personagens que apareceram no filmePolícia Federal: A Lei é Para Todos– uma ode à Lava Jato.
Lá a gente tinha medo até com a segurança da nossa família. A gente só queria um lanche com a família. Nós ficamos numa situação onde a comida era digna, o ambiente era digno, mas a tortura psicológica existia, porque você não sabia o que ia acontecer com você, entendeu?“, finalizou.
[O filme de publicidade enganosa: "Polícia Federal - A lei é para todos". Filme de propaganda eleitoral de Sergio Moro, candidato a presidente. Candidatura que desistiu, depois de uma riquíssima campanha, para ser candidato a senador pelo Paraná, e a esposa Rosângela Moro deputada federal por São Paulo. Dallagnol foi eleito, também em 2022, deputado federal pela liga da justiça da república de Curitiba]
Ex-chefe da força-tarefa de Curitiba, algoz do presidente Lula, que ousou estender suas investigações contra a corrupção aos tribunais superiores, acabou defenestrado pelo TSE
por Luiz Carlos Azedo /Correio Braziliense
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Gravado em 1968, o ano da Passeata dos 100 Mil e do Ato Institucional nº 5, a letra da música Cipó de Aroeira, de Geraldo Vandré, que empresta seus versos à coluna, fez muito sucesso à época. Era uma alusão à Revolta da Chibata (1910) e ao passado escravagista da Colônia e do Império, cujos castigos físicos impostos aos escravos indisciplinados e rebeldes continuaram praticados após a abolição, pela Marinha de Guerra: "Marinheiro, marinheiro/ Quero ver você no mar/ Eu também sou marinheiro/ Eu também sei governar/ Madeira de dar em doido/ Vai descer até quebrar/ É a volta do cipó de aroeira/ No lombo de quem mandou dar/ É a volta do cipó de aroeira/ No lombo de quem mandou dar".
Também foi uma espécie de prenúncio da opção pela luta armada que uma parte da oposição ao regime militar viria a adotar, sob a liderança principal do comunista Carlos Marighella. Havia um evidente voluntarismo na ideia de que seria possível combater o regime militar recorrendo à força das armas, o que resultou no fracasso dos grupos guerrilheiros urbanos e rurais constituídos sob a inspiração, principalmente, da Revolução Cubana. Nunca houve a volta do cipó de aroeira. O regime militar seria derrotado nos marcos de suas próprias regras eleitorais.
Os militares se retiraram do poder em ordem. A transição à democracia foi longa e pactuada, os agentes dos órgãos de repressão foram poupados de punições por envolvimento em sequestros, torturas e assassinatos. Por meios pacíficos, o Brasil reconquistou a democracia. Agora, 37 anos após a vitória de Tancredo Neves no colégio eleitoral, os militares novamente se retiraram em ordem do poder, ao frustrar a tentativa de golpe da extrema direita de 8 de janeiro passado. A eleição de Jair Bolsonaro os trouxera de volta ao governo, em 2018, pela força das urnas, fato inédito desde a eleição do marechal Eurico Gaspar Dutra, em 1945.
Magistratura
Os quatro anos de mandato de Bolsonaro foram sombrios. Fora eleito no rastro da Operação Lava-Jato, liderada pelo juiz federal Sergio Moro, de Curitiba, e pelo procurador da República Deltan Dallagnol, entre outros. Nesse ínterim, o Brasil flertou com o autoritarismo, sob a liderança de um ex-capitão que fez carreira no baixo clero da Câmara. Bolsonaro militarizou o governo federal, ao destinar cerca de oito mil cargos aos seus antigos companheiros de caserna, entre os quais, os generais amigos que ocupavam posições-chave no Palácio do Planalto. Dois fatores contribuíram para sua eleição: a cassação dos direitos políticos do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva, que passou mais de 500 dias preso em Curitiba, e a desmoralização da política e de seus partidos pela Operação Lava-Jato.
Bolsonaro operou para cooptar os militares, desmoralizar a magistratura, subjugar os diplomatas e escantear a Igreja Católica, os redutos tradicionais da elite liberal do país. As ideias de Oliveira Viana, ideólogo do Estado Novo e autor de Populações Meridionais do Brasil, pareciam saltar das páginas empoeiradas de sua obra para o cotidiano da política atual. No lugar do idealismo constitucional de Rui Barbosa, que inspira nossa República, um projeto autoritário nos moldes de Francisco Campos, o jurista da Constituição de 1937, mais conhecida como "Polaca".
Entretanto, como diria Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o compositor Tom Jobim, o Brasil não é para principiantes. Que ironia, a onda reacionária que se apropriou da bandeira da ética e promoveu um tsunami na política brasileira esbarrou no Supremo Tribunal Federal (STF), um dos pilares do Estado nacional, enraizado historicamente desde o Império, que até recentemente parecia ser o principal instrumento de criminalização da atividade política no Brasil, com o apoio da mídia e da opinião pública. Como após o Período Regencial (1831-1840), com suas rebeliões que colocavam em risco a integridade nacional, a magistratura federal teve um papel decisivo na defesa da ordem, contra uma extrema direita golpista e reacionária, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), eleito no ano passado, ocorre nesse contexto histórico. O ex-chefe da força-tarefa de Curitiba, algoz do presidente Lula, que ousou estender suas investigações contra a corrupção aos tribunais superiores, foi defenestrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira, por unanimidade, após julgamento de pedido de impugnação de sua candidatura. Eleito com mais de 345 mil votos, o mais votado do Paraná, "Dallagnol antecipou sua exoneração em fraude à lei. Ele se utilizou de subterfúgios para se esquivar de PADs ou outros casos envolvendo suposta improbidade administrativa e lesão aos cofres públicos. Tudo isso porque a gravidade dos fatos poderia levá-lo à demissão", resumiu o relator do processo no TSE, ministro Benedito Gonçalves, ao defender a cassação. Quem maneja o cipó de aroeira é a alta magistratura.
Gilmar Mendes: Centenas de crimes cometidos na lava jato (vídeo)
Os racistas costumam dizer que a população paranaense é composta por diversas etnias. São imigrantes alemães, poloneses, ucranianos, italianos, portugueses, holandeses, espanhóis. Todos exilados da fome, das duas grandes guerras, das lutas internas, fratricidas, cruéis, lideradas por ditadores nojentos e sangrentos.
Esquecem os indígenas culturalmente mais ricos, que todos os brancos são descendentes, na sua grande maioria, de escravos brancos nas lavouras da Europa. E analfabetos. Os alfabetizados que apareceram eram nazistas e fascistas que praticaram crimes contra a humanidade nos campos de concentração.
A supremacia branca esquece os amarelos japoneses. E os negros, quando os emigrantes europeus e japoneses substituíram, no Brasil, a mão de obra escrava. De acordo com o IBGE, em 2018, 34% da população paranaense era negra ou parda.
Escrevo provocado pelo desembargador racista, da extrema direita, partidariamente bolsonarista lavajatista Mário Helton Jorge, que durante sessão realizada na última quinta-feira (13), destilou rancor contra outras regiões do país ao afirmar que oParaná "tem nível cultural superior ao Norte e ao Nordeste". Disse mais: o Paraná que elegeu o juiz Sérgio Moro senador, o procurador Deltan Dallagnol deputado federal, não possui o "jogo político dos outros estados”. Ele esquece a máfia da lava jato, da liga da justiça da república de Curitiba, formada por juízes, procuradores e delegados safados. Quadrilha que prendeu Lula, no golpe eleitoral de 2018, para eleger o miliciano nazista, fascista, capitão da reserva Jair Bolsonaro, um velho deputado saudosista da ditadura militar de 1964, que tem o serial killer coronel Brilhante Ustra, promovido a marechal, como herói.
A declaração do desembargador aconteceu durante uma sessão da 2ª Câmara Criminal.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), anunciou pelo Twitter neste sábado (15) que acionará o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério Público Federal (MPF) contra odesembargador do Tribunal de Justiça do Paraná Mário Helton Jorge.
Jorge Hardt envolvido em um esquema de cópias de documentos sigilosos
247- O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, determinou que seu gabinete lidere uma investigação com o objetivo de apurar possíveis roubos de informações confidenciais da empresa.
Jorge Hardt Filho, pai da impiedosa juíza Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro na Lava Jato, está envolvido em um esquema de cópias de documentos sigilosos que foram escandalosamente vendidos.
A juíza, raivosa com o objeto de desejo da Lava Jato, chegou a tratar Lula com grosseria. Condenou o ex-presidente sem provas, e ameaçou transferir Lula de Curitiba para penitenciária de São Paulo, quando a Liga da Justiça da República de Curitiba escondia as safadesas de mais um bandido de estimação: o pai da Gabriela.
No final do governo Jair Bolsonaro, xerox de documentos da estatal foram vendidos [as moedas de ouro de Judas] para uma empresa privada. "Jorge Hardt foi, inclusive, contratado pela Engevix, empreiteira que ficou famosa por ser uma das investigadas durante a operação Lava Jato – seus diretores e o próprio presidente foram presos sob ordens do então juiz Sérgio Moro. O nome de Jorge Hardt está em destaque em outro Documento Interno do Sistema Petrobras, este emitido em fins de setembro de 2008", revela o jornalista Leandro Demori.
Pai de juíza da Lava Jato é suspeito de piratear tecnologia da Petrosix
Publica a FUP - Federação Única dos Petroleiros:
Jorge Hardt Filho, pai da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na operação Lava Jato, é suspeito de envolvimento em um esquema de apropriação de tecnologia da Petrobrás, a Petrosix, para lucrar no exterior. O esquema foi desvendado e documentado em reportagem exclusiva do jornalista Leandro Demori, na edição desta quarta-feira, 05, de sua Newsletter.
Após a divulgação da reportagem, o presidente da Petrobrás, Jean Paulo Prates, em entrevista à ICL Notícias, afirmou que irá determinar que seu gabinete lidere uma investigação com o objetivo de apurar possíveis roubos de informações confidenciais da estatal.
Dinheiro da corrupção do Fundo de Dallagnol e asseclas, oriundo da 'vítima' Petrobras, foi para o FNDE, foco do escândalo dos pastores no Ministério da Educação
Em 2019, a Lava Jato embolsou R$ 2,6 bilhões, oriundos de um secreto, inominável acordo com a Petrobras, e Alexandre de Moraes determinou que R$ 1 bilhão dessa verba fosse destinada à educação de crianças, e depositada nas rubricas de “apoio à infraestrutura para a Educação Básica” e “apoio à manutenção da Educação Infantil”.
Deltan Dallagnol, chefe da operação, chamou a Petrobrás de 'vítima" da Lava Jato, por depositar R$ 2,6 bilhões em uma conta gráfica criada pela juiza Gabriela Hardt.
'Vítima', sim senhor:
O ministro Alexandre de Moraes jamais procurou saber a origem dessa dinheirama. Por que a Petrobras depositou R$ 2,6 bilhões no improvisado 'Fundo' dos procuradores da Lava Jato, também autodenominada de Liga da Justiça?
Um 'Fundo' misterioso, oculto, dissimulado. Um 'Fundo' fantasia, que jamais existiu para a burocracia estatal, para os tribunais superiores, para o Tribunal de Contas da União. Jamais registrado em cartório. Ora um 'Fundo' público, ora um 'Fundo' privado. Um 'Fundo' verdadeiramente hermafrodita. Um 'Fundo' sem nome...
Dizem que foi um acordo com os Estados Unidos, dinheiro dado por um governo estrangeiro, o que é estranho, duvidoso, inexplicável, fantástico, coisa de missão impossível, x9, tenebrosas transações de espionagem, traições, entreguismo, destruição de grande empresas empreiteiras multinacionais...
A única certeza que se tem: a grana saiu dos cofres da Petrobras para um 'Fundo' fantasma, ilegal, safado, misterioso, criminoso, fora da lei, criado pela Lava Jato também autodenominada de República de Curitiba.
Para receber o dinheiro da Petrobras, que Dallagnol chamou de 'vítima', por entregar de graça, de mão beijada, R$ 2,6 bilhões e mais uns trocados, os sabidos, espertos, malandros, corruptos procuradores da Lava Jato criaram um 'Fundo', que não passa de uma sigilosa conta gráfica na Caixa Econômica Federal de Curitiba. (O silgilo de cem anos foi ensinado por Sergio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública, ao presidente Jair Bolsonaro, inimigo da claridade)
Os procuradores ficaram divididos, apenas seis participaram do 'Fundo' sem nome. Isso mesmo: a Petrobras, sem mais nem menos, depositou dinheiro no chamado 'Fundo', a mando de um desconhecido, poderoso poder corrupto, invisível, inominável.
Criaram o Fundo: Deltan Dallagnol, chefe da quadrilha, e os asseclas Januário Paludo, Felipe d'Avila, Orlando Martello, Diogo Castor de Mattos e Athayde Ribeiro Costa. Eis a prova:
As duas ações orçamentárias beneficiadas por Alexandre de Moraes são controladas pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), que, nos últimos meses, ganhou o noticiário por estar no centro do escândalo dosPastores do MEC (Ministério da Educação).
Ou seja: dinheiro recuperado da corrupção da Lava Jato, dinheiro depositado pela Petrobras no primeiro mês de Jair Bolsonaro presidente, e de Sergio Moro ministro da Justiça e Segurança Pública, precisamente no dia 30 de janeiro de 2019, numa conta gráfica para um 'Fundo' sem nome.
É dinheiro da corrupção da Petrobras sim no governo Bolsonaro. Que fique bem claro: não é dinheiro de nenhuma empreiteira. De nenhum dirigente da Petrobras. É dinheiro da empresa Petrobras, dinheiro que Lava Jato jura, sem provar, que é dos Estados Unidos, parte de uma misteriosa multa, dinheiro devido da Petrobras aos Estados Unidos. De qualquer maneira um dinheiro de prostituta, de gigolô, de agente, de espião, de traidor.
Veja que Dallagnol prova o depósito da grana, do dinheiro ao deus-dará. Um bilhão foi para a corrupção do Mec. Quem sabe do destino da bufunfa restante, a bolada de 1,6 bilhão?
A Lava Jato nunca explicou pra onde foi o dinheiro que recebeu da Petrobras, e doutras empresas e empreiteiras investigadas, principalmente as que pagaram bilionárias multas. Idem as multas das delações mais do que premiadas.
Dallagnol bem que recebeu o dinheiro da 'vitima' Petrobras, e passou recibo:
QUADRILHA DA LAVA JATO: OS BANDIDOS DA LIGA DA JUSTIÇA DE CURITIBA
Procuradores ladrões que atuavam na quadrilha da Lava Jato: Apuram-se pagamentos indevidos em diárias e passagens de R$ 2,8 milhões, detectados pelo Tribunal de Contas da União, que deveriam ser devolvidos por condenação administrativa
A decisão do Superior Tribunal de Justiça demandar restabelecer a apuração das responsabilidade pelas contas de Deltan Dallagnol, se não nos dá certeza de que, afinal, haverá punição para aquele grupo daLava Jatoque se adonou da máquina pública para convertê-la numa engrenagem política de autopromoção política – o que as candidaturas de seus integrantes comprovam cabalmente – é uma recompensa a quem acreditou no jornalismo. Ou, pelo menos, à parte dele que não se prestou a ser corifeu da República de Curitiba.
Apuram-se pagamentos indevidos em diárias e passagens de R$ 2,8 milhões, detectados pelo Tribunal de Contas da União, que deveriam ser devolvidos por condenação administrativa mas que, por decisão da 6a. Vara Federal de Curitiba (sempre Curitiba), confirmada pelo TRF-4 (o tribunal confirmador daLava Jato) tiveram a apuração sustada e que, agora, volta a andar.
Poderia ser bem menos, porque no longínquo 2017, meu colega Marcelo Auler revelou –e este blog republicou– que havia ali uma farra de passagens e diárias, embora o total era de “apenas” R$ 463 mil. o que os cinco anos passados sem punição foram repetindo e multiplicando valores até chegar a uma quantia quase sete vezes maior.
Mas Auler, afinal, era um “blogueiro sujo”, como Luís Nassif, Paulo Henrique Amorim, este escriba que você lê e vários outros, e a sua apuração, documentada, não repercutiu na mídia do “jornalismo profissional” esta história, como a tantas outras que, no máximo e raramente, “dão uma resvalada” nos grandes jornais, para logo desaparecerem.
É possível que Dallagnol, tal como fez com a ridícula história do Powerpoint contra Lula, apele aoslavajatistasde vida farta para, com uma vaquinha, ressarcir o Erário. Pouco importa, porque fica no “santinho” a mácula indelével da condenação.
O “santo” ex-procurador da Lava Jato nem precisa mexer no seu farto patrimônio, ao contrário de Auler e nós, que temos de enfrentar, sem meios, esta gente na Justiça, sempre simpática aos “de bem”, como ocorreu ele com as ações judiciais deuma das delegadas da Lava jato, afinal vencida.
Mas para nós, como diz aquele comercial da TV, não tem preço ver a nossa profissão, a de revelar a verdade, triunfar.
O procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol escolheu o Twitter. “4ª feira é o dia D da luta contra a corrupção na#LavaJato. Uma derrota significará que a maior parte dos corruptos de diferentes partidos, por todo país, jamais serão responsabilizados. O cenário não é bom. Estarei em jejum, oração e torcendo pelo país.” O juiz carioca Marcello Brêtas lhe respondeu na plataforma. “Caro irmão em Cristo, como cidadão brasileiro e temente a Deus, acompanhá-lo-ei em oração.”
O ator e humorista Daniel Furlan (Choque de Cultura, Falha de Cobertura), criou o personagem Adolfo Borges em 2014. O político fala e pensa igual ao Sergio Moro pré-candidato a presidência pelo Podemos. Helder Maldonado e Marco Bezzi comentam.
Em seu novo filme, Maria Augusta Ramos conta como a imprensa foi decisiva no funcionamento e na derrocada da operação.
por José Eduardo Bernardes /Brasil de Fato
Está em cartaz o documentárioAmigo Secreto, da diretoraMaria Augusta Ramos. O filme narra os últimos capítulos da operação de combate a corrupção,Lava Jato, conduzida pelo ex-juizSergio Moro(União Brasil) e os procuradores daRepública do Paraná, desde a condução coercitiva do ex-presidenteLula(PT), aapresentação de um PowerPointcolocando o petista como o líder de uma suposta organização criminosa, até o momento em que oSupremo Tribunal Federaldetermina que o ex-juiz é suspeito para julgarLula, revogando uma série de condenações proferidas porMoro.
O pano de fundo do filme é ovazamento de mensagens do Telegram, trocadas entre procuradores eSergio Moro, no evento chamadoVaza Jato. O nome do filme, inclusive, faz uma alusão ao grupo de troca de mensagens, chamado "amigo secreto", onde eram combinadas intimações a possíveis testemunhas, ações para incriminar suspeitos, entre outras irregularidades. Os personagens principais são quatro jornalistas das redações doIntercept Brasile doEl País Brasil, que se debruçam sobre o vazamento e apontam as inconsistências das decisõesda 13ª Vara Federal de Curitiba, que condenou o ex-presidenteLulae outras tantas figuras do mundo empresarial e político do Brasil.
“A intenção é, através desse distanciamento que o cinema promove, ajudar a pensar, refletir sobre o que nós queremos como sociedade, o que nós queremos como país e como nós chegamos até aqui, com ataques diários às instituições democráticas, aoCongresso, aoSupremo Tribunal Federal, que são pilares da nossa democracia moderna. Sem essas instituições, não existedemocracia”, explica a diretora.
“Esses ataques se devem muito à ideologia daLava Jato. Acriminalização da classe política e dos políticos, a deturpação do devido processo legal, as violações e as arbitrariedades que foram acontecendo durante aLava Jato. Em nome dessa guerra contra a corrupção, se perpetuou crimes e levou o país economicamente... não só politicamente, mas economicamente, a um enorme desastre”, completa.
Maria Augusta Ramos, que é a convidada desta semana noBDF Entrevista, tem se dedicado durante grande parte de sua carreira como cineasta aos meandros dosistema judiciário brasileiro. Seu último filme,O Processo, que mostra bastidores do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, já mostrava parte da estreita relação entre omundo políticoe ojudiciário.
“Os dramas pessoais coletivos que se revelam ali, as mazelas e as questões do país com grandedesigualdade, opreconceito, oracismoe oconservadorismo, de uma sociedade altamente repressiva... me possibilitam fazer o cinema que eu gosto de fazer, que é um cinema de observação, construído através da observação, da interação entre seres humanos, seres sociais. Eu não uso entrevistas nos meus filmes, então osistema de Justiçame possibilita falar epensar o Brasilatravés desses rituais”.
Na entrevista,Ramosfala ainda sobre as críticas que o filme recebeu por, supostamente, dar mais espaço aos argumentos contrários à operação e menos aos lavajatistas e sobre como aLava Jatodeixou um rastro dedestruição no Brasil.
“Se a gente parar para pensar na questão econômica, o prejuízo foi infinitamente maior do que os benefícios que [a operação] trouxe. O que os procuradores e o próprio ex-juiz dizem por aí é completamente equivocado. Milhões de pessoas perderam os empregos, as empreiteiras foram prejudicadas. Todas as outras empresas que eram terceirizadas pelas empreiteiras e também pelaPetrobras”, diz.
“Não acontece em nenhum lugar do mundo, de vocêcombater a corrupção destruindo as empresas”, explicaRamos.
José Eduardo Bernardes entrevista Maria Augusta Ramos
Você está lançando Amigo Secreto, um documentário calcado no vazamento de mensagens dos celulares dos procuradores da Operação Lava Jato, no caso que ficou conhecido comoVaza Jato, divulgado por veículos de imprensa. O nome do filme, inclusive, é uma alusão ao grupo de procuradores no Telegram, que trocavam mensagens entre si, sem respeito ao processo legal. Você documenta uma das maiores reviravoltas da história recente do país. O filme foi acontecendo diante dos seus olhos? como foi esse processo?
Foi um processo muito intenso de filmagem nos últimos meses, porque nós começamos as pesquisas e as filmagens em 2019 e tivemos que parar por causa da covid-19. Foi um ano e meio que foi muito difícil filmar. Nós só filmamos os acontecimentos e alguns eventos muito importantes durante esse período, por causa da pandemia. Em julho de 2021 nós retomamos as filmagens e logo depois começamos a editar.
Sempre é muito intenso. Da mesma maneira queO Processofoi um filme muito intenso de ser feito, porque a gente, realmente, não sabia o que iria acontecer, nesse filme, a cada dia nós temos que dar conta de uma tragédia. O caos é omodus operandidesse governo. E, infelizmente, a gente tem que lidar com isso diariamente.
O filme se propõe, justamente, a refletir sobre esses últimos quatro, cinco anos, desde a condenação do presidenteLula, adenúncia do PowerPoint, até o início de 2022, com a intenção de, através desse distanciamento que o cinema promove, ajudar a pensar, refletir sobre o que nós queremos como sociedade, como país e como chegamos até aqui, com ataques diários às instituições democráticas, aoCongresso, aoSupremo Tribunal Federal, que são pilares da nossa democracia moderna. Sem essas instituições, não existe democracia.
Esses ataques se devem muito à ideologia, digamos assim, daLava Jato. Acriminalização da classe política, dos políticos, a deturpação do devido processo legal, como você mesmo falou, as violações, as arbitrariedades que foram acontecendo durante aLava Jato.
E de uma certa maneira, a ideia de que os fins justificam os meios e que você pode passar por cima de uma série de práticas institucionais e constitucionais, para chegar a um determinado fim que, naquele momento, se justificava contra acorrupção. E em nome dessa guerra contra a corrupção, se perpetuaram crimes e levou o país economicamente, não só politicamente, mas economicamente a um enorme desastre.
A Lava Jato se tornou uma máquina política também, não é? Os desdobramentos posteriores ao fim da operação também mostram isso...
Sim, justamente. A intenção dos integrantes daLava Jato, e talvez do próprio ex-juizSergio Moro, era de purificar a política, purificar o sistema político. Primeiro, isso não é função do sistema de justiça, a independência dos poderes é absolutamente fundamental para uma democracia saudável. Outra coisa é que você tem, obviamente, essa criminalização da política e ela dá no que deu: aeleição do Bolsonaro.
Existem políticos e políticos, da mesma maneira que existem médicos bons e ruins, juízes bons e ruins. Juízes e procuradores que não seguem o devido processo legal, como existem aqueles que são absolutamente corretos e éticos na sua função. É importante dizer que essas arbitrariedades, essas violações que vinham acontecendo durante aLava Jatoforam denunciadas muito antes das mensagens vazadas e, infelizmente, a grande mídia não deu espaço devido, não deu voz a essa narrativa.
Você tem, claramente, um exemplo delawfare, o sistema de justiça sendo usado contra inimigos políticos, para a remoção de um partido, no caso um partido à esquerda, um partido como foi oPartido dos Trabalhadores, a classe política progressista, toda uma maneira de governar.
Quando você olhou para a montagem e entendeu: “É isso, aqui está meu filme!” Eu tive a impressão que, apesar de contar uma história de dois, três anos atrás, há uma série de declarações que conversam exatamente com o momento que a gente está vivendo, seja a liderança do Lula nas pesquisas, sejam os casos de corrupção do governo Bolsonaro se avolumando. Deve ter sido difícil fazer esse recorte temporal.
É sempre difícil, é um processo. Eu digo que um processo de produção de um filme, de um documentário, é algo que se dá realmente em um processo. O filme é um produto de um processo cinematográfico, de filmagem, edição e de tudo que acontece durante esses dois períodos que eu, como diretora, não posso prever.
A proposta era, através dos protagonistas, que são quatro jornalistas, oLeandro Demori, na época diretor executivo do Intercept Brasil, aCarla Jimenez, então diretora executiva do El País Brasil, e duas repórteres, aMarina Rossie aRegiane Oliveira, acompanhar a rotina desses personagens - que eu chamo de personagens reais - durante ainvestigação jornalística sobre a Lava Jato, com base tanto nas mensagens vazadas, como em conversas e entrevistas que elas fazem com advogados, com um delator, com juristas e outros jornalistas.
O filme, na verdade, se passa em três tempos: no presente, representado por essa investigação; e, ao mesmo tempo, enquanto eles investigam e pesquisam aLava Jato, existe uma volta ao passado para rever as audiências. A do presidenteLula, nocaso do triplex, oPowerPointe alguns eventos que eram importantes para a gente poder entender o que está vivendo agora.
Você tem, então, uma releitura daOperação Lava Jatoe, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre as consequências que ela traz para o país, tanto economica como politicamente. E que vai dar noBolsonaro, em tudo o que a gente está vivendo agora. Era importante que o filme fizesse esse arco: começo; meio; e consequência.
Não que esse seja o fim, ou digamos, o nosso fim trágico. Absolutamente não. Eu acho que a gente está com uma possibilidade muito grande de termos o presidenteLula reeleitoe a gente torce para isso, para termos a nossa democracia de volta.
A declaração mais forte do filme, talvez seja a do ex-funcionário da Odebrecht, Alexandrino Alencar, que fala como foi pressionado a relacionar o ex-presidente Lula aos pagamentos de caixa dois da empresa. Por essas irregularidades, a Lava Jato é uma das maiores causadoras da atual crise brasileira?
Eu acho que sim. Está aí, o público que devia assistir o filme e tirar suas próprias conclusões. Eu acho que isso está nos números, o prejuízo econômico. Se a gente parar para pensar na questão econômica, o prejuízo foi infinitamente maior do que os benefícios que trouxe. O que os procuradores e o próprio ex-juiz dizem por aí é completamente equivocado.
O número dedesemprego aumentou. Milhões de pessoas perderam os empregos, as empreiteiras foram prejudicadas. Todas as outras empresas que eram terceirizadas pelas empreiteiras e também pelaPetrobras. Isso não sou eu que digo isso. Foi uma pesquisa doDieese(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), um instituto de pesquisa seríssimo.
Não acontece em nenhum lugar do mundo, de você combater a corrupção destruindo as empresas. Como país, comosistema de Justiça, eu acho que é importante, sim, combater a corrupção, mas respeitando os empregos porque, basicamente, quem sofre são os trabalhadores. Quem sofre é a sociedade brasileira, que vai ter que lidar com esses grandes prejuízos que foram feitos.
No filme, você faz uso da imprensa como personagem principal, com os repórteres que estão investigando os vazamentos. A imprensa, inclusive, que teve um papel decisivo também na operação, como a gente comentou por cima, vazando documentos e depoimentos de maneira seletiva, de acordo com os interesses dos procuradores e do próprio ex-juiz. A imprensa vive uma crise de credibilidade?
Opapel da imprensaé fundamental em uma democracia e eu acho que o filme revela isso. Ao mesmo tempo em que o conluio entre osprocuradores e a mídiafoi extremamente prejudicial para o país e levou a tudo isso que a gente está vendo agora, a escolha por contar, da mesma maneira que no caso doimpeachment, de dar prioridade a uma determinada narrativa, a um lado da história e simplesmente, como diz oLeandro[Demori], não questionar as denúncias feitas peloMinistério Públicoe uma série de questões que estavam sendo apresentadas, fez dopapel da imprensa e do jornalismorealmente terrível.
E mostra como é importante que o jornalismo se mantenha isento. Não existe, obviamente, o jornalismo imparcial. Eu também não acredito nisso, nem cinema imparcial. Mas existe sim um jornalismo que se pauta pela busca da verdade, do fato, da ética e acho que a imprensa falhou nesse sentido.
Ao mesmo tempo, o filme também mostra que, mesmo tendo falhado, aimprensapode se redimir, e se redimiu também, através de alguns jornalistas, claro, e alguns veículos, no sentido de, através daVaza Jato, finalmente dar voz a esse outro lado, dar voz a essas críticas, aos questionamentos que estavam sendo já denunciados por juristas, como já disse. O filme mostra que afunção do jornalismoé fundamental para uma democracia saudável. É através da imprensa que essas ilegalidades vêm à tona.
Você falou agora sobre o cinema ter um lado, assim como o jornalismo, ou qualquer coisa que se proponha debater a vida pública. Eu vi algumas críticas sobre o teu filme, questionando a escolha por ouvir menos os argumentos lavajatistas e focar nos personagens que criticam a operação. É sempre importante ressaltar que o documentário não é jornalismo, são coisas distintas, que até podem se entrelaçar em algum momento. Você acha que deveria ter dado mais voz aos procuradores, por exemplo?
Primeiro, eu não acredito que existajornalismo e cinema imparcial, nem documentário. Mas, eu acho muito interessante essa crítica… Porque, durante anos,o jornalismo, a imprensateve uma cobertura absolutamente parcial do processo jurídico daLava jato. Criou aimagem do super-herói, que é algo absolutamente parcial. Houve certamente uma manipulação da opinião pública.
E que acabava se voltando contra qualquer pessoa que, dentro do próprio sistema de justiça, oSTJ, oSTFque criticassem aLava Jato. Foi um ciclo vicioso, muito perigoso. Então, é interessante que essas pessoas me digam, justamente neste momento em que a gente finalmente mostra o outro lado, a outra narrativa, que eu sou parcial.
Quer dizer, durante anos se ouviu a narrativa daLava Jato, acho que agora é o momento dessa desconstrução baseada em fatos. Não baseada no que eu ou os advogados acham, mas em fatos, no devido processo legal e na decisão do próprio sistema, no próprioSupremo Tribunal Federal, quejulgou o ex-juiz Sergio Moro, como suspeito no caso do triplex.
Eu tive a mesma crítica em relação aoProcesso, por não ouvir o outro lado. Mas a gente ouvia o outro lado diariamente, o tempo todo, e foi isso que aconteceu naLava jato. Foi se alimentando o ódio contra a classe política, a esquerda, o presidente Lula, diariamente, através dessa, digamos assim, máquina, de produzir notícia, que aqui passou a ser a Lava Jato.
E o próprio ex-juizMoro, em um artigo que ele escreveu sobre asMãos Limpas(operação italiana de combate a corrupção), sobre a importância da mídia, da imprensa, no combate contra a corrupção, no sentido desse conluio, dessa manipulação da opinião pública, necessária para combater a corrupção, para colocar corruptos na cadeia.
Bom, de qualquer maneira, mesmo com tudo isso, houve sim, da mesma maneira queO Processo, uma tentativa de entrevistar o ex-juizSergio Moro, então ministro da Justiça, antes e depois da sua renúncia. Houve uma tentativa de entrevistar dois procuradores e, infelizmente, eles não quiseram participar.
Eu acredito que o filme dá voz [a esses personagens], quando [Moro] se explica, por exemplo, noCongresso. Quando ele renuncia, se filia a um partido político. O próprio[Deltan] Dallagnol, quando ele resolve apresentar a denúncia contra o presidenteLula, o tal doPowerPoint. São falas inteiras, eu não corto, não edito, de uma maneira diferente do que faço com outras.
Mas certamente esse filme é uma representação da minha realidade, minha representação subjetiva, produto de uma experiência cinematográfica de filmagem, de tudo o que eu vivi com a minha parceira, editoraKaren Akerman. Nós revimos todo o material, filmamos 200 horas, e nos pautamos por um comprometimento com a ética, com a verdade. Mas não deixa de ser subjetivo.
Maria Augusta, grande parte da sua filmografia é dedicada a entender a justiça brasileira, por quê?
Eu acho que não é só entender ajustiça brasileira, é compreender, refletir sobre asociedade brasileiraatravés dosistema de Justiça. É pensar a sociedade brasileira, nos pensar como cidadãos, como sociedade, como seres humanos, através do que ocorre dentro de audiências, dentro de um processo de justiça.
A importância dos dramas pessoais coletivos que se revelam ali, as mazelas e as questões do país com a grandedesigualdade, opreconceito, oracismoe oconservadorismo, de uma sociedade altamente repressiva. Os valores e os princípios ainda vigentes na sociedade brasileira.
E osistema de Justiçame possibilita fazer o cinema que eu gosto de fazer, que é um cinema de observação, construído através da observação, da interação entre seres humanos, seres sociais. Eu não uso entrevistas nos meus filmes, então o sistema de Justiça me possibilita falar e pensar oBrasil, através desses rituais da Justiça.
O cristianismo do companheiro Renato se expressa sobretudo por sua prática, por sua sincera indignação contra as muitas e inaceitáveis injustiças que se mantêm na sociedade brasileira
Embora não tenha estado presente na manifestação antirracista na Igreja do Rosário, em 5 de fevereiro, peço licença para também opinar sobre esse tema, dirigindo-me, especialmente, às pessoas que defendem a cassação do vereador Renato Freitas, ou que tenham dúvidas a esse respeito.
Não é o caso de repassar os eventos daquele dia, nem eu seria o mais indicado para fazê-lo. Penso, de todo modo, que ficou estabelecido que, embora a manifestação tenha se dado também dentro da igreja, não houve “invasão”, muito menos interrupção da missa.
Esse ponto de vista, inclusive, foi expresso pela própria Arquidiocese de Curitiba, que, em documento enviado em 28 de março ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores, expressa sua posiçãocontrária à cassação do mandato de Renato Freitas(ainda que tenha sugerido “medida disciplinadora proporcional ao incidente”).
Mesmo assim, ainda na sessão de 9 de fevereiro da Câmara Municipal, o companheiro Renato pediu “perdão”. Por que o fez, se não houve propriamente “culpa” em seus atos? A resposta encontra-se na mesma fala: porque o companheiro Renato é cristão. Em suas palavras:
“Algumas pessoas se sentiram profundamente ofendidas e a elas eu peço perdão, pois não foi, de fato, a intenção de magoar ou ofender o credo de ninguém, até porque eu mesmo sou cristão.”
Conheço o Renato há quase 15 anos, desde que ele ainda era estudante de Direito da UFPR, e sobre seu cristianismo eu mesmo quero dar testemunho.
Durante a pandemia, tive a alegria de receber a visita dele em minha casa, justamente para debatermos temas bíblicos. Por quase sete horas, conversamos sobre a saída do povo de Deus do cativeiro do Egito, sobre a Revolta dos Macabeus contra a dominação dos Selêucidas na Judeia, sobre os cem anos de insurreições judaicas contra o Império Romano, sobre, enfim, o contexto histórico em torno da vida de Jesus de Nazaré (tomando por base o livroZelota, de Reza Aslan).
Mas não se trata apenas de teoria. O cristianismo do companheiro Renato se expressa sobretudo por sua prática, por sua sincera indignação contra as muitas e inaceitáveis injustiças que se mantêm na sociedade brasileira.
O ato do dia 5 de fevereiro foi motivado pelas mortes de dois homens negros no Rio de Janeiro. O local escolhido para a manifestação foi a Igreja do Rosário, construída e frequentada, desde o século 18, pela população negra de Curitiba.
Em verdade, tanto o judaísmo quanto o cristianismo se confundem com a luta histórica de populações negras. Hoje é consensual nos estudos bíblicos que Jesus não era um homem branco de olhos azuis, mas um galileu de pele escura. Importantes comunidades judaicas e cristãs viveram e floresceram nas grandes cidades do Norte da África, sobretudo Alexandria. Uma das primeiras nações cristãs foi a Etiópia, do que dá testemunho o batismo, pelo apóstolo Filipe, de um alto funcionário da rainha etíope, narrado no livro de Atos (8:26-40). O próprio Santo Agostinho era africano, da cidade de Hipona, na Argélia atual.
Nesse contexto, os cristãos e cristãs verdadeiramente comprometidos/as com sua fé têm sempre sofrido as mais obstinadas perseguições. A maior delas, evidentemente, acometeu o próprio Cristo, submetido a torturas e humilhações arbitrárias e cruéis e, por fim, à terrível morte por crucificação, impetrada por autoridades do Império Romano e seus aliados na elite de uma nação submetida à dominação colonial.
Mas há várias outras, como as mortes e prisões relatadas no livro de Atos dos Apóstolos. Por apenas testemunhar sua fé, Estêvão foi cruelmente apedrejado até a morte (7:57), fato que desencadeou “uma grande perseguição contra a Igreja” e a dispersão da comunidade cristã de Jerusalém (8:1). Os apóstolos foram presos e açoitados (5:18, 40). Tiago, irmão de João, foi sumariamente executado a mando de Herodes (12:2). E Paulo foi covardemente espancado quando saía do Templo de Jerusalém (21:27-31), um episódio que levaria à sua prisão e, posteriormente, à sua morte em Roma.
Nada disso, no entanto, impediu que o cristianismo dos primeiros séculos afirmasse seu vínculo visceral com a igualdade humana. Num dos trechos mais conhecidos de suas epístolas, Paulo afirma que, em Cristo, “não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher” (Gálatas 3:28), um antigo credo que só pode ser compreendido como um compromisso contra toda espécie de desigualdade social, étnico-nacional e de gênero.
Todos esses elementos, eu os vejo presentes na vida e na militância do companheiro Renato Freitas. Não se trata da atuação de um escriba ou de um hipócrita, mas de alguém devotado a afirmar uma verdade para os vivos e não para os mortos (Mateus 22:32).
Superando uma situação inicial desfavorável, enfrentando violências que afetaram sua vida pessoal, o companheiro Renato Freitas logrou formar-se advogado e concluir o mestrado na Universidade Federal do Paraná. Para tanto, contou com o corajoso apoio de sua mãe, mulher brasileira que traz no sangue a força da cidade paraibana de Princesa.
Mas, contraditoriamente, essa realização acadêmica e política, que a nós nos causa tanta admiração, a outros talvez cause espanto e, quem sabe, um difuso desconforto. Uma reação semelhante, me parece, à do tribuno que prendeu o apóstolo Paulo nas escadarias do Templo de Jerusalém. Julgando que não passasse de um conhecido bandido da época, o oficial romano se espanta quando descobre que Paulo não apenas falava grego, como era inclusive cidadão romano (Atos 21:37; 22:27-28).
O que fazer com alguém assim? Que nasceu para ser marginalizado, mas cresceu e se formou, mantendo-se, entretanto, no campo das lutas populares?
A atuação do vereador Renato Freitas ainda aguarda sua avaliação definitiva pela Câmara Municipal de Curitiba. As pessoas encarregadas desse julgamento certamente buscarão se guiar pelos princípios da justiça e da ponderação. Muitas delas são cristãs, e essa fé penso que desempenhará certo papel no processo.
Foi precisamente para auxiliar essa reflexão que este texto foi escrito. Para afirmar o compromisso humano e cristão da militância do companheiro Renato. Para reivindicar que ele mantenha o mandato que lhe foi democraticamente outorgado por uma parcela importante do povo de Curitiba.
A Câmara de Curitiba marcou para quinta-feira (19) uma sessão extraordinária em que será votado o pedido de cassação do vereador Renato Freitas (PT). A sessão será realizada às 13h, poucas horas depois da reunião da comissão que julga o último recurso do petista contra o processo, a CCJ. Nos bastidores, a aposta é de que o vereador será cassado por larga margem de votos.
Para a cassação, serão necessários 20 dos 38 votos. No Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o relatório pela cassação foi aprovado por 5 votos a 2. A defesa do vereador já anunciou que caso ele de fato perca o mandato, vai recorrer ao Judiciário, por enxergar diversos erros na condução do processo contra ele.
Renato Freitas é acusado de quebra de decoro por ter participado de um protesto dentro da Igreja do Rosário em 5 de fevereiro deste ano. A manifestação, que teve caráter nacional, pedia que não passassem em branco dois assassinatos de homens negros que haviam ocorrido nos dias anteriores no Rio de Janeiro.
A manifestação em Curitiba foi marcada para o Largo da Ordem, em frente à Igreja do Rosário, construída originalmente por escravos. O padre se mostrou incomodado com o barulho. Depois da missa, parte dos manifestantes entrou no templo. Embora não tenha sido um dos primeiros a entrar, Renato Freitas foi ao púlpito e fez um discurso.
De início, a Igreja teve uma postura mais dura contra o vereador, e chegou a fazer um boletim de ocorrência. Mais tarde, a Cúria emitiria uma carta dizendo que a cassação era uma punição excessiva – a Igreja também pediu que a polícia não investigasse mais o caso.
No entanto, era tarde. Foram apresentadas cinco representações contra o petista na Câmara. Para a bancada religiosa, era a chance de se vingar do vereador, que no ano passado disse haver pastores “trambiqueiros” na cidade.
O relatório de Sidnei Toaldo (Patriota) pedindo a cassação, apresentado no Conselho de Ética, contém inúmeras falhas. Mesmo assim, foi apoiado por quatro outros vereadores: Indiara Barbosa (Novo), Denian Couto (Podemos), Noêmia Rocha (MDB) e Toninho da Farmácia (DEM).
Apenas os vereadores Dalton Borba (PDT) e Maria Letícia (PV) apontaram o exagero da cassação. O voto de Maria Letícia inclusive detalhou todos os equívocos factuais que pontuam o relatório de Sidnei Toaldo.
Caso Renato Freitas seja cassado, além de perder o atual mandato, ele ficará inelegível até 2032. Em seu lugar, assumiria a primeira suplente do partido, Ana Júlia.
3 comentários sobre “Às pressas, Câmara marca votação da cassação de Renato Freitas para quinta”
Se a câmara fosse mais séria, esse pedido de cassação seria arquivado. Mas com apoio do prefeito racista e que não suporta pobre e seus vereadores comparsas infelizmente ele irá perder o mandato.
O processo está repleto de falhas comprovaras pelo relatório da vereadora Maria Letícia, que o desmontou por completo. Primeiro que a Igreja não foi invadida, as portas estavam abertas e os fiéis já tinham saído com o término da missa. No depoimento à polícia o padre da Igreja do Rosário confirmou que a missa tinha terminado. Esse processo armado revela pura vinganca de vereadores, alguns pastores, racistas e fascista que até pouco tempo chutaram e quebraram a imagem de Nossa Senhora nos estúdios descias TVs e agora farisaicamente se dizem defensores da Igreja católica.
Se a câmara fosse mais séria, esse pedido de cassação seria arquivado. Mas com apoio do prefeito racista e que não suporta pobre e seus vereadores comparsas infelizmente ele irá perder o mandato.
O processo está repleto de falhas comprovaras pelo relatório da vereadora Maria Letícia, que o desmontou por completo.
Primeiro que a Igreja não foi invadida, as portas estavam abertas e os fiéis já tinham saído com o término da missa. No depoimento à polícia o padre da Igreja do Rosário confirmou que a missa tinha terminado.
Esse processo armado revela pura vinganca de vereadores, alguns pastores, racistas e fascista que até pouco tempo chutaram e quebraram a imagem de Nossa Senhora nos estúdios descias TVs e agora farisaicamente se dizem defensores da Igreja católica.
A CMC é é sempre foi conservadora. Adora queimar vereadores desavisados. Este processo é uma série de erros para punir um sujeito em razão da cor.