Houve vários golpes paralelos, de empresas como Global Saúde e Precisa, diretamente ligadas a Ricardo Barros, com atuação desvendada pela CPI do Covid.
A partir da nomeação de Eduardo Pazuello, para Ministro da Saúde, dois grupos se juntaram nessas aventuras.
Governo Temer e esquema Ricardo Barros
Ao apoiar o impeachment, grupos de mídia, mercado e Supremo Tribunal Federal (STF) levaram ao poder – sem intermediários – o mais polêmico grupo político da história, o Centrão, com seus personagens escabrosos: Michel Temer, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Eduardo Cunha, Lyra, Ricardo Barros, entre outros.
Coube a Barros montar o esquema de corrupção no Ministério da Saúde e sair ileso,
Governo Bolsonaro e seus coronéis.
No governo Bolsonaro, especialmente após a entrada do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, o órgão foi invadido por coronéis consultores, sem nenhum conhecimento de saúde, mas conhecendo bastante o tenebroso mundo dos negócios irregulares da saúde.
São esses personagens que tentam o golpe da compra das vacinas, são denunciados, depois expostos pela CPI do Covid. Mas o esquema permanece incólume e é fortalecido pela entrada do Ministro Marcelo Queiroga
Foto: Principais personagens da CPI do Covid – nem todos envolvidos com a operação das vacinas.
Logo quem? Ricardo Barros, o poliprocessado ex-ministro da Saúde de Temer, aparece como primeiro advogado de Jair Bolsonaro no Congresso, dizendo que o Supremo Tribunal Federal “vai pagar o preço” por não “chegar a um meio-termo” com a proposta governista de voltar à apuração manual dos votos.
Barros foi além, em entrevista à Folha, dizendo que não sabe – “vamos ver até o ano que vem” – se Bolsonaro reconheceria uma derrota eleitoral. E que Bolsonaro não está radicalizando, mas apenas reagindo a um STF que “está esticando a corda”.
É, como se vê, a ser o líder da tropa de choque governista, como Roberto Jefferson foi de Fernando Collor.
Neste caso, com uma agravante: “esticando a corda”, como estão fazendo, correm o risco de ver derrubadas no Supremo as medidas atropeladoras em que apostam, como a PEC do Calote e a minirreforma trabalhista, ambas cheias de inconstitucionalidades.
Barros, ele próprio, está pendurado em processos judiciais – entre eles o da compra marota feita à Global-Precisa quando era ministro.
Parafraseando Leonel Brizola, tenho a impressão que logo o Barros será de Lama.
Francisco Emerson Maximiano, mister M, mercador da pior e mais cara vacina do paraíso... fiscal
Mister M passou o cano na Petrobras
Depois de obter um habeas corpus para calar diante da CPI, Francisco Maximiano, o dono da Precisa Medicamentos fez um “depoimento” unilateral em vídeo, e o enviou à Comissão Parlamentar de Inquérito e ao SBT, emissora de TV do quintal bolsonarista, ainda mais depois que foi colocado à testa do Ministério das Comunicações o deputado Fábio Faria, genro de Silvio Santos.
Nele, acusa de mentirosos os irmãos Miranda, que dizem ter denunciado a Jair Bolsonaro as suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin.
O argumento é o de que seriam apenas “erros formais” na fatura de pagamento do primeiro lote da vacina, embora seja incompreensível que uma fatura de US$ 45 milhões pudesse ser feita com tanta distração que exigisse duas correções.
O ponto central de sua defesa, porem, é a alegação de que a “invoice” malandreada com um “pagamento antecipado” e em nome de uma empresa que não constava no contrato como vendedora, só teria sua primeira versão entregue no dia 22 de março ao Ministério. Dois dias depois, portanto, do encontro entre Luís e Luís Ricardo com o presidente da República.
O documento, não se sabe a razão, não teria sido incluído no “pacote” de downloads enviado via Dropbox, um site de envios público na internet.
Tecnicamente, se houver perícia, é possível verificar se esta versão é consistente, inclusive porque uma pasta de documentos enviados por este meio pode ser alterada e ter arquivos excluídos, temporária ou definitivamente.
Além do mais, ao baixar arquivos por esta via, os computadores do Ministério da Saúde vão gerar data e horário da criação de arquivo-cópia e isto pode ser auditado.
Mesmo sem perícia, porém, um detalhe chama a atenção.
Além de provar que o arquivo – anteriormente apontado como falso pelo Planalto, via Onyx Lorenzoni e Élcio Franco – é verdadeiro, confirma que foi criado pela Madison (que iria receber o dinheiro em nome da Bharat Biotech) produziu a fatura “errada” no dia 19, enviou-se por e-mail e, por tratar-se de uma sexta-feira, a Precisa só encaminhou o documento dia 22, sendo, portanto, impossível que Miranda a tivesse no dia 20, para mostrar ao presidente.
Bem, supondo que a fatura fosse enviada da Bharat Biontech, na Índia, ou da “portinha” que é a Madison, em Cingapura, no “final do expediente” preguiçoso de uma sexta feira, às 17 horas, hora local, isso corresponderia a 8:30 da manhã, no caso da Índia, ou a 6 horas da manhã, no caso de Cingapura. No próprio ‘depovídeo” Maximiniano mostra que lhes chegou no mesmo dia 19, às 4:26 da manhã, o que aquele fuso horário explica.
O que faria uma empresa reter da manhã de sexta-feira até segunda às 10:21 um documento que era só encaminhar para fazer o processo andar e olhe que era um processo de US$ 45 milhões? Preguiça da Precisa diante do necessário para receber a “bolada” de sua comissão na compra?
Além do mais, a “invoice” enviada neste e-mail fala em “Proforma Invoice” com a expressão “requested”, o que é “solicitada”, solicitação indica correção de uma primeira versão inadequada, até porque uma empresa de exportação sabe perfeitamente que uma fatura seria necessária desde o início. E, notem na reportagem de O Globo, no dia 24 de junho, que há TRÊS e não duas “invoices” no processo, indicando que houve, portanto, uma original, errada, e duas correções.
O vídeo do sr. Francisco Maximiano tem toda a pinta de virar um “áudio do Dominguetti”, desfazendo-se por suas próprias contradições. Talvez por isso, em momento nenhum ele mostra seu rosto, o que já, de cara, é motivo para que se desconsidere os argumentos de um covarde. Mas isso não vai acontecer e é possível que e tenha consumado aquilo do que o HC do Supremo protegia Francisco Maxmiano: produzir provas contra si mesmo.
O piada é pronta: Maximiano, o “Mister M” da Precisa.
A Petrobras multou a empresa Precisa. Idem o próprio Ministério da Saúde por useiras safadezas. Leia aqui.
Francisco Emerson Maximiano, mister M, mercador da pior e mais cara vacina do paraíso... fiscal
Mister M passou o cano na Petrobras
Depois de obter um habeas corpus para calar diante da CPI, Francisco Maximiano, o dono da Precisa Medicamentos fez um “depoimento” unilateral em vídeo, e o enviou à Comissão Parlamentar de Inquérito e ao SBT, emissora de TV do quintal bolsonarista, ainda mais depois que foi colocado à testa do Ministério das Comunicações o deputado Fábio Faria, genro de Silvio Santos.
Nele, acusa de mentirosos os irmãos Miranda, que dizem ter denunciado a Jair Bolsonaro as suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin.
O argumento é o de que seriam apenas “erros formais” na fatura de pagamento do primeiro lote da vacina, embora seja incompreensível que uma fatura de US$ 45 milhões pudesse ser feita com tanta distração que exigisse duas correções.
O ponto central de sua defesa, porem, é a alegação de que a “invoice” malandreada com um “pagamento antecipado” e em nome de uma empresa que não constava no contrato como vendedora, só teria sua primeira versão entregue no dia 22 de março ao Ministério. Dois dias depois, portanto, do encontro entre Luís e Luís Ricardo com o presidente da República.
O documento, não se sabe a razão, não teria sido incluído no “pacote” de downloads enviado via Dropbox, um site de envios público na internet.
Tecnicamente, se houver perícia, é possível verificar se esta versão é consistente, inclusive porque uma pasta de documentos enviados por este meio pode ser alterada e ter arquivos excluídos, temporária ou definitivamente.
Além do mais, ao baixar arquivos por esta via, os computadores do Ministério da Saúde vão gerar data e horário da criação de arquivo-cópia e isto pode ser auditado.
Mesmo sem perícia, porém, um detalhe chama a atenção.
Além de provar que o arquivo – anteriormente apontado como falso pelo Planalto, via Onyx Lorenzoni e Élcio Franco – é verdadeiro, confirma que foi criado pela Madison (que iria receber o dinheiro em nome da Bharat Biotech) produziu a fatura “errada” no dia 19, enviou-se por e-mail e, por tratar-se de uma sexta-feira, a Precisa só encaminhou o documento dia 22, sendo, portanto, impossível que Miranda a tivesse no dia 20, para mostrar ao presidente.
Bem, supondo que a fatura fosse enviada da Bharat Biontech, na Índia, ou da “portinha” que é a Madison, em Cingapura, no “final do expediente” preguiçoso de uma sexta feira, às 17 horas, hora local, isso corresponderia a 8:30 da manhã, no caso da Índia, ou a 6 horas da manhã, no caso de Cingapura. No próprio ‘depovídeo” Maximiniano mostra que lhes chegou no mesmo dia 19, às 4:26 da manhã, o que aquele fuso horário explica.
O que faria uma empresa reter da manhã de sexta-feira até segunda às 10:21 um documento que era só encaminhar para fazer o processo andar e olhe que era um processo de US$ 45 milhões? Preguiça da Precisa diante do necessário para receber a “bolada” de sua comissão na compra?
Além do mais, a “invoice” enviada neste e-mail fala em “Proforma Invoice” com a expressão “requested”, o que é “solicitada”, solicitação indica correção de uma primeira versão inadequada, até porque uma empresa de exportação sabe perfeitamente que uma fatura seria necessária desde o início. E, notem na reportagem de O Globo, no dia 24 de junho, que há TRÊS e não duas “invoices” no processo, indicando que houve, portanto, uma original, errada, e duas correções.
O vídeo do sr. Francisco Maximiano tem toda a pinta de virar um “áudio do Dominguetti”, desfazendo-se por suas próprias contradições. Talvez por isso, em momento nenhum ele mostra seu rosto, o que já, de cara, é motivo para que se desconsidere os argumentos de um covarde. Mas isso não vai acontecer e é possível que e tenha consumado aquilo do que o HC do Supremo protegia Francisco Maxmiano: produzir provas contra si mesmo.
O piada é pronta: Maximiano, o “Mister M” da Precisa.
A Petrobras multou a empresa Precisa. Idem o próprio Ministério da Saúde por useiras safadezas. Leia aqui.
Maximiniano & cabo Dominguetti: áudio pantado na CPI da pandemia: