Esse mesmo mal caráter que gravou vídeo nesse hotel no Pernambuco, dizendo : “O Brasil vai pegar fogo “ Manda o povo para a rua tomar chuva e apanhar da polícia estava no Resort de 4600 reais a diária.
Malafaia cobra golpismo de Bolsonaro: 'se ele acha que está uma bagunça, convoque as Forças Armadas'
"Como eu tô vendo que ele não fez nada, resolvi me posicionar em relação a ele", disse o pastor-empresário
Silas Malafaia também não está fazendo. Do luxo, do gozo de suas férias, e prazeres mil, deita falação.
247- O pastor-empresário Silas Malafaia resolveu cobrar o golpismo de Jair Bolsonaro (PL). "Se o presidente quer colocar ordem, se ele acha que está uma bagunça, ele que convoque as Forças Armadas. Ele que tem autoridade. Tô quieto, esperando. Como eu tô vendo que ele não fez nada, resolvi me posicionar em relação a ele. Não vai passar como vítima, pra mim, não", disse ele em entrevista aojornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o religioso, "as Forças Armadas (…) são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".
"Maluco na frente de quartel"
O religioso afirmou não ser "puxa-saco nem bolsominion". "A responsabilidade é do presidente. Não adianta querer transferir pro povo ficar igual a maluco em frente ao quartel".
Nos últimos anos, Bolsonaro tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o governo. Também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição presidencial. Partidos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de ele tentar um golpe.
O PL, partido de Bolsonaro, questionou na última terça-feira (22) o resultado do segundo turno da eleição presidencial, que aconteceu em 30 de outubro, quando o então candidato Luiz Inácio lula da Silva (PT) ganhou de Jair Bolsonaro (PL) por 50,9% dos votos a 49,1%. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o PL emR$ 22,9 milhões.
O Mala continua em férias, devia aproveitar o mar, a ilha, os ventos alísios e cantar, e cantar:
O filme “Já que Ninguém Me Tira para Dançar”, da cineastaAna Maria Magalhães, apresenta às gerações mais jovens aatriz Leila Diniz, personagem quase legendária que escancarou as portas para a revolução sexual em um Brasil falsamente moralista, nos anos 1960. Por isso mesmo, Leila incomodou a ditadura e foi perseguida pelos militares.
A chegada do filme para o público em janeiro, com acesso gratuito por meio do streaming do Itaú Cultural Play, coincide com os 50 anos da morte da atriz, em um desastre de avião, em junho de 1972, quando ela voltava de um festival de cinema na Austrália. Leila tinha 27 anos.
A proximidade das datas não foi intencional, já que o documentário começou a ser gravado em 1982, com pouco dinheiro e uma câmera emprestada. Uma primeira versão foi editada, mas nunca chegou aos cinemas e o material original quase se perdeu.
Em 2015, a diretora começou a restaurar as gravações, acrescentou depoimentos inéditos e, já em meio à pandemia, conseguiu concluir o trabalho. “É o mesmo filme, mas é um filme diferente”, reflete Ana Maria Magalhães, muito amiga de Leila. O longa foi exibido recentemente em sessões especiais dos festivais de cinema de Brasília e do Rio de Janeiro.
A passagem do tempo deu à cineasta o distanciamento para abordar a trajetória de Leila Diniz sob uma acentuada perspectiva política. “Eu percebi que o que aconteceu com a Leila não foi aleatório. Em 1969, ela já estava com dificuldade de conseguir emprego na TV, apesar de ser uma atriz muito popular. Nessa época, ela deu aentrevista para O Pasquime a ditadura entrou pesado mesmo. No meu entendimento, houve uma trama contra a Leila, para quebrar a base econômica dela”, avalia a diretora.
A entrevista ao jornal alternativo enfureceu os militares. Nela, a atriz falou sobre amor, sexo, desejo, prazer e infidelidade, com muitos palavrões, todos substituídos por asteriscos na edição.
Leila chegou a ficar algum tempo escondida porque havia uma ordem de prisão contra ela. Esse período é reconstituído a partir do valioso depoimento do cunhado da atriz, Marcelo Cerqueira, ex-advogado de presos políticos. Ele considera que Leila foi vítima de “macarthismo” na televisão e fala em perseguição à carreira da atriz.
O advogado conseguiu que o então ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, revogasse a ordem de prisão, mas Leila teve que assinar um termo de responsabilidade comprometendo-se a não falar palavrões em público. “Ela chegou em casa arrasada naquele dia porque assinar o termo foi uma autonegação dos valores dela, e a Leila era uma pessoa muito honesta”, conta a diretora.
Dois meses depois da entrevista, em janeiro de 1970, o ditadorEmílio Médicipublicou o Decreto-lei 1.077, que instituiu a censura prévia à imprensa e às editoras, sob a alegação de proteger a moral, os bons costumes e a família.
A norma ficou conhecida como“decreto Leila Diniz”. “Muita gente não tem ideia do que é viver sob uma ditadura, um Estado policial. Diante do que nós estamos vivendo no Brasil, é o momento de contar a história da Leila, de entender tudo o que aconteceu com ela, o que está acontecendo agora e que pode ser ainda pior se o atual presidente se reeleger e esse grupo político continuar no poder”, avalia Ana Maria Magalhães.
Leila, contudo, não era de levantar bandeiras, nem políticas nem comportamentais. “Ela era muito espontânea, independente, sempre trabalhou muito, tinha um compromisso com a verdade e a igualdade. Isso era muito forte na relação dela com as pessoas. Nas nossas conversas, ela sempre pregou a igualdade na relação entre homens e mulheres. Não tinha essa coisa ‘ele pode, eu não posso’. Isso não existia para a Leila”, observa Ana Maria Magalhães.
A imagem de Leila como mulher liberada e dona de si ficou cristalizada na fotografia em que ela aparece de biquíni, na ilha de Paquetá, grávida de seis meses de sua única filha, Janaína, com o cineasta Ruy Guerra. A foto também provocou críticas a Leila, mas com o tempo, inspirou outras mulheres, e as brasileiras passaram a exibir as barrigas de gravidez com total naturalidade nas praias.
Por meio de muitos depoimentos de amigos, amores, atores e diretores, e trechos de filmes em que Leila atuou, o longa realça a estatura e consistência de sua carreira. Traz ainda fatos desconhecidos, como uma situação de violência sexual da qual Leila conseguiu se livrar de forma inusitada.
Um dos momentos mais arrebatadores do documentário é a sequência em que Leila e Ana, muito jovens, dançam para a gravação de um filme, “As Bandidas”, que não chegou a ser concluído. A alegria transborda da tela.
A caminho da Austrália, de onde nunca voltou, Leila mandou um cartão postal para Ana, ao fazer uma escala no Taiti. Como endereço do remetente, escreveu a expressão em francês “un peu partout” —um pouco por toda parte.
Ao mostrar a coragem com que Leila enfrentou a vida, quebrou tabus e influenciou tantas mulheres, o filme transmite exatamente essa sensação: Leia Diniz continua aí, “um pouco por toda parte” e um pouco em todas nós.
O moço que ele é nos seus 90 anos pode ser notado também nos poemas eróticos que publica
por Urariano Mota
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Entre os grandes personagens de 23 de agosto, a Wikipédia indica Gene Kelly, Nelson Rodrigues, Tônia Carrero, Rita Pavone, Rodolfo Valentino, Vicente Celestino e Alberto Cavalcanti. Mas não registra, em uma só linha, um dos mais importantes críticos de cinema do Brasil, o recifense Celso Marconi. Essa ausência na enciclopédia é, ao mesmo tempo, injusta e descuidada, para dizer o mínimo. Então, em breves linhas, tento um curta dos seus 90 anos.
Nesse texto, eu lembrei que Celso Marconi vinha sendo o crítico brasileiro de cinema com maior longevidade. Nos seus 90 anos agora, tenho a certeza de que ele é o jornalista com mais tempo de crítica de cinema não só no Brasil, mas em todo o mundo. O paradoxo, ou paradoxal, é que na sua idade ele é o mais jovem crítico de cinema, pela expressão maravilhosa, que nos desconcerta, em meio a um texto como aqui:
Face a Face é melhor ser visto num aparelho individual, numa TV grande, mas de maneira que você possa parar quando estiver cansado, prostrado, e sair para comer um chocolate ou tomar um café antes de continuar. Penso que, se estivesse vendo esse filme de Ernst Ingmar Bergman hoje numa sala de cinema, eu gritaria para que parassem pra gente descansar um pouco…
Certamente hoje são poucas as pessoas que conhecem o cinema de Ingmar Bergman e isso se justifica pelo fato de que o atual presidente do País não tem a menor noção do que é Cultura, e sem dúvida nunca viu nem um filme de Ingrid Bergman – quanto mais de Ingmar! É uma pena. Com tantos elementos novos e fundamentais para mudarmos a nossa vida e podermos conhecer melhor o que é uma vida amadurecida, é lamentável que estejamos vivendo esse dilema de moralismos inúteis”
Nele, o que não é reflexão mais profunda é rebeldia, que não se contém nem se contenta. E com ele temos crescido, desde os anos 1970, quando Celso Marconi já era um crítico consagrado, guru de nossa estética de cinema. Lembro, de modo claro, que nós corríamos para aquelas críticas no Jornal do Commercio que nos revelavam o valor da programação do Cine de Arte Coliseu e de outros cinemas. Que oásis! Bebíamos o que ele nos revelava naquele deserto da ditadura. Eram linhas que faziam a cabeça de estudantes contra a ditadura e das novas gerações no Recife. Era uma alegria imensa, nos fins de semana, saber o que o Coliseu nos reservava, a partir do texto de Celso Marconi. Foi com ele que descobrimos Buñuel, artista que nos deixava tontos antes do bar, como destaco no começo do livro Soledad no Recife:
“Eu a vi primeiro em uma noite de sexta-feira de carnaval. Fossem outras circunstâncias, diria que a visão de Soledad, naquela sexta-feira de 1972, dava na gente a vontade de cantar. Mas eu a vi, como se fosse a primeira vez, quando saíamos do Coliseu, o cinema de arte daqueles tempos no Recife. Vi-a, olhei-a e voltei a olhá-la por impulso, porque a sua pessoa assim exigia, mas logo depois tornei a mim mesmo, tonto que eu estava ainda com as imagens do filme. Em um lago que já não estava tranquilo, perturbado a sua visão me deixou. Assim como muitos anos depois, quando saí de uma exposição de gravuras de Goya, quando saí daqueles desenhos, daquele homem metade tronco de árvore, metade gente, eu me encontrava com dificuldade de voltar ao cotidiano, ao mundo normal, alienado, como dizíamos então. Saíamos do cinema eu e Ivan, ao fim do mal digerido O Anjo Exterminador. Imagens estranhas e invasoras assaltavam a gente”.
Lá no início deste artigo, eu escrevi que Celso Marconi é um jovem. E não só na sua expressão de crítico, esclareço agora. O moço que ele é nos seus 90 anos pode ser notado também nos poemas eróticos que publica no Face, porque o seu desejo de vida é permanente. Como aqui:
A PUTA E O POETA
Sonhei que era um poeta russo E vivia nos tempos dos soviéticos Com uma bela puta também russa E tinha muito prazer em trepar com ela Que era linda e branca azulada Tinha um ar de tristeza que ameaçava Qualquer um que trepava com ela Mas o seu corpo era perfeito para a função E ela adorava que eu lesse minhas poesias O que nem sempre era aceito pelos soviéticos Que implicavam com um sujeito mesmo poeta Viver comendo por conta de uma puta Pois nós comíamos e sempre tínhamos Borsht, solyanka, blini, frango à Kiev, Pilmeni ou salada olivier à mesa Que a puta fazia com todo gosto E não tinha estória de não comer Só porque era puta ou era poeta E fomos vivendo com muita alegria O pior porém era quando queríamos mudar de cidade Sair de Vladivostoki para Irkutski na Sibéria Pois os guardas dos aeroportos ou rodoviárias Mesmo que achassem a gente bonitos Não aceitavam que o poeta não trabalhasse e Ficasse comendo com o que a puta ganhava
EU QUERO O PRAZER
As religiões condenam o prazer E inclusive não querem o desejo Você tem que sentar e esperar Que todo o desejo se esvoace Se a religião não quer o desejo Por que então nascemos com essa Possibilidade? O desejo de prazer fujamos Carnaval dos carnavais Como vamos fingir o não desejo? A natureza nos pune Mas ao contrário nos alegra Quando concretizamos um desejo
As mulheres têm o privilégio de possuir o único órgão humano com a exclusiva função de proporcionar prazer. Mas tão precioso recanto do corpo foi esquecido, repudiado, menosprezado e, ainda hoje, é mutilado. Trata-se de um símbolo da história feminina. Esqueça toda propaganda contra da ministra Damares. Faça com Ana Alfageme, uma viagem de exploração ao centro do gozo erótico. Aqui