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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

24
Dez22

Os comedores de ouro: Reflexões pré-natalinas

Talis Andrade

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por Marcia Tiburi

- - -

O Natal está chegando e ninguém que tenha vergonha e senso de comunidade comerá sua ceia, caso tenha a chance de ter uma, sem vergonha e sem lembrar dos recentes comedores de ouro.

Em meio à Copa do Mundo ocorrida no Catar, a cena chocou muita gente. Um grupo de jogadores convidados por um ex-jogador chamado Ronaldo, alcunhado de “o fenômeno”, foram a um restaurante de carnes onde se serve um bife salpicado de ouro. Houve quem tenha interpretado a cena à luz do neoliberalismo dizendo que eles tinham o direito de comer o que podiam pagar, outros acharam que jogadores brasileiros comendo um bife pelo qual se paga milhares de reais enquanto o Brasil volta ao mapa da fome, era algo absolutamente indigesto.

Ninguém se preocupou com a « politica sexual da carne », que não é um assunto menor, sobre o qual falarei em outro momento. Por enquanto, saibamos apenas que o show era também de horrores machistas e patriarcais. O frisson do futebol é parte essencial do culto patriarcal do macho.

A derrota combinou muito com a seleção atual e o capitalismo esportivo e recreativo como moral da história.

De outro lado, a indústria cultural da alimentação tenta escamotear a desigualdade de classes inventando falsas democracias alimentares como o McDonalds (lixo consumível para todos), enquanto a resistência se faz vegana, vegetariana ou se volta à agricultura agroecológica.

Enquanto o capitalismo segue em seu exercício de dominação amparado pelo patriarcado monoteísta em sua pose de “dominação e devoração da carne” sobre os corpos e seus órgãos, sem jamais esquecer o estômago, o universo gourmet na era do espetáculo, acrescenta a ostentação ao cardápio deixando evidente que vivemos uma luta de classes, na qual os ricos estão em guerra contra os pobres que, perplexos e lançados no estupor diante de imagens humilhantes, seguem hipnotizados para o abatedouro.

No espirito do Natal, gostaria de sugerir as seguintes imagens:

As ilustrações abaixo referem-se à auri sacra fames, a execrável fome de ouro de que falava Virgilio na Eneida e que Max Weber chamou de “pulsão pecuniária”.

Na primeira imagem, Waman Poma de Ayala, cronista inca do século XVI, mostra um Inca perguntando a um espanhol: “Esse ouro, comes?” E o espanhol responde: “Sim, esse ouro comemos”. A filósofa boliviana Silvia Cusicanqui, atribui a derrota vivida por milhares de Incas a um exército de menos de 150 homens espanhóis a cavalo, ao estado de estupor no qual os indígenas foram deixados diante desses seres, os colonizadores, que não comiam alimentos humanos.

natal

 

A segunda se chama “CEOs ou Os comedores de Ouro I” e faz parte do que podemos chamar de « Surrealismo Capitalista ».

 

natal

 

 A terceira “Alegoria da América ou Os comedores de Ouro 2”, sendo, este último, uma releitura da obra Conquista da América, (em Nova Reperta, c. 1600, Gravura de Philips Galle, 27 x 20 cm, The Metropolitan Museum of Art). Ambas são obras da autora desse artigo que nos últimos anos acabou se tornando artista plástica.

 

natal2

 

12
Jan22

LIMBO

Talis Andrade

por Talis Andradepintores mais famosos do mundo dali

 

Pelo tempo infinito

eu permaneça

protegido

das águas escumantes

que incharam o corpo

do poeta Shelley

das águas viscosas

venosas

que apodreceram

Tchaikovsky

 

Protegido permaneça

da sina de Pilatos

morto

afogado

em invisível taça

de vinho morno

com gosto

de chumbo

e posca

 

Protegido das chamas

que consomem as almas sebosas

dos possuídos por Lúcifer

os filhos da perversidade

os governantes corruptos

os legisladores vendidos

os juízes iníquos

os escravocratas

que submetem o povo

na fome e no afogo

os que transformam o mundo

em uma cavidade tenebrosa

- - -

Publicado in Palavras de Ateop, editado pelo jornalista, romancista e poeta Rafael Rocha. Ilustração O Sono, Dalí

 

29
Dez21

A mulher e o amor na poesia e pintura de Rafael Rocha

Talis Andrade

Nenhuma descrição de foto disponível.

Ninfeta em cismas, pintura de Rafael Rocha

Nenhuma descrição de foto disponível.

BELEZA

No dia em que eu beijar a boca da beleza 
o rio da terra trará forte correnteza 
com enormes ondas indo ao estuário. 
E eu e ela estaremos lado a lado 
no cio úmido e gostoso do pecado: 
– Dois peixes fazendo amor em um aquário! 

Direi: – Adorada, sou um desordeiro 
vindo em maléfico corcel, eu, cavaleiro 
desejo usufruir dos teus lauréis! 
Ela dirá: – Que seja assim e tanto! 
Cubra meu corpo com esse acalanto 
e pinte nele com todos teus pincéis! 

Nesses lisérgicos e sativos delírios 
vi as rosas se transformando em lírios 
como tentando enfeitar ventres ateus. 
E ela, rindo, trouxe à luz a zombaria. 
Entre trejeitos eróticos, dizia: 
– Tente ao menos rezar para algum deus! 

Após capturar o seu beijo de beleza 
o rio deixou de fluir em correnteza 
e de fazer ondas no vasto oceano. 
O dia trouxe um sol à ampla festa 
e na noite quente uma orquestra 
tocou aquele inesquecível tango. 

Ei-la: a musa mais que amada 
a deslizar voando como uma fada 
dentro e fora das minhas realidades. 
Mulher e amante! A deusa de meus dias! 
Criadora de intensas fantasias! 
Ventre macio onde sorvo umidades!

19
Ago21

Charges críticas de Gilmar despertam a esperança em um futuro melhor

Talis Andrade

Gilmar Machado no Twitter
 
Quase 85 milhões de pessoas no Brasil convivem, no mínimo, com a incerteza sobre o acesso a comida.Image
Carne, gasolina, luz... Tem muita gente assustada com os preços de itens básicos, que seguem crescendo. Enquanto isso, o presidente genocida segue em campanha eleitoral achando que vai se reeleger.
 
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Alexandre Garcia e Augusto Nunes. Não é burrice ou transtorno mental, é preço e cumplicidade.
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Val Gomes entrevista Gilmar Machado

O cartunista/chargista Gilmar Machado Barbosa acredita na força da arte, aliada à comunicação social, para fazer com que os leitores reflitam mais sobre a realidade e exerçam sua cidadania em busca dos direitos e da liberdade. Nesta entrevista à Rádio Peão Brasil, Gilmar fala também da necessidade de organização da categoria e da valorização dos cartuns e charges. “Não é hobby, é um trabalho que precisa ser respeitado e bem remunerado”.

 

Val Gomes Rádio Peão Brasil – O cenário atual para a classe trabalhadora e o movimento sindical é difícil e desafiador. Você busca em teus trabalhos refletir sobre este momento de que forma: com mais humor ou mais crítica?

Gilmar Machado – Certamente com menos humor. Se alguém rir com minhas charges recentes ficarei com um grande ponto de exclamação na cabeça. A situação é crítica, vivemos momentos de retrocesso e incertezas. Já fiz humor pelo humor. Hoje, diante da situação em que o País vive, faço charges críticas e reflexivas, retratando não só a dureza dos fatos, mas também um respiro de esperança. É o que estamos precisando no momento.

 

RPB – As entidades sindicais representativas e atuantes investem em departamentos de imprensa sindical, na produção de jornais, boletins, páginas na Internet e redes sociais. Nestes materiais, as charges, as ilustrações e os cartuns costumam tornar a leitura mais agradável. Por que este fenômeno ocorre? O que torna um desenho forte, expressivo e chamativo?

Gilmar – A charge, ilustração e a tirinha são muito objetivas e diretas pela forma gráfica. Faz uma ponte até o texto. Muitas vezes a charge por si só já passa a informação e, além disto, provoca o leitor a refletir e se indignar. É uma poderosa ferramenta de comunicação entre o Sindicato e trabalhador. O dirigente que tem esta visão e usa este trabalho certamente tem uma melhor comunicação com a sua base.

 

RPB – Além dos ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora, há no País uma “onda” conservadora contrária aos avanços da democracia e à liberdade, inclusive artística. São realmente preocupantes estes sinais de autoritarismo e intolerância? O que devemos fazer para impedir os retrocessos?

Gilmar – Há uma artilharia pesada contra todos os avanços sociais e culturais. E as armas são estas mesmo: lutar, mobilizar e ir pra rua. Os movimentos sociais e culturais têm um papel fundamental nisto. Apesar de toda esta situação crítica, já não somos tão passivos, estamos aprendendo a ir pra rua e exigir o que nos é de direito.

 

RPB – Os chargistas e cartunistas são uma categoria unida e atuante ou precisam estar mais bem organizados?

Gilmar – É uma categoria que tem muita dificuldade de organização por conta da sua característica de trabalho muito isolada. Nosso trabalho é muito individual e solitário. Existem tentativas de organização como entidade, mas é muito frágil, sem sustentabilidade.

 

RPB – Quais as principais reivindicações de um chargista/cartunista no Brasil e em quais países a categoria está mais consolidada em direitos autorais e economicamente?

Gilmar – Eu vi muitos jornais e revistas morrerem, nossas principais fontes de trabalho. O mercado editorial impresso vive esta crise também por conta da metamorfose dos meios de comunicação. Estamos lutando para nos adequar e sobreviver às novas mídias virtuais e as reivindicações são as mesmas de sempre: reconhecimento profissional e remuneração decente. Muitos acham ainda que é um trabalho de hobby, que as imagens não têm direitos autorais, que aperta um botão e tá pronto, que porque está na Internet pode usar e alterar livremente, que apenas o crédito já é pagamento. Obviamente que na Europa, onde se tem uma valorização cultural muito maior, o trato com este tipo de profissional/artista é bem diferente.

 

RPB – Que trabalho atual teu você gostaria que os leitores vissem e por que ele é significativo?

Gilmar – Tenho explorado atualmente a figura da criança nas charges como forma de despertar a esperança e acreditarmos que um futuro melhor é possível.

Sobre Gilmar Machado

Gilmar Machado começou na imprensa sindical nos anos 1990 no Grande ABC, trabalhando nesta época para a maioria dos sindicatos. Depois migrou para a chamada “grande imprensa”, fazendo tiras diárias para o então Diário Popular. Faz charges e tiras para a Força Sindical e para o site Rádio Peão Brasil. Tem trabalhos publicados na Folha de S.Paulo, Diário de S.Paulo, Diário do Grande ABC, Jornal do Brasil, A Cidade, Tribuna de Vitória, Diário da Região, O Pasquim21, Jornal Vida Econômica de Portugal e Humor UOL e para as editoras FTD, Paulinas, Senac, Moderna, Abril e Globo.

É autor de livros de tiras/quadrinhos, entre eles: “Mistifório”, pela Editora Boitatá, com apoio cultural da Força Sindical e do Centro de Memória Sindical. Recebeu o prêmio HQ MIX de melhor cartunista brasileiro, e em 2006, conquistou o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Acompanhe o trabalho do cartunista: Blog do Gilmar  Instagram Cartunista das Cavernas

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30
Ago18

Flávio Tavares pinta O Golpe

Talis Andrade

Artista paraibano coloca na tela os principais personagens do fim da nossa democracia

 

por Vinicius Souza

Jornalistas Livres

___

 

flavio tavares tela.jpg

 

Quer que desenhe como foi (e tem sido) o golpe de estado que tirou do poder uma presidenta que não cometeu crime algum e agora tenta impedir a eleição do maior líder popular da nossa história? O artista paraibano Flávio Tavares fez isso numa verdadeira obra de arte. Observe a cena toda e os detalhes nas fotos abaixo. E veja Aqui o artista explicando sua obra.

 

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29
Ago18

Flávio Tavares eterniza a tragédia do golpe em tela de três metros

Talis Andrade


Artista plástico paraibano expõe "Brasil, O Golpe: A Ópera do fim do mundo”

 

tela flávio tavares.jpg

 

 

por Cida Alves


Brasil de Fato | Quantas vezes a realidade é mais pitoresca ou terrificante que os sonhos e a fantasia? À pergunta que atravessa séculos, cabe aos artistas, que catalisam as tragédias humanas e as apresentam pelo seu próprio prisma.

 

Flávio Tavares, artista plástico paraibano, expôs no Sesc em João Pessoa (dia 27), um painel em óleo sobre tela, de três metros, contando a tragédia brasileira que culminou no Golpe e seus desdobramentos. Segundo o pintor “é uma carnavalização da linguagem gráfica, aonde eu pego todo o momento, o que eu senti pelo assassinato de Marielle, com essa figura bebendo água, greco-romana, no Rio Lete, o Rio do Esquecimento, e que tem o Hades, quer dizer o inferno grego da Divina Comédia, com Caronte no barco, e a luz ainda iluminando essa sessão de tortura da Dilma.”

 

flavio tavares.jpg

 O artista e sua obra 

 

Ele ressalta que a tortura da ex-presidente, na sua juventude, foi esquecida, assim como a morte da vereadora Marielle Franco já está caindo no Rio do Esquecimento. Alguns outros seres que habitam as mitologias, a sereia, o pássaro vermelho sendo ameaçado pelo que parece um Leviatã, tantas vezes evocado por Castro Alves no poema Navio Negreiro, também compõem um relato onírico da obra.

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Parte da tela quando o pintor retrata a ex-presidente Dilma e Marielle Franco / Paula Adissi

 

O painel tem algumas cenas importantes que se isolam e dialogam entre si. Em formato piramidal, na sua base temos O Banquete dos Poderosos, com a presença de Temer e várias figuras do judiciário, em especial o juiz Sérgio Moro se banqueteando avidamente, enquanto várias pessoas, miseráveis, esperam migalhas embaixo da mesa. Em pé, uma mulher negra servindo uma senhora fidalga, representando a elite brasileira, branca e impiedosa. Flávio destaca que o tema do painel é a injustiça “e os tantos tropeços que o Brasil tem dado em nome de um processo que eles estão chamando de Democracia, mas a gente vê que há uma transição forte ainda a se vivenciar para a gente ver isso acontecer.”

 

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Cena da obra quando é retratado o Superior Tribunal de Federal e seu papel no golpe / Paula Adissi

 

Vários anos atuando como chargista político delineiam a sua crítica política à atual história brasileira, profundamente marcada pela herança escravocrata, dramática e carnavalesca ao mesmo tempo: “eu procurei fazer uma coisa meio felliniana, meio circense, para não cair numa tragédia, porque realmente o ambiente que eu vivo é onde o humor suplanta o choro.”

 

Acima, ao centro da pirâmide, representando o poder em cima do povo, vemos a ama de leite segurando uma criança loura, e ao lado, a fera que ainda habita o Brasil. “Esse preconceito de raça e classe, esse ódio que se tem do povo, e essa representação aqui, tão bonitinha para quem gosta de Monarquia, mas extremamente perversa no mundo inteiro”, reflete o artista.

 

Logo atrás da ama de leite, nas sombras, como um sopro gelado da história, o pano de fundo da tragédia, vemos os traços de um pelourinho, uma pessoa amarrada a um poste. Flávio denuncia, no entanto, que isso aconteceu no Rio de Janeiro há pouco tempo. Destaque para o guardador de rebanhos ao lado esquerdo, que, serenamente, contempla a pomba da paz. “É a luta que estamos travando junto à ONU para soltar o Lula. Ao lado dele está o povo e os carneiros, é o guardador de rebanhos, O Peregrino.”

 

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Lula é retratado por Flávio Tavares como um pastor de ovelhas, "um peregrino" / Paula Adissi

 

 

Um personagem que pode passar desapercebido, mas que, no meio das centenas de referências, do fabulário nordestino aos clássicos ocidentais, bem no meio de todo o delírio dantesco, percebemos a (oni)presença da Casa Grande. Casa colonial, na sobriedade e riqueza do passado dos homens brancos e donos das almas. Um passado tão remanescente, às vezes até mais sofisticado, porém, perpetuando a história das atrocidades.

 

O pintor Flávio Tavares tem mais de 50 anos de carreira, já expôs em vários estados brasileiros e diversos países pelo mundo. Na ocasião da vernissage do painel sobre o Golpe, houve o lançamento do livro ‘A Linha do Sonho’, do Sesc Paraíba com várias de suas obras.

 

Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no Sesc Cabo Branco, que fica na Avenida Cabo Branco, 2788, Cabo Branco, na capital João Pessoa; ou pelo telefone (83) 3219-3400.

 

 

 

 

30
Abr18

ARTES PLÁSTICAS As mil artimanhas de Rubens Matuck

Talis Andrade

O Brasil está repleto de uma desconhecida gente genial. O jornal EL País, da Espanha, apresenta o artista Rubens Matuck.

 

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"Quando o assunto é o artista Rubens Matuck, dizer que ele é múltiplo não é um lugar-comum, mas uma constatação das mais honestas. Há o Matuck ilustrador, cartunista, autor de livros infantis, escultor, pintor, ambientalista, profundo conhecedor da fauna e flora brasileira e por aí vai. Aos 66 anos, a produção deste artista paulistano, formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Paulo (FAU-USP), é extremamente profícua e espanta e desnorteia", apresenta André de Oliveira. 

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Aquarela extraída de um dos cadernos de viagem do artista RUBENS MATUCK

 

O Brasil é o país das nulidades celebradas pela imprensa vendida e entreguista, do pensamento único consagrado pelo monopólio da TV Globo. 

 

Explico a dominação da cultura, o colonialismo, com a minha teoria do um. São permitidos um poeta (Castro Alves), um romancista (Machado de Assis), um compositor (Villa-Lobos) , um pintor (talvez Portinari), um escultor (o pódio permanece vago)

 

 

 

 

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