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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

03
Mar23

Homem é mantido em cárcere privado por dívida de R$ 300 em prostíbulo no DF

Talis Andrade
Correio Braziliense
 

Fica explicado porque Brasília reelegeu governador Ibaneis Rocha Barros Junior, e Damares Alves senadora. A Damares das crianças banguelas para fazer sexo. 

Publica o Correio Braziliense hoje: Três mulheres foram presas suspeitas de manter um homem em cárcere privado em um prostíbulo na Asa Norte na quinta-feira (2/3). A vítima tinha uma dívida de R$ 300 reais com o estabelecimento e foi ameaçado para que efetuasse o pagamento. 

De acordo com informações da TV Brasília, parceira do Correio Braziliense, enquanto ainda era mantido no local, o homem conseguiu entrar em contato com a mãe e contou que estava em um estabelecimento na Asa Norte, sem dar mais informações.

Ainda neste telefonema, a senhora também tinha conseguido conversar com uma das mulheres que estava envolvida no crime. Identificada como uma mulher transsexual, ela ameaçou a mãe da vítima dizendo que o mataria a facadas caso a dívida não fosse paga.

Foi essa mulher que confirmou para a mãe da vítima que o filho estava preso em um prostíbulo na Asa Norte.

O delegado responsável pelo caso, Laércio de Carvalho, revelou à TV Brasília que a mãe da vítima fez vários contatos com as suspeitas e chegou a ser intimidada e ameaçada para não envolver a polícia.

Entretanto, foi ela quem foi até a 35ª Delegacia de Polícia de Sobradinho II para registrar a ocorrência.

A polícia foi até o local e identificou três suspeitas de envolvimento no crime e as três foram autuadas: uma por manter a casa de prostituição, outra por envolvimento com drogas e a mulher transsexual por ter tentado extorquir a vítima — que não efetuou o pagamento. 

22
Fev23

O carnaval dos convidados de Bolsonaro

Talis Andrade
 
 
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se  sentem mais livres na folia do Rio | Carnaval | O Globo

 

"Brasileirinhas" site pornô.

Triste fama de 'prostituta'

Retirantes da pobreza, da fome, do desemprego, o exilado brasileiro, a exilada brasileira tiveram de escolher: na ditadura militar, a ponta da praia na terra natal ou a esquina da rua nas capitais dos Estados Unidos e Europa.

O racismo nos Estados Unidos, a xenofobia das ditaduras nos países da Europa, e a extrema direita no mundo hodierno facilitaram a pecha infame: brasileiro, brasileira, inclusive em alguns dicionários, sinônimos de gay, de prostituta.

O presidente gigolô, do lema nazi=fascista "deus, pátria e família", para propagar a má fama, o turismo sexual, convidou: "Quem quiser vir fazer sexo com mulher, fique à vontade", disse Jair Bolsonaro.

Os estrangeiros jamais celebraram o carnaval brasileiro como uma diversão inocente, colorida, de serpentinas, confetes, da alegria nas ruas, dos blocos de papangus, a festiva brincadeira, pela participação de crianças, pela música, pela dança do samba, pelos passos do frevo.

Este ano o carnaval vai propagar o escândalo da orgia. Escrevem Taís Codesco, Luana Reis e Giovanna Durães:

Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se sentem mais livres na folia do Rio.

 
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se  sentem mais livres na folia do Rio | Carnaval | O Globo
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se  sentem mais livres na folia do Rio | Carnaval | O Globo
 

 

Depois de dois anos de privação, nos blocos de 2023 só se fala em uma coisa: liberdade. Em meio às fantasias elaboradas , apenas uma hot pant e um tapa-mamilo, que estão em alta entre as mulheres, foram capazes de expressar a alegria desse momento. Não se sabe ao certo quando o adereço tomou conta dos cortejos, mas se tornou uma verdadeira tendência. Os acessórios lembram aqueles usados pelas dançarinas em espetáculos burlescos nos séculos XIX. Se antes remetia a sensualidade feminina, hoje foi ressignificado como um símbolo de autonomia do próprio corpo.

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É a primeira vez que Luciana Abud, 35 anos, de São Paulo, está saindo de casa para pular carnaval usando somente um pequeno pedaço de fita colante nos seios, a hot pant, uma peça que há vários carnavais virou hit. Ela conta que, a princípio, se sentiu insegura, e até levou uma blusa, mas depois o sentimento de liberdade foi tomando conta. O seu maior medo era o assédio, mas Luciana se surpreendeu com o respeito das pessoas nos espaços.

— Está sendo uma experiência muito legal. Todo mundo olha, isso é inevitável, até mesmo mulheres. Mas não me incomoda. Sinto que isso gera uma curiosidade — conta.

Sua amiga, Lorena Ribeiro, advogada de 28 anos e também de São Paulo, aderiu a um visual parecido, com uma blusa de renda transparente e sem nenhuma outra peça tapando os mamilos.

— É óbvio que os caras olham, mas eu acho que há 10 anos seria muito pior. Eu sinto que a gente venceu, mesmo que um pouquinho, mas só de conseguir andar pela orla sem ser importunado já é uma vitória. Isso para mim também é uma evolução pessoal, tanto mulher quanto como feminista, considero até mesmo uma licença poética — diz Lorena. Elas concordam que o visual é mais confortável, ainda mais em meio ao calor e à multidão dos blocos.

O Brasil devia realizar programas para eliminar a má dos brasileiros e brasileiras no exterior. O Governo Brasileiro precisa promover campanhas contra a xenofobia, o racismo, tormento dos exilados brasileiros nos Estados Unidos e países europeus, notadamente Portugal. Criar políticas que evitem o tráfico humano, a propaganda sexual, inclusive a  permanência de sites pornôs 'verde e amarelo', as cores de uso exclusivo das prostitutas na Roma Antiga.

Publica a revista 'Veja': 

O mistério sobre a assinatura de Carta Zambelli em site pornô

Suposto extrato do "Brasileirinhas" em nome da deputada circula pelas redes sociais

Desde a manhã desta quarta-feira, 22, circula pelas redes sociais um suposto extrato de débito, atribuído à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), referente à assinatura mensal do site pornô Brasileirinhas. No recibo, não aparece o nome da parlamentar, apenas uma montagem com sua foto. O assunto tornou-se um dos mais comentados do Twitter. Desde que recuperou acesso às redes sociais, a parlamentar tem se manifestado sobre vários temas, mas ainda não tocou no caso Brasileirinhas, apesar das insistentes cobranças dos internautas.

Procurada pela reportagem de  VEJA, a parlamentar não respondeu aos pedidos para confirmar ou não a informação. O diretor do Brasileirinhas, Clayton Nunes da Silva, em contato com a revista, afirmou que precisaria ter acesso aos dados pessoais da parlamentar para confirmar ou não se a assinatura realmente foi feita por ela. Ou seja, o mistério permanece.

Este proxeneta Clayton Nunes da Silva devia ser processado por usar o nome de "Brasileirinhas" em site pornô. Não é de estranhar tal absurdo, esse crime contra a imagem do Brasil, contra a mulher brasileira, que Paulo Guedes, que era super ministro da Economia de Bolsonaro, criou sites de relacionamentos, segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo. De acordo com o texto, Guedes é dono, ao lado do irmão, da empresa Nol Web Services, que se propõe a encontrar “soluções para solteiros que procuram um relacionamento sério”. O grupo Nol atua em inúmeras frentes, mantendo diversas marcas na área amorosa. “O Romance Cristão” é um site de relacionamento para evangélicos e “Nunca é Tarde para Amar” dedica-se à terceira idade. Já o “Namor o Online” é a versão mais liberal. Ao inscrever-se, o usuário pode dizer se tem interesse em amizade, namoro, sexo casual, casamento ou apenas em “ficar”. Há opções para heterossexuais e homossexuais.

02
Mar22

A guerra brasileira dos sem teto, sem terra, sem nada

Talis Andrade

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Saiba quantas pessoas moram na rua no Brasil e o perfil dessa população

 

As estimativas do número total de pessoas em situação de rua no Brasil é de aproximadamente 221.869 pessoas de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em pesquisa publicada em Março de 2020.

Os dados mostram uma realidade nada animadora em relação ao progresso das políticas públicas destinadas a população em situação de rua no Brasil.

Uma guerra que os governos de Temer e Bolsonaro desistiram de lutar. Leia mais. Tudo piorou desde o primeiro dia do governo de Jair Bolsonaro quando, no primeiro mês de 2019, precisamente no dia 30 de janeiro, a Petrobras depositou 2,5 bilhões em uma conta gráfica de juízes e procuradores da Lava Jato, da autodenominada Liga da Justiça da República de Curitiba.

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Um conta criada pela juíza Gabriela Hardt, para gastança do ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje empresário milionário, e empregado do partido político Phodemos da família Abreu. Também primeiro mês de Sergio Moro super ministro da Justiça e da Segurança Pública.

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Fica a pergunta: quantas prostitutas infantis tem o Brasil da ministra Damares, que comanda o Ministério da Mulher, da Família, dos Direitos Humanos?

Quinhentas mil?

500 mil? 

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16
Jan22

O papel da imprensa como prostituta da Lava Jato

Talis Andrade

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O golpe eleitoral de 2018

Quando dizemos imprensa vendida significa que jornalistas batem calçada para vender o corpo, vender a alma, como qualquer prostituta de rua. 

Por que jornalistas, empregados dos barões da mídia, partiram para a autodenominada república de Curitiba, para publicar releases da autodenominada liga da justiça da autodenominada lava jato? 

Pauta dos donos de jornais? Ou simplória crença de donatários da verdade? De quem não escuta o outro lado, principalmente os pobres, os miseráveis, os sem teto, os sem terra, os sem nada, os pequenos agricultores presos em Irati. No caso, os perseguidos pela polícia federal, os assediados pela justiça, as vítimas do terrorismo do MPF, do MP do Paraná. Os acossados por juízes, procuradores, promotores, policiais e carcereiros comandados por Sergio Moro, o juiz queridinho dos bilionários que assaltaram o Banco do Estado do Paraná - o BanEstado. 

Juiz safado, de um passado maculado, que o deputado Glauber Braga chamou na cara de "ladrão". Chamou bem chamado, que Moro não reclamou. Nas duas vezes que foi denominado, designado, bateu em retirada da Câmara dos Deputados. E esse "juiz ladrão" é presidenciável, passível de ser eleito no dia 2 de outubro próximo. Pobre Brasil! O Brasil dos ministros Aha Uhu Fachin É Nosso, 1 Barroso Vale 100 PGR, In Fux We Trust - os Três Reis Luís do STF! O Brasil dos generais de Bolsonaro e coronéis da vacina! O Brasil do Centrão no Congresso, metendo a mão no Orçamento Secreto, o Orçamento Paralelo!. O Brasil do presidente dos filhos zero à esquerda: senador, deputado e 'vereador federal'! O Brasil do capitão de fita de melão! 

Contra a ditadura da Liga da Justiça apareceram os jornalistas Kennedy Alencar e Cristina Serra, participando da live “O papel da imprensa na Lava Jato”, da TV GGN, comandada pelos também jornalistas Luiz Nassif e Marcelo Auler. 

Registra o jornal do Sindicato dos Metalúrgicos: A live é um desdobramento do documentário “Sergio Moro: A construção de um juiz acima da lei”, projeto elaborado pela redação do portal GGN sob coordenação de Nassif.

Por Moro ser candidato a presidente é importante lembrar a luta dos jornalistas verdadeiros, livres. Recordar textos. 

Cristina Serra publicou um artigo intitulado “A praga do jornalismo lava-jatista”. Afirmou que essa discussão do papel da imprensa é absolutamente prioritária e que a Lava Jato ainda é um assunto que gera mobilização.

“A imprensa precisa se olhar no espelho e reconhecer que cometeu um erro. Erro entre aspas, porque acho que uma parte dos jornalistas realmente se equivocou, mas também que uma outra parte embarcou de cabeça em um projeto político. Isso precisa ser discutido”, destacou.

Já Alencar lembrou que em um primeiro momento da Lava Jato havia uma falsa imagem de que a imprensa estava sendo manipulada. Isso porque naquele período o ex-juiz Sérgio Moro, em um artigo sobre a Operação Mãos Limpas na Itália, comentou sobre a importância de uma aliança com os veículos de comunicação para fazer valer seus pontos de vista.

“A Vaza Jato mostrou que não era manipulação. Havia ali um jogo combinado e esse lote de mensagens liberado pelo [juiz do Supremo] Lewandowski mostra que há uma cumplicidade de parte do jornalismo brasileiro, que topou ser uma correia de transmissão e fazer assessoria de imprensa do Moro. O que é grave!”, afirmou.

Alencar destacou que o ex-juiz Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol passaram a fazer uso da informação de forma violenta.

“Fizeram o uso de privilégio para alguns jornalistas, que passaram a ser ‘sócios’ deles e de seus interesses. Eles perseguiam jornalistas, vazavam informações, demandavam solidariedade, perseguiam veículos de comunicação e muitos aceitavam essas pressões. A imprensa, que sempre foi uma perna importante da sociedade civil para fiscalizar o poder, evitar os abusos e proteger a democracia, topou uma parceria que foi danosa para a nossa democracia”, assegurou.

Ainda segundo o jornalista é fato que o ex-presidente Lula não teve um julgamento imparcial e a imprensa brasileira precisa fazer uma autocrítica sobre sua responsabilidade.

“Em uma democracia todo acusado tem direito a um julgamento imparcial. A imprensa endossou uma prática antidemocrática de ditaduras e abriu mão do papel de ser imprensa. O que se sabe hoje só é de conhecimento porque houve a Vaza Jato. Esse material é autêntico. É vergonhoso ver jornalistas endossando a desculpa esfarrapada do Moro e dos procuradores”, disse Alencar.

Cristina também destacou que o jornalismo foi capturado pela política desqualificada que é feita pelo atual governo brasileiro e seus aliados desde o golpe de 2016.

“É claro que depois de tudo o que aconteceu após o golpe o jornalismo não pode sair incólume. Até porque ele também teve sua participação com graus variados. Independência jornalística é cláusula pétrea. Não há margem possível de negociação da independência jornalística. A cobertura da Lava Jato é uma página infeliz do jornalismo brasileiro.”

Marcelo Auler também comentou que a cegueira está generalizada nas redações dos grandes jornais e a que a manipulação da narrativa foi decisão editorial.Especialistas em ética jornalística denunciam problemas na | Lava Jato

“Os jornalistas desde o início não cumpriram seu papel. A TV Globo passou a ler nota do Moro e da Lava Jato e não comenta nem o julgamento nem o voto do Gilmar. Chegamos ao ponto de a imprensa esconder os fatos para não se auto comprometer”, alertou.

06
Nov21

Marília Mendonça viverá para sempre, ele não

Talis Andrade

Marília Mendonça

 

A meteórica carreira da artista que já entrou para a história da música popular brasileira

 
 
 
A mulher pode tudo o que quiser, e mais além. Foi isso, e mais as suas dores e frustrações que Marília Mendonça cantou, a voz mais ouvida do Brasil, calada para sempre quando o jato em que viajava chocou-se com um cabo de alta tensão a 4 quilômetros do aeroporto de Caratinga, interior de Minas Gerais.
 
A mulher traída está em Infiel, o maior sucesso de sua curta carreira. A amante, em Como faz com ela e Amante não tem lar. A prostituta, em Troca de Calçada. Supera exalta a força da mulher, sua capacidade de resistir e de dar a volta por cima. Os versos de Marília eram simples, mas tocantes e sinceros.
 

Marília e sua mãe, de 53 anos, foram exemplos de superação. Não faz tanto tempo assim, frequentavam todas as festas possíveis para comerem mais e melhor. Marília começou a compor com 12 anos de idade. Aos 17, já fazia sucesso na boca de outros cantores. Aos 21, vendia 240 mil cópias do seu primeiro DVD.

Ela não conheceu fracassos, algo comum na carreira da maioria dos artistas. Seu segundo álbum, Realidade, lançado em 2017, recebeu uma indicação ao Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Sertaneja. Dois anos depois, o Melhor Álbum de Música Sertaneja no Grammy foi o seu Todos os cantos.

Sabe os Beatles? No Spotify, Marília tinha mais seguidores do que eles. No Instagram eram mais de 37 milhões até a hora em que foi anunciada a sua morte. A música sertaneja, antes dela, era coisa de homens e de poucas mulheres. Ao entrar em cena, Marília tornou-se a dona inquestionável do pedaço. Não tinha para ninguém.

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Em um meio em que seus colegas de música e público têm uma forte queda por Bolsonaro, Marília ousou participar do movimento Ele não nas eleições de 2018. Coagida e ameaçada, recuou, pediu desculpas e foi perdoada. Sua obra atravessou incólume e sobreviverá ao triste tempo de extremismo que sufoca o país.

Ela ficará, e ele não.

14
Jan21

Abortos, abandono e crianças sem pai

Talis Andrade

 

08
Nov20

Ciro diz que Moro levou 16 meses para descobrir que estava “cercado de prostitutas” (vídeo)

Talis Andrade

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por VioMundo

Durante debate na Globonews, o presidenciável Ciro Gomes questionou a tentativa do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro de se afastar do governo Bolsonaro.

Ciro lembrou que Moro passou 16 meses no governo de extrema-direita antes de “descobrir que estava cercado de prostitutas”.

O ex-juiz deixou o governo Bolsonaro acusando o presidente de ter tentado interferir na Polícia Federal.

Antes da demissão, a esposa de Moro, muito ativa nas redes sociais, chegou a escrever que seu marido e o presidente da República eram unha e carne.

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Recentemente, o ex-juiz convidou o apresentador Luciano Huck, da TV Globo, para negociar o que seria uma “terceira via” em 2022.

Quando era o juiz da Operação Lava Jato em Curitiba, Moro condenou o ex-presidente Lula, afastando o petista das eleições de 2018.

O ex-presidente Lula reagiu assim à notícia do encontro:

Agora tentam preparar uma chapa Huck/Moro… Cada hora inventam uma coisa. A única coisa que eles não admitem voltar é o PT e o Brasil da inclusão social. Basta ver meu habeas corpus que está há dois anos esperando julgamento. Porque politicamente pra eles não é conveniente.

Às vésperas do pleito, Moro vazou a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci, com acusações que se provaram falsas, prejudicando com o isso o candidato petista Fernando Haddad

Ainda durante a campanha, Moro negociou um cargo no governo Bolsonaro, mas agora ele tenta se caracterizar como “centrista”. 

Para o presidente do Psol, Juliano Medeiros, a esquerda deve repudiar a chapa:

Formar uma frente com Moro, Huck, Maia e outros golpistas, reabilitaria os canalhas que viabilizaram o bolsonarismo no Brasil, direta ou indiretamente. Seria um indignidade da qual o PSOL jamais tomará parte. Devemos construir uma alternativa de esquerda. Não estamos nos EUA.

Moro e Huck, obviamente, contam com o apoio de uma das famílias mais ricas do Brasil, os Marinho, donos do Grupo Globo

 

21
Ago20

Celso Marconi, 90 anos de rebeldia e cinema

Talis Andrade

O moço que ele é nos seus 90 anos pode ser notado também nos poemas eróticos que publica 

 

por Urariano Mota

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Entre os grandes personagens de 23 de agosto, a Wikipédia indica Gene Kelly, Nelson Rodrigues, Tônia Carrero, Rita Pavone, Rodolfo Valentino, Vicente Celestino e Alberto Cavalcanti. Mas não registra, em uma só linha, um dos mais importantes críticos de cinema do Brasil, o recifense Celso Marconi. Essa ausência na enciclopédia é, ao mesmo  tempo, injusta e descuidada, para dizer o mínimo. Então, em breves linhas, tento um curta dos seus 90 anos.

Sobre o aniversariante desse domingo já publiquei o texto “Celso Marconi, uma vida de cinema”, https://vermelho.org.br/prosa-poesia-arte/urariano-mota-celso-marconi-uma-vida-de-cinema/ . Por sinal, esse artigo circula no sábado entre amigos do mestre de português Diógenes Afonso no WhatsApp.

Nesse texto, eu lembrei que Celso Marconi vinha sendo o crítico brasileiro de cinema com maior longevidade. Nos seus 90 anos agora, tenho a certeza de que ele é o jornalista com mais tempo de crítica de cinema não só no Brasil, mas em todo o mundo. O paradoxo, ou paradoxal, é que na sua idade ele é o mais jovem crítico de cinema, pela expressão maravilhosa, que nos desconcerta, em meio a um texto como aqui: 

Face a Face é melhor ser visto num aparelho individual, numa TV grande, mas de maneira que você possa parar quando estiver cansado, prostrado, e sair para comer um chocolate ou tomar um café antes de continuar. Penso que, se estivesse vendo esse filme de Ernst Ingmar Bergman hoje numa sala de cinema, eu gritaria para que parassem pra gente descansar um pouco… 

Certamente hoje são poucas as pessoas que conhecem o cinema de Ingmar Bergman e isso se justifica pelo fato de que o atual presidente do País não tem a menor noção do que é Cultura, e sem dúvida nunca viu nem um filme de Ingrid Bergman – quanto mais de Ingmar! É uma pena. Com tantos elementos novos e fundamentais para mudarmos a nossa vida e podermos conhecer melhor o que é uma vida amadurecida, é lamentável que estejamos vivendo esse dilema de moralismos inúteis”

Nele, o que não é reflexão mais profunda é rebeldia, que não se contém nem se contenta. E com ele temos crescido, desde os anos 1970, quando Celso Marconi já era um crítico consagrado, guru de nossa estética de cinema. Lembro, de modo claro, que nós corríamos para aquelas críticas no Jornal do Commercio que nos revelavam o valor da programação do Cine de Arte Coliseu e de outros cinemas. Que oásis! Bebíamos o que ele nos revelava naquele deserto da ditadura. Eram linhas que faziam a cabeça de estudantes contra a ditadura e das novas gerações no Recife. Era uma alegria imensa, nos fins de semana, saber o que o Coliseu nos reservava, a partir do texto de Celso Marconi. Foi com ele que descobrimos Buñuel, artista que nos deixava tontos antes do bar, como destaco no começo do livro Soledad no Recife:

“Eu a vi primeiro em uma noite de sexta-feira de carnaval. Fossem outras circunstâncias, diria que a visão de Soledad, naquela sexta-feira de 1972, dava na gente a vontade de cantar. Mas eu a vi, como se fosse a primeira vez, quando saíamos do Coliseu, o cinema de arte daqueles tempos no Recife. Vi-a, olhei-a e voltei a olhá-la por impulso, porque a sua pessoa assim exigia, mas logo depois tornei a mim mesmo, tonto que eu estava ainda com as imagens do filme. Em um lago que já não estava tranquilo, perturbado a sua visão me deixou. Assim como muitos anos depois, quando saí de uma exposição de gravuras de Goya, quando saí daqueles desenhos, daquele homem metade tronco de árvore, metade gente, eu me encontrava com dificuldade de voltar ao cotidiano, ao mundo normal, alienado, como dizíamos então. Saíamos do cinema eu e Ivan, ao fim do mal digerido O Anjo Exterminador. Imagens estranhas e invasoras assaltavam a gente”.

Lá no início deste artigo, eu escrevi que Celso Marconi é um jovem. E não só na sua expressão de crítico, esclareço agora. O moço que ele é nos seus 90 anos pode ser notado também nos poemas eróticos que publica no Face, porque o seu desejo de vida é permanente. Como aqui:

A PUTA E O POETA

Sonhei que era um poeta russo
E vivia nos tempos dos soviéticos
Com uma bela puta também russa
E tinha muito prazer em trepar com ela
Que era linda e branca azulada
Tinha um ar de tristeza que ameaçava
Qualquer um que trepava com ela
Mas o seu corpo era perfeito para a função
E ela adorava que eu lesse minhas poesias
O que nem sempre era aceito pelos soviéticos
Que implicavam com um sujeito mesmo poeta
Viver comendo por conta de uma puta
Pois nós comíamos e sempre tínhamos
Borsht, solyanka, blini, frango à Kiev,
Pilmeni ou salada olivier à mesa
Que a puta fazia com todo gosto
E não tinha estória de não comer
Só porque era puta ou era poeta
E fomos vivendo com muita alegria
O pior porém era quando queríamos mudar de cidade
Sair de Vladivostoki para Irkutski na Sibéria
Pois os guardas dos aeroportos ou rodoviárias
Mesmo que achassem a gente bonitos
Não aceitavam que o poeta não trabalhasse e
Ficasse comendo com o que a puta ganhava

 

EU QUERO O PRAZER

As religiões condenam o prazer
E inclusive não querem o desejo
Você tem que sentar e esperar
Que todo o desejo se esvoace
Se a religião não quer o desejo
Por que então nascemos com essa
Possibilidade?
O desejo de prazer fujamos
Carnaval dos carnavais
Como vamos fingir o não desejo?
A natureza nos pune
Mas ao contrário nos alegra
Quando concretizamos um desejo

 

 
 
10
Nov19

O porteiro e a banalidade do mal

Talis Andrade

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Por Saul Leblon
Carta Maior

Como foi que o mundo das fake news avassalou o discernimento de nossa época, a ponto de instaurar uma espécie de servidão mental na qual o senso comum se submete à afirmação e a sua negativa com a mesma passividade, não raro, guiado pelo malabarismo cínico do mesmo emissor?

O papel da mentira na política assumiu um espaço proeminente, como bem sabe a sociedade brasileira, graças ao novo arsenal tecnológico capaz de adorna-la com atributos da verdade manipulando friamente o discernimento social, sobretudo nos escrutínios eleitorais.

O ambiente de relativização factual criou assim uma espécie de poder emergente a impor sua supremacia aos demais.
 
Nesse novo maniqueísmo em que se acredita e se duvida de tudo, ao mesmo tempo e com igual intensidade, o discernimento crítico se recolhe a um estado de torpor.

A participação da Razão nas tomadas de decisões individuais e coletivas subsiste nas franjas da sociedade, atrofiando-se o espaço do esclarecimento indissociável da prática argumentativa e da elaboração histórica do conflito social.

Em que, afinal, amparar-se para arguir aquilo que nos chega na forma de massas avassaladoras de pós-verdades escritas, ditas, filmadas, fotografadas, endossadas, quantificadas e replicadas exaustivamente 24 horas por dia?

Todos os poderes –Legislativo, Executivo, Judiciário, Mídia — mas também a ciência e a espiritualidade perdem resiliência e identidade nessa teia elástica que reprocessa o mundo como um solvente de relativização suprimindo as divisas do vivido, do sentido, do presente e do passado. Vale dizer, as raízes da própria identidade.

Tome-se os destampatórios regulares do atual ocupante do Planalto.

Segue o modelo político dominante: o que se afirmara ontem pode ser revogado hoje e o oposto restabelecido amanhã.

Nesse roldão, um porteiro experiente pode ser acusado de ‘confundir’ o número 65 por 58. Embora o contexto narrativo lhe dê razão, será carimbado como mentiroso por ágeis representantes do judiciário, municiadas de laudos que, sugestivamente, homologam a pós-verdade sancionada por perícia de igual extração.

A tradicional manipulação da verdade e da mentira na política não mudou de patamar apenas no Brasil.

Seu uso e abuso é corrente na guerra midiática do poder nos EUA de Trump, mas também na Argentina de Macri, no Chile de Piñerochet, na Rússia de Putin, no cabuloso mundo da monarquia árabe etc

O peso histórico assumido no Brasil, no entanto, distingue-se pelas características de uma democracia em que a mídia convencional sempre exerceu, avant-la- lettre, um grau de manipulação política equivalente ao das fake news . Além disso, a penetração evangélica neopentecostal --dominante na população pobre das periferias-- tornou avassaladora a receptividade à mentira política avalizada por Deus (ouça Boaventura de Sousa Santos na Rádio Carta Maior – clique aqui).

O desfecho da nebulosa disputa presidencial de 2018 fez do país, assim, um laboratório avançado do exercício do poder por exemplar típico desse novo ambiente indiviso entre ficção e realidade.

O custo social e subjetivo é o que se paga em sobressaltos recorrentes, polarizadores e ao mesmo tempo fragmentadores dos direitos e consensos duramente acumulados e sedimentados na Carta de 1988.

O que irá sobrar ao espaço do discernimento crítico quando o desenvolvimento das ferramentas de IA (Inteligência Artificial) viabilizarem aquilo que o historiador e filósofo da Universidade de Jerusalém, Yuval Harari, chama de “hackear o cérebro e os sentidos dos seres humanos” (Valor), ‘compreendendo-os antes e melhor que eles mesmos’?

O mundo das fake news, portanto, poderá figurar apenas como um inocente cálice de Porto no pantagruélico porre de pós-verdade em curso.

Transitar nesse ambiente e devolver a história aos sujeitos de carne, osso e classe requer enxergar além da neblina da rendição ao maquinismo reluzente.

A tentação de se atribuir o amortecimento dos sentidos e da democracia a um vilão tecnológico repete no campo da Razão aquilo que se verifica no universo do trabalho, em que a uberização e a precariedade das formas de ocupação e renda nos são informados como colaterais inexoráveis do avanço tecno-científico, desprovido das relações de produção e de poder que o impulsionam e refletem.
 

Na realidade, as coisas são menos avulsas do que sugere e versão dominante.

O desenraizamento social e subjetivo promovido pela precarização do trabalho semeou o ressentimento, a perda de sentido, o isolamento e a infantilização narrativa, adestrando os sentidos na sedução pelo Guia, o Pai, o Pastor , o Mito que as fake news e os sistemas eleitorais operados à distância cuidarão de consagrar.

O conjunto homologa o reducionismo alienante que o martelete das contraposições irredutíveis --bons e maus, corruptos e moralistas, puros e sub-humanos...-- massificará com requintes de crueldade e vulgaridade sabidos.

Para quem vê exagero há que se recordar: nos anos 30, uma das sociedades mais sofisticadas do planeta, onde o capitalismo atingiria seu pináculo tecno-científico, submetida a condições de privação material e subjetiva decorrentes da guerra intercapitalista, aderiu em massa a um projeto regressivo de restauração nacional de arcabouço totalitário.

Essa ruptura arrastou toda a humanidade.

Desde então, o Horror respira no ovo chocado pela intersecção pura entre tecnologia, monopólios capitalistas e finanças globalizadas, em processos nos quais a acumulação da riqueza é desenfreadamente perseguida, e alcançada, em detrimento da emancipação social e subjetiva da sociedade.

Para ajudar a entender esse fenômeno, mas não só ele, a série Clássicos em Podcast, iniciada pela Rádio Carta Maior em outubro, com o filósofo Herbert Marcuse --apresentado por Márcio Pochmann, traz agora a filósofa e escritora, doutora pela USP e pela École des Hautes Études de Paris, Olgária Matos.

Olgária nos fala de uma especialista nesse eclipse entre a barbárie e a civilização que passou a nos espreitar permanentemente: Hannah Arendt.

A pensadora judia alemã enxergou no desenraizamento social e subjetivo, intrínseco ao capitalismo totalizante do nosso tempo, a estufa de algo desconcertante: a banalização do mal

A expressão remonta à Operação Reinhard, um plano racionalmente planejado, implementado e gerido em escala industrial pelo Estado nazista para permitir a matança indiscriminada de judeus, comunistas, socialistas, ciganos, eslavos, velhos, prostitutas, deficientes e homossexuais --enfim, o ‘Untermenschen’, os seres sub-humanos, inerentemente descartáveis.

Muitas vezes confundido como indulgente, o conceito na verdade encerra uma alarmante advertência sobre as relações sistêmicas que nos envolvem e condicionam a existência no século XXI

A notícia terrível trazida por Hannh Arendt é a de que a barbárie não necessita mais de seres abjetos para se reproduzir em nosso mundo.

Sua possibilidade é intrínseca ao sistema.

Adolf Eichmann, que dirigiu os maiores campos de extermínio nazistas não era um personagem doentio, anunciou algo assustadoramente a pensadora judia, que cobriu seu julgamento em Israel, 15 anos após a derrota nazista.

O que ele evidenciava era algo pior que isso, anunciou Arendt.

Eichmann era um gestor eficiente, um ‘CEO’ da industrialização da morte, que tinha como meta e planejamento entregar uma solução final para a questão judia na Europa.

O ambiente corporativo global comporta-se atualmente diante dos valores da civilização –e das ameaças ambientais, por exemplo-- com o mesmo distanciamento gerencial dos ‘CEOs’ de Auschwitz-Birkenau.
 
Metas de desempenho são cumpridas; os bônus são viabilizados e a fatia dos rentistas é entregue na forma de dividendos –isentos, no Brasil do arrocho fiscal.

O custo para a sociedade pode ser um passo adiante no percurso rumo à barbárie.

Arendt escavou a origem dessas relações sistêmicas nas quais os indivíduos e instituições são reduzidos a dentes do maquinismo azeitado em vazio ético.

É aí que se inala, se emite e se replica a banalidade do mal. Muitas vezes travestida em fake news.

Alto lá, porém: a dialética não morreu em Auschwitz-Birkenau, nem se rendeu a Wall Street.

O sangrento desfile de imagens da repressão chilena –replicadas digitalmente pelos manifestantes que lutam nas ruas do país vendido como paradigma de sucesso do que se deseja replicar aqui, desautoriza o fatalismo tecnológico e a prostração histórica.

A banalidade do mal tem um ponto de saturação.

Esse ponto reside na rebelião da esperança, em busca do bem comum, diz a rebelião chilena.

Ouçamos a professora Olgária Matos e Hannah Arendt nesta segundo capítulo da série Clássicos em Podcast da webRádio Carta Maior (clique aqui).
 

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