O jornalista fez referência às declarações de Bolsonaro sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira, do jornalista Dom Phillips e sobre a Amazônia
247- Em suacolunapublicada no jornal Folha de S.Paulo, Janio de Freitas critica as declarações de Jair Bolsonaro (PL), nos Estados Unidos, sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. "Seria mais um ridículo risível, não houvesse tanto a deplorar desse encontro de mentiras, cinismo e rebaixamento moral e político do Brasil por Bolsonaro", continua.
De acordo com o jornalista, as frases de Bolsonaro "insultam, debocham dos que denunciam, perdem empregos, se arriscam em luta na defesa da Amazônia". "Dessa obra-prima da natureza, entregue por Bolsonaro e pelos militares bolsonaristas à sanha das milícias de garimpeiros e madeireiros ilegais, saqueando e contrabandeando riquezas em reservas indígenas e em terras da União. Livres e impuníveis para matar, para estuprar e escravizar mulheres indígenas, para sequestrar e eliminar curumins", diz o colunista.
O jornalista afirma também que "Bruno Araújo Pereira fez entrega à Polícia Federal e ao Ministério Público de informações sobre comprometidos com assassinatos e explorações ilegais, entre eles Amarildo Oliveira e um tio seu". "Tudo sugere que a denúncia e seu autor foram informados aos denunciados. Daí surgiria um encontro deles com Dom e Phillips, ao qual o tio faltou. Uma cilada, então. Da qual Amarildo saiu em perseguição de lancha ao indigenista e ao jornalista, logo depois desaparecidos. Vazamentos desse tipo não ocorrem sem motivação interessada. Como e quem passou a informação deveria ser investigado. É sugestivo que não o seja", complementa.
Distopia Brazil
@Douglas86736732
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Cada parlamentar que se omitiu diante dos 143 Pedidos de Impeachment do Bolsonaro também tem sangue nas mãos Sangue de Dom Philips e Bruno Pereira. E Sangue dos mais de 660.000 Mortos Vítimas da COVID 19
Uma das caraterísticas mais notáveis de Jair Messias é sua capacidade esplendorosa de escolher o que há de mais abjeto para compor o governo do pior presidente da história da República.
Pois agora ele conseguiu o que parecia impossível: nomeou, para o ministério de Minas e Energia, uma aberração ainda mais aberrante que Abraham Weintraub, aquele que foi ministro da Educação – sim, Educação! – e comete erros de concordância quando fala e de ortografia quando escreve.
Trata-se de um fulano chamado Adolfo Sachsida, até agora um ilustre desconhecido (a não ser pelos seguidores de suas “aulas” nas redes sociais, que aliás não foram muitos) que fazia parte, claro, da equipe de outra aberração chamada Paulo Guedes.
À diferença de Weintraub, Sachsida gosta de parecer firme e sereno enquanto dispara estupidezes a granel em lotes robustos.
Além de seguir a linha de Jair Messias no que se refere à posições ideológicas e de Guedes na economia, Sachsida se revela um racista, machista, sexista.
Com serenidade atordoante diz que é natural que homens tenham salários maiores que as mulheres porque elas têm filhos e trabalham menos. Defende que não cabe legislar sobre salários iguais também para brancos e negros: quem deveria resolver essa questão é o mercado.
Diz que discriminar é pura e simplesmente escolher. Portanto, cada um tem o direito de escolher se gosta ou não de brancos ou negros, e por aí vai.
O auge da maluquice do novo ministro vai ainda mais longe.
A exemplo de muitos dos seguidores de Jair Messias, chega a dizer que o sanguinário Augusto Pinochet era “ambíguo”: do ponto de vista político, era de esquerda. E do ponto de vista econômico, um liberal.
E, como sabemos todos ou ao menos deveríamos saber, Adolf Hitler era socialista. Afinal, seu partido de chamava Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Um antecessor, portanto, do PT e de Lula.
Seria apenas ridículo se não fosse grotesco. Um retrato exato do grau de estupidez de Jair Messias e do bando que gira ao seu redor.
A propósito do pior presidente da história brasileira: a maneira como ele defenestrou o almirante da reserva Bento Albuquerque do ministério de Minas e Energia mostra que o tenente que só virou capitão quando passou para a reserva para escapar da expulsão do Exército é um ressentido sem remédio. Todos os altos oficiais catapultados do governo saíram em situação humilhante. E os que continuam lá, especialmente o trio Braga Netto, Ramos e Augusto Heleno, são da pior laia possível.
A primeira manifestação de Adolfo Sachsida, novo ministro de Minas e Energia, era aguardada com enorme expectativa. Esperava-se que o substituto do almirante Bento Albuquerque dissesse meia dúzia de palavras sobre dois temas: a política de preços da Petrobras e a trama do centrão para destinar R$ 100 bilhões do pré-sal à construção de uma rede de gasodutos que se ajusta às conveniências do empresário Carlos Suarez. Sachsida preferiu contar duas anedotas.
O novo ministro convidou os jornalistas para anunciar o que chamou de "primeiro ato". E contou duas piadas. Numa, disse que será incluída no programa de privatização do governo a PPSA, estatal criada para explorar o pré-sal. Noutra anedota, disse ter encomendado estudos para privatizar também a Petrobras. Tudo isso a cinco meses da eleição e a sete meses do final do mandato. Sachsida desceu do palco sem responder a perguntas. Antes, esclareceu que suas anedotas são 100% avalizadas por Bolsonaro.
Ex-chefe de Sachsida, o ministro Paulo Guedes, da Economia, prometeu arrecadar R$ 1 trilhão com a venda de estatais no primeiro ano da gestão Bolsonaro. Não privatizou nenhuma empresa. O governo havia fixado esta sexta-feira, 13 de maio, como data-limite para a venda da Eletrobras. Isso não vai ocorrer. O processo está travado no Tribunal de Contas da União.
Ao fazer graça com privatizações sem dizer coisa nenhuma sobre os planos do governo para frear os reajustes dos combustíveis, Sachsida deixou Bolsonaro com a dos vira-latas de antigamente, que corriam atrás de carros na rua. Latiam como se desejassem morder os pneus. A diferença no caso de Bolsonaro é que ele corre atrás de um carro parado. Passa a mesma impressão de que vai trucidar a estatal a cada novo aumento dos combustíveis. Mas acaba mordendo apenas o próprio rabo. Neste último surto, o capitão trocou um almirante por um comediante.
247 -Elio Gaspari, em sua coluna naFolha de S.Paulo, alertou para o risco de o Brasil passar em outubro, nas eleições, por uma forte crise institucional.
A sugestão de Jair Bolsonaro de criar um sistema de contagem paralelo dos votos pelas Forças Armadas e a insistência do chefe de governo em duvidar do processo eleitoral, aponta o jornalista, geram uma tensão como a de dezembro 1968.
"Na crise de 1968, o jogo estava jogado. O deputado Márcio Moreira Alves havia feito na Câmara um discurso considerado ofensivo por militares. (Conspirava-se no Gabinete Militar da Presidência com o ministro da Justiça, mas essa era outra história.)
O senador Daniel Krieger, presidente do partido do governo e seu líder na Casa, mostrou ao presidente Costa e Silva que o pedido de licença para suspender seu mandato seria rejeitado. Deu no que deu".
"A noite do Ato Institucional nº 5 durou 20 anos. Passou o tempo e um dos participantes da reunião em que se proclamou a ditadura em nome da preservação da democracia contaria: 'Naquela época do AI-5 havia muita tensão, mas no fundo era tudo teatro. Havia as passeatas, havia descontentamento militar, mas havia sobretudo teatro. Era um teatro para levar ao Ato'", escreveu.
É importante entender a dimensão do jogo político envolvido nas próximas eleições.
O Brasil está no epicentro de uma disputa política mundial, conduzida, de um lado, por uma coalizão de oligarcas, que denominaremos aqui, genericamente, de globalismo; do outro, pelos instrumentos civilizatórios do período anterior, órgãos multilaterais, instituições de Estado e movimentos de direitos humanos que a ultradireita internacional batizou de globalismo de esquerda..
Vamos por partes.
Etapa 1 da financeirização
Iniciada nos anos 70, o longo período da financeirização mundial repetiu, com impressionante semelhança, o ocorrido um século antes.
Primeiro, houve o advento de novas teorias econômicas, propondo a desregulamentação de mercados e o livre fluxo de capitais. Em ambos os casos, a teoria vendia falsas promessas: a de que, tratando bem o capital, ele transbordaria dos grandes centros para a periferia, trazendo prosperidade geral.
Desde o início da financeirização – nos anos 70 -, desregulamentação de mercados, controle das autoridades monetárias pelo mercado, novas tecnologias, bolhas especulativas permitiram enorme concentração da riqueza e perspectivas de grandes negócios com serviços públicos.
No século 19, esses negócios se concentravam nas ferrovias, navegação, iluminação pública. No século 21, nas grandes privatizações e na exploração dos mercados de energia, saúde e seguridade. E, em ambos os casos, uma ampla corrupção dos atores públicos, partidos políticos, Executivo e Judiciário, como sucedeu com o próprio Rui Barbosa, primeiro Ministro da Fazenda da República.
Na primeira fase, o discurso neoliberal tornou-se hegemônico, facilitando o trabalho de desmonte dos Estados de bem estar social, e provocando a explosão de grandes bolhas especulativas.
O passo seguinte foi a aliança global das oligarquias de vários países, alavancadas pelo sistema financeiro internacional. E, internamente, os capitais nacionais associados às grandes bancas globais.
As pontas de lança do discurso neoliberal
Recomendo a leitura do livro “Democracia na Periferia Capitalista”, do cientista político Luiz Felipe Miguel. Ele traça um bom roteiro das diversas interpretações sobre a crise das democracias depois de 2008.
As ideologias se constroem assim:
De início, teorias destinadas a dar substância teórica aos interesses do capital. Esse movimento se dá cooptando acadêmicos e usando a mídia para invisibilizar a crítica.
A partir daí, um conjunto de bordões que entram no dia-a-dia da mídia e passam a ser utilizados corriqueiramente por jornalistas ou acadêmicos propagandistas, infiltrando-se por todos os poros da opinião pública.
Alguns deles:
A retirada de direitos tornará a economia mais eficiente e, com isso, todos ganham, inclusive os que perderam os direitos.
Em qualquer hipótese, uma empresa privada é superior à empresa pública. Nem se cuida de analisar características e objetivos de cada uma.
Toda medida que beneficia o mercado é virtuosa. Jamais analisam externalidades negativas ou positivas.
Qualquer medida em benefício da população é populismo ou é “medida eleitoreira”.
Há um desprezo por qualquer gestor que não pertença aos círculos do mercado, como se a política exigisse personagens iluminados e como se as medidas em favor do mercado obedecessem a princípios científicos.
A análise de desempenho de empresas públicas fica restrita à sua capacidade de distribuir dividendos aos acionistas, ignorando por completo seus compromissos sociais, de atendimento a metas, interesses nacionais e de reinvestimento.
Uma empresa que não reinveste lucro tem resultados melhores no balanço imediato, e compromete o futuro. Por aqui, quanto maior a distribuição de dividendos, menor a parcela de investimentos e maior o saque contra o futuro da própria empresa Mesmo assim, recebe os maiores elogios da mídia.
Se a “lição de casa” não produziu resultados, é porque foi insuficiente. Tem que radicalizar, inclusive para não jogar fora os sacrifícios já incorridos.
Etapa 2 da financeirização
A crise de 2008 representou o fim do modelo das democracias liberais com sua receita de bolo: um discurso ideológico consolidado, o desmonte dos Estados nacionais contra qualquer forma de direitos sociais. Com a crise, o jogo muda, cai o mote do eficientismo, deixando um legado de concentração de renda, de grandes tragédias migratórias.
E também oligarcas, os bilionários que passam a se articular para a preservação do seu poder mundial. No caso russo e ucraniano, bilionários mais rústicos; nos países ocidentais, bilionários mais refinados misturados com Véios da Havan da vida. Mas todos, igualmente, oligarcas.
Análise-se o caso brasileiro.
Jorge Paulo Lemann, dono de fundações de estímulo à educação e de renovação política. No governo FHC conseguiu o controle do mercado de cervejas, graças a um voto indecente de Gesner de Oliveira, presidente do CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico). No primeiro governo Lula, assumiu a Cemar (Centrais Elétricas do Maranhão), em uma manobra que nada ficava a dever a um oligarca russo. Agora, atua para privatizar a Eletrobras por valor ínfimo. Não despendeu um tostão na capitalização da empresa. Mas a mera privatização multiplicará por várias vezes o valor da sua participação.
Em uma das eleições, colocou um economista de confiança como assessor econômico do candidato Ciro Gomes, como condição para dar seu apoio. Tempos depois, colocou o assessor trabalhando diretamente com Antonio Pallocci, no governo Lula.
Daniel Dantas –graças ao apoio do governo Fernando Henrique Cardoso e cooptação de dirigentes de fundos de pensão, logrou o controle de várias estatais de telefonia privatizadas, sem precisar aportar capital. Depois disso, investiu em serviços públicos no Rio de Janeiro, em clubes de futebol e em fazendas na Amazônia.
André Esteves– no período Lula, participou de inúmeros empreendimentos gigantescos, como o Sete Brasil. Recentemente, venceu uma licitação viciada para a Zona Azul de São Paulo, levando de graça uma base de dados de 3,5 milhões de cartões de crédito.
Colocou um homem seu no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outro no Ministério da Economia. Paulo Guedes foi flagrado em uma live com um terminal da Bloomberg em sua sala, próprio para operações no mercado.
Sem contar os fora de linha, como Luciano Hang, o dono do Madero e outros, associados ao submundo empresarial da China.
Desde a crise de 2008, essa articulação de bilionários passou a buscar novas formas de garantir politicamente seus ganhos.
Etapa 3 – os pactos antidemocráticos
A ofensiva antidemocrática juntou globalmente dois grupos distintos: os oligarcas e a ultradireita.
Do lado dos oligarcas, montou-se a aliança tradicional que inclui a OCDE e o Departamento de Estado americano e, internamente, grupos de mídia nacionais.
Em ambos os casos, houve uma orquestração de impeachment atendendo a interesses globalistas.
Os EUA já tinham utilizado o poder do dólar como ferramenta geoeconômica, quando conseguiu impor à OCDE o primado da jurisdição americana sobre qualquer ato de corrupção que, de alguma maneira, fosse em dólares.
Em seguida, a OCDE lançou a campanha “no corruption”, que influenciou imediatamente o Ministério Público Federal brasileiro e passou a montar parcerias com países emergentes, visando impor a lógica americana nos judiciários locais. Os episódios mais ostensivos foram a Lava Jato, no Brasil, e a intervenção na Ucrânia em 2014. No caso da Ucrânia, a OCDE e o Departamento de Justiça dos EUA garantiram até prerrogativa de nomear juízes e ministros.
Na Ucrânia, o golpe foi precipitado por decisões pró-Rússia de um governo eleito; no Brasil, pela resistência da presidente em aderir ao “Ponte para o Futuro”, uma pauta globalista.
Em ambos os países, a mobilização popular contra o governo ocorreu com a participação direta das maiores redes de televisão. No caso do Brasil, a parceria com os oligarcas da Globo. Em troca, a Globo garantiu blindagem nas investigações que aconteciam nos EUA sobre a corrupção na FIFA, que tinha sua participação direta na compra de campeonatos. Uma das delações-chave foi a de J.Hawilla, principal parceiro da emissora na corrupção da FIFA e da CBF. Mesmo assim, o grupo saiu ileso.
Na Ucrânia, o principal promotor das manifestações foi uma rede de emissoras do oligarca Ihor Kolomoisky.
Em ambos os países, na fase inicial a transição política foi conduzida por políticos impopulares e mal-afamados, Michel Temer no Brasil, Petro Poroshenko na Ucrânia.
No momento seguinte, houve um processo de construção de “mitos” – Zelensky na Ucrânia, através da rede de emissoras de Kolomoisky – que simultaneamente financiou o grupo neonazista Batalhão Azov. Bolsonaro no Brasil – valendo-se das redes formais e das redes sociais.
Do lado da ultra direita houve a utilização intensiva das redes sociais e a constituição de milícias armadas de apoio direto aos presidentes.
Nos dois casos – Ucrânia e Brasil – o legado ultraliberal resultou no desmonte dos estados nacionais, queda significativa do PIB, manutenção de níveis elevados de corrupção.
Etapa 4 – a volta dos pactos regionais
Nos últimos anos, dois grandes eventos expuseram definitivamente o legado deletério do globalismo neoliberal: a pandemia do Covid-19 e o conflito Rússia-OTAN, seguido das sanções econômicas adotadas pelos Estados Unidos contra a Rússia.
A pandemia acelerou a desestruturação das cadeias globais de produção, trouxe de volta o conceito de segurança econômica nacional e jogaram em primeiro plano a questão da fome e da miséria. Já as sanções econômicas trouxeram um risco adicional para a manutenção do dólar como moeda global.
Etapa 5 – Brasil no epicentro da maior batalha global
A partir de agora, desenrola-se a, provavelmente, mais importante batalha mundial do ultraliberalismo. De um lado o liberalismo destruidor de estados e de direito. Do outro, a social-democracia redesenhada – formada pela social-democracia europeia e países da América Latina – empenhada na reconstrução dos estados nacionais e das instituições multilaterais.
Eleito Lula, haverá a necessidade de um pacto nacional onde não mais haverá o ganha-ganha dos dois primeiros governos. Será uma batalha titânica, sem espaços de mediação.
Não há uma instituição em condições de ancorar a transição.
A cobertura da guerra mostrou uma mídia brasileira que não absorveu em nada as lições da cobertura da Lava Jato. O período do jornalismo de esgoto afetou radicalmente uma geração inteira de chefes de redação. A renovação será lenta – se houver.
No plano político-partidário, nem a criação do instituto da federação de partidos logrou homogeneizar os projetos de país.
Lava Jato e impeachment contaminaram todos os poderes nacionais. No Judiciário há até questionamento de decisões do STF por tribunais relevantes, como o Tribunal de Justiça de São Paulo. O modelo de indicação de desembargadores impede completamente a renovação nos principais tribunais, submetidos a cartas marcadas que eternizam estruturas herdadas do período ditatorial.
Nas Forças Armadas, currículos dos tempos da ditadura, e jamais renovados, eternizaram gerações de militares sem nenhuma informação sobre as mudanças globais, ainda presos à guerra fria e à noção de defesa do “mundo livre”. E, agora, parte deles contaminada pela possibilidade de negócios abertos pela invasão da área pública por militares negociantes.
Ao mesmo tempo, o vírus do ultraliberalismo continua arraigado na opinião pública.
Paradoxalmente, toda essa dificuldade será o fator de aglutinação da renovação. O que estará em jogo não será um provável terceiro governo Lula, mas o próprio desafio de manter o Brasil como nação.
Falta de gov virou tragédia natural, chuva de santos juninos q erraram o mês. Quem constrói casa em local de risco simplesmente não quer ser morador de rua, sem teto e outras nefastas condições marginais, precárias, instáveis, de quem vive fora, à margem da sociedade
Andre Bernard
Como superar? De novo. Como não se angustiar? De novo. Como a gente recomeça? De novo. A sociedade civil faz o que pode, os governos farão?! Onde a gente tira forças? De novo. #chuvaspetropolis
Rosana fernandes
Bom dia!
Ednei Gomes
flaviahartmann
Bom dia, dia todas as vidas importam cuidem-se continuem usando máscaras Arte: Judith Ploberger
Martalene Nascimento
Natália Bonavides
Minha solidariedade às famílias das vítimas deste projeto genocida de governo.
Eles Poderiam Estar Vivos
Acabamos de tirar essa foto, em um viaduto na avenida Rebouças, em São Paulo. Mais uma vítima desse governo assassino. ELA PODERIA ESTAR VIVA!
Ela falou do movimento RPM, Raquel, Priscila e Marília, ou seja, especulações de como seria a chapa Raquel Lyra (Governadora), Priscila Krause (Vice) e Marília Arraes (Senadora). A deputada estadual disse que ainda não decidiu em que partido irá se filiar. Veja no Giro.
Harlen Carvalho
Lenio Luiz Streck
Manchete-bomba: AGU vai ao STF para defender Telegram! Pois! E ainda se diz que AGU é advocacia de Estado e não de governo! Tudo auto explicativo!
Por que raios um sujeito que já governou o Brasil por dois mandatos, e saiu do segundo com mais de 80% de aprovação, elegendo a sucessora, precisa de um "guru" na economia? A lógica indica que essa pessoa - que, além disso tudo, emergiu de 580 dias de cadeia para a liderança nas pesquisas - não precisa de gurus. Ou melhor, quem está mais para guru é ele mesmo, ao menos mais do que para seguidor.
A pressão de alguns setores, sobretudo da mídia, para que Lula revele logo o nome de seu futuro superministro da Economia - mais provavelmente, da Fazenda - só mostra que estão usando as ferramentas erradas para analisar as eleições de 2022, em tudo diferentes das de 2018, 2024, 2010, 2006 e, sobretudo, 2002, quando Lula se elegeu pela primeira vez.
Não temos mais no cenário, liderando as pesquisas, um desconhecido que precisa se explicar, ou apresentar cartas para acalmar o mercado e as elites, garantindo que não vai chutar o pau da barraca fiscal e nem dar calote na dívida. Isso ele já mostrou, na prática, que não faz - como não o fez em oito anos de governo, durante os quais o empresariado e o mercado passaram muito bem, obrigado.
Por razões políticas, não interessa a Lula, a nove meses da eleição, dar detalhes - que, ao que parece ainda nem tem - de seu programa de governo. Tem deixado claro que a embocadura será o social, que aposta no papel do investimento público para gerar emprego e crescimento, que vai revogar medidas liberais que, claramente, foram tomadas na hora errada - como o teto de gastos e a reforma trabalhista.
Tem, a seu favor, mudanças de foco que se verificam em outros países, como a Espanha, com sua iniciativa de mudar as regras trabalhistas, e até os Estados Unidos de Joe Biden, com seu inédito investimento de recursos públicos no bem estar da população. Mas daí a achar que Lula vai enveredar pela irresponsabilidade fiscal vai um longo caminho.
É só ouvir o que tem dito o próprio em todas as ocasiões em lembra os ensinamentos da mãe, D. Lindu, que todo mês controlava o orçamento familiar para não deixar ninguém gastar mais do que podia. Lula no governo foi assim e assim será, porque o pragmatismo está em sua essência.
Não existem dois Lulas nesta eleição - um Dr. Jeckill obediente às regras fiscais e um Mr. Hide radical de esquerda que vai tocar fogo no circo. Trata-se do mesmo sujeito que governou o país de 2003 a 2010, e distribuiu renda e melhorou a vida de milhões de brasileiros ao mesmo tempo em que obtinha superávits e acumulava alto nível de reservas.
A narrativa montada por setores do mercado e da mídia de que é preciso cautela com o petista e ver, antes de tudo, "qual Lula" assumirá em 2023 se vencer a eleição, é uma grossa mistificação. Uma tentativa de resgatar fantasmas e medos do passado para tentar tumultuar um novo cenário, quem sabe com o objetivo de ajudar personagens que, esses sim, representam a incerteza total, e não apenas em questões relacionadas à economia, mas à própria democracia.
Quem tem que se explicar, e botar de pé um programa de governo, é, por exemplo, Sergio Moro - que, até agora, muito acenou para as elites conservadoras repetindo clichês como "reformas"e etc, mas que não apresentou uma só proposta coerente com começo, meio e fim.
A barbárie durante a pandemia é tanta que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, instalada no Senado em abril do ano passado e batizada de CPI do Genocídio, indiciou Jair Bolsonaro, muitos capachos do governo e vários empresários inescrupulosos – como Luciano Hang, o “Véio da Havan”, e os sócios da Prevent Senior, onde “óbito também é alta” – por vários crimes previstos na legislação brasileira.
O presidente da República só não sofreu impeachment porque se aliou aos políticos pragmáticos do Centrão, cedendo cargos públicos e milhões de reais em emendas parlamentares. Concluído seu triste mandato, o fascista poderá ser preso por liderar a maior mortandade da história recente do Brasil. Ele ainda deverá ser julgado no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia/Holanda, por crimes contra a humanidade.
No cômputo geral, sua gestão na pandemia misturou incompetência gerencial, principalmente no período do general Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde; com genocídio premeditado, expresso na tese anticientífica da imunidade de rebanho via infecção; e com lucro macabro, escancarado nas tentativas de propina na compra da vacina indiana Covaxin ou na ação de planos de saúde, como a Prevent Senior e a Hapvida.
O negacionismo teimoso do presidente-capitão – que tratou o coronavírus como “gripezinha”, “histeria da mídia” e “coisa de maricas”, que serviu de garoto-propaganda de remédios ineficazes, como a cloroquina e a ivermectina, e que agiu contra o uso de máscaras e de medidas de isolamento social – só confirmou sua postura criminosa, sua opção pela necropolítica, sua falta de empatia com o sofrido povo brasileiro.
Desemprego, arrocho e retirada de direitos
Além das centenas de milhares de mortos e de milhões de sequelados, o péssimo enfrentamento à pandemia da Covid-19 também resultou em efeitos econômicos e sociais ainda mais danosos ao Brasil na comparação com outras nações.
Enquanto governantes de vários países arquivavam os dogmas neoliberais e aplicavam bilhões de dólares para reanimar suas economias, o “austericídio fiscal” do ministro Paulo Guedes levava à falência quase 600 mil empresas no período, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de setembro último.
No final de 2019, antes da pandemia, o país tinha 4,369 milhões de estabelecimentos; no segundo trimestre de 2021, o número despencou para 3,788 milhões – baixa de 13,3% ou 581,3 mil empresas a menos. Essa quebradeira agravou ainda mais o quadro de desemprego no país. Neste período, o número de empregados no setor privado caiu 10,1% – de 44,7 milhões para 40,2 milhões. A redução foi de 4,5 milhões de vagas.
A tragédia social só não foi maior graças ao auxílio emergencial de R$ 600, que foi aprovado em 2020 a partir da pressão do movimento sindical e da bancada progressista no Congresso Nacional. Totalmente insensível, a equipe econômica do governo não tinha previsto qualquer benefício e, quando forçada, aceitou conceder apenas R$ 200 em três parcelas.
A condução desastrosa do país teve efeitos destrutivos na vida dos trabalhadores. Todos os indicadores pioraram. O desemprego aberto, que já era alto antes da pandemia, explodiu e hoje vitima quase 15 milhões de brasileiros – cerca de 13% da População Economicamente Ativa (PEA).
Na juventude, a situação é ainda mais desesperadora e sem perspectiva. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o desemprego atingiu 27,1% em agosto último. A renda também despencou. Através de planos capengas e parciais, o governo repôs uma parcela ínfima do salário dos trabalhadores que tiveram suas jornadas reduzidas ou seus contratos suspensos na pandemia. Na média nacional, o rendimento dos assalariados com registro em carteira no setor privado e público diminuiu 20%; no caso dos autônomos, a queda foi ainda mais acentuada, de 40%.
A precarização do trabalho nas empresas
A pandemia também acelerou a precarização do trabalho. O patronato aproveitou a crise para promover processos de reestruturação produtiva que ceifaram empregos, renda e direitos. Houve a intensificação do trabalho por aplicativos, do home office e de outras mutações com base na tecnologia da informação.
A uberização, como fenômeno do trabalho sem direitos e massacrante, cresceu sem qualquer controle ou regulamentação. O trabalho remoto é utilizado pelas empresas para sabotar a legislação, alongar jornadas e intensificar a exploração. As denúncias de aumento da jornada por parte de trabalhadores em home office aumentaram 4.205% em 2020.
Muita gente hoje está disponível 24 horas por dia para ser explorado; novas doenças crescem no mundo do trabalho, como a depressão e a Síndrome de Burnout, que é o distúrbio emocional decorrente da exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. A informalidade está virando regra no Brasil. Segundo o IBGE, já são quase 25 milhões de trabalhadores por conta própria.
O patronato também aproveitou a pandemia para rebaixar os salários. Segundo balanço de julho último do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas), 54% dos reajustes obtidos pelos sindicatos nas datas-base ficaram abaixo da inflação. Só 16,5% dos acordos conquistaram ganhos reais.
Esse arrocho fica ainda mais grave em função da alta da inflação no último período, que atinge principalmente os alimentos, energia elétrica e combustíveis. Nessa onda da precarização, o governo tentou impor a chamada “carteira verde e amarela” e uma minirreforma trabalhista. Ambas visavam eliminar direitos – principalmente da juventude, com a extinção das férias e do 13º salário –, mas foram barradas temporariamente graças à pressão do sindicalismo.
Já no setor público, o governo segue tentando aprovar a Proposta de Emenda Constitucional da reforma administrativa – também batizada de “PEC da rachadinha” –, que acaba com a estabilidade e as carreiras no funcionalismo, estimula a privatização e a terceirização e degrada a qualidade dos serviços prestados pelo Estado.
Um relatório de auditoria elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e divulgado pelo jornal Folha de São Paulo revelou que o Ministério da Defesa gastou verbas destinadas ao combate à Covid-19 para comprar ítens não emergenciais e de preço alto, como filé mignon, picanha, caviar, salmão e bebidas alcoólicas.
Os produtos de luxo são avaliados pelo Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) em R$ 535 mil. A auditoria foi aberta pelo tribunal para investigar supostas irregularidades na aquisição de alimentos desde 2017 até o presente.
No processo, os gastos do Ministério da Defesa durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, especialmente no ano de 2020, chamaram a atenção. Num período em que os auditores esperavam por uma diminuição de gastos, as despesas da pasta seguiram o sentido oposto.
A justificativa do ministério foi a manutenção de atividades presenciais no período, gerando gastos com a alimentação das tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica. Os recursos, contudo, partiram da ação orçamentária "21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus", reservado para custear políticas públicas de saúde de combate à Covid.
"Ressalte-se que, dos recursos destinados ao combate à pandemia Covid-19 utilizados indevidamente para aquisição de itens não essenciais (aproximadamente R$ 557 mil), 96% foram despendidos pelo Ministério da Defesa", diz o documento do TCU.
O tribunal ressaltou ainda que o Estatuto dos Militares prevê que a alimentação das tropas por meio do fornecimento de refeições, é direito dos militares em atividade, mas reforça que “não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia", reforçando que a compra de comida por órgãos públicos deve ter como finalidade “o fornecimento de alimentação saudável, balanceada e adequada para suprir as necessidades nutricionais básicas de seu público-alvo".
Já os itens "não essenciais, supérfluos ou de luxo", como os encontrados pela auditoria, não fazem parte de uma alimentação básica, segundo a auditoria. A avaliação do órgão é preliminar, mas trata como injustificada a aquisição dos itens de luxo já citados.
Ainda em março deste ano, deputados federais chegaram a pedir a convocação do ministro Walter Braga Netto (Defesa) para prestar explicações sobre a compra de picanha, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acatou um recurso do líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), anulando a convocação.
Lula, candidato a presidente no próximo ano, em entrevista ao portal Página 12, comparou o ex-juiz parcial Sergio Moro a Jair Bolsonaro.
Lula disse que Moro é “perigoso” e neofacista, que Bolsonaro é “fascista”.
“São dois personagens muito comprometidos com a extrema direita e, no caso de Moro, é um personagem perigoso. Quando era juiz, ousou mentir em um processo para me condenar e me levar para a prisão, evitando que eu fosse eleito presidente em 2018″, disse o ex-presidente.
“Então, eu diria que são dois extremistas, Bolsonaro é fascista e Moro é neofascista. Os dois vão tentar mentir para a sociedade o tempo todo. Eles terão que disputar entre si para quem vai ao segundo turno com o PT. […] Quantas mentiras eles podem contar aos brasileiros?”
Lula também falou sobre a possibilidade de uma “segunda onda” na América Latina com a volta de governos progressistas na América Latina, citando México, Argentina e Bolívia. “Acredito que os setores progressistas podem vencer no Chile, que temos muitas possibilidades no Brasil, que a vitória de Luis Arce foi uma vitória extraordinária da Bolívia, e tem o Peru sob Castillo”, disse.
Lula: "Brasil vive una situación que no creía que volvería a vivir, con 19 millones de personas que pasan hambre"
El líder brasileño es consciente de los problemas de Argentina, en donde además del acto de este viernes realizará varias actividades con líderes sindicales y organismos de derechos humanos. "Alberto Fernández recibió la deuda de la presidencia de Macri y entonces el pueblo argentino va a tener que tener mucha paciencia. La pandemia hizo otro tanto, pero creo que es posible que la economía argentina se recupere, que se generen empleos y mejoren los salarios para que la gente sea más feliz".
Será clave la negociación con el Fondo Monetario Internacional. Al respecto, Lula da Silva sostuvo: "esperemos que el Fondo no haga presión y llegue a un acuerdo que le permita a Argentina continuar creciendo, que permita que el pobre argentino tenga la posibilidad de recuperar su dignidad".
El candidato presidencial favorito para los comicios de octubre dijo que se va a casar el año próximo con "Janja", el apodo de su compañera Rosángela da Silva. "No es porque ella quiera. Yo necesito casarme, tengo un compromiso con ella y espero que sea antes de las elecciones". Su prometida, socióloga y militante petista, fue un gran apoyo cuando estuvo preso 580 días en la cárcel de Curitiba.
El sitio The Intercept reveló las tretas que urdieron el juez Sergio Moro y los fiscales para orquestar una condena ilegal. Al fin y al cabo, la causa Lava Jato fue anulada por el Supremo Tribunal Federal debido a la parcialidad de Moro. Al exjuez devenido en candidato Lula lo definió como "un neofascista que va a intentar mentirle a los brasileños". Moro compite por la porción electoral de Bolsonaro, a quien Lula directamente calificó de "genocida". "Brasil vive una situación que no creía que volvería a vivir, con 19 millones de personas que pasan hambre", afirmó el fundador del Partido de los Trabajadores (PT).
Mercedes López San Miguel entrevista Lula
--En Argentina, el macrismo dejó un enorme daño social con su política económica, en Brasil sucede eso mismo con las políticas neoliberales de Paulo Guedes. ¿Qué margen tendrá un futuro gobierno en Brasil para revertir esa herencia?
--El Partido de los Trabajadores (PT) es capaz de cambiar la situación de Brasil, necesita regresar al gobierno porque sabe poner en práctica las políticas de inclusión social, de generación de empleo, para que las personas más pobres participen del presupuesto de las ciudades y de los estados brasileños. No podemos aceptar que un país del tamaño de Brasil, que fue la sexta economía del mundo en mi gobierno, hoy sea la décimo tercera; no podemos aceptar que un país que acabó con el hambre en 2012 y hoy vea que el flagelo está tan fuerte : son 19 millones de personas que no tienen qué comer. Tanto Brasil como Argentina, como Bolivia, como Chile, precisan de gobiernos progresistas que involucren a los pobres en la participación activamente de la economía, para que puedan ser consumidores y comprar cosas y accedan a la educación. Estoy convencido de que América latina puede recuperarse. Lamentablemente personas como Néstor Kirchner y Hugo Chávez murieron, otras personas fueron violentadas como Rafael Correa y Dilma Rousseff, después de la violencia de lawfare, contra mí; el golpe contra Fernando Lugo. Los gobiernos conservadores destruyeron todo lo que nosotros construimos de bienestar social de nuestros pueblos. Sé lo que el compañero Alberto Fernández está pasando, lo que significa la deuda que Macri dejó con el FMI y de la presión de éste; por eso Alberto precisa trabajar mucho para que haya un acuerdo y que el pueblo argentino no sea víctima de los neoliberales.
-- ¿Qué espera de la negociación de Argentina con el FMI?
-- Es posible construir un acuerdo. El FMi fue tan benevolente con los países ricos con la crisis de 2008, entonces tiene que ser muy generoso para tratar la deuda argentina. El pueblo argentino no puede ser sacrificado.
-- ¿Cómo describe su relación con Cristina Fernández y Alberto Fernández?
-- Mi relación con Cristina es más antigua porque yo conviví con ella desde que Néstor Kirchner fue electo presidente de Argentina, y después con ella como presidenta. Mi relación con Alberto tuvo un momento que me conmovió y fue cuando me visitó cuando yo estaba detenido en la cárcel de Curitiba. Fue un acto de generosidad y de solidaridad de Alberto. Por eso, con mucho orgullo, voy a participar del gran acto de recuperación de la democracia en Argentina, son 38 años que deben valorarse. La victoria de Alberto y de Cristina demuestra que el pueblo no puede nunca desanimarse, que es posible para la gente recuperar la democracia en la medida en que el pueblo puede participar activamente en las decisiones. Yo tengo una estima especial por Argentina porque no concibo que Brasil crezca solo; Brasil, tiene que crecer, Argentina tiene que crecer, Uruguay lo mismo, Paraguay, Bolivia porque juntos podemos ser más fuertes. Cuando llegué a la presidencia en el 2003, el intercambio comercial entre Brasil y Argentina era apenas de 7 mil millones de dólares; cuando dejé la presidencia, era de 39 mil millones de dólares, demostrando el potencial económico y de ser socios. Para mí Argentina precisa de Brasil, y es mutuo; como necesitamos del resto de Sudamérica.
-- ¿Le resulta significativo que el exjuez Sergio Moro, que se presenta como candidato independiente, compita con la base electoral de Bolsonaro.?¿ Diría que son dos caras de la ultraderecha?
--Son dos personajes muy comprometidos con la ultraderecha y, en el caso de Moro, es un personaje peligroso: cuando era juez osó mentir en un proceso para condenarme y llevarme a prisión y así evitar que yo fuera electo presidente en 2018. Sigo pensando qué seriedad puede tener ese hombre para la sociedad brasileña. ¿Cuántas mentiras podrá contar a los brasileños? Entonces, yo diría que son dos extremistas, Bolsonaro es fascista y Moro es neofascista, los dos van a intentar mentirle a la sociedad todo el tiempo. Ellos van a tener que disputar entre ellos para ver quién pasa a la segunda vuelta con el PT.
-- Las encuestas señalan que usted ganaría el ballottage.
-- Todo indica que el PT tiene muchas posibilidades de ganar las elecciones. Tenemos que actuar con seriedad porque falta tiempo para los comicios, y entonces no podemos cantar victoria antes de tiempo. El PT tiene un legado político y económico y de inclusión social extraordinario en Brasil, vamos a intentar darle a la sociedad aquello que el PT hizo de bueno en el país. Vamos a trabajar para ganar las elecciones. De los dos que compiten conmigo, Bolsonaro, por ser presidente, tiene el uso de la maquinaria gubernamental, y Moro mismo, con ayuda de sectores de los medios que hacen el sacrificio enorme para que aparezca en las noticias. No sé si se percibe en Argentina pero aquí yo soy el mayor censurado del planeta tierra. Cualquier candidato que no sea el PT, que tiene un 1 por ciento en las encuestas, aparece más en la televisión que Lula que tiene un 46 o 47 por ciento de intención de voto. Siendo yo el que ganaría en primera o segunda vuelta, según todas los sondeos, las empresas de medios priorizan a candidatos que tienen uno o dos por ciento de intención de voto. No me preocupo porque yo tengo una relación con el pueblo muy verdadera y esto va a permitr que pueda ganar las elecciones.
--A propósito, qué rol cree que tienen que tener los sindicatos en los medios, como el caso de PáginaI12, en un contexto en que las corporaciones dominan la comunicación y el periodismo ?
--Estoy muy feliz con el papel del movimiento sindical en la comunicación argentina. Aquí en Brasil creamos una televisión pública, pero no recibió la inversión necesaria y ella no es hoy respetada por el gobierno de Bolsonaro. Tenemos un canal del sindicato de metalúrgicos y de los bancarios de San Pablo. Yo defiendo que los medios sean efectivamente democráticos y que las universidades y los sindicatos puedan tener canales de comunicación para conversar con la sociedad, para informarla, sea a través de la radio, la televisión, el periódico o internet. Es fundamental que la gente entienda que los medios han tenido un rol importante en la región para derrumbar a presidentes progresistas. La prensa ha apoyado golpes en Brasil, vemos cómo los medios atacan a la compañera Cristina Fernández en Argentina. Sé del comportamiento de la prensa contra Chávez y Correa. Yo sé cómo la prensa me trató en Brasil. La gente tiene que bregar por la democratización de los medios de comunicación, lo que significa garantizar que todas las personas tengan la misma oportunidad de hablar, el derecho de responder. Es una lucha muy difícil.
--Si usted gana las elecciones, Estima que Bolsonaro podría no reconocerlo al estilo Trump ante la victoria de Biden?
--No, no creo. Lo que va a suceder en Brasil es un golpe democrático: una gran mayoría del pueblo brasileño va a rechazar a Bolsonaro y elegirá un candidato progresista. Espero ser yo. El pueblo brasileño recuerda nuestro legado. Estoy convencido de que vamos a ganar.
--En México gobierna Andrés Manuel López Obrador, en Argentina, Alberto Fernández, en Bolivia, Luis Arce; podría ganar Gabriel Boric en Chile. Considera que esta es la segunda oleada de gobiernos progresistas en la región?
--Espero que sí, porque el mejor momento económico, político y social de América latina fue exactamente en el que Chile, Argentina, Brasil, Bolivia, Uruguay y Paraguay eran gobernados por políticos progresistas, presidentes que estaban preocupados por la situación de las personas más pobres. Fue un momento fuerte de inclusión social. Por eso estoy animando a que los sectores progresistas se fortalezcan para poder gobernar nuestra querida América del Sur y América latina. Creo que los sectores progresistas pueden ganar en Chile, que nosotros tenemos muchas posibilidades en Brasil, que lo de Luis Arce fue una victoria extraordinaria para Bolivia, Perú con Castillo. El pueblo está descubriendo que, incluso con muchas dificultades, los sectores progresistas gobiernan con un mayor compromiso con el pueblo trabajador y con los pobres. Creo que América latina necesita de la oportunidad de acabar con la pobreza. Nosotros somos ricos, tenemos materias primas, profesionales calificados, tenemos mucha tierra y capacidad productiva; la única cosa que lo explica es la incompetencia de muchos gobernantes que no saben gobernar para los pobres. Alberto Fernández recibió la deuda de la presidencia de Macri y entonces el pueblo argentino va a tener que tener mucha paciencia. La pandemia hizo otro tanto, pero creo que es posible que la economía argentina se recupere, que se generen empleos y mejores salarios para que la gente sea más feliz.
-- Está claro que usted buscará la integración regional. Qué expectativa tiene con el Grupo de Puebla?
-- El Grupo de Puebla tiene un papel muy importante, pero pienso que si los dirigentes progresistas vuelven a gobernar nuestros países, tendrán la chance de recuperar el Mercosur, de fortalecerlo, de fortalecer la Celac. Tenemos que comprender que tenemos un potencial productivo extraordinario, por eso necesitamos construir socios para hacer buenos acuerdos con la Unión Europea, con EE.UU., con China, porque necesitamos recuperar lo perdido en tiempos de pandemia. Voy a intentar reconstruir el Mercosur y crear las condiciones para que se logren acuerdos económicos que beneficien a los pobres de la región, nos merecemos recuperar en el siglo XXI todo lo que fue socavado en el siglo XX.
--¿Vive la victoria de Xiomara Castro en Honduras como una reivindicación histórica, tras la solidaridad de su gobierno con el destituido presidente Manuel Zelaya?
-- Zelaya fue víctima de un Golpe de estado y de los intereses de la elite; la elección ahora de su mujer es una recuperación. Espero que ella tenga suerte, que sea fuerte; espero que el Congreso tenga disposición de ayudarla. Porque es muy difícil si se tiene un congreso opositor, que logre la mayoría para poner en marcha las políticas sociales necesarias para sacar adelante a Honduras. En Brasil, en cambio, pasamos por situaciones muy difíciles porque tenemos un genocida que no cuidó la economía, descuidó al pueblo en la pandemia, no cuidó el crecimiento económico. Brasil vive una situación que no creía que volvería a vivir. Brasil ya estuvo mucho mejor, el pueblo brasileño necesita ser feliz.