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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

25
Jul22

Quer saber o que pode acontecer se Bolsonaro for reeleito? Olhe para a Índia

Talis Andrade

O primeiro ministro da Índia, Narendra Modi, e Jair Bolsonaro durante cerimônia do Dia da República da Índia.

O primeiro ministro da Índia, Narendra Modi, e Jair Bolsonaro durante cerimônia do Dia da República da Índia. Foto: Alan Santos/PR

 

 

Em 20 anos, a Índia foi de promessa democrática ao um regime autoritário que proíbe dissidentes e trata minorias religiosas como cidadãos de segunda classe

13
Jul22

Cinquenta anos depois do AI-5, autoritarismo continua no DNA do brasileiro. Entrevista especial com Jair Krischke

Talis Andrade

Adnael - Chargista on Twitter: "#adnaelcharges #charges #charge #cartum  #cartoon #art #chargepolitica #chargedodia #chargedehoje #humorpolitico  #chargedoadnael #ai5 #bolsonaro #tortura #paulogeudes #ditadura  https://t.co/z0ZiDxVWPZ" / Twitter

por Patricia Facchin

“Eu tomei uma decisão nesse momento: todas as manhãs quando despertava, prometia a mim mesmo ‘hoje não vou ficar paranoico’. Isso valia por 24 horas”, relembra Jair Krischke, ao contar sua rotina no então Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul depois da instituição do Ato Institucional Número Cinco – AI-5 em 13 de dezembro de 1968. À época, Krischke atuava auxiliando perseguidos pelo regime a saírem do país, atividade que se intensificou durante a década de vigência do AI-5. “Tivemos que tirar muitas pessoas do país, porque a perseguição começou a se dar de uma forma indiscriminada: se suspeitassem que alguém tivesse feito isso ou aquilo, já era razão suficiente para a perseguição. O AI-5 estabeleceu uma possibilidade de prisão sem fundamentação jurídica, sem direito a acesso a advogado ou aos familiares. Para temas de ‘crimes políticos’ não havia possibilidade de habeas corpus, que também foi suspenso com o AI-5”, relata na entrevista a seguir, concedida por telefone à IHU On-Line.

Para sobreviver ao recrudescimento da repressão depois de decidir continuar vivendo no Brasil, Krischke conta que ele e os companheiros do Movimento criaram mecanismos de defesa. “Assuntos sensíveis eram compartimentados e o próprio processo para retirar pessoas do Brasil passou a ser bastante compartimentado: quando alguém saía de São Paulo e ia até o Paraná, não sabia quem seria o responsável pelo trecho que o levaria do Paraná até Santa Catarina, que por sua vez não sabia quem seria o responsável pelo trecho de Santa Catarina até o Rio Grande do Sul. Se informava apenas que uma pessoa estaria no tal local, com uma camisa branca e com um exemplar do jornal Correio do Povo embaixo do braço, ou que uma moça com um lenço branco amarrado na bolsa estaria em tal local. Não se informava quem eram essas pessoas, mas se davam sinais de como encontrá-las”, narra.

Cinquenta anos depois da instituição do AI-5, Krischke avalia que o autoritarismo que vigorou no país por dez anos ficou “inculcado” nos brasileiros. “Se observarmos, sociologicamente, não nos livramos ainda desse autoritarismo, que conseguiu ingressar na epiderme do brasileiro”, afirma. Prova disso, exemplifica, são as violações aos direitos humanos no país. “Quem viola os direitos humanos no Brasil? O Estado brasileiro, e isso tem a ver com esse autoritarismo: se ‘a autoridade decidiu, está decidido’, mesmo se for uma ilegalidade e mesmo que sejam atos nada republicanos”, lamenta. Para mudar esse cenário, sugere, “o Estado brasileiro precisa entender que o cidadão tem direito a ter direitos e o Estado tem que ser o primeiro a garantir esse direito”.

Jair Krischke é ativista dos direitos humanos no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. Em 1979, fundou o Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, a principal organização não governamental ligada aos direitos humanos da região sul do Brasil. Publicado in 13 Dezembro 2018

 

Leia mais

12
Jun22

A violência política

Talis Andrade

Charge Erasmo Spadotto – Brasil em Cima de Tudo - Portal Piracicaba Hoje

É o clima de animosidade decorrente do ambiente de intolerância que impede um espaço mínimo para o debate entre os candidatos sobre o Brasil

 

por Gustavo Krause

- - -

A que ponto chegamos. O orçamento para segurança dos candidatos à Presidência da República prevê gastos de R$ 57 milhões e serão geridos pelo Sistema Integrado de Proteção aos Candidatos.

A propósito, a disputa pelo poder não é um jogo entre Cavalheiros e Damas. É jogo bruto aqui e mundo afora. No caso Brasileiro, tem se agravado.

A violência, supressão da Política, marcou o vasto mundo, sempre. Os fanáticos não perdoam. Seguem exemplos emblemáticos: Gandhi (grande alma), Anwar Sadat (Nobel da Paz, 1978), Martin Luther King, Kennedy, o Papa João Paulo II, Olof Palme, Primeiro-Ministro de Suécia, (1986), visionário na defesa das mulheres e da economia ambientalmente sustentável.

No Brasil, o primeiro Presidente civil, Prudente de Morais (1894-1898), ao recepcionar as tropas que regressavam da Guerra de Canudos, foi salvo do punhal do praça Marcelino Bispo de Arruda pelo Ministro da Guerra, Marechal Carlos Machado Bittencourt, vítima fatal do atentado.

Em 1930, o assassinato de João Pessoa, no Recife, por motivos passionais, serviu de estopim para a revolução liderada por Getúlio Vargas. Em 1954, o atentado da Rua Tonelero, a Carlos Lacerda, implacável opositor do Presidente, aprofundou a crise político-militar que levou Vargas ao suicídio. Há suspeita histórica de que “muitas mãos” apertaram o gatilho.

Em março de 2018, houve o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco. No dia 06 de setembro, o Candidato Bolsonaro sofreu um grave atentado em Juiz de Fora. No primeiro trimestre do corrente ano, houve um aumento de 48,7% de casos de violência de crimes contra lideranças políticas (Observatório da Violência Política e Eleitoral)

Há uma violência mais sutil que afeta a democracia. É o clima de animosidade decorrente do ambiente de intolerância que impede um espaço mínimo para o debate entre os candidatos sobre o Brasil. As ofensas ocupam o lugar das propostas. O Presidente já deu provas evidentes de desapreço pela democracia. Reza por uma cartilha autoritária. Não vai a debates. Lula exerce o malabarismo discursivo entre a bolha radical e os “liberais” da Faria Lima. Refuga o debate como fizera em 2006.

São comportamentos que violentam a democracia. Não é fato inédito. Candidatos de várias filiações partidárias usaram a tática de não colocar em risco eventuais vantagens nas pesquisas.

Estão se lixando para o eleitor. Debater, qualquer que seja o formato, exige preparação, ensaios extenuantes, clareza nas ideias e compromissos programáticos.

A fuga alimenta a praga do populismo e reforça o inevitável estelionato eleitoral.

charge-chega-de-violencia-1 - PSDB - Mulher | PSDB – Mulher

Manifestantes dos povos indígenas Awa, Kaapor, Guajajara, Tremembé e Gamela em Santa Inés, Maranhão.

Atriz vencedora do Oscar Julie Christie e manifestantes na Embaixada do Brasil em Londres, pedindo que o Presidente Bolsonaro proteja as terras indígenas e pare o genocídio no Brasil

Atriz vencedora do Oscar Julie Christie e manifestantes na Embaixada do Brasil em Londres, pedindo que o Presidente Bolsonaro proteja as terras indígenas e pare o genocídio no Brasil. Publicado por Rosa Gauditano em janeiro 2019

25
Mai22

Sobe para 25 o número de mortos chacina do Complexo da Penha; há 7 pessoas feridas

Talis Andrade

 

 

 

 

 

 

Foto: ReproduçãoTiroteio na Vila CruzeiroFoto: Reprodução

 
Desde às 5h da manhã de hoje (24), BOPE e PRF realizam incursão repleta de relatos de abuso de poder e letalidade. Os agentes  policiais invadiram a Vila do Cruzeiro gritando “todo mundo vai morrer”
 
 
08
Nov21

Vinte e um cientistas rejeitam medalha oferecida por Bolsonaro

Talis Andrade

bolsonaro autocondecorado cientista curandeiro cha

 

 

Vinte e um cientistas, dos 30 homenageados, rejeitaram a medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, deferência do presidente Bolsonaro

 
Um dos nove cientistas que aceitaram a medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico está ele mesmo, o tudo, o Messias, o mito, o Jair Bolsonaro falso cientista e falso médico, charlatão que receitou medicamentos para Covid - 19, curandeiro que divulgou falsas curas em país que o governo federal, notadamente quando da militarização do Ministério da Saúde matou milhares e milhares de pessoas. No Brasil passam dos 600 mil mortos as vítimas do genocídio bolsonarista. 
 

O jornalista Alex Solnik escreveu:

O mais esquisito não foi Jair Bolsonaro ter concedido a Jair Bolsonaro a Medalha de Ordem Nacional do Mérito Científico, na categoria grão-mestre, a mais alta honraria atribuída a pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no Brasil. O mais esquisito foi Jair Bolsonaro ter aceito"

 

O repúdio de vinte e um cientistasImage

Vinte e um cientistas brasileiros renunciaram à medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em decreto assinado nessa quinta-feira (4/11). No texto, ministros do governo e diversos cientistas foram condecorados com a honraria, que reconhece contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no Brasil.

A recusa ocorre em repúdio ao chefe do Palácio do Planalto que, ao longo da pandemia de Covid-19, duvidou da eficácia de vacinas, induziu a tratamentos sem efeito e minimizou medidas de isolamento.

03
Out21

Oposição a Bolsonaro mostra força, e "frente ampla" engatinha

Talis Andrade

Protesto na Avenida Paulista

Termômetro das manifestações no país, Avenida Paulista tinha nove carros de som, dos quais oito eram de esquerda

 

por Bruno Lupion /DW

 

Os protestos de rua realizados neste sábado (02/10) em diversas cidades do país e do exterior contra Jair Bolsonaro, a exatamente um ano das eleições de 2022, mostraram que a oposição ao governo segue capaz de levar pessoas para a rua, mas que uma "frente ampla" substantiva contra o presidente ainda está distante.

A pauta dos atos deu ênfase à crise econômica e social do país, com menções aos preços da gasolina e do gás de cozinha, à fome e ao desemprego. Na Avenida Paulista, uma estrutura inflável em frente ao Museu de Artes de São Paulo (MASP) representava um grande botijão de gás, com o preço de R$ 125.

Também eram presentes faixas e palavras de ordem pelo impeachment do presidente, apesar de faltarem as condições objetivas para isso no momento. Bolsonaro segue com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem cabe deflagrar o processo de impeachment, e de parte significativa do Congresso e do Centrão.

 

Organização diversa, público nem tanto

Os atos deste sábado tiveram um arco de organizadores mais amplo do que as manifestações antibolsonaristas que vinham sendo convocados pela centro-esquerda e esquerda desde maio, puxados inicialmente pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e pelo PSOL e que depois ganharam o apoio do PT e outras legendas.

Neste sábado, participou ativamente da organização, por exemplo, o Solidariedade, que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff e chegou a indicar pessoas para cargos de segundo escalão no governo Bolsonaro, mas agora sinaliza apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. A legenda é presidida pelo deputado federal Paulinho da Força (SP), que também é presidente licenciado da Força Sindical. Além do PT, do PSOL e do Solidariedade, estavam na organização dos atos deste sábado PC do B, PSB, Cidadania, PV, Rede e PDT.

As manifestações também tiveram o apoio do grupo Direitos Já!, criado em 2019 e que reúne dezenove partidos à esquerda e à direita, incluindo o PSDB, o PSL e o Novo. O movimento Acredito!, uma das iniciativas de "renovação da política", participou do ato. No carro de som, discursos ressaltaram a importância de ter "pessoas de todas as cores" contra o governo.

Homem ao lado de botijão de gás gigante com o preço de R$ 125

Protestos tiveram muitas críticas à crise econômica e referências à inflação

 

"Temos muitas divergências, mas temos uma unidade. Não queremos mais Bolsonaro governando este país", afirmou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de cima do caminhão de som. "O grito de hoje não é um ponto final, mas o início de uma caminhada que une os diferentes contra um desgoverno que quer restringir liberdades", disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS), em mensagem gravada reproduzida em São Paulo.

O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), enviou mensagem reproduzida no ato em São Paulo. "Esse Brasil exige união de todos os democratas. O lado certo é o lado da resistência, da denúncia dos desmandos do atual governo", afirmou. O ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) também enviou um vídeo com sua fala.

A participação de siglas à direita, porém, foi fragmentada e restrita a algumas pessoas. Lideranças importantes desse campo, como o governador paulista João Doria, do PSDB, não compareceram – ele estava fazendo campanha das prévias do PSDB em Minas Gerais. O Livres, movimento liberal suprapartidário, tampouco foi aos atos.

Márcio Moretto, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital, foi ao ato da Paulista fazer uma pesquisa de campo e relatou à DW Brasil que havia nove caminhões de som na avenida, dos quais oito tinham uma clara orientação à esquerda.

No carro de som central, em frente ao MASP, ele notou um "esforço grande" dos organizadores para compor uma frente ampla de oradores, "mas os manifestantes não estavam tão abertos a essa amplitude toda". Ciro Gomes, do PDT, foi bastante vaiado durante a sua fala, assim como Paulinho da Força.

Grande boneco inflável representando o ex-presidente Lula em protesto

No Rio, um grande boneco inflável representava o ex-presidente Lula

 

Em termos de comparecimento, as manifestações deste sábado foram significativamente mais amplas do que as de 12 de setembro, quando os grupos de direita Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, que haviam convocado atos para aquela data, tentaram atrair setores da esquerda mas não encheram as ruas . Naquela oportunidade, não houve envolvimento direto de partidos na organização, e esquerdistas evitaram engrossar atos que tinham originalmente o mote "Nem Bolsonaro, nem Lula" – que foi retirado pelo MBL na véspera.

Mas, na Avenida Paulista, a impressão de Moretto é que o ato não superou o número de apoiadores de Bolsonaro que foram ao local ouvir o presidente no feriado de 7 de setembro. Na ocasião, os bolsonaristas adotaram como estratégia concentrar os protestos em São Paulo e em Brasília, em vez de se dispersar em cidades variadas, e a Polícia Militar estimou um público de 125 mil pessoas na capital paulista.

Segundo o portal G1, neste sábado foram registrados atos em 84 cidades do país, incluindo as 27 capitais. A Polícia Militar de São Paulo calculou um público de 8 mil pessoas na Avenida Paulista, enquanto os organizadores estimaram o público em 100 mil pessoas.

 

"Abaixo da expectativa"

O cientista político Bruno Bolognesi, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), avalia que os atos deste sábado ficaram abaixo da expectativa que havia sido criada pelas legendas em torno de uma suposta capacidade de mobilização da "frente ampla", e não foram capazes de oferecer uma "resposta satisfatória" diante dos atos bolsonaristas de 7 de setembro. "Não foi o suficiente para botar pressão e dizer 'somos maiores, temos mais gente'", diz.

Ele é cético quanto à tentativa de criação de uma "frente ampla" contra Bolsonaro comandada por partidos, que no Brasil, diz, em geral não refletem de forma orgânica as suas bases nem têm capacidade de mobilização de militantes.

Boneco de Bolsonaro com uma faixa escrito genocida

Manifestantes pediam o impeachment de Bolsonaro

 

"É uma ilusão achar que uma frente com 15 partidos vá mobilizar, pois não estamos em um país onde os partidos fazem sentido para seus militantes. O que mobiliza no Brasil são líderes carismáticos", diz. Bolognesi nota que a eventual ida de Lula ao ato poderia alavancar a participação de mais pessoas, mas o petista não tem ido às manifestações "por questões estratégicas de sua campanha".

Ele considera a tentativa de "frente ampla" "capenga", pois "o que aparece nas ruas não é frente ampla, é a esquerda, pois a direita e a centro-direita não conseguem mobilizar".

Bolognesi acrescenta que outro motivo para os atos deste sábado não terem sido mais cheios é que a pauta do impeachment de Bolsonaro perdeu força, pois "institucionalmente não há nenhuma vontade de fazer isso acontecer", o que teria um efeito desmobilizador.

 

"Diante das circunstâncias, um sucesso"

A cientista política Márcia Ribeiro Dias, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), tem uma avaliação diversa e diz que, diante de desafios atuais para levar a oposição a Bolsonaro às ruas, os atos deste sábado tiveram resultados muito positivos.

Entre esses desafios, ela menciona que o campo de oposição ao presidente está dividido entre um polo em torno de Lula e um polo de centro-direita que não aceita o ex-presidente como um possível líder de uma "frente ampla".

Além disso, Dias afirma que a prática de realizar protestos em finais de semana, segundo ela introduzida pela direita durante os atos pelo impeachment de Dilma, acabou sendo adotada pela esquerda, mas desfavorece esse campo. "A tradição da esquerda era fazer manifestação de dia de semana, para o trabalhador ir depois do expediente, para atrapalhar e chamar a atenção. É outra coisa mobilizar durante o final de semana", diz.

A professora da UniRio acrescenta que há pessoas que fazem oposição a Bolsonaro que ainda preferem não ir às ruas por causa da pandemia, e que mesmo assim as manifestações foram muito maiores do que as do dia 12 de setembro, convocadas por MBL e Vem Pra Rua. Ela também considera os protestos deste sábado mais significativos que os atos bolsonaristas de 7 de setembro, considerando a amplitude nacional. "Acho que foi um sucesso", diz.

 

O momento do governo Bolsonaro

O presidente enfrenta a sua pior aprovação popular desde o início do governo. Pesquisa realizada pelo PoderData em 27 a 29 de setembro mostra que 58% dos brasileiros consideram seu governo ruim ou péssimo, maior taxa desde que ele tomou posse. É a terceira pior marca para um presidente neste momento do mandato, e só perde para Michel Temer e José Sarney.

A alta na sua desaprovação ocorre em um momento de crise econômica no país, que vê a inflação anual se aproximar de 10%, com alta no preço de alimentos e da energia, como gasolina, gás e eletricidade – este último, em função da crise hídrica – e mais de cinco meses de uma CPI no Senado expondo má gestão e suspeitas de irregularidades na condução da pandemia de covid-19, que se aproxima da marca de 600 mil mortos.

A taxa de desemprego atingiu seu recorde da série histórica no trimestre encerrado em abril, em 14,7%, e recuou para 13,7% no trimestre encerrado em junho, mas ainda atinge 14,1 milhões de pessoas. Em abril, havia cerca de 27,7 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, o equivalente a 13% da população, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas divulgada em setembro – em 2017, essa taxa era de 11,2%.

O auxílio emergencial, transferência de renda mensal criada em abril de 2020 para amparar as famílias mais pobres afetadas pela pandemia, está programado para terminar neste mês de outubro. Bolsonaro chegou a anunciar que o substituiria por um novo programa Bolsa Família, com maior valor e para mais beneficiados, mas dificuldades orçamentárias e políticas do Planalto reduziram as chances de isso ocorrer. O governo estuda prorrogar o auxílio emergencial por mais alguns meses.

Por outro lado, além do prestígio junto ao presidente da Câmara, que protege Bolsonaro de um impeachment, a parcela da população que avalia sua gestão como boa ou ótima está estável há vários meses em cerca de um quarto da população. Quando Dilma foi afastada do cargo de presidente, 13% consideravam seu governo ótimo ou bom, e Fernando Collor deixou o Palácio do Planalto com essa taxa em 9%.

03
Out21

Protesto contra Bolsonaro ocupa Avenida Paulista

Talis Andrade

São Paulo - Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

 

por G1

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Manifestantes realizam mais um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro na tarde deste sábado (2), na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Às 16h30, pelo menos 10 quarteirões estavam ocupados por manifestantes.

Além do impeachment de Bolsonaro, os organizadores dizem protestar contra a atuação do governo federal durante a pandemia do coronavírus, o alto número de mortes pela doença, as denúncias de corrupção investigadas na CPI da Covid-19 no Congresso Nacional, em defesa da democracia, do emprego, contra a alta dos preços dos alimentos, da conta de luz, do gás de cozinha e dos combustíveis.

Nos discursos, acentuaram a necessidade de impeachment de Jair Bolsonaro antes da eleição de 2022, “para resolver os problemas econômicos do país”.

“Nós estamos aqui porque o povo quer comer e o Bolsonaro não deixa, quer estudar e trabalhar, mas o governo Bolsonaro não deixa. A cada dia que passa ele destrói uma política pública e deixa o povo à mingua, comendo osso. Esse governo tem que acabar antes de eleição, porque o povo não aguenta mais. Pergunte ao povo da periferia, do campo, aos desempregos, se 'é possível esperar um ano para acabar com esse pesadelo?'”, afirmou Fernando Haddad (PT).

"O Brasil não aguenta esperar até o fim de 2022. Não aguenta mais 500 dias de genocídio e de fome. O Brasil de verdade e real não é aquele que desfilou aqui no 7 de setembro. O Brasil real é o que está na fila do osso e não consegue pagar R$ 120 reais no botijão, ou comer com a inflação descontrolada. Não vamos nos iludir com cartinha de Bolsonaro escrita por Michel Temer. Não podemos recuar e temos que ocupar as ruas até o impeachment do genocida”, afirmou Guilherme Boulos (PSOL).Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SPProtesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP
Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/ TV Globo

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

24
Jul21

Manifestantes fazem atos contra Bolsonaro e a favor da vacina

Talis Andrade

Vista aérea mostra manifestantes ao longo da avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio — Foto: TV GloboVista aérea mostra manifestantes ao longo da avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio — Foto: TV Globo

 

Por G1

Manifestantes foram às ruas neste sábado (24) para protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e em defesa da vacinação contra a Covid-19.

Até por volta das 14h, haviam sido registrados protestos em pelo menos 52 municípios, localizados em 20 estados, incluindo 13 capitais.

 

  • Estados em que foram realizadas manifestações: AL, BA, CE, GO, MA, MG, MT, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RS, RR, SC, SP e TO
  • Entre as cidades, houve protesto nas seguintes capitais: Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belém, Palmas, Teresina, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, São Luís, João Pessoa, Boa Vista e Maceió

 

Assim como em manifestações semelhantes realizadas em outras datas, os protestos ocorreram de forma pacífica. A maioria dos manifestantes usavam máscara como medida de proteção contra o coronavírus. Veja a situação das manifestações pelo país aqui

Manifestantes protestam no Centro do Rio contra o governo Bolsonaro — Foto: Jefferson Monteiro/TV Globo

 

22
Jun21

Um mosaico multicor contra o fascismo

Talis Andrade

 

Protestos foram ainda maiores e capilarizados que os de maio. Em boa medida, por sua organização plural: centenas de movimentos encontraram-se nas ruas; nenhum se sobrepôs aos demais. Esta configuração, rara no Brasil, precisa ser mantida

 

por José Antonio Moroni e Ana Cláudia Teixeira /OutrasPalavras

- - -

Um mosaico ocupou novamente as ruas no último sábado (19) para gritar “Fora Bolsonaro“, por vacina e por comida. Com criatividade e dor, foram feitas intervenções artísticas em várias partes do país.

De manhã, no Rio de Janeiro, a manifestação se iniciou com um instante comovente, um único saxofonista tocava enquanto participantes erguiam silenciosos seus punhos esquerdos cerrados. Ao final da manifestação em Porto Alegre velas foram acesas. No fim da tarde, um caminhão pipa lembrando a marca de 500 mil mortos pela covid derramou, pela extensão da Avenida Paulista, em São Paulo, uma água vermelha cor de sangue.

Em Brasília a presença do levante indígena entoou em suas próprias línguas o genocídio permanente que vivem e nos lembrando que somos vários povos. Nas simbologias dos atos, houve a expressão criativa da dor, o luto se transmutando em indignação, mesmo que a tristeza permaneça.

Foto: Paulo Pinto / AFP

 

Os cartazes à mão com nomes dos parentes e amigos mortos também estiveram lá. Muitos apenas com o nome e a data, outros responsabilizando o governo Bolsonaro e a falta da vacina. No mosaico que foram as manifestações de maio e de ontem há espaço de se viver o luto. Um luto coletivo por quem foi, mas também por quem ficou e não consegue sorrir.

Um luto de quem busca forças não se sabe de onde para viver. Um luto coletivo pela fome com a qual nosso país voltou a conviver. Sim, muitas das 500 mil mortes eram evitáveis. Os responsáveis precisam ser julgados, não só pela Justiça brasileira, mas nos tribunais internacionais. Genocídio é crime contra a humanidade. A síntese política perfeita deste momento que vivemos foi o “slogan” novamente repetido: vacina no braço, comida no prato e Fora Bolsonaro.

Cada um traduziu o slogan da forma que pode ou o complementou com suas próprias dores. Sempre de máscara e sem registros de violência policial. Ocupantes de terras urbanas trouxeram um tecido escrito à mão, reivindicando o fim dos despejos. Evangélicos contra Bolsonaro expressaram sua indignação contra um projeto de morte.

As religiões de matriz africana, junto com o povo negro, trouxeram a denúncia de que eles vivem permanentemente em processo de genocídio. A comunidade LGBTI+ trouxe com alegria e exuberância de cores a sua luta cotidiana pelo direito a viver e existir da forma que deseja. As mulheres feministas abriram, com seus batuques, muitas manifestações pelo país. A presença marcante de mulheres em todos os atos denunciava aqueles que querem confiná-las aos 15% na representação parlamentar.

Rostos jovens misturados a alguns não tão jovens. Encontro de gerações, de medos e de sonhos. As juventudes formaram a maioria do público presente nas manifestações. Um mosaico de juventudes diversas, plural e fazendo do seu corpo um ato político.

Eram jovens que se organizam em movimento nacionais ou por direitos como o da educação, bem como pequenos grupos de amigos com uma estética parecida e cartazes especialmente produzidos. Juventudes que espelham uma síntese política: jovens, muitos periféricos, mulheres, feministas, LGBTI+ e negros e negras. Uma presença que chega sem pedir licença e diz “este espaço também é nosso”.

As bandeiras, batuques e palavras de ordem já bem conhecidas de quem participa de atos ocuparam novamente as ruas. Mas não só. Pessoas aparentemente não ativistas, pequenos grupos de amigos ou pessoas totalmente sozinhas com cartazes impressos, muitas com seus cachorros, também se fizeram presentes. Todas de máscara, buscando no vai e vem estar juntas e distantes.

Neste mosaico, onde cada peça é diferente mas tem um conjunto que o torna mais belo, a manifestação foi um lugar de busca pelo outro por meio do olhar. As pessoas procuram se reconhecer. A máscara esconde boa parte do rosto e, para proteger do sol, usa-se o boné. Restam os olhos para reencontrar um conhecido, e dizer uma meia dúzia de palavras. Neste reencontro, há o misto de alegria, alívio e dor, pois não parece caber o direito de esquecer as 500 mil vítimas que eram amor de alguém.

Os organizadores registraram, até sábado à noite, 750 mil pessoas em 427 cidades em atos realizados no Brasil e em 17 países. Como no dia 29 de maio, a mobilização foi feita pela Campanha Fora Bolsonaro, que é formada por movimentos sociais, coletivos, articulações, coalizões, sindicatos e partidos de esquerda, e que em sua diversidade tentaram garantir uma organização local bastante plural. Este mosaico tem garantido a unidade das manifestações. Uma diversidade de sujeitos que dialogam e constroem um campo comum de ação e de luta.

Essa é a forma pela qual ambas as manifestações do Fora Bolsonaro foram construídas. Não há uma coordenação central e com isso não se tem um espaço político que receba e processe todas as informações. Mas é certo que ontem os protestos foram bem maiores que os atos de maio, tanto em número de participantes, quanto cidades atingidas e amplitude geográfica. As manifestações se ” interiorizaram” pelo país. Há relatos de atos em cidades pequenas. O mosaico aumentou nas suas bordas.

Como em maio houve uma pluralidade de formas de dizer “Fora Bolsonaro”. Quem não se sentiu seguro para ir às ruas se manifestou nas carreatas, colocando panos pretos nas janelas, buzinando, colocando cartazes em suas janelas. Nas redes, o slogan do dia foi #19JForaBolsonaro. No Twitter, segundo o pesquisador Fabio Malini, houve uma queda de postagens, foram 1 milhão a menos do que no #29M.

Mesmo assim, cerca de 700 mil tweets foram postados. A participação no Instagram foi significativa, com cerca de 20 milhões de interações. Talvez porque a imagem das manifestações represente mais que muitos textos, talvez pela juventude muito presente nos atos.

No contra-ataque, bolsonaristas tentaram emplacar a narrativa de que se tratavam de “manifestações meramente partidárias”. Não foram. E, se fosse, qual seria o problema? Parece que esta narrativa perdeu apelo após a triste marca de 500 mil óbitos ter sido atingida. O anúncio fez com que uma série de influenciadores que até então não haviam se posicionado o fizessem.

Aparentemente o poder de contra-ataque bolsonarista no Twitter diminuiu. Será por conta da “limpeza” feita pela rede na última semana, varrendo contas falsas, ou a estratégia dos bolsonaristas foi justamente não falar absolutamente nada para não gerar mais engajamento?

Sim, ontem foi maior, mais diverso e mais bem coberto pela mídia tradicional. Haverá novos atos? E para onde irão? É possível lograr que esses protestos empurrem a CPI e façam chegar o impeachment de Bolsonaro? Ou as manifestações servirão para gerar um caldo propício para a derrota do presidente nas eleições de 2022?

Difícil dizer. O cenário político não parece nada propenso a saídas institucionais. E, olhando para “os vizinhos”, é preciso lembrar que mudanças eleitorais nos Estados Unidos, no Chile e na Bolívia foram precedidas de grandes protestos de rua. As conexões entre ruas, redes sociais e mudanças eleitorais são uma dinâmica importante dos últimos anos em todas as partes. Elas se retroalimentam.

Por outro lado, a urgência de defender a vida não parece permitir a espera das próximas eleições. Aguardar pacificamente um ano e meio por uma eleição ainda muito incerta no seu resultado, por ora, não é uma escolha razoável.

 

Um cenário em que o governo Bolsonaro passe a priorizar saúde e vida digna para todos não passa de uma miragem. E, se o fizer, será puramente de forma eleitoreira. Diante da emergência humanitária em que nos encontramos, as ruas sinalizam que o “Fora Bolsonaro” visa 2021, e não há calendário eleitoral que acomode essa urgência. A defesa da vida é para ontem.

15
Mai21

Solidariedade internacional aos pesquisadores e cientistas no Brasil e ao povo brasileiro

Talis Andrade

 

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O presidente deve ser responsabilizado pela condução da crise sanitária no Brasil, que não somente fez explodir o número de mortes mas acentuou as desigualdades no País

Carta reúne pesquisadores do mundo inteiro, entre eles três ganhadores do Nobel, e pede a responsabilização sobre a crise sanitária no País

Pesquisadore(a)s do mundo todo,

O Brasil registra 4.195 mortes pela covid. Ao todo, são mais de 340 mil óbitos contabilizados desde o começo da pandemia. Se o coronavírus afeta todos os países do globo, a amplitude da catástrofe sanitária que acomete o País não pode ser dissociada da gestão desastrosa do presidente Jair Bolsonaro. O presidente deve ser responsabilizado pela condução da crise sanitária no Brasil, que não somente fez explodir o número de mortes mas acentuou as desigualdades no País.

Em inúmeros momentos, o dirigente da república brasileira se referiu à covid-19 como « gripezinha», minimizando a gravidade da doença. Bolsonaro criticou as medidas preventivas, como o isolamento físico e o uso de máscaras, e por diversas vezes provocou aglomerações. Chegou a propagar o uso da cloroquina, embora cientistas alertassem para os efeitos tóxicos do uso do fármaco para combater a covid. Pesquisadores que publicaram estudos que demonstravam que o uso do medicamento aumentava o risco de morte em pacientes com covid chegaram a ser ameaçados no Brasil.

Bolsonaro desencorajou ainda a vacinação, chegando a sugerir, por exemplo, que as pessoas poderiam se transformar em «jacaré». Em meio ao negacionismo, proliferação de falsas informações e ataques à ciência, em plena crise sanitária, o presidente chegou a mudar quatro vezes de ministro da Saúde.

A ciência brasileira está sofrendo diversos ataques: cortes e mais cortes orçamentários que ameaçam pesquisas e colocam o trabalho de cientistas em xeque ; instrumentalização da ciência a fins eleitoreiros, como bem mostram as declarações do presidente descredibilizando o trabalho de cientistas durante a crise sanitária. Esses ataques, no entanto, vão além do contexto da covid-19. Basta lembrar os ataques feitos por Bolsonaro ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em um contexto alarmante diante dos níveis de desmatamento da Amazônia.

Ao desmentir a ciência, Bolsonaro não somente fere a comunidade científica, mas toda a sociedade brasileira: são diários os recordes de mortes pela covid, dados da Fiocruz indicam, por exemplo, a circulação de 92 cepas do coronavírus no Brasil, o que torna o país uma gigantesca fábrica de variantes; para além temos ainda os impactos sobre o meio ambiente, povos tradicionais da Amazônia e no clima global.

Em um contexto de crise sanitária, de agravamento das desigualdades, de mudanças climáticas, este tipo de conduta é inaceitável e o autor deve ser responsabilizado. Nós nos preocupamos com o agravamento da crise sanitária no Brasil, com os ataques à ciência, e por meio desta carta aberta nós, acadêmico(a)s de todo o mundo, demonstramos nossa solidariedade com os/as colegas no Brasil, cujas liberdades estão ameaçadas e com a população brasileira que é afetada diariamente por essa política destrutiva.

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• Glenda Santana de Andrade – ATER em Ciências Políticas na Université Paris-Nanterre & doutoranda no Centro de Pesquisas sociológicas e políticas de Paris (CRESPPA-GTM), Université Paris 8, França
• Sylvie Chiousse – Diretora científica da revista Esprit critique, França
• Juliana Kiyomura Moreno – Doutoranda em cotutela Université Paris 8/Universidade de São Paulo-USP, Brasil/França
• Michelle Franco Redondo – Membro do Laboratoire d’Études de Genre et de Sexualité (Legs), França
• Pierre Veltz – Professor Emérito, École des Ponts ParisTech, França
• Angelo Soares – Professor titular, Université du Québec à Montréal, Canadá
• Alladatin Judicaël – Professor, Université Mohammed VI Polytechnique, Marrocos
• Zoé Tinturier – Doutoranda IEP de Bordeaux, França
• Eddine Bouyahi – Doutorando, Northwestern University/SciencesPo, França
• Soma Rostampour – Doutoranda, CRESPPA-GTM, França
• Sevilla Ariel – Mestre de conferências, Université de Reims, França
• David Dumoulin – Professor Sociologia, Université Sorbonne Nouvelle – IHEAL, França
• Papa Sakho – Professor, diretor do Laboratoire de Géographie Humaine, Université Cheikh Anta Diop, Dakar, Senegal
• Momar Diongue – Mestre de conferências, Université Cheikh Anta Diop de Dakar, Senegal
• Pierre Salama – Professor Emérito, Université Sorbonne-Paris Nord, França
• Solène Marié – Chefe de Cooperação Internacional, CNRS-InSHS, França
• Francisco Alambert – Professor, USP, Brasil
• Evelyn Nakano Glenn – Professora, Universidade da Califórnia, Berkeley, Estados Unidos
• Paola Diaz – Socióloga, COES-CEMS, França
• Maria Montanez – Pesquisadora, Bélgica
• Jean-Pierre Durand – Professor, Universidade de Evry Paris-Saclay, França
• Valeria Ribeiro Corossacz – Università di Modena e Reggio Emilia, Itália
• Isabelle Charpentier – Professora universitária em Sociologia – Universidade da Picardia – Júlio Verne, Amiens – França
• Maria Vicenta Haro Matas – Doutora, EHESS, Paris, França
• Yasmine Siblot – Professora de sociologia, Universidade de Paris 8, França
• François Boureau – Doutorando em sociologia, Universidade de Paris 8, França
• Antoine Guégan – Doutorando, Universidade de Lyon, França
• Emmanuelle Picard – Mestre de conferências, ENS de Lyon, França
• Cornelia Moser – Pesquisadora, CNRS, França
• Samantha Joeck – Doutoranda, EHESS, França
• Brigitte Chamak – Pesquisador, Universidade de Paris, França
• Mirjana Morokvasic Muller – Diretora de Pesquisa Emérita, CNRS, França
• Wenceslas Lizé – Sociólogo, Universidade de Poitiers, França
• Juan Felipe Duque – Doutorando, Sciences Po Grenoble, França
• Monish Bhatia – Professor de Criminologia e Justiça Criminal, Birkbeck, Universidade de Londres, Reino Unido
• Victoria Canning – Mestre de conferências, University of Bristol, Reino Unido
• Francesca Esposito – Pesquisadora, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Portugal
• Danielle Ranciere – Filósofa, Educação Nacional, França
• Daniel Altmann – Professor, Faculdade de Medicina, Imperial College London, Reino Unido
• Carolina Adaros – Doutoranda, Birmingham City University, Reino Unido
• Jacques Rancière – Professor honorário, Universidade de Paris 8, França
• Catherine Marry – Sociólogo, CNRS, França
• Jules Falquet – Professor de Sociologia, Universidade de Paris, França
• Felipe Kaiser Fernandes – Doutorando (IIAC EHESS) – CEFRES, França
• Marie-Laure Basilien-Gainche – Professora de Direito, Jean Moulin Lyon 3 University, França
• Danièle Linhart – Socióloga, diretora de Pesquisa Emérita, CNRS, França
• Angeliki Drongiti – Doutor em sociologia, Cresppa-CSU, França
• Leandro França – Doutorando, Universidade Nova de Lisboa, Portugal
• Johann Cailhol – Universidade Paris 13, UR3412, França
• Anaenza Freire Marescs – Médico de doenças infecciosas APHP Paris, França
• Yannis Papadopoulos – Pesquisador, IMS-FORTH, Grécia
• Izadora Xavier – Doutora, Freie Universität, Alemanha
• Odile Henry – Professora universitária, Paris 8, França
• Helena Hirata – Diretora Emérita de Pesquisa, CRESPPA-GTM-CNRS, França
• Gustavo Beritognolo – Professor, Universidade de Ottawa, Canadá
• Luc Bouganim – Pesquisador, Inria, França
• Mariana Ramos Pitta Lima – Doutoranda em Saúde Pública, Universidade Federal da Bahia, Brasil
• Valeria Ingenito – Doutoranda, Università di Napoli L’Orientale, Itália
• Fanny Jedlicki – Mestre de conferências, Rennes 2 University, França
• María Mercedes Di Virgilio – Pesquisadora, Universidade de Buenos Aires / CONICET, Argentina
• Gaide Aden – ATER em sociologia, Université de Tours, França
• Blandine Destremau – Diretora de Pesquisa, CNRS, França
• Hélène Nicolas – Professora associada, Universidade de Paris 8, França
• Emilie Blanc – ATER, Universidade de Lyon 2, França
• K. Mariquian Ahouansou – Professor, American University of Paris, França
• Sara Garbagnoli – Pesquisador em estudos de gênero, Legs, França
• Soraya Silveira Simões – Professora, UFRJ, Brasil
• Engin Isin – Professor, Mary University of London, Reino Unido
• Atenea Rosado – Doutorando, Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos
• Bruno Dupeyron – Professor, University of Regina, Canadá
• Helen Hintjens – Mestre de conferências, Instituto Internacional de Estudos Sociais (Universidade Erasmus), Haia, Holanda
• Emmanuel Bellanger – Diretor de Pesquisa, CNRS, França
• Susan McGrath C.M. – Professora Emérita, York University, Canadá
• Richard Toppo – Doutorando, ISS, Haia, Holanda
• Yukari Sekine – Doutorando, Instituto Internacional de Estudos Sociais, Holanda
• Ana Carolina Maciel – Pesquisadora, UNICAMP, Brasil
• João Ribeiro Medeiros – Doutorando, CBPF, Brasil
• Federica de Cordova – Pesquisadora, Università di Verona, Itália
• Benjamin Leclercq – Doutorando, Paris 8 University, França
• Nouria Ouali – Professora da Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica
• Florent Pasquier – Mestre de conferências, Université Sorbonne, França
• Patricia Lambert – Professora, Ecole Normale Supérieure de Lyon, França
• Mathilde Moaty – Doutorando em LATTS, Universidade Gustave Eiffel, França
• Nadia Vargaftig – Professora associada, Universidade de Reims, França
• Marie Segonne – Doutoranda, Paris 8 University, França
• Odile Hoffmann – Diretora de Pesquisa, Instituto IRD de Pesquisa para o Desenvolvimento, França
• Daniela Andrade – Doutoranda, Instituto de Estudos Sociais, Holanda
• Nina Gren – Mestre de conferências, Lund University, Suécia
• Doi Ra – Doutorando, Instituto de Estudos Sociais, Mianmar
• Romain Gallart – Pesquisador associado, Universidade Paris Nanterre, França
• Marie-Pierre Julien – Professora associada, Universidade de Lorraine – Nancy – França
• Laurine Sézérat – Pesquisador, Universidade Paris 8, França
• Laura Madrid Sartoretto – Professora, UFRGS, Brasil
• Diego Lasio – Pesquisador, Universidade de Cagliari, Itália
• Marie Walter-Franke – Doutoranda, Universidade Livre de Berlim, Alemanha
• Julianna Colonna – Doutoranda, Universidade de Pau, França
• Renata Cavalcanti Muniz – Doutoranda, ISS – Erasmus University Rotterdam, Holanda
• K Cheney – Mestre de conferências, Inst. Internacional de Estudos Sociais, Haia, Holanda
• Armelle Jacquemot – Professora-pesquisadora, Universidade de Poitiers, França
• Luin Goldring – Professor de Sociologia, York University, Canadá
• Anne Sauvagnargues – Professora de Filosofia, Universidade de Paris Nanterre, França
• Alexandra Mirowski Rabelo de Souza – Doutoranda, York University, Canadá
• João Villaverde – Doutorando em Administração Pública e Governo, EAESP-FGV, Brasil
• Leonardo Bueno – Pesquisador, FGV-EAESP, Brasil
• Mi Medrado – Doutoranda, Ucla, Estados Unidos
• Octavio de Barros – Economista, fundador da associação República do Amanhã-Brasil, Brasil
• Grace Barakat – Doutoranda, York University, Canadá
• Luana da Silva Ribeiro – Doutoranda em Economia, UNESP – Brasil
• Marcos Roberto dos Santos – Professor, FAMP, Brasil
• Virginie Baby-Collin – Professora de Geografia, Universidade de Aix-Marseille, França
• Oane Visser – Mestre de conferências, ISS da Erasmus University Rotterdam, Holanda
• Brian C.J. Singer – Professor, Glendon College, York University, Canadá
• Fabio Pucci – Doutorando, UFSCar, Brasil
• Barbara Poggio – Professor, Universidade de Trento, Itália
• Amber-Lee Varadi – Doutoranda, York University, Canadá
• Roberto Leher – Professor, UFRJ, Brasil
• Jean-Marc Pétillon – Pesquisador, CNRS, França
• Georges Flexor – Doutor, UFRRJ, Brasil
• Liliana Petrilli Segnini – Professora de Sociologia, Unicamp, Brasil
• José Artur dos Santos Ferreira – Professor, UFOP, Brasil
• Herb Arst – Professor Emérito de Genética Microbiana, Imperial College London, Reino Unido
• Laura Corradi – Socióloga, Università della Calabria, Itália
• Nicolas Bautes – Professor-pesquisador, geógrafo, França
• Stéphanie Deboeuf – Pesquisadora, CNRS, França
• Martinet Gilles – ATER na UPEC, França
• Georges Benguigui – Pesquisador, CNRS, França
• Christophe Baticle – Socioantropólogo, UPJV, França
• Anny King – Fellow, Churchill College, University of Cambridge, Reino Unido
• Benvindo Manima – Mestre, Universidade Federal Fluminense, Brasil
• Héloïse Nez – Professora de Sociologia, University of Tours, França
• Tulio Matencio – Professor Titular, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
• Luís Carlos Moro – Secretário-geral / American Association of Jurists / Continental
• Laurent Gil – Professor, UFOP, Brasil
• Michel Mayor – Professor Emérito, Universidade de Genebra, Suíça / Nobel de Física 2019
• Cecile Lefevre – Professora, Universidade de Paris, França
• Claudio Luis Donnici – Professor, UFMG, Brasil
• Sophie Pène – Professora, Universidade de Paris, França
• Marilia Oliveira Fonseca Goulart – Professora da Universidade Federal de Alagoas, Brasil
• Sandra Sawaya – Professora, USP, Brasil
• Charles Rice – Professor, The Rockefeller University, Estados Unidos / Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2020
• Cristiane Maria Cornelia Gottschalk – Professora, USP, Brasil
• Danièle Kergoat – Socióloga, CNRS, Paris
• Ricardo Olimpio de Moura – Professor, Universidade Estadual da Paraíba, Brasil
• Luciana dos Santos Duarte – Doutoranda, Universidade Federal de Minas Gerais / Instituto Internacional de Estudos Sociais – Brasil / Holanda
• Steffen Fischer – Pesquisador, Greenside Design Centre (Johannesburg), África do Sul
• Janaína Vieira – Mestranda, USP, Brasil
• Marco Bacio – Doutorando, Universidade de Milão, Itália
• Heike Drotbohm – Professora de Antropologia, Universidade de Mainz, Alemanha
• Luc Bonte – Presidente do FONCABA asbl, Bélgica
• Peter Wagner – Professor-pesquisador, ICREA e Universidade de Barcelona, Espanha
• Christian Lavault – Professor Emérito, Sorbonne University Paris 12, França
• Simonne Teixeira – Professora, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Brasil
• Renee Sylvain – Professora, Universidade de Guelph, Canadá
• Paulina Garcia Del Moral – Mestre de conferências, Universidade de Guelph, Canadá
• Marie Chenet – Mestre de conferências, Université Panthéon-Sorbonne, França
• Marina Cadaval – Doutoranda, ISS-EUR Holanda, Holanda
• Romain Busnel – Doutor em Ciências Políticas, Universidade de Lille, França
• Artemisa Flores Espinola – Mestre de conferências em sociologia, Universidade Paris-Est Créteil, França
• Daniela Cherubini – Pesquisadora, Università Degli Studi di Milano Bicocca, Itália
• Yolande Benarrosh – Professora de Sociologia, Universidade de Aix-Marseille, França
• Vicente Martínez Barrios – Professor associado, Universidade de Brasília, Brasil
• Daniel Cefai – Diretor de estudos da EHESS, França
• Gianmaria Colpani – Doutor, Universidade de Utrecht, Holanda
• Stefania Voli – Pesquisadora, Università di Milano Bicocca, Itália
• Carlos Corredor – Reitor, Universidad Simón Bolívar, Colômbia
• Aurélie Damamme – Professora, Universidade Paris 8, França
• MF Deligne – IE / CNRS / França
• Chantal François – Pesquisador, INSERM, Paris, França
• Matteo Botto – Doutorando, Universidade de Gênova, Itália
• Rita Monticelli – Professora, Universidade de Bolonha, Itália
• Carmela Ferrara – Doutoranda, Universidade de Napoli Federico II, Itália
• Maria Peixoto – Doutoranda, OntarioTech University, Canadá
• Chiara Paglialonga – Doutoranda, Universidade de Pádua, Itália
• Yazid Ben Hounet – Pesquisador do CNRS, Laboratoire d’Anthropologie Sociale, Paris, França
• Claude Calame – Professor. dr., Escola de Estudos Superiores em Ciências Sociais, Paris, França
• Rose-Marie Lagrave – Diretora de estudos da EHESS, Paris, França
• Christelle Rabier – Mestre de conferências, EHESS (Marselha), França
• Sophie Bobbé – Antropóloga, Escola de Estudos Superiores em Ciências Sociais, França
• Carmen Lucia Soares – Professora, UNICAMP, Brasil
• Angela Aisenstein – Professora, Universidad Nacional de Luján, Argentina
• Rocio Guadarrama Olivera – Professora-pesquisadora, Universidad Autónoma Metropolitana, México
• Geraldine Jourdain – Doutoranda, Universal Technical Institute, Japão
• Giuseppe Burgio – Professor, Università “Kore” di Enna, Itália
• Zeynep Kaşlı – Mestre de conferências, Instituto Internacional de Estudos Sociais, Holanda
• Manuel Moreno – Professor, Universidad Nacional de Luján, Argentina
• Brigitte Morand – Professora-pesquisadora, Clermont Auvergne University, França
• Vincenza Perilli – Pesquisador precário – Itália
• Fernando Bomfim Mariana – Professor, Universidade de Brasília, Brasil
• Maria Arminda do Nascimento Arruda – Professora titular de Sociologia, USP, Brasil
• Conor Douglas – Mestre de conferências, York University, Canadá
• Julie Sedel – Professora, Université de Strasbourg, França
• Laura Lucia Parolin – Mestre de conferências, University of Southern Denmark, Dinamarca
• Yolaine Gassier – Doutoranda, Universidade de Aix-Marseille, França
• Sharie Neira Rios – Doutoranda, Universidade de Paris, França
• Pierre Bataille – Mestre de conferências, UGA , França
• Frédéric Lebaron – Professor de Sociologia ENS Paris-Saclay, França
• Inês Bragança – Professora, UNICAMP, Brasil
• Kaja Antlej – Mestre de conferências, Deakin University, Austrália
• Alberica Bazzoni – Pesquisadora, ICI Berlin Institute for Cultural Inquirt, Alemanha
• Peter Ratcliffe – Diretor de Pesquisa Clínica, The Francis Crick Institute, Londres, Reino Unido / Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2019
• Sandra Challin – Pesquisadora, CNRS, Paris, França
• Romain Leclercq – Doutorando, Université Paris 8, França
• Maira Abreu – Pós-doutoranda USP/Cresppa, Brasil/França
• Elodie Picard – CNRS / OpenEdition – France
• Urbano Nojosa – Professor de Jornalismo, PUC/SP, Brasil
• Simonne Teixeira – Docente, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Brasil

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