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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

20
Jul23

Peça 3 –Polícia Federal, o poder da corporação

Talis Andrade

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As Forças Tarefas como a do Banestado, embrião da Lava Jato, transformaram-se numa Polícia Federal à parte, desgarrada da instituição

 

Luis Nassif

jornalggn@gmail.com

 

O poder absurdo da corporação foi conquistado entre 2013 e 2016, quando o lobby da ADPF encontrou pela frente a leniência do Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso.

O embrião desse poder veio do instituto das Forças Tarefas, a partir do Caso Banestado. As FT acabaram se transformando numa Polícia Federal à parte, desgarrada da própria instituição, e dos sistemas de freios internos.

Em 2013 e 2014, quando trouxeram seus vícios pra dentro do Órgão, blindados pela Justiça e MPF  com quem se promiscuíram, deu no que deu, rachou. Mas ja tinham a mídia na mão.

O trabalho de lobby ficou a cargo dos delegados Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, presidente da ADPF, Anderson Torres, Sandro Avelar e, especialmente o deputado-delegado Luis Felipe Francischini e outros delegados que atuavam como assessores parlamentares.  Transitavam pelo Congresso com “pastichas azuis”, deixando rolar a suspeita de que seriam dossiês contra parlamentares.

Seja como for, os delegados conseguiram aprovar tudo o que desejavam, com a presidente Dilma Rousseff sem ser devidamente orientada pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso.

Foram 6 leis que deram superpoderes aos delegados da PF e às forças tarefas.

Lei 12.830/2013

O ponto central do poder do delegado da PF: o novo formato do inquérito policial. A lei dá exclusividade da condução do inquérito ao delegado de polícia. Caberá a ele, individualmente, investigar, julgar e indiciar quem ele quiser. Não precisará ouvir a perícia e outras carreiras auxiliares. É decisão individual que, mais tarde, poderá ser revista na Justiça, mas condenará eternamente os indiciados no tribunal da mídia.

A lei também definiu que o cargo de delegado será privilégio do bacharel em Direito, “devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados”.

Com isso, ficaram de fora dos inquéritos os EPAs (Escrivães, Papiloscopista e Agentes da PF).

Lei 12.850/2013

Esta é a lei que define organização criminosa e dispõe sobre investigação criminal. Além de conceituar organização criminosa, a lei prevê penas severas a “quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa”

A lei prévio instituto da colaboração premiada, a escuta ambiental e quebra de qualquer forma de sigilo, telefônico, bancário, fiscal, previu a infiltração de agentes. 

Lei 12.961/2014

Dispõe sobre destruição de drogas apreendidas. 

Lei 13.047/2014

Reorganização das classes da carreira Polícia Federal. 

Separa os funcionários em várias carreiras. No topo, o delegado de PF, com formação de advogado e participação em concurso com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil.  

O cargo de Diretor-Geral torna-se privativo dos delegados.

Lei 13.260/2016

Dispõe sobre atos terroristas e define o modelo de investigação. 

Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal .

 

Os abusos da Polícia Federal

 
 

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20
Jul23

Peça 2 – o corporativismo perigoso da Polícia Federal

Talis Andrade

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As Forças Tarefas como a do Banestado, embrião da Lava Jato, transformaram-se numa Polícia Federal à parte, desgarrada da instituição

 

Luis Nassif

jornalggn@gmail.com

 

Dias atrás, o Tribunal de Contas da União considerou improcedentes as acusações da Operação Ouvidos Moucos em relação ao aluguel de carros pelo Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina. Mesmo assim, vários professores foram presos, humilhados e mantidos na prisão por vários dias.

No mesmo dia, o Ministro Flávio Dino declarou que seriam apurados os abusos da Operação Ouvidos Mouros. A reação da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e da Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (FENADEPOL)  foi um desafio ao Ministro.

Em nenhum momento fazem qualquer autocrítica. 

“Essas atribuições são pautadas na legalidade e na constitucionalidade, tendo como finalidade o esclarecimento de fatos, em tese, criminosos. Assim, não existe compromisso dos Delegados Federais com a acusação ou com a defesa, mas sim com o sistema de justiça criminal, entendido como um todo”.

Dizem haver mecanismos de controle e de cobrança direcionados à função dos policiais. A nota traz algumas pistas sobre esse superpoder:

“A atividade policial, em especial a de Delegado de Polícia Federal, tem no seu cerne um imensa responsabilidade, consubstanciada na condução e presidência do Inquérito Policial”.

Quanto aos exageros, nenhuma autocrítica, mas apenas 

“Assevere-se, ainda, que é exigência da atividade investigativa a tomada de diversas decisões cruciais, muitas vezes em tempo limitado em decorrência dos princípios da eficiência e da oportunidade”.

20
Jul23

Xadrez dos delegados da Polícia Federal, o maior desafio de Flávio Dino

Talis Andrade

 

policia autonomia.jpg

 

 

As Forças Tarefas como a do Banestado, embrião da Lava Jato, transformaram-se numa Polícia Federal à parte, desgarrada da instituição

 

Luis Nassif

jornalggn@gmail.com

 

Peça 1 – os abusos da Polícia Federal

 

No decorrer da Operação Lava Jato, os delegados da Polícia Federal comportaram-se como os procuradores, mas sem Operação Spoofing. É uma corporação armada que, nos últimos anos, deu margem a toda sorte de arbítrios

As Forças Tarefas como foi a do Banestado, embrião da Lava Jato, acabaram se transformando numa Polícia Federal à parte, desgarrada da própria instituição, e dos sistemas de freios internos. 

Em 2013 e 2014, trouxeram seus vícios pra dentro do Órgão, blindados pela Justiça, pela Mídia e pelo Ministério Público Federal,  com quem se promiscuíram.

Os casos de abuso tornaram-se clássicos da violência irracional:

 

Caso 1 – Operação Carne Fraca

Deflagrada pela Polícia Federal do Brasil em 17 de março de 2017, transformou um caso de propina a fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em um escândalo mundial, comprometendo as exportações brasileiros. A operação mirou 21 frigoríficos e teve um enorme impacto negativo na imagem do setor de carnes do Brasil no exterior e ponto de diversos países, incluindo a China, os Estados Unidos e a União Europeia, suspenderam a importação de carne brasileira. Mobilizou 1.100 policiais federais.

Foram emitidas 91 ordens judiciais nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo, sendo 11 mandados de prisão temporária, 27 de condução coercitiva e 53 de busca e apreensão 

O único punido foi o delegado Mario Renato Castanheira Fanton, por supostamente ter revelado informações ao ex-deputado federal André Vargas.

A operação foi duramente criticada pelo delegado Carlos Eduardo Sobral, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)

“Mas isso foi um problema sistêmico? Não vi os colegas da operação dizendo isso. Mas quando se coloca que foi a maior em operação da história da polícia leva ao entendimento de que é algo muito maior do que pode ser na prática”, disse.

Só, então, a PF tratou de desmentir a versão de que se tratava de uma corrupção sistêmica.

O responsável pela operação, delegado Maurício Moscardi Grillo, foi o mesmo que prendeu o ex-Ministro Guido Mantega em um hospital onde acompanhava a esposa com câncer. Foi também punindo pela PF em setembro de 2019 por ter falsificado sindicância que apontava escuta instalada na cela do doleiro Alberto Youssef.

 

Caso 2 – Grampo ilegal na cela da Lava Jato

Os delegados responsáveis foram Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo. Responsável por um inquérito falsificado, e suspenso por isso, mais tarde Moscardi Grillo tornou-se chefe do Núcleo de Inteligência Policial da PF.

 

Caso 3 – Operação Ouvidos Moucos

Em 14 de setembro de 2019, 115 policiais de todo o país foram convocados para a invasão da Universidade Federal de Santa Catarina. Chefiados pela delegada Erika Merena, prenderam e humilharam números professores, mentiram sobre o montante envolvido na suspeita e levaram ao suicídio do reitor Cancellier.

 

Caso 4 – Operação Esperança Equilibrista

Deflagrada em 6 de dezembro de 2017, a operação tinha por objetivo investigar supostos desvios de recursos na construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, localizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

A operação resultou na prisão temporária de 11 pessoas, incluindo o reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez.

A operação envolveu  84 policiais federais e 15 auditores da Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo a PF, oito mandados de condução coercitiva – quando o suspeito é levado para depor – e 11 de busca e apreensão.

A operação foi suspensa pela Justiça Federal em 11 de dezembro de 2017. A decisão foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmar que a operação foi realizada de forma irregular e que não havia indícios de crime.

A corregedoria da PF passou a investigar o comportamento dos agentes policiais.

Após três anos, a investigação foi arquivada.

O responsável pela operação da PF foi  o delegado Leopoldo Soares Lacerda. A autoridade que deflagrou a violência foi Torquato Jardim, Ministro da Justiça da época.

 

Caso 5 – prisão de Sérgio Cabral

No dia 17 de novembro de 2016, o governador do Rio Sérgio Cabral foi preso pela força tarefa da Lava Jato de Curitiba.

 

A operação envolveu 230 policiais federais, 38 mandatos de busca e apreensão, dez mandados de prisão e 14 mandados de condução coercitiva.

O inusitado da operação foi a exposição de Cabral algemados nos pés e nas mãos, um absurdo que acabou em uma investigação ordenada por Gilmar Mendes e endossadas pelos demais colegas da 2a Turma do STF.

A alegação da PF foi a de que as algemas visavam garantir a segurança de Cabral.

O responsável pela operação foi o delegado Igor Romário de Paula (continua)

 

23
Mar23

Extremistas tentam ligar PCC a PT e Lula, cujo governo combate o PCC!!! (vídeo)

Talis Andrade
 
 
 
Imagem
 
 

por Reinaldo Azevedo

É nauseante, mas não surpreendente, que a extrema-direita — e isso inclui Jair Bolsonaro, Deltan Dallagnol e o próprio Sergio Moro — busquem associar, de forma direta (Bolsonaro e Dallagnol) ou indireta (o próprio ex-juiz), o tal plano do PCC para matar e sequestrar autoridades. Entre os alvos, estariam o agora senador do União Brasil (PR) e Lincoln Gakiya, promotor de Justiça de SP. O alerta inicial foi feito pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, no fim de janeiro. E a Polícia Federal entrou no caso.

A "Operação Sequaz" busca cumprir 24 mandados de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e quatro de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. Enquanto escrevo, nove já foram presos — seis homens e três mulheres. Até agora, não foram divulgados outros supostos alvos, além de Moro e Gakiya. No que respeita ao político do Paraná, o ataque seria uma retaliação a transferências de um presídio para outro de líderes da facção, que ele teria determinado quando ministro da Justiça, ainda em 2019.

No Twitter, Bolsonaro tentou pegar carona, como vítima, na operação. Estabeleceu uma suposta conexão entre a morte de Celso Daniel, a facada que levou e a operação de agora, batizada de Sequaz. E concluiu que tudo isso compõe uma conspiração da esquerda. Dallagnol, com espantosa irresponsabilidade —, demonstrando que, como deputado, adota o padrão moral e ético que exibia como procurador —, também associa de maneira explícita o plano atribuído ao PCC a supostos vínculos do PT com a organização criminosa.

E, no entanto, a verdade está precisamente no avesso. A Polícia Federal tem autonomia, mas é subordinada ao Ministério da Justiça. A deflagração da operação no dia seguinte a uma frase infeliz de Lula — disse que, quando preso, ainda ressentido, pensava em "foder Moro" — prova justamente o contrário do que os extremistas estão afirmando. Que se note, e já tratei especificamente no caso no programa "O É da Coisa", a fala do presidente evidenciava justamente que ele havia superado, na própria cadeia, a fase do rancor. Inferir qualquer vínculo entre aquela fala e o dito plano é de uma canalhice inominável. É coisa de quem não se importa, se preciso, em incendiar o país e empurrá-lo para uma crise. Esse espírito, no fim das contas, está na raiz dos ataques de 8 de janeiro.

E não que a fala de Lula tenha sido prudente, ainda que seu ressentimento fosse justificável. Foi condenado sem provas, o que o impediu de se candidatar. Mesmo na cadeia, liderava as pesquisas de opinião. A atuação conjugada da força-tarefa, em que Dallagnol dava as cartas, com um juiz incompetente e parcial preparou o terreno para a ascensão de Bolsonaro. A reação de Dallagnol, nesse caso, explana, mais uma vez, o rigor profissional com que ele cumpria a sua tarefa de agente do Estado. Revela-se com nitidez incontrastável que se tratava de uma ação de cunho político, como noticiou a Vaza Jato. Não por acaso, o juiz do caso é hoje senador, depois de ter servido de ministro da Justiça àquele que só se elegeu porque o então magistrado condenou o concorrente. E o procurador que dava as cartas na operação é deputado federal. Nessa condição, segue tendo a mesma seriedade exibida como procurador...

O ministro Flávio Dino, da Justiça, diz que soube das ameaças há 45 dias. Ao participar de um evento na Associação dos Advogados de São Paulo, afirmou a respeito da exploração política do caso:

"Fico espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria, que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador que é oposição ao nosso governo". Segundo o ministro, e isto é óbvio, a ação demonstra que "não há nenhum aparelhamento do Estado, nem a favor, nem contra ninguém".

O ministro diz ainda que as acusações levianas acabam colaborando com a organização criminosa. E ele tem razão. Observem: segundo o que se sabe até agora, Moro era um dos alvos, não "o" alvo. Além do senador e do promotor Lincoln Gakiya, várias autoridades e pessoas ligadas à repressão ao crime estavam entre os alvos.

MUDANÇA DE PADRÃO

Se tudo se deu e se dá como se anuncia até agora, o país pode estar diante de uma escalada das ações do PCC que busca atingir o Estado. Notem: ações criminosas e seus autores, como sabem as polícias, têm um padrão. E esse caso não se encaixa nos métodos conhecidos do PCC.

A facção patrocina atos violentos contra rivais de ofício, dentro de seu esforço de verticalizar o mundo do crime, reivindicando, vamos dizer, a governança última das organizações de sua mesma natureza. Também há acertos de conta, estes mais raros, com policiais, mas nunca da hierarquia das polícias, ainda que ameaças existam. Para tanto, podem, como se diz, tocar o terror. Já vimos isso em São Paulo. E, tudo indica, no Rio Grande do Norte. No mais, que se saiba, a facção impõe uma espécie de "ordem do crime" em áreas em que atua para tentar manter distantes as forças policiais.

Se tudo for como se noticia agora, a maior e mais organizada e enraizada facção criminosa do país estaria optando por cruzar uma linha e atingir, de maneira deliberada, o Estado como ente. "Vinculação com o PT?" Ora, é o governo petista que está fazendo o enfrentamento. A propósito: no Rio Grande do Norte, consta, o PCC se uniu a um tal Sindicato do Crime para tocar o terror no Estado, governado, diga-se, pelo PT — o que, obviamente, bom para o partido não é.

DIFERENÇA ENTRE REPÚDIO E CANALHICE

Que adversários de Lula repudiassem a fala desta terça em entrevista ao vivo à TV 247, vá lá. É do jogo. O meu rancor, já afirmei, não teria passado. O de Lula, segundo ele me disse em abril de 2021, foi superado ainda na cadeia. A frase foi imprópria e imprudente, até porque seria tomada isoladamente e explorada ao limite. E isso começou a ser feito ainda ontem.

No dia seguinte — aí, sim, uma coincidência e tanto —, uma investigação de meses resultou na Operação "Sequaz", que apura ações que estariam sendo planejadas contra um grupo de pessoas, e Moro é um delas. Se o repúdio era parte do jogo democrático — com um caráter que suponho didático ao próprio Lula —, a tentativa de ligar o presidente e o PT à arquitetura criminosa deixa claro em que buraco foi jogado o país.

Reitero: sendo como se diz, a coisa é muito grave. Não obstante, Bolsonaro aproveita o caso para tentar fugir do escândalo dos diamantes, e Moro e Dallagnol usam a operação deflagrada pela Polícia Federal no governo Lula para atacar... Lula e seu partido. Estão ocupados em combater os criminosos ou em levar adiante, eles sim, uma vingança de natureza política?

A VÍTIMA DO ESTADO CONTAMINADO

Dadas todas as personagens que aparecem neste texto, a única que realmente foi vítima de grupos que se apoderaram do poder do Estado, seja na Justiça, seja no Ministério Público, foi Lula. Ele foi preso sem provas por um juiz incompetente e suspeito. Ele passou 580 dias na cadeia. Ele teve de lutar contra 18 procedimentos de investigação, que brotavam em cascata. Para registro: as anulações decididas pelo STF impactaram apenas quatro processos. Nos demais casos, ou foi absolvido, ou a investigação se extinguiu por falta de provas.

A verdade irrespondível, pois, é que é o governo Lula a enfrentar, então, o PCC, sendo tudo como dizem, na operação de agora. E também se confronta com a facção, no momento, no Rio Grande do Norte.

LEMBRANÇA FINAL A BOLSONARO

Quanto a Bolsonaro, uma lembrança para finalizar o texto: o ex-presidente e seu entorno mantiveram, sim, relações de amizade, quando menos, com o crime organizado. O miliciano Adriano da Nóbrega, condecorado pelo então deputado Flávio Bolsonaro, teve mãe e mulher empregadas no gabinete do chamado Filho Zero Um. Márcia, mulher de Fabrício -- o amigão do ex-presidente -- foi a Minas se encontrar pessoalmente com Raimunda Magalhães Veras, a mãe de Adriano.

Não consta que Marcola tenha sido condecorado por Lula ou alguém do seu entorno, não é mesmo?

O episódio só evidencia a máxima de Brecht, segundo quem "a cadela do fascismo está sempre no cio".

Mártires Literários - A cadela do fascismo está sempre no cio. Bertold  Brecht | Facebook | Mártires Literários,Politics,Books & Literature,fascismo ,sempre,está,do,no
Bertold Brecht
 
 

Basta uma frase infeliz para que essa gente proponha de novo o vale-tudo. Não custa lembrar que, horas antes do ataque de 8 de janeiro, Moro acusou o governo Lula de perseguir seus opositores. E se referia precisamente àqueles que atacaram as respectivas sedes dos Três Poderes.

Que se investigue tudo. Até o fim. Que os criminosos paguem muito caro, nos limites da lei. E que a canalha que faz a exploração política do caso, também respondam por suas acusações mentirosas e irresponsáveis.

Chuva Ácida: A sombra do fascismo amedronta o Brasil
 

 
23
Mar23

"A vítima é Lula, não Moro" (vídeos Reinaldo Azevedo)

Talis Andrade

aroeira  moro botava a mão no fogo por bolsonaro

 

 

O colunista do UOL Reinaldo Azevedo comentou no UOL News que não faz sentido relacionar a fala do presidente Lula (PT) em querer se vingar do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) às ameaças que o parlamentar sofreu da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Associar essa operação àquilo que Lula disse ontem é uma barbaridade, não se sustenta. A exploração política será feita e indica que o Palácio do Planalto precisa tomar mais cuidado com entrevistas".

 

O ex-juiz e senador Sergio Moro era um dos alvos do PCC, que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades.

O que aconteceu:

Ao menos nove pessoas já foram presas, todas no estado de São Paulo.

Além do senador, o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, também era um dos alvos do grupo; o MP-SP também auxiliou na operação de hoje.

"Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos", escreveu o ministro da Justiça, Flávio Dino, nas redes sociais.

 

O que aconteceu:

Extorsão mediante sequestro também era uma das ações planejadas pelo grupo criminoso, segundo a PF.

Os principais investigados se encontram nos estados de São Paulo e Paraná, diz a PF. Um esconderijo do PCC foi encontrado pela corporação em São José dos Pinhais (PR).

Alvos da operação Sequaz estão também em Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

 

A PF cumpre:

Sete mandados de prisão preventiva.

Quatro mandados de prisão temporária.

24 mandados de busca e apreensão.

 

Juros Mortais:

 
23
Mar23

Randolfe Rodrigues: 'Plano para matar Moro foi arquitetado antes' no governo Bolsonaro

Talis Andrade

Vingança não, Justiça!

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Fonte: Plantão Brasil /Portal Fórum

Uma fala de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre autonomia da Polícia Federal vem irritando bolsonaristas nas redes sociais. Nesta quarta-feira (22), o senador, frente a frente com Sergio Moro (UB-PR) no plenário do Senado, prestou solidariedade ao ex-juiz pelas ameaças que ele vinha sofrendo no âmbito de um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matá-lo e que foi desarticulado após operação da Polícia Federal (PF), mas fez questão de relembrar que a instituição só pôde proteger o ex-juiz por ter sua autonomia garantida, vilipendiada no governo Bolsonaro, para qual Moro trabalhou como ministro da Justiça.

Apesar de ter sido sob o governo Lula e com Flávio Dino à frente do Ministério da Justiça que a PF deflagrou a operação que prendeu membros do PCC ligados ao plano de atentado, a extrema direita vem tentado associar as ameaças ao presidente pela fala, feita em entrevista na terça-feira (21), dando conta de que, quando estava preso, dizia que só ficaria bem após "foder" Moro.

O próprio Moro, que já sabia das investigações da PF contra a organização criminosa que planejava o atacar, tentou, indiretamente, associar Lula ao caso, antes mesmo da operação policial vir à tona. Em entrevista à CNN na noite de terça-feira (21), disse que a declaração de Lula rememorando seus tempos de prisão "gera risco" para ele e sua família.

Em seu discurso no Senado, Randolfe trouxe esses fatos à tona.

"É importante colocar as coisas no seu devido lugar. O presidente Lula não tem 90 dias de governo. O PCC não foi fundado agora. O plano para matar vossa excelência [Moro] não foi arquitetado nesses 3 meses, foi de antes. Vossa excelência [Moro], já ao assumir o mandato, foram tomadas providências, e vossa excelência tinha conhecimento das providências de investigações que estavam em curso pela Polícia Federal", declarou.

Na sequência, Randolfe começou a relembrar de como funcionava a Polícia Federal no governo Bolsonaro - fala que vem irritando bolsonaristas e o próprio Moro, que reagiu às declarações de seu colega de Senado através do Twitter.

"Ainda bem que voltamos a ter no Brasil uma Polícia Federal que é instituição do Estado brasileiro, que não aceita interferência política. Aliás, senador Moro, interferência política que outrora foi denunciada pelo senhor. Dia 24 de abril de 2020, vossa excelência se lembra, pediu demissão do Ministério da Justiça, e o que disse: ’falei para o presidente que seria uma interferência política’, e ele disse ’seria mesmo’. Palavras suas. Esse tempo de Polícia Federal que o senhor viveu, que teve interferência política politica sobre ela, acabou. A Polícia Federal voltou a ser instituição de Estado. Crimes, seja contra quem for, seja contra os que tentaram armar contra o presidente no dia de sua posse, seja os crimes contra vossa excelência, conhecido opositor do governo federal, serão desbaratados e os criminosos irão pra cadeia".

Randolfe prosseguiu dando ainda mais detalhes sobre como as interferências na PF durante o governo Bolsonaro impediram as investigações de chegarem até o mandante do assassinato de Marielle Franco e sentenciando que é justamente a volta da autonomia na corporação, sob o governo Lula, que impediu o assassinado do ex-juiz.

"A obrigação do Estado de proteger está sendo cumprida, obrigação essa que, lamentavelmente, não foi cumprida pela PF para garantir a continuidade das investigações sobre o assassinato de um miliciano chamado Adriano da Nóbrega, que foi assassinado e, depois, naquela época, o governo de então, o Ministério da Justiça de então, resolveu não estourar investigações. O caso Adriano da Nóbrega e os esquemas milicianos que poderiam chegar a quem mandou matar Marielle não teve essa sorte porque teve interferência política na Polícia Federal", pontuou.

"Esse tempo do Estado sob ataque acabou porque não temos mais um presidente da República que fica advogando para as pessoas pessoas se jogarem ao vírus. Não teemos mais um presidente que quer corromper e usurpar o Estado Democrático de Direito todos os dias. O tempo de intervenção na PF ainda bem que passou, porque é só esse tempo novo que possibilita que o PCC agora seja desbaratado e que, inclusive, opositores ao presidente sejam protegidos", finalizou.

 

 

 

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