Está claro que Bolsonaro não está mais falando de eleições, que já sabe, estão perdidas para ele
por Denise Assis
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Meu Brasil varonil, pare! Há limites para fingir que as instituições estão funcionando. Não estão. Há limites para tolerar o intolerável. Fomos expostos no que há de mais constrangedor. Um presidente exibe para os representantes do mundo a sua ignorância, o seu fascismo, a fragilidade da nossa democracia, as nossas mazelas, a nossa incompetência em lidar com um déspota e o imobilismo dos nossos poderes e nada acontece? ´
É preciso, de uma vez por todas que nos organizemos em uma greve geral. Precisamos de alguma forma demonstrar que não temos sangue de barata, que estamos entendendo o que nos está sendo preparado. Um governante fala em “nós”, para demonstrar que dará um golpe caso não possa permanecer no poder para salvar a própria pele e a dos filhos, com o apoio das Forças Armadas e ninguém – nem STF, nem TSE nem as próprias Forças citadas – vêm a público para dizer que não concorda com tamanha ousadia e desfaçatez, e nós seguimos com a vida como se nada houvesse? Onde está o nosso brio? Onde está o nosso sentimento de pátria? Onde está o nosso espírito cívico? Onde está o nosso amor pelo país e pelo futuro dos nossos filhos e netos? Juram que não vamos fazer nada?
Já levamos esse jogo longe demais. Está claro que Bolsonaro não está mais falando de eleições, que já sabe, estão perdidas para ele. Agora ele entrou no modo “tudo ou nada”. O que ele está é preparando o terreno para negociações. Ou parte para uma renúncia com anistia para os seus crimes, ou negocia uma fuga consentida, com os familiares, ou fica e tenta melar o jogo com o seu exército de Brancaleone, de 46 milhões de armas nas mãos de civis, que não sabemos bem quem são, mas certamente fecham com ele, o patrono do “liberou geral”.
Não estamos vivendo tempos normais. Parem de brincar de faz de conta! Ou paramos agora com o país para chamar a atenção para a gravidade do momento, ou vamos enfrentar uma situação mais grave logo ali, na frente.
Fomos expostos. Agora o mundo sabe que temos um golpista na presidência disposto a qualquer coisa para não deixar o foro privilegiado a que tem direito como chefe da nação. É hora de um “paro” para freio de arrumação. Não podemos seguir num jogo de faz de contas. As eleições não são panaceia para todos os males. Ok. Conseguimos formar uma frente ampla de apoio, mas isso não é tudo. O momento é grave e não sabemos nem sequer os rumos dessa eleição. Precisamos dizer a esse senhor que estamos entendendo a sua jogada. Greve geral é um bom recado para esse governo que não tem limite nem nunca terá. Estamos entregues à própria sorte. Tomemos o destino em nossas mãos, ou seremos jogados em um cenário muito mais grave logo ali, antes das eleições – 7 de setembro - que estão sendo usadas por esse senhor desesperado, como moeda de troca para a sua liberdade e a dos seus filhos. Ele quer nos impingir o medo. Ele nos ameaça, deixando subentendido que pode “melar” o pleito. Não pode. Mas o melhor recado agora é: parem o Brasil! Não podemos suportar tanto.
Ministério Público apura denúncias de assédio em escola cívico-militar de Paranavaí. Foto: Jonathan Campos/AEN
Alunos e alunas forçados a praticar atos sexuais com velhos militares aposentados
O Ministério Público do Paraná instaurou notícia de fato para investigar uma denúncia de assédio em umcolégio cívico-militarde Paranavaí, cidade de cerca de 90 mil habitantes no Noroeste do Paraná. A investigação tramita sob sigilo, mas o Plural apurou que se trata de uma denúncia de assédio a alunas por parte de um militar incorporado à escola na função de fiscal de pátio.
Segundo o relato, o militar persegue as alunas e as convida para entrar em seu carro e praticar sexo oral. Em pelo menos um caso ele teria mostrado uma arma prateada a uma adolescente e dito que caso a aluna contasse a alguém sobre o assédio, ele “acabaria com ela”.
O Plural procurou o governo do Paraná nesta terça-feira (28), mas como as secretarias estão em recesso, e a assessoria do governo trabalha em regime de plantão, o estado só poderá dar mais informações a partir do dia 3 de janeiro.
Esse não é o primeiro caso de assédio a alunas nas escolas cívico-militares do Paraná. Em agosto, um policial militar da reserva que integrava a equipe de uma escola em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná,foi preso sob suspeita de abusar de alunas. A forma de abordagem era similar à que o MP agora apura em Paranavaí. Segundo os relatos, o militar deu carona a alunas e tentou assediá-las. Alémdisso, ele constrangia as estudantes enquanto as revistava e ainda as abordava via WhatsApp com conversas que não condiziam com assuntos do colégio.
Modelo inconstitucional
Em novembro, o Ministério Público do Paranáemitiu um parecer entendendo inconstitucionala lei de implantação dos colégios cívico-militares no estado. Ao se manifestar pela procedência dos pedidos, a Promotoria de Justiça e Procuradoria-Geral de Justiça reiteram as teses de que o Paraná teria atropelado competência da União ao criar um novo modelo de ensino e usado a modalidade para viabilizar a intromissão militar na administração da escola pública, em um sistema marcado pelo “patrulhamento ideológico” e de “aniquilamento da liberdade de cátedra”.
“O legislador estadual usurpou competência da União e transgrediu as normas gerais criadas pelo ente central, porque fundiu elementos do ensino regular com caracteres próprios do ensino militar, concebendo os colégios cívico-militares como instituições híbridas. Se o decreto federal é inconstitucional porque supera as fronteiras do poder regulamentar, a Lei Estadual (inspirada e integrada pelo decreto federal) não encontra fundamento na ordem constitucional por implantar sistema de ensino que não é previsto pelas leis em sentido estrito, editadas pela União, que normatizam os sistemas de ensino”, diztrecho do parecer.
Mudanças no modelo
Em novembro, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou alterações no modelo das escolas cívico-militares que intensificaram a presença de militares nos colégios do estado. O cargo de diretor militar, destinado a PMs de mais altas patentes para exercer atividades compartilhadas com o diretor civil, foi extinto após o sistema completar seu primeiro ano sem ter conseguido ativar com militares nem dois terços das 197 escolas migradas para o sistema. Na prática, o fim da função horizontalizou o acesso, e todos os policiais aprovados para integrar o programa, muitos em lista de espera, passaram a cumprir expediente no cargo de monitor.
A manobra do governo mais que dobrou colégios com PMs da reserva em sala de aula ao mesmo tempo em que manteve os gestores civis no topo da hierarquia das escolas.
PM faz operação noturna na comunidade Nova Esperança, em Campo Magro
A comunidade Nova Esperança, localizada a 700 metros da Prefeitura Municipal de Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba, está ocupada por aproximadamente 1.200 famílias há mais de um ano
Na noite desta terça-feira (30), a Polícia Militar do Paraná realizou uma operação violenta na Ocupação Nova Esperança, localizada em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba. A ação da PM resultou na morte do jovem Igor Cristiano da Silva, de 24 anos, e deixou baleada a companheira dele, uma adolescente de quinze anos. Segundo a Polícia Militar, os soldados agiram após serem alvejados. Dentro da casa onde estava o homem que foi morto a polícia encontrou drogas, uma arma e dinheiro.
“A polícia entrou aqui na comunidade com o objetivo de executar e ainda sobrou para a companheira que foi baleada e levada para o hospital. Nós estamos em busca de notícias sobre a jovem, mas até agora não conseguimos saber para onde ela foi levada”, explica um dos líderes da ocupação.
A área, localizada a 700 metros da Prefeitura Municipal de Campo Magro, está ocupada por aproximadamente 1.200 famílias há mais de um ano, sob a organização do Movimento Popular por Moradia (MPM), e até o momento não havia sofrido com ações truculentas por parte dos policiais militares.“
É aterrorizante a gente ter que passar por isso e ficar calado em casa com medo, como se nós fossemos os bandidos”, conta uma moradora da ocupação. “Está todo mundo muito assustado e tem muitas pessoas feridas também, eu mesma levei estilhaços na cabeça e no quadril”, completa.
De acordo com os moradores, os policiais invadiram a ocupação com extrema violência e fecharam as entradas da comunidade. “O pessoal estava voltando do trabalho e a polícia não deixava passar, tinha mulher com criança pequena que morava do outro lado e a polícia não deixava passar, é indignante, uma revolta que não tem tamanho”, fala.
Nas redes sociais, o Movimento Popular por Moradia compartilhou vídeos que mostram a ação da PM e o uso de bombas de dispersão e balas de borracha. O MPM alega ainda que os policiais impediram os populares de se aproximarem do local da execução e os advogados de obterem informações a respeito. Por Mayala Fernandes
De peruca verde e amarela, a juíza de Londrina foi dar seu recado em São Paulo na concentração golpista de 7 de Setembro de Bolsonaro: o Supremo Tribunal Federal não é supremo. "Supremo é o povo"
JUDICIÁRIO DE PERUCA
Caso está agora no Ministério Público, que vai definir se oferece ou não denúncia contra o profissional da imprensa
A Polícia Civil [a polícia política do governo da extrema direita Ratinho Júnior] do Paraná indiciou o jornalista que compartilhou fotos de uma magistrada do Paraná em meio aos protestos antidemocráticos organizados pela base do presidente Jair Bolsonaro no último dia 7 de setembro, feriado da Independência. Idem foto de uma procuradora.
José Maschio, de Londrina, foi indiciado ao Ministério Público (MPPR) por calúnia e difamação, como pedia Isabele Papafanurakis Ferreira Noronha, juíza de Direito Substituta na comarca de Londrina.
As investigações foram abertas após registro de Boletim de Ocorrência pela magistrada – que está sendo investigada internamente pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) pela adesão aos atos. Ela acusou o jornalista de divulgar indevidamente fotos suas no protesto. As imagens foram compartilhadas por Maschio junto a um texto em que o profissional questionava a adesão da juíza no ato, de cunho político e cuja pauta principal em todo o Brasil foi contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia dos protestos, a juíza estava ao lado da procuradora federal Maria Isabel Araujo Silva, também lotada em Londrina, e de outras duas pessoas. Foi Silva quem postou a foto em seu Instagram. Apesar de a procuradora ter a rede fechada, o registro foi repassado a Maschio por uma fonte que tem permissão para ver as publicações. As duas aparecem juntas, paramentadas de verde e amarelo, em um espaço fechado em São Paulo. A imagem mostra o grupo ostentando uma faixa com a frase “supremo é o povo”. A expressão tem sido bastante usada por bolsonaristas para pedir a destituição dos ministros do STF.
A Lei Orgânica da Magistratura (Loman) e o Código de Ética da profissão proíbem juízes de participar de atividades político-partidárias e exigem dos membros do poder Judiciário respeito à Constituição, às leis, ao fortalecimento das instituições e à plena realização dos valores democráticos.
Por isso, Noronha virou alvo de uma sindicância aberta pela Corregedor-Geral da Corte paranaense. A portaria, assinada pelo corregedor-geral desembargador Luiz Cezar Nicolau, aponta tanto a Loman quanto o Código de Ética como base para investigar internamente o caso.
Voto aberto no Bolsonaro
Em 2018, a conduta de Noronha e de outros 10 juízes que se manifestaram politicamente nas redes sociais contra e a favor de candidatos viraram discussão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O pedido de providências contra a magistrada de Londrina, especificamente, usou como um base um texto compartilhado no Facebook. A mensagem foi criticada por supostamente se tratar de um “voto aberto” ao então candidato pelo PSL, Bolsonaro. O Conselho, no entanto, decidiu por arquivar os pedidos por estrarem relacionados a provimentos pouco explorados.
Em 2019, no entanto, o plenário do CNJ aprovou uma resolução para guiar o uso das redes sociais por membros do poder Judiciário considerando um equilíbrio entre a liberdade de expressão e os deveres inerentes aos cargos. O documento proíbe a juízes emitir opinião “que demonstre atuação em atividade político-partidária ou manifestar-se em apoio ou crítica públicos a candidato, lideranças políticas ou partidos políticos”.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR) noticiou à época das acusações formalizadas contra Maschio, a juíza também pedia para que o conteúdo fosse retirado do ar e que Maschio se retratasse “em todos os meios de comunicação em que a informação falsa foi indevidamente veiculada”. A reportagem ainda não teve acesso ao teor do processo de indiciamento para verificar as conclusões da polícia.
O Sindijor Norte PR, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor PR) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm prestando apoio ao jornalista. Em nota publicada ainda em setembro, as entidades lembram quem “Infelizmente, não é novidade que jornalistas sejam hostilizados e até ameaçados por pessoas que vão a atos antidemocráticos”.
O Globo Repórter mostra histórias de pessoas que moram perto e que passaram a conviver com mais intensidade em períodos difíceis
Como é a convivência com os seus vizinhos? Quem nunca precisou bater na porta ao lado para pedir café, açúcar ou alguma ajuda? O Globo Repórter mostra histórias de pessoas que moram perto e que passaram a conviver com mais intensidade durante a pandemia de Covid.
Já imaginou ter um vizinho violento, agressor e bolsonarista e policial do governador Ratinho Júnior?
“A gente tinha uma convivência interessante, um frequentava a casa do outro raramente, mas frequentava. Ele é pai de duas crianças pequenas que tinham uma relação muito boa com a minha neta, que vive conosco. Mas devido à questão ideológica, essa relação foi se deteriorando”, conta o velho professor.
“No domingo da agressão, o que aconteceu foi que ele entrou no condomínio, me viu na janela e começou a soltar beijinhos e a me chamar de bicha. Eu simplesmente fiquei ouvindo aquilo e deixei.
(...)Eu saí pela porta e ele já veio me xingando e me agredindo. Ele é bem maior que eu e é um policial, achei que podia até estar armado. A única coisa que eu fiz foi tentar me defender. Ele me bateu muito"
Nos meus tempos de criança, em Limoeiro, Pernambuco, havia um mendigo que agradecia as esmolas com a seguinte rogação: "Deus lhe dê um bom vizinho".
Na reportagem d'O Globo:
O piano da discórdia. Morador de um condomínio na Zona Sul do Rio, o empresário Guilherme resolveu colocar o instrumento em seu apartamento, que tem 29 m². A psicóloga Nilma, a vizinha de cima, tem atendido em casa por causa da pandemia e precisou conviver com o som. Os dois descobriram uma amizade.
Hoje em dia somos mais do que vizinhos, somos amigos”, afirma Guilherme.
O barulho é mesmo um dos principais causadores de conflitos entre vizinhos. Se esses sons são constantes e resultantes de obras então... Mas o ator Felipe resolveu encarar esses sons desagradáveis de forma mais leve, com bom humor. Ele começou a dançar ao som dos barulhos das obras e a gravar suas performances. O resultado foi um sucesso: um de seus vídeos foi visualizado por mais de 700 mil pessoas.
E quando é você o causador do conflito? Segundo o IBGE, quase 8 milhões de brasileiros passaram a trabalhar de casa desde o início da pandemia. Douglas é um deles. O influenciador digital – que tem um personagem, o Rato Borrachudo — participa de jogos online e o barulho provocou a fúria dos vizinhos. Para continuar com seu trabalho, ele teve que fazer um quarto com uma acústica poderosa.
No dia 25 de abril, o professor Sergio Ubiratã foi à Central de Flagrantes de Curitiba. Aos 61 anos, com 1,75m e 70kg, ele tinha lesões espalhadas pelo corpo e sangue esguichado na lataria do carro. Exames feitos dois dias depois, no Hospital XV, atestaram múltiplas contusões e ferimentos, mordedura humana, uma costela fraturada e traumatismo craniano leve. Apesar disso, o Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado naquele dia descreve sua condição física como “íntegra”. O autor da agressão é um vizinho dez anos mais jovem, significativamente mais alto e forte: o policial civil Gilnei Hartleben Diel, que no B.O. aparece como “vítima”.
Foto: Sergio Ubiratã
Sergio e Gilnei são vizinhos desde 2013. Eles vivem em um condomínio no bairro Santa Cândida, em Curitiba, a três quadras da sede da Polícia Federal. Já tiveram uma boa relação, mas a convivência começou a ficar conflituosa em 2016, época do impeachment de Dilma Rousseff, por divergências políticas. “A gente tinha uma convivência interessante, um frequentava a casa do outro raramente, mas frequentava. Ele é pai de duas crianças pequenas que tinham uma relação muito boa com a minha neta, que vive conosco. Mas devido à questão ideológica, essa relação foi se deteriorando”, conta o professor.
“Ele já vinha me provocando em algumas oportunidades. Eu faço parte de um bloco carnavalesco, o Garibaldis e Sacis, e acredito que ele já tenha me visto fantasiado, então mexia comigo dizendo que eu era a rainha da bateria e essas coisas”, continua. “No domingo da agressão, o que aconteceu foi que ele entrou no condomínio, me viu na janela e começou a soltar beijinhos e a me chamar de bicha. Eu simplesmente fiquei ouvindo aquilo e deixei.”
Na versão de Sergio, o policial entrou em casa. Em seguida, ele saiu em direção ao seu carro, que estava estacionado em frente ao seu imóvel. Foi quando aconteceu o confronto. “Eu saí pela porta e ele já veio me xingando e me agredindo. Ele é bem maior que eu e é um policial, achei que podia até estar armado. A única coisa que eu fiz foi tentar me defender. Ele me bateu muito, até que um vizinho pulou e apartou. E aí eu entrei e liguei pro Felipe, meu advogado, que chamou a polícia.”
Apesar das lesões, a briga acabou ficando em segundo plano para o professor, tamanha a dor de cabeça que veio a seguir. “Durante o encaminhamento na delegacia, apareceu uma faca fake, disseram que eu estava armado, mas é uma mentira. A única coisa que eu tentei fazer foi jogar um jarro, um pequeno jarro de plástico que nem bateu nele direito.”
A versão levada ao B.O.
Quando recebeu a chamada de seu cliente, Felipe Lopes ligou para o 190 e correu para o local do crime. “A Polícia Militar chegou e decidiu nos conduzir para a Central de Flagrantes. Chegando lá, me deu um chá de cadeira de duas horas, eu fiquei inacessível ao Sergio. Quando eles me chamaram pra dentro da delegacia, tinha um B.O. que apontava a existência de uma faca que teria sido recolhida pela PM, mas que não foi objeto de atendimento da ocorrência lá na hora. O B.O. também descrevia o Sergio, que estava completamente machucado, como autor do fato e colocava o policial civil como vítima de agressão e ameaça”, relata o profissional.
Ele reitera que na delegacia foram desrespeitadas todas as suas prerrogativas de advogado e a seu cliente, foi negado o direito de registrar um novo boletim de ocorrência colocando o policial como agressor.
Tive acesso ao B.O. A descrição sumária da ocorrência é a seguinte:
“Equipe policial militar foi acionada via Copom para prestar atendimento à ocorrência na qual teriam dois indivíduos em vias de fato no condomínio. Chegando no local foi identificado o sr Gilnei Hartleben Diel, que teria entrado em discussão e posteriormente em luta corporal com seu vizinho Sergio Ubiratã Alves de Freitas, por motivos políticos. Gilnei informa que Sergio após proferir ofensas e ameaças, tentou lhe agredir com uma faca (objeto esse que foi apresentado a equipe policial e entregue a central de flagrantes.) onde conseguiu se desvencilhar e desarmar Sergio, em seguida entrando em luta corporal, em que certo momento Sergio pegou um vaso e tentou lhe acertar. Relata ainda que tem alguns processos anteriores contra Sergio. Sergio informou que após ser provocado por Gilnei vieram a discutir e entrar em luta corporal, e que em determinado momento pegou um vaso para tentar se defender tentando acertar sem êxito Gilnei. No local se fez presente Felipe Edurardo Lopes advogado de Sergio, que o acompanhou ate a elegacia. Na delegacia a equipe do Alpha do Cope acompanhou e ouviu o sr Gilnei pelo fato de ser policial civil. Resalta ainda que toda a ocorrência foi acompanhada pelo oficial cpu 20º bpm 2º ten. Zeck e seu motorista sd. Natan. Não foi necessário o uso de algemas pelo fato dos envolvidos se deslocarem por meios próprios com escolta policial. (sic)”
Na relação de objetos, consta uma arma branca: “01 faca de cozinha serrilhada, com cabo de madeira”. O caso foi atendido pelo delegado Pedro Maomé Machado, que estava de plantão. Nas redes sociais, ele se posiciona abertamente como bolsonarista.
Procurei o delegado via assessoria da Polícia Civil duas vezes: a primeira foi no dia 17 de junho, quando expus a queixa de Sergio e pontuei que Pedro Maomé Machado partilha da visão política de Gilnei. Perguntei se ele gostaria de se pronunciar, mas recebi uma nota protocolar que dizia: “A Polícia Civil do Paraná informa que os fatos ocorreram no dia 25 de abril deste ano, conforme boletim confeccionado pela Polícia Militar. No dia dos fatos, o caso foi atendido pela Central de Flagrantes de Curitiba e lavrado o termo circunstanciado. Este já foi encaminhado ao Poder Judiciário com audiência entre as partes já realizada no dia 16 de junho”. Na sexta (25), me dispus a ouvir o delegado novamente, até o fechamento. Desta vez, a assessoria respondeu que ele “não tem agenda para entrevista”.
A defesa do professor afirma que ele não avançou sobre o vizinho com uma faca e que a polícia não tomou o devido cuidado com a arma para preservar as investigações. “Eu só tive acesso ao Sergio por volta das nove da noite. Pouco antes disso, chegou a equipe do COPE e aí apareceu essa faca. Essa equipe só foi por conta d’ele (Gilnei) ser policial civil. O instrumento foi jogado em cima das mesas lá. Não é nada daquilo que a gente vê nos filmes, a arma não chegou no saco plástico. Simplesmente jogaram a faca em cima da mesa”, diz Felipe.
Sergio garante que nunca viu a faca antes e questiona: “O que a gente tem hoje é um caso que envolve a própria credibilidade das forças de segurança do Estado. Qualquer agente pode plantar uma prova e aí você fica refém dessa situação?”
De acordo com o professor, Gilnei tem câmeras apontando para a frente de sua casa e elas certamente registraram a agressão, mas as imagens não foram apresentadas até o momento. A reportagem não conseguiu fazer contato com o vizinho que apartou a briga, única testemunha ocular do fato. Ele também não falou com as autoridades. Sergio e Gilnei fizeram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), mas os laudos também não estão disponíveis ainda.
Câmeras em frente à casa de Gilnei. Fotos anexadas ao processo
Como o crime registrado – ameaça – é de menor potencial ofensivo, o Termo Circunstanciado (TC) seguiu para o Poder Judiciário. A defesa de Sergio fez dois pedidos ao júri: a retificação do B.O. e o resultado do exame de lesões corporais. A audiência de conciliação entre as partes aconteceu na semana passada. O advogado de Gilnei apresentou uma proposta de respeito mútuo, que foi prontamente negada por Sergio, representado por Felipe. Eles preferiram seguir em frente para que sejam analisados os pedidos feitos no processo.
Injúrias
Liguei para Gilnei. Ele – um policial civil com dez anos de experiência em investigação – me disse que, desde 2016, Sérgio proferiu diversas “provocações verbais” pela janela de casa e chegou a injuriá-lo centenas de vezes nas redes sociais. “A certa altura, eu printei algumas coisas e fui conversar com ele. Eu disse: ‘por que que você está fazendo isso aí comigo? Eu nunca me posicionei, eu respeito a tua ideologia, eu só tenho outra.’ No mesmo dia, ele continuou a me injuriar pelo Facebook. E aí eu entrei com um processo contra ele, só que por uma inépcia da minha advogada – ela teria que ter feito uma queixa e acabou fazendo uma representação – isso aí foi arquivado.
Sobre a briga, ele foi pontual: “Ele continuava me provocando, me provocando e tal, aí nós acabamos desencontrando ali. Ele veio e me jogou um vaso de flor que acabou pegando no meu dedo. E como eu consegui me esquivar desse vaso, ele puxou uma faca serrilhada que ele usava acho que para jardinagem – estava no parapeito dele – e aí veio pra cima de mim. Eu consegui retirar a faca dele, apesar de ter sofrido um corte no braço e tal. E aí a gente acabou, né, entrando em luta corporal ali, até por função disso aí. (…) Eu tive várias lesões, tá? Elas estão laudadas lá no IML, mas no dia eu acabei não tirando foto. Eu fiquei totalmente arranhado, com lesões nas pernas, no braço, corte no braço.”
Pedi para ver os posts injuriosos, mas o policial se recusou a me enviar sob a justificativa de que seriam muitos: 180 a 200 publicações. Em seguida, falou que os prints estavam “oficialmente” registrados em três atas notariais disponíveis em um cartório de Curitiba. Fui atrás dessas certidões e me deparei com 23 prints de postagens políticas de Sergio e a transcrição de uma ligação telefônica.
Alguns dos posts que constam nas atas são direcionados à polícia, outros provocam alguém que Sergio chama de “vizinho”, “canalha” e “imbecil”. Por exemplo: “E aí, vizinho… como era mesmo? Moro livrai-nos do mal. Era isso? Kkkkk imbecil”, ele provoca numa publicação do dia 22 de janeiro de 2019. O nome de Gilnei não é expressamente mencionado nas publicações.
Um dos posts registrados em ata. Imagem: reprodução/Facebook
A ligação registrada é do dia 8 de outubro de 2018. Quem atendeu foi a neta de Sergio, que passou o telefone para o avô. Durante 8 minutos e 51 segundos, Gilnei recitou postagens de Facebook, fez menção à vez que teria ajudado a esposa de Sergio, que estaria passando mal, e cobrou respeito e gratidão dos vizinhos, além de uma retratação pública. Confira alguns trechos da conversa:
Gilnei: Sergio, esses dias tava olhando, assim na…. na rede social e aí eu vi uns ‘posts’ teus a respeito de mim e da minha família… assim Sergio: família?! Gilnei: não, família sim. Aí eu queria entender por quê… por exemplo, aqui uma: “aqui jaz a sanidade humana” Sergio: é… aqui jaz… com relação a isso aqui… Gilnei: tá, mas eu acho que assim… acho que você tá falando de mim, da minha esposa, dos meus filhos…. Sergio: não tô falando de você, Gil, tô falando de todos que assumem determinada opção política. (…) Gilnei: pois é, mas o o que que tu, o que que assim, Sergio…. assim, me desculpa, o que que tu tem na tua cabeça, cara??? Sergio: assim… é o seguinte Gilnei: eu te desrespeitei? Sergio: não, de jeito nenhum… Gilnei: eu alguma vez te falei: ah você é um pão com mortadela… você é um comunista safado? Sergio: isso pra mim não é agressão…
Quanto ao processo mencionado por Gilnei, apurei que de fato foi aberto e arquivado porque os prazos e formalidades legais não foram respeitados pelo próprio autor. Não tive acesso ao conteúdo da denúncia, já que correu em segredo de justiça, a pedido de Gilnei.
Perguntei ao advogado de Sergio sobre esse processo. Ele me respondeu: “Se ele fizesse acusações efetivamente sérias, teria dado outro tratamento na justiça. Fazer boletim de ocorrência qualquer um faz, mas bancar um processo até o final, isso não é pra qualquer um.”
Felipe ainda pontuou que condutas difamatórias não justificam a agressão perpetrada por um policial contra um idoso: “Então, discussões políticas de rede social se respondem com agressão violenta? Me parece que não.”
A entrevista com Gilnei foi curta. Antes de desligar, ele me disse: “Tá, Jéssica, mas assim, volto a te dizer: eu não autorizo a divulgação do meu nome. Por favor, senão nós vamos ter outro problema. Eu não quero ter outro problema”. Em seguida, ele me pediu, via WhatsApp, para retornar a ligação, então me perguntou se eu estava falando de um telefone pessoal e qual era a minha função no jornal
Apesar do pedido, em conversa com a edição, optamos por não ocultar o nome por três razões: não há impedimento legal; a informação é de interesse público, uma vez que Gilnei ocupa um cargo na segurança pública; e mencionar apenas o nome de Sergio nos pareceu bastante desequilibrado.
“Processo de intimidação”
O caso chegou à Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), que decidiu, por unanimidade, acionar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A nossa preocupação é que casos como esse venham a se repetir se não forem tomadas providências”, afirma o deputado Tadeu Veneri, presidente da Comissão.
“No relatório que fizemos há um pedido de providência com relação ao tratamento que foi dado pela Polícia Civil e também pela Polícia Militar, porque houve um isolamento do Sergio, que é o reclamante, durante o período em que ele faria o depoimento. Depois apareceu uma faca – e o Sergio diz que essa faca foi trazida por dois policiais e uma policial do COPE”, detalha Veneri.
“Os policiais civis e do COPE tiveram acesso à sala onde Sergio estava aguardando, inclusive o próprio policial que o agrediu, uma coisa absolutamente fora de contexto, né? Se você foi agredido por alguém, imagine estar numa sala e de repente chegar o agressor, tomar café, bater papo com todo mundo, depois chegarem mais amigos do agressor… É óbvio que tudo isso aí é um processo de intimidação”, opina. “A OAB também será acionada porque em certo momento o advogado do Sergio foi impedido de acompanhá-lo, coisa que é prerrogativa do advogado.”
O deputado ainda questiona a presença do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) durante o atendimento da ocorrência. “É claro que nos interessa saber qual é a posição do secretário de segurança sobre isso. Não é possível que a corporação faça uma cobertura do caso como se fosse uma agressão à própria corporação. Primeiro: a briga aconteceu num período em que o policial não estava em horário de trabalho. Segundo: foi entre duas pessoas sem que houvesse interferência de uma terceira. Terceiro: nós entendemos que agressões como essa têm que responder civilmente.”
O Ministério Público do Paraná informou que o caso “não é exatamente área de atribuição do Gaeco”, mas confirmou que recebeu as informações sobre o fato. A Polícia Civil do Paraná acrescentou que “administrativamente, a petição da defesa do noticiado chegou na Corregedoria-Geral no dia 10 de junho”. Desta forma, “a investigação preliminar está em tramitação na Corregedoria de Assuntos Internos.”
4 comentários sobre “Em briga por política, policial bolsonarista espanca professor e é registrado como vítima no B.O.”
Abominável a atitude do policial. Conheço o Prof. Sérgio há muitos anos e se há algo que posso afirmar com absoluta segurança é que ele não é uma pessoa violenta e jamais tentaria agredir alguém com faca, principalmente tratando- se de diferenças de pontos de vista em relação á politica
Põe a arma na mão de uma pessoa desqualificada como essa, despreparada, e é isso o que dá. Como passou em um exame psicotécnico? Imagine o que não deve ser da família desse cidadão de bem, o que não deve passar. Muito bom exemplo de policial… xerox mal feita e depauperada do ídolo dele.
Sobre a reforma da polícia, o jornalista Luis Nassif afirma que, no caso do Brasil, é a desmilitarização da Polícia Militar. “Perderam o controle. O que você tem, hoje, são gangues armadas que matam sem pestanejar. E uma justiça militar que preserva essas pessoas. E um Ministro da Justiça (Sergio Moro) com excludente de licitude. Dois governadores que, quando assumiram, promoveram a violência”.
“O que está acontecendo: essa social democracia que surge, eles vão de acordo com as ondas do momento. Quando a onda era a violência de todo nível, a violência bolsonariana, todos caíam de cabeça (…) Uma lei penal que é um escárnio, que pega a rapaziada que trafica por falta de emprego e joga em presídios onde caem direto na dependência das organizações criminosas, os maiores alimentadores de organizações criminosas”.
“Toda uma indústria que se criou em torno disso, a indústria da privatização dos presídios (…) O usuário de drogas da zona sul do Rio é consumidor, e da periferia é traficante”
“Essas mortes reiteradas. Oito crianças mortas em um ano, gente. Não dá.
A Polícia Militar falhou, é uma instituição que fracassou”, diz Nassif. “Um dos pontos que vai separar civilização e barbárie é a postura de candidatos de partidos em torno dessa questão da polícia e desse código, dessa lei de drogas terrível que foi criada”, finaliza.
O policial militar Martel Alexandre del Colle integra o quadro da reserva desde outubro do ano passado, quando foi diagnosticado com depressão. No site Justificando, de conteúdo jurídico, ele mantém uma coluna, além de um canal no YouTube.
Em seus textos, a Polícia Militar é um tema recorrente, e ele não faz nenhuma questão de, digamos, amaciar para o lado dos colegas. Bate sem histrionismo, mas com firmeza. Em um de seus artigos, afirmou: “Um militar com uma formação política e ideológica estreita é um criminoso em potencial”.
Em outro, criticou o governador Ratinho Jr, que em dezembro de 2019 usou mil policiais para garantir que cidadãos não pudessem ter acesso a uma sessão da Assembleia Legislativa realizada na Ópera de Arame. A função dos agentes era garantir que deputados subservientes ficassem confortáveis para atropelar o regimento do próprio Legislativo estadual e aprovar a toque de caixa a reforma da previdência estadual.
“Eu acreditava que a Polícia Militar do Paraná era uma polícia de Estado, mas eu estava enganado”, escreveu Martel. “Ela é uma polícia do governo do estado. E isso faz toda a diferença. Uma polícia de Estado age seguindo as leis e age para prevenir crimes, para criar um ambiente de segurança. Uma polícia de Estado protege seus cidadãos e sempre age para causar o mínimo de dano aos seus cidadãos. Uma polícia de Estado age como mediadora de conflitos entre agentes do governo e cidadãos”, explicou.
“Já uma polícia de governo age para manter o poder do governo, mesmo que isso signifique burlar a lei e a Constituição. Uma polícia de governo cria estratégias para controlar o povo e não teme usar a violência para conseguir tal objetivo. Uma polícia de governo vê o povo como um incômodo, como um inimigo, como uma ameaça.”
É raríssimo encontrar alguém dentro da corporação militar com coragem suficiente para verbalizar o óbvio, com todas as letras. Isso porque coragem cobra um preço, sempre. Acusado de manchar a imagem da PM do Paraná por conta de seus artigos, Martel virou alvo de uma investigação interna e agora corre o risco de ser expulso.
A perseguição foi noticiada na semana passada, pelo portal Ponte Jornalismo.
De acordo com o coronel Eudes Camilo da Cruz, diretor de Pessoal da PM-PR: “O referido policial militar é acusado oficialmente de ter produzido diversos textos e um vídeo trazendo ao conhecimento público imputações graves contra a instituição Polícia Militar do Paraná, bem como, em desfavor de autoridades civis constituídas”.
A Polícia Militar do Paraná tem um longo e diverso histórico de abuso e truculência. Não precisa da ajuda de ninguém para manchar a própria reputação. Seria como repreender alguém por derrubar ketchup em um aterro sanitário.
Por exemplo: na semana passada, em Matinhos, a Polícia Militar do Paraná deslocou nada menos do que cinco viaturas para apreender dois ou três tambores na orla da Praia Brava. Os instrumentos estavam sendo usados pelas integrantes do coletivo Baque Mulher, que uma vez por semana faz ali ensaios musicais, normalmente no fim da manhã.
Um vídeo que circulou no Twitter e depois virou matéria aqui mesmo no Plural mostra o primeiro tenente Cavalli – ele mesmo fez questão de aproximar a identificação da câmera – arrancando furiosamente um dos tambores das mãos de uma das mulheres, numa cena que seria apenas ridícula se não fosse também grotesca. Depois, ele aparece empurrando com violência a mesma mulher pra dentro de uma viatura.
No vídeo, é possível ouvir claramente o xingamento “vadia”, embora não dê para afirmar da boca de quem ele veio – uma câmera de celular apenas é insuficiente para dar conta da diversidade de métodos que nossos policiais utilizam para coibir um perigoso maracatu.
Em O Super-Homem vai ao Supermercado, um clássico do novo jornalismo americano, Norman Mailer escreve sobre a polícia, por ocasião do cerco a Chicago durante a convenção do Partido Democrata de 1968: “O que mais abalou os delegados que assistiram ao ataque — melhor chamá-lo de massacre, porque foi súbito, total e sem provocação — da Michigan Avenue foi que ele revelou todo o espectro do que pode significar para a polícia tomar a sociedade a seu encargo. Nesse caso, ela pode se comportar não como uma força de promoção da lei e da ordem nem como uma força de repressão da desordem civil, mas como uma verdadeira força criminosa, caótica, dada ao improviso, indisciplinada e finalmente — quando excitada além de certo ponto — incontrolável”.
Incontrolável estava certamente o primeiro tenente Cavalli, que a certa altura do vídeo gravado na Praia Brava quis saber qual das mulheres o havia chamado de fascista. Alterado, com o tórax inflado, ele pergunta, ameaçadoramente:
Abominável a atitude do policial. Conheço o Prof. Sérgio há muitos anos e se há algo que posso afirmar com absoluta segurança é que ele não é uma pessoa violenta e jamais tentaria agredir alguém com faca, principalmente tratando- se de diferenças de pontos de vista em relação á politica
Ahammmm
Muito assustador! Sempre novas situações para intimidar quem não defende esse desgoverno.
Põe a arma na mão de uma pessoa desqualificada como essa, despreparada, e é isso o que dá. Como passou em um exame psicotécnico? Imagine o que não deve ser da família desse cidadão de bem, o que não deve passar. Muito bom exemplo de policial… xerox mal feita e depauperada do ídolo dele.