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Esse é o ponto, este
mais que esse; nosso é o tremor.
Este é o ponto, um espanto
análogo a quando avisam: Aqui passa
o Trópico de Capricórnio,
Aqui termina o Brasil,
Aqui acaba a Polônia etc.
Aqui, exatamente aqui,
você não vê, mas não duvida
do enunciado dir-se-ia sagrado,
vindo de um deus dos limiares.
Como um sol ele irradia,
como um rei é que decide
história, destino —
aqui
você pode respirar, aqui podemos nos casar,
aqui o fascismo não
mete o nariz.
Eis que passamos a ser nada,
nossa sombra ficou do outro lado.
Acuado pelo inimigo que avança,
alguém sempre tira a própria vida.
Agora conheceremos o que é vida.
Pois assim como tremo se me sei bem
em cima do meridiano ou da fronteira,
este é o ponto em que me quedo,
o ponto de virada,
de intelecção, a terra à vista
de um problema e seu contorno.
Ah o verdadeiro, o autêntico problema —
que frêmito raro se o encontramos.