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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

15
Jun23

Deputadas denunciam sexismo explícito na Câmara e Jullyene detalha as agressões que sofreu e sofre

Talis Andrade
 
 

por Ana Dubeux e Carlos Alexandre de Souza

As mulheres formam a maioria do eleitorado no Brasil, mas são alvo de fortes ataques na Câmara dos Deputados. Em uma ação fulminante, o Conselho de Ética instaurou representações contra seis deputadas: Célia Xakriabá (PSol-MG), Sâmia Bomfim (PSol-SP), Talíria Petrone (PSol-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchionna (PSol-RS) e Juliana Cardoso (PT-SP). As representações, de autoria do PL, têm como motivo a participação das parlamentares na aprovação do marco temporal, em 30 de maio. Segundo a denúncia, as acusadas quebraram o decoro parlamentar ao protestar contra a aprovação da proposta.

As parlamentares ficaram indignadas e denunciam perseguição à atividade parlamentar. “Misoginia escancarada! Se chegamos até aqui é porque nunca ousamos nos calar, isso não acontecerá agora!”, protestou Kokay. A decisão da Conselho de Ética provocou reações fora do legislativo federal, e não apenas de mulheres. O ex-senador Eduardo Suplicy se solidarizou com as parlamentares, segundo ele, “vítimas de perseguição política motivada por sexismo”. “É triste a tentativa de calar quem luta por direitos das mulheres e de minorias sociais”, comentou o petista.

PL Mulher, presidido por Michelle Bolsonaro, com o mando de Valdemar da Costa Neto, pretende afastar seis mulheres da Camara dos Deputados, e isso com o apoio de Arhur Lira outro machista, presidente da casa.
 
Duas figuras do patriarcado, da Casa Grande, com historias de violencias contra as mulheres.
 

A equipe do ICL Notícias e o economista Eduardo Moreira comentam a entrevista exclusiva ao ICL Notícias, nesta terça-feira (6), de Jullyene Lins, ex-mulher do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). De acordo com ela, "malotes de dinheiro" chegavam com regularidade para Lira. Jullyene também detalha como o esquema era operado e as agressões que sofreu e sofre.

Quem se lembra de Maria Christina Mendes Caldeira

06
Jun23

MSTfobia, a nova invenção da bancada do boi e dos latifúndios grilados

Talis Andrade

previdencia campo_genildo.jpg

Marcia Tiburi detalha "a caça às bruxas na farsesca CPI do MST", a humilhação do sem terra 

 

por Marcia Tiburi /247

- - - 

Assistimos há dias a farsa da CPI do MST. 

A criação dessa CPI obedece aos interesses da bancada ruralista e o objetivo é o mesmo de sempre: investir no ódio ao MST, criando uma MSTfobia na população.

A tática de estimular o ódio foi usada pelo fascismo ao longo da história e também na recente história política brasileira que levou Bolsonaro e suas imitações ao poder. 

A população assiste certos políticos que não querem trabalhar, mas se dedicam a jogar com o poder, sem poder fazer nada. Muitos acabam caindo na hipnose e chegam a votar em deputados que não fazem mais do que atrapalhar a reconstrução de um país destruído pelo fascismo. Fazem jogo de poder recebendo o salário altíssimo pago pelo povo que assiste muitas vezes contente em poder odiar. O ódio é um afeto compensatório, mas também hipnótico. Talvez seja o único prazer que resta aos pobres de espírito, que são os donos do capital, os grileiros, os exploradores, mistificadores e, sobretudo, os cínicos que, unidos, não se deixam vencer.  

Erika Kokay e Juliana Cardoso do PT, assim como Sâmia Bomfim, Talíria Petrone, Fernanda Melchiona e Célia Xacriabá do PSOL, são as seis deputadas federais ameaçadas de cassação por parlamentares conhecidos nacionalmente por seu posicionamento ideológico de extrema-direita, que defendem posturas antiecológicas, que odiam movimentos sociais e a democracia como um todo.  

Elas estão sendo perseguidas como bruxas. Historicamente, a caça às bruxas aconteceu no período da invasão das Américas e de sua colonização.  As mulheres e a terra são perseguidas ao mesmo tempo. E as mulheres que defendem a terra serão perseguidas. 

Logo, essas deputadas precisam ser defendidas. 

Elas estão na mira do deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) que fez o requerimento para criação da CPI e escolheu Ricardo Salles como relator. Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e o delegado Fábio Costa (PP-AL) ficaram vice-presidentes, assim como Evair de Melo (PP-ES). É uma ação entre agroboys. 

Qualquer cidadão ou cidadã que se informe sobre a idoneidade ou honestidade desses políticos não se espantará com o que vai encontrar, pois eles são figuras estereotipadas da extrema-direita e suas táticas de perseguição. 

Esses deputados vão usar cada gota de ódio em seus jogos de poder. O ódio é o seu principal capital para avançar rumo a 2024. Eles não trabalham, eles jogam para chegar ao poder. Eles só pensam em cargos. E políticos que só pensam em cargos destroem a política e, com ela, o Estado e a Sociedade. 

Que o povo pague por isso, explica porque há tanto ódio à política. Fica fácil também entender a confusão que acontece na cabeça dos cidadãos propensos ao fascismo: amar quem promove o ódio e votar neles. 

Hoje é o MST, como ontem foi o PT, como sempre foi contra a terra como um direito e contra as mulheres que, na visão de mundo dos donos do poder, são intrusas e vem para atapalhar. 

Precisamos defender as nossas deputadas que, com rigor e competência, expõem a maldade e a incompetência desses aproveitadores da democracia, da terra e das mulheres, principalmente das que ousam afrontar seu projeto de poder.

28
Fev23

“Não é sobre o Brasil, é sobre o mundo”: musical alemão sobre violência policial no Rio na Berlinale 2023

Talis Andrade
 
 
 
Ash Wednesday 2023 | Eventlas
 

O curta-metragem “Ash Wednesday”, uma produção alemã de alma brasileira, estreou na mostra Perspektive Deutsches Kino da 73ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Os diretores deste autêntico musical sobre violência policial, João Pedro Prado e Bárbara Santos, conversaram com a RFI na capital alemã.

 

 por Daniela Franco /RFI

A trama de “Ash Wednesday” (“Quarta-feira”, título em português) gira em torno da personagem Demétria, uma mulher negra, mãe solteira, que mora em uma favela no Rio de Janeiro. Ela aguarda a filha, Cora, voltar da escola quando se inicia uma operação policial no local.

A partir daí, Demétria é impedida de sair de casa. Bloqueada e desesperada, tenta argumentar com três personagens masculinos – o policial, o pastor e o governador – que se sentem no direito de invadir o espaço pessoal da personagem como bem entendem.

Segundo João, o objetivo era, por meio de um cenário de violência policial em uma comunidade do Rio, contar uma história épica. “Parte do filme é baseado no mito grego de Deméter e Perséfone, que contado na Antiguidade através de Romero, eram hinos. Afinal, existe algo muito forte nessa história de uma mulher que enfrenta os deuses que querem definir o destino dela e da filha, que é aquilo que a gente vê na nossa protagonista que enfrenta homens que se julgam ser deuses”, explicam.

Machismo, racismo, desigualdade social, violência policial – uma realidade comum e banalizada – que ganha uma perspectiva ainda mais impactante por meio do gênero musical. “A gente pensou em uma forma de contar essa história que não fosse realista, afinal, é impossível ser fidedigno à realidade do Rio de Janeiro, que é muito absurda. Tínhamos certeza de que não daria para contar como é de verdade, só através de um documentário. Não queríamos competir com o absurdo da realidade e o musical dá esse distanciamento”, ressalta Bárbara.

Segundo a cineasta, utilizando esse formato, o espectador é convidado a refletir sobre a complexidade da trama apresentada como um musical e não como um documentário. “O nosso maior objetivo era não banalizar essa história, era não normalizá-la. Às vezes, há filmes em que a violência é a grande estrela. Mas a gente não queria que no nosso filme a violência fosse a protagonista”, sublinha.

 

Reconstrução de um universo típico brasileiro

 

Com atores brasileiros, cantado em português, e reconstituindo um cenário típico do Brasil, “Ash Wednesday” foi inteiramente filmado em Potsdam, na Alemanha, um desafio que os dois cineastas se deram. “A gente contou com uma equipe extraordinária que tornou tudo isso possível. Fazer isso acontecer é algo que supera a nossa capacidade como diretores”, diz João. “O filme foi uma grande mistura intercultural e internacional de pessoas que trouxeram visões e experiências completamente diferentes para fazer o projeto se tornar realidade”, completa.

O cineasta não esconde o orgulho ao falar sobre sua equipe de música, que embora não conte com nenhum brasileiro, soube captar com maestria a essência do enredo. As composições vieram de um grupo formado por três alemães, uma croata e um argentino.

“Eles tiveram a tarefa de compor um funk carioca, uma percussão próxima do candomblé e da umbanda, um samba: gêneros musicais tipicamente brasileiros, com os quais eles nunca tinham trabalhado antes, mas eles estavam tão abertos a aprender, a nos ouvir e a pesquisar, que no final virou uma mistura nem só brasileira, nem alemã, mas algo muito único”.

Uma universalidade que tem relação com o tema do filme que, como lembra Bárbara, “não é só sobre o Brasil”. “É importante que a gente esteja consciente de que se trata de um problema do mundo. O avanço da direita, a normalização da violência, o sexismo e o patriarcado são problemas do mundo. Então, a gente não está só falando do Brasil, a gente está falando do mundo através dessa história particular”, enfatiza.

Por isso, segundo os dois diretores, o filme não terá dificuldade de alcançar o público da Berlinale. João lembra que o filme foi escolhido para competir na mostra Perspektive Deutsches Kino, dedicada a produções alemãs no Festival de Berlim, o que demonstra que o trabalho sensibilizou um comitê internacional.

Mas a expectativa de compartilhar o trabalho com o público brasileiro também é grande. “A gente tem visto que além de ter esse alcance intelectual de entender os conflitos que estão sendo mostrados, existe um apelo emocional muito forte. Pessoas do Rio e nossos amigos pretos que assistiram ao filme foram tocados de forma muito inesperada. Há referências que pessoas do Brasil e do Rio vão notar, mas o público alemão não necessariamente, então acreditamos que o filme ainda vai tocar em lugares mais profundos”, conclui João. 

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