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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

06
Nov23

Vejas vídeos: Renato Freitas é notificado sobre o processo da supremacia branca corrupta que pede sua cassação

Talis Andrade

 

Assembleia racista do Paraná tem até 20 de dezembro para encerrar processo contra o negro Renato. Na terra da Liga da Justiça a excentricidade de um jurista negro. Na terra dos colonos brancos da direita volver o escândalo de um deputado negro defensor dos direitos humanos 

 

O deputado Renato Freitas (PT) foi notificado nesta segunda-feira (30) sobre a representação disciplinar movida contra ele pelo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o branco rei Ademar Traiano (PSD). Esta foi a decisão do presidente do Conselho de Ética, o deputado branco Delegado Jacovós, que odeia o nome português de José Aparecido, coordenou o trabalho da comissão nesta tarde. O deputado do PT foi denunciado por Traiano (PSD), por tê-lo chamado de corrupto na sessão do plenário do dia 9 de outubro. A reação de Freitas veio depois que Traiano cortou a palavra do deputado na tribuna.

O deputado Matheus Vermelho (PSD), nomeado relator na última reunião do conselho, disse que este caso possui os “requisitos mínimos de admissibilidade” e também “indícios materiais” que podem comprovar a quebra de decoro parlamentar. Por esta razão, o relator pediu ao presidente do Conselho de notificar Freitas para que possa apresentar a sua defesa.

Para Traiano, Renato um negro sujo porque abriga moradores famintos, moradores de rua, desempregados, crianças abandonadasdes, pessoas em situação de risco. 

 

Leia também: Ratinho terá de explicar programa espião contratado pelo Governo. O programa de Ratinho foi usado contra Renato o negro jurista, professor, advogado Renato Freitas

 

Por ser membro do Conselho de Ética, Freitas foi substituído pela deputada Ana Julia (PT). Na sessão desta segunda, a deputada corrigiu a data inicial do processo: parte do conselho queria que o prazo de 60 dias para os trabalhos começasse a contar a partir desta semana, mas Ana Julia fez valer a data certa, de quando o caso chegou ao Conselho de Ética. Ou seja: os 60 dias para conclusão dos trabalhos – o que inclui a possível votação de cassação em plenário – se encerrarão em 20 de dezembro.

O Conselho tem a faculdade de propor penas alternativas, como a advertência, a suspensão temporária do direito de fala ou suspensão do mandato por 60 dias.

Traiano nunca foi condenado, mas investigações esbarraram várias vezes em seu nome

 

Lava Jato, Quadro Negro e mais: veja quando o presidente da Assembleia, chamado de “corrupto” em plenário, foi mencionado em casos de desvio de verbas

Por Mattia Fossati

“Está registrado aqui, vossa excelência me chama de corrupto.” Essa foi a resposta do Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), diante de uma provocação do deputado Renato Freitas (PT) no começo deste mês. Freitas repetiu várias vezes a palavra “corrupto” em direção ao Presidente da Assembleia depois de ter tido a palavra cassada em plenário no dia 9. A disputa rendeu a Renato Freitas mais um processo de cassação no Conselho de Ética, por calúnia.

Traiano de fato não tem nenhuma condenação criminal por corrupção – e essa é a base para a alegação de calúnia. Ao longo dos últimos anos, porém, e especialmente durante os mandatos que teve como líder do governo Beto Richa (PSDB) e como presidente da Assembleia, Trai ano foi diversas vezes citado em investigações ligadas a escândalos de corrupção, como a Lava Jato e a Quadro-Negro.

No caso mais conhecido, Traiano foi investigado por um suposto esquema de rachadinha e contratação de funcionários fantasmas, que acabou sendo arquivado pelo Ministério Público do Paraná em fevereiro de 2023. De acordo com a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), não havia indícios suficientes para apresentar uma denúncia contra Traiano.

Naquele caso, o atual Presidente da Assembleia Legislativa foi investigado por conta da delação de uma funcionária da Assembleia que afirmou de ter recebido uma parte do salário de um comissionado supostamente indicado pelo Traiano. O dinheiro teria sido repassado ao deputado e a esta servidora enquanto o comissionado teria ficado com um salário mais baixo do que o previsto no contrato. O Ministério Público afirmou que o conteúdo da delação não tinha consistência. 

Já em agosto de 2018, o Ministerio Publico havia pedido a instauração de um inquérito contra Ademar Traiano em relação aos desdobramentos da Operação Quadro Negro, uma investigação que apurava um desvio de R$ 20 milhões da construção e reformas de escolas publicas no Paraná durante o governo de Beto Richa. De acordo com a delação de Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor que foi envolvida neste caso, o atual Presidente da Assembleia teria recebido parte desse dinheiro. Em particular, Eduardo Lopes contou aos procuradores sobre uma reunião ocorrida “quarenta dias antes das eleições” na casa do então governador Richa, durante a qual foi estabelecido que parte do dinheiro desviado da Secretaria da Educação teria sido destinado à campanha de reeleição de Traiano.

O atual Presidente da Assembleia Legislativa negou ter pedido ou recebido dinheiro ilícito. “São ilações, nunca me reuni com Eduardo Lopes mas conheci ele na Assembleia Legislativa”, disse Traiano durante uma entrevista concedida em 2018. Procurado pelo Plural sobre o andamento desse inquérito, o MP não havia se manifestado até a publicação da reportagem.

O nome de Ademar Traiano também foi citado nos autos da operação Lava Jato. Numa denúncia apresentada em dezembro de 2019, os procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal descobriram que o grupo Petrópolis estava usando algumas de suas empresas para repassar dinheiro da empreiteira Odebrecht a vários políticos por meio de fictícias doações eleitorais. No total, foram registrados 321 pagamentos por parte deste grupo a políticos de vários estados, inclusive paranaenses. Um dos nomes mencionados era o de Ademar Traiano, que em 2010 teria recebido R$ 100 mil da empresa Cervejaria Petrópolis para sua campanha eleitoral.

Em 2017, Ademar Traiano também foi mencionado em uma planilha da Odebrecht sob o apelido de “Praia”, de acordo com a qual ele teria recebido diretamente R$ 50 mil em caixa 2 em 2010. Para a RPC, a assessoria de Ademar Traino negou que o Presidente da Assembleia tenha se beneficiado de dinheiro ilegal. Apesar da suspeita de um possível financiamento ilícito por parte de Odebrecht, a força-tarefa da Lava Jato não abriu uma investigação sobre o atual presidente da Assembleia Legislativa.

 

31
Out23

Vaquinha pró Renato Freitas arrecada meio milhão de reais em 6 horas

Talis Andrade

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Renato e Eduardo, em encontro no Núcleo Periférico, em Curitiba. Foto: Reprodução / Instagram

 

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Redação Tribuna do Paraná

Iniciada pelo ex-banqueiro e palestrante Eduardo Moreira, uma vaquinha online conseguiu somar em apenas seis horas o total de R$ 500 mil (e o valor cresce a cada minutos). O beneficiário dessa arrecadação será o projeto Núcleo Periférico, que tem o deputado estadual do Paraná Renato Freitas como coordenador. O objetivo é construir um centro de acolhimento para pessoas em situação de risco.

A meta inicial era de R$ 250 mil, mas ainda nas primeiras horas da manhã ela foi alterada para R$ 400 mil. Com o volume de doações crescente, o valor teve um novo ajuste de meta para R$ 550 mil, montante atingido por volta das 16h. A nova meta é de R$ 600 mil. Até próximo deste horário, 6710 doações haviam sido recebidas na página da arrecadação no site Vakinha.

“É inacreditável o poder de uma comunidade que tem uma causa. Acabamos de completar R$ 400 mil arrecadados para transformar o Núcleo Periférico, no Centro de Curitiba, coordenado pelo Renato Freitas”, disse Eduardo Moreira e o seu perfil no Instagram.

O objetivo da “causa”, além de ajudar às pessoas assistidas pelo Núcleo Periférico, é dar visibilidade a Renato, “protegendo com isso a vida do Renato, pois tendo uma obra tão importante como essa, que já é e vai se tornar ainda mais depois das doações, ninguém vai querer fazer nada contra o Renato, vai aumentar o custo de se fazer algo contra ele”, disse o ex-banqueiro.

Eduardo Moreira se refere ao processo contra o petista que corre no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná, protocolizado pelo presidente da casa, Ademar Traiano, desafeto político de Renato. Eduardo, um dos fundadores do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), mobilizou sua comunidade para ajudar na arrecadação. O projeto Núcleo Periférico foi fundado por Renato há cerca de 10 anos.

O ex-banqueiro esteve em Curitiba na segunda-feira (30) e disse que está preocupado com as ameaças e a perseguição que o deputado petista tem que enfrentar na Alep.

“Atendemos mais de 300 pessoas diariamente. Alguns estão há dias sem tomar banho e a gente oferece uma ducha, dá um kit de higiene, toma café da manhã, passa por enfermeiros, advogados e serviço social”, explica Renato Freitas, em material divulgado pro sua assessoria de imprensa. Sem o apoio do poder público, centro social mantido por ele tem alcance limitado.

“O tempo inteiro o poder público conservador de Curitiba tenta desmobilizar o trabalho que o Renato faz em Curitiba, mas saiba, irmão, que você vai montar um centro de referência e esses caras vão ter de se curvar à vontade do povo e a energia da mudança. O sonho vira verdade porque o povo comprou a sua ideia e a briga agora é nossa”, disse Moreira.

O Núcleo Periférico oferece apoio para quem está em situação de rua, dependentes químicos e quem já teve passagem pelo sistema penitenciário e não tem condições sequer de buscar um emprego. As atividades oferecidas são: aulas de capoeira, de dança, de yoga, muay-thai, cursos de corte e costura, criminologia, panificação, serigrafia e de cinema.

Além dos cursos, o núcleo oferece também acolhimento para orientação jurídica, psicológica e assistência social. O atendimento é feito de segunda à sexta-feira, das 9h às 20h.

>>> Quem quiser colaborar com a vaquinha pode acessar este link e participar!

11
Out23

A supremacia branca visa esmagar a representação dos negros e trabalhadores na política paranaense

Talis Andrade

 

PARANÁ DAS CÉLULAS NAZISTAS CCC E KKK

Renato Freitas vereador era alvo de ataques racistas na Câmara de Curitiba e ameaçado de cassação.

Renato Freitas deputado é alvo de ataques racistas na Assembleia do Paraná e ameaçado de cassação

 

Durante a sessão da Assembleia Legislativa do Paraná desta terça-feira (10), o deputado estadual Renato Freitas, representante do PT, foi alvo de um repugnante comentário racista proferido por uma espectadora na galeria. Uma liderança religiosa, ainda não identificada, insultou o deputado, que teve o microfone cortado após ter sido interrompido pelo presidente da casa, Ademar Traiano, do PSD.

Freitas solicitou a continuação de seu tempo de fala, mas teve seu pedido negado pelo presidente, que alegou que o “tempo estava congelado”. No entanto, o deputado ainda possuía segundos, e mesmo assim não pôde concluir o pronunciamento.

O grupo evangélico foi convidado por parlamentares de extrema-direita para pressionar contra o debate sobre o aborto, que tramita no Supremo Tribunal Federal, apesar de ter sido suspenso o julgamento sobre a questão.

Ao se dirigir às lideranças religiosas presentes e a parlamentares contra o direito das mulheres, o deputado fez referência ao discurso de Jesus em Mateus, quando falou aos fariseus sobre obras e fé. “Hipócritas”, afirmou Freitas, enquanto era vaiado e xingado pelas lideranças extremistas.

Ademar Traiano solicitou à Comissão de Ética que abrisse uma investigação contra Renato Freitas, mesmo sem apresentar qualquer motivo. A decisão foi questionada pelo deputado Zeca Dirceu (PT), que pediu para que o presidente informasse sobre qual artigo do regimento interno ele estaria incluindo Freitas.

Por que Renato Freitas incomoda o sistema? Lições de Vida que mudarão seu olhar sobre a política

01
Out23

Bomba: Secretaria de Educação do Ratinho Junior Paraná divulga material com conteúdo golpista

Talis Andrade

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Pinochet, Ustra e outros monstros heróis de Bolsonaro. Ilustração Gilmar

 

I - OS LOBOS SEDENTOS BOLSONARISTAS 

Os governadores do Sul são fanáticos da extrema direita bolsonarista. Importante lembrar os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná abrigam a denominada Liga da Justiça da Lava Jato, células nazistas, e preferem eleger para os legislativos estaduais e da União parlamentares militares e policiais e pastores fundamentalistas e capitães-do-mato do agronegócio, grileiros de terras e exploradores do trabalho escravo, ou como eles dizem trabalho análogo 'a escravidão. Coronéis que recentemente promoveram uma CPI sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Nada de importante temos como exemplo. Na justiça, no combate insano e safado e circense 'a corrupção, a mágica do desaparecimentos de bilhões de moedas, botijas arrecadadas nos acordos de leniência das grandes empresas nacionais e multas das delações super premiadas, criando os novos ricos da Lava Jato das Festas da Cueca em hotéis de luxo. 

 

Operação Condor



Investigar, perseguir, torturar e matar eram os procedimentos da Operação Condor, um pacto letal firmado nos anos 1970 entre os governos militares de nações sul-americanas, inclusive o Brasil, com o objetivo de eliminar indivíduos que se opunham ao regime golpista.

Conforme um slide fornecido pela Secretaria da Educação do Paraná (Seed) para ser compartilhado por professores com os alunos, as pessoas que sofreram os horrores da ditadura eram classificadas como “antipatriotas” e “esquerdistas”.

Segundo uma captura de tela recebida pelo App Sindicado (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná), é possível ver diversos usuários visualizando a apresentação.

 

 

A Secretária Educacional da APP-Sindicato, Vanda Santana, caracteriza a situação como extremamente séria, uma vez que observa que o texto reflete as inclinações políticas e ideológicas de quem elaborou o material, que está acessível a todos os professores da rede estadual.

A líder sindical critica a abordagem adotada pelo sistema educacional do Paraná na criação de materiais didáticos, uma vez que esse método permite que a perspectiva de uma única pessoa se torne uma referência no processo de ensino.

“Por isso nós temos reforçado constantemente a importância da autonomia no trabalho docente, desde o seu planejamento, produção de material e o encaminhamento das aulas”.

Vanda ressalta que a APP-Sindicato defende o conhecimento científico que tenha passado pelo rigoroso processo de pesquisa e validação realizado por instituições acadêmicas e inúmeros pesquisadores. “Portanto, não podemos aceitar esse negacionismo e revisionismo histórico que esse tipo de slide apresenta”, argumenta.

A denúncia sobre o conteúdo do material se espalhou por grupos de mensagens. Algumas horas mais tarde, o texto foi modificado. Na nova versão, as vítimas da ditadura são descritas como “opositores e pessoas consideradas subversivas à ordem estabelecida”.

 

 

Segundo a professora, a alteração no texto ainda é problemática, pois mantém uma orientação ideológica que defende um Estado sob regimes autoritários, sem democracia, e continua a estigmatizar qualquer perspectiva política que seja diferente dos partidos conservadores.

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O caso já aconteceu outra vez

Este não é um incidente isolado ou a primeira ocorrência desse tipo. Em fevereiro deste ano, o sindicato já havia denunciado outro material fornecido pela Seed que apresentava abordagens inadequadas. O conteúdo destinado às aulas de Educação Financeira continha slides que estigmatizavam a pobreza e culpabilizavam os estudantes por sua condição social.

O professor aposentado, Luis Claudio Pereira, que acumulou mais de 32 anos de experiência no ensino da disciplina de História tanto na rede pública quanto privada, considera o que aconteceu como algo inaceitável. Ele acredita que isso expõe claramente a influência da ideologia bolsonarista que parece ter se infiltrado na educação pública do Paraná sob a gestão de Ratinho Jr. e Renato Feder.

“É assustador. O governo cria uma narrativa justificando um posicionamento ideológico da direita. Isso é nocivo para a democracia e nos afasta de uma visão de mundo pautada nos direitos humanos”.

O regime militar no Brasil perdurou por 21 anos. A ditadura começou após o golpe militar que destituiu o então presidente João Goulart em 31 de março de 1964. Além do autoritarismo e das violações dos direitos humanos, esse período se caracterizou pela ausência de eleições diretas para a presidência, pelo fechamento do Congresso Nacional e pela prática da censura à imprensa e à sociedade.

Conforme o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, as sérias violações aos direitos humanos cometidas durante o regime militar no Brasil resultaram em 434 mortes e desaparecimentos políticos. Além disso, um levantamento divulgado pela Human Rights Watch aponta que aproximadamente 20 mil pessoas foram submetidas à tortura, e 4.841 representantes eleitos pelo povo foram destituídos de seus cargos durante esse período. Publicado no portal O Cafezinho (continua)

18
Jul23

Um deputado negro e a supremacia branca bolsonarista e a elite boçal do Paraná

Talis Andrade

Renato Freitas é mais uma vez vitima de perseguição política racista

“E conhecerão a verdade e a verdade os libertará”

Evangelho de João cap 8 versículo 32

 

por Jaison Xanchão e Gabriel Santos

- - -

Renato Freitas é um dos maiores nomes do processo de renovação e formação de novas lideranças políticas do Brasil. Militante do movimento negro e do Hip Hop, filiado ao PT, Renato foi eleito deputado estudal pelo Paraná com mais de 59 mil votos. Dono de um discurso potente, direto e de oratória única, Renato não tem medo de falar a verdade para a elite paranaense e seus representantes. Utiliza o parlamento para denunciar as injustiças sociais e raciais que atingem os negros e pobres de seu estado.

Renato rompe com a lógica da normalidade. Em um espaço que historicamente foi um lugar de representação branca e da elite do estado, eis que aparece um jovem negro, vindo da periferia, com seu cabelo Black e sua língua presa. Um jovem que incomoda. Antes na Assembleia Legislativa do Paraná, deputados estavam acostumados a verem os corpos negros em funções subalternos, normalmente nos postos de recepção, limpeza, ou segurança, fazendo parte das equipes terceirazadas. Agora não. Eles vêm, mas se recusam a enxergar, que um negro está lado a dele deles, na tribuna, inclusive discursando melhor, representando mais pessoas, e enfrentando-os, de igual por igual.

Numa casa de leis, onde o povo e as classes populares não se costumam fazer presente para criar essas leis, ou discuti-las, também se faz ausente a verdade. A mentira é uma legalidade, assim como os abusos de poderes das classes dominantes. Confrontar os mentirosos, falar a verdade, é confrontar os donos do poder.

Justamente por isso Renato sofre mais um processo disciplinar. Foi o terceiro desde que assumiu como vereador em Curitiba e teve seu mandato cassado duas vezes.

 

As perseguições políticas contra Renato Freitas mais uma vez escolhido pela polícia para ser revistado em aeroporto

 

“A movimentação contra o racismo é legítima, fundamenta-se no Evangelho e sempre encontrará o respaldo da Igreja. Percebe-se na militância do vereador o anseio por justiça em favor daqueles que historicamente sofrem discriminação em nosso país. A causa é nobre e merece respeito”

Arquidiocese de Curitiba

 

A perseguição política de cunho racista teve início no mandato de Renato Freitas na câmara de vereadores de Curitiba. Num processo no mínimo estranho ele foi acusado de invadir uma Igreja Católica durante um ato contra o racismo. A Igreja soltou nota colocando que a missa havia sido encerrada e que a ação de Renato foi legítima e teve permissão dos líderes religiosos presentes.

Apesar disso, o mandato de Renato foi cassado com 25 votos favoráveis e 5 contrários em 22 de junho do ano passado. Alguns dias depois, o TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) suspendeu a sessão em que ocorreu a cassação por entender que ela não cumpriu os prazos legais. Mas a perseguição contra Renato seguiu e ele foi outra vez cassado, com 23 votos a favor, 7 contra e 1 abstenção. A votação foi em agosto de 2022. Renato entrou com recurso na Justiça e obteve decisão favorável no STF (Supremo Tribunal Federal), recuperando o mandato de vereador. O ministro Roberto Barroso, relator do texto, citou na decisão o racismo estrutural da sociedade brasileira. “Na situação aqui examinada, e talvez não por acaso, o protesto pacífico em favor de vidas negras, feito pelo vereador reclamante dentro de igreja, motivou a primeira cassação de mandato na história da Câmara Municipal de Curitiba”. Antes disso, enfrentou outro processo disciplinar por fala em debate na Câmara em fevereiro de 2021, em que foi acusado pela Comissão de Ética de quebra de decoro e intolerância religiosa, dessa vez por supostamente atacar membros da bancada evangélica durante debate em que discutia o uso da ivermectina no tratamento da Covid. Um absurdo que deixa evidente desde o princípio o caráter do processo.

Na Assembleia, Renato vem sendo acusado de quebra de decoro parlamentar. Em um processo de perseguição política por parte da direita que domina a Assembleia do estado.

Ao ver discurso do deputado de extrema direita Ricardo Arruda, do PL, criminalizando o MST e recheado de fake news sobre as produções orgânicas do movimento, Renato chamou o deputado de mentiroso. A posição do presidente da Assembleia foi repreender Renato por falar a verdade e buscar desmentir uma fake news, enquanto nada fez com aquele que utilizou a tribuna para mentir e realizar discurso de ódio.

O provável é que o processo disciplinar contra Renato leve a uma advertência, com o objetivo de seguir num acúmulo de advertências para justificar uma futura cassação do mandato, em uma prática persecutória.

Uma perseguição com viés racista, que marca toda a trajetória política de Renato. Sendo inúmeras vezes chamado de funkeiro, como se isso o diminuísse, de maconheiro, incapaz e de bandido, Renato sofre com rotulações e imposições de estereótipos raciais comuns a pessoas negras. Seus colegas de parlamento, homens e mulheres eurodescentendes, não aceitam que um jovem negro acesso aquele espaço de Poder da forma e os confronte. Afirmam que ele precisa entender o que é um parlamento, e que esta casa não está de brincadeira. Coisas que Renato, assim como Abdias Nascimento, Benedita da Silva, Matheus Gomes e outras lideranças negras que foram eleitas e ocuparam cargos legislativos já entenderam antes mesmo de estar dentro desses espaços.

 

Renato é um de nós

Apenas um rapaz latino americano apoiado por mais de 50 mil manos.

Um efeito colateral do que o sistema fez.

Racionais, capítulo 4, versículo 3″

Mano Brown

 

O parlamento brasileiro é parte da estrutura racista da sociedade e reproduz a lógica do racismo brasileiro, garantindo às elites brancas vantagens econômicas e sociais. Atuar dentro desses espaços é ser contra hegemônico, ser minoria e se colocar para desafiar a ordem colonial que reina em nosso país. O novo momento do protesto negro brasileiro afirma: nada de nós sem nós. A população negra brasileira desafia o mito da democracia racial e afirma que num país racista teremos voz e representações para elaborar políticas públicas para nossa gente.

Renato é um de nós, negros, trabalhadores, periféricos. E por ser um de nós ele não está sozinho. Já diria a letra dos Racionais Mc’s: “um rapaz Latina americano, apoiado por mais de 50 mil manos”. O movimento negro de todo Brasil está com Renato na luta contra a Casa Grande e os senhores de engenho.

No Rio Grande do Sul, no Paraná e por todo território nacional: não abaixaremos a cabeça, seguiremos firmes até a vitória

Renato Freitas é advogado, mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Pesquisador na área de Direito Penal, Criminologia e Sociologia da Violência, ele já trabalhou na Defensoria Pública do Estado do Paraná e atuava como professor universitário e advogado popular antes de se eleger vereador pelo PT em Curitiba em 2020. Cassado por uma maioria racista na Câmara de Vereadores, é hoje deputado estadual no Paraná, eleito com 58 mil votos

27
Abr23

Latifundiário Dallagnol ataca João Pedro Stédile do Movimento dos Sem Terra

Talis Andrade

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Família Dallagnol: de latifúndios a indenizações milionárias do Incra. As patifarias começam com o avô e pai do ex-procurador da quadrilha Lava Jato e têm histórico de participação em conflitos de terra, desmatamento e loteamentos ilegais. 400 mil hectares de terra apenas em um município da Amazônia
 
 
 
 

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), o Pequeno Príncipe das Terras sem Fim, resolveu atacar nesta quarta-feira (26) o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, e anunciou que entrou no Ministério Público contra o ativista. "Encaminhei hoje uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo contra João Pedro Stédile, líder do MST que, em viagem à China na comitiva presidencial de Lula, incitou militantes do MST a fazerem novas invasões ilegais à fazendas e terras…", escreveu o parlamentar no Twitter. 

O ex-procurador da Lava Jato fez referência à seguinte declaração de Stédile: "neste mês de abril, nosso movimento fará muitas manifestações em defesa da reforma agrária. Haverá mobilizações em todos os estados, em todos os estados, sejam marchas, vigílias, ocupações de terras, as mil e uma formas de pressionar que a lei, que a Constituição seja aplicada, e que latifúndios improdutivos sejam desapropriados e entregues a famílias acampada".

Dallagnol e família são latifundiários na Amazônia. Procurador de Justiça aposentado do Paraná, Dallagnol pai é também o fio da meada de outro enredo da família: a participação em conflitos de terra, desmatamento, loteamentos ilegais e o pagamento de indenizações milionárias por desapropriações pelo Incla, em dezembro de 2016, durante o governo de Michel Temer. Fica assim explicada a participação da quadrilha da Lava Jato no impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O ex-juiz Sérgio Moro, hoje senador, são outros quinhentos ganhos para prender o duas vezes presidente eleito Lula da Silva. Moro ganhou de Bolsonaro um ministério - da Justiça e Segurança - e a promessa de ser nomeado ministro do STF e/ou magnífica pensão.

No início dos anos 80 do século passado, Sabino Dallagnol, avô de Deltan, e os filhos adquiriram terras no município de Nova Bandeirantes, noroeste de Mato Grosso. Como muitos gaúchos e paranaenses, aproveitaram o apoio da ditadura para comprar a preços módicos grandes extensões de terras na Amazônia Legal.

Agenor e Vilse Salete Martinazzo Dallagnol, mãe do procurador, adquiriram terras, mas continuaram no Paraná. Outros irmãos de Agenor, como Xavier Leonidas e Leonar, conhecido pelos moradores de Nova Bandeirantes como Tenente, mudaram para o município, a 980 quilômetros de Cuiabá e a 2,5 mil quilômetros de Pato Branco, onde, em 1980, nasceu Deltan. Sabino tornou-se nome de rua na cidade – endereço de uma corretora de imóveis da família. Leia mais sobre uma família que bem usou, e abusou como Tenente da repressão, em proveito próprio, a corrupção da ditadura militar de 1964. Leia aqui.

 

Fraude milionária com terras

 

O Conselho Diretor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) abriu em maio um procedimento para investigar irregularidades na desapropriação dos imóveis que constituem a Fazenda Japuranã, em Nova Bandeirantes (MT), região de floresta na Amazônia Legal.

Entre os beneficiários da megadesapropriação estão pelo menos 14 parentes do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba. Entre eles, o pai de Deltan, o ex-procurador Agenor Dallagnol. Somente a família do procurador recebeu R$ 36,9 milhões em dezembro de 2016, durante o Governo Temer, diante da desapropriação de pelo menos 37 mil hectares no município, no noroeste do Mato Grosso.

O presidente do conselho e do Incra, general João Carlos de Jesus Corrêa, definiu no dia 10 de maio, em uma resolução, o bloqueio dos bens depositados e apontou “indícios de irregularidades nos atos praticados por servidores públicos”. A decisão envolve uma área exata de 36.792 hectares, declarados de interesse social para fins de reforma agrária, ainda em 2013, e uma indenização total de R$ 41 milhões.

A reportagem da revista CartaCapital identificou que a maior parte desse valor foi destinada à família Dallagnol. Em uma das ações, capitaneada por uma tia do procurador, aparecem os 14 membros da família e outros fazendeiros da região interessados no desmembramento de suas terras.

Um estudo da Unicamp mostra que o clã chegou a ter 400 mil hectares somente naquele município, ocupado nos anos 80. Outras reportagens também publicadas pela revista informam como esse processo está relacionado ao desmatamento, entre outras irregularidades protagonizadas ou defendidas pelo clã – uma família recheada de advogados e procuradores.

05
Abr23

Pai da juíza Gabriela Hardt é suspeito em caso de pirataria industrial contra a Petrobras (vídeos)

Talis Andrade

 

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Jornalista Leandro Demori revela investigação sobre possível espionagem que pode ter lesado a Petrobras no mercado de xisto

 

por Ana Gabriela Sales /jornal ggn

O engenheiro químico Jorge Hardt Filho e ex-colegas da Petrobras estão envolvidos em um esquema de pirataria de tecnologia exclusiva estatal, de acordo com uma investigação interna da organização. A denúncia é do jornalista Leandro Demori, em seu site “A Grande Guerra”.

Jorge Hardt é pai da juíza Gabriela Hardt, que foi substituta de Sergio Moro (União Brasil-PR) na famigerada Operação Lava Jato. Acontece que, apesar de investigar casos interligados, o episódio envolvendo o familiar da juíza nunca foi apurado pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. 

Vamos aos fatos:

– Engenheiro químico, Jorge Hardt aposentou-se como funcionário da Petrobras. A partir daí, ele foi contratado para prestar consultoria a empresas privadas do setor de energia e petróleo, como a Tecnomon e a Engevix.

– Em meados de 2007, a Tecnomon atuava em um projeto com objetivo de modernizar a Petrobras SIX, Unidade de Industrialização de Xisto da petroleira, situada em São Mateus do Sul, no Paraná.

– Nessa época, Jorge Hartd era funcionário da Tecnomon e a Petrobras emitiu um documento de liberação de acesso incomum ao engenheiro, que a partir daí pôde entrar na fábrica com o seu computador pessoal.

– Segundo Demori, Jorge Hardt conhecia cada palmo da planta da SIX, já que ele foi um dos primeiros a chegar no lugar no começo dos anos 1970, “quando a empresa estatal tentava criar uma tecnologia própria para a extração de óleo e de outros derivados das pedras que afloravam na região paranaense.”

– A técnica é “única no mundo, mais eficiente e ecológica que as demais operadas em outros países – foi patenteada sob o nome de Petrosix®”. 

– Em 2008, Jorge Hardt começou a prestar serviços para a Engevix, uma das empreiteiras alvo da Lava Jato. Foi durante esse trabalho, que pai da juíza Gabriela Hardt e três funcionários aposentados tiveram acesso a informações privilegiadas referentes á tecnologia Petrosix, por meio de “documentos classificados como corporativos, reservados e confidenciais” da Petrobrás. 

– O acesso a essas informações, segundo Demori, “descambaria em investigações sobre pirataria industrial, uso indevido de documentos secretos, armações contra a petroleira e uma tentativa de vender um processo de transformação do xisto que seria uma cópia da Petrosix”.

 

A pirataria com os canadenses

 

O contrato da Petrobras com a Engevix tinha o objetivo de lançar a Petrosix no mercado internacional, com foco no Marrocos, Estados Unidos e Jordânia. Contudo, apenas neste último negócio prosperou, com a autorização do governo jordaniano de estudos sobre xisto na região de Wadi Maghara, a segunda melhor do país.

À época, para dar andamento no negócio na Jordânia, a Petrobras buscou uma parceria para dividir os custos dos investimentos necessários e fechou acordo com banco canadense Forbes & Manhattan, que opera com mineradoras no mundo todo.

Em 2012, o gerente geral da SIX, Jose Alexandrino Machado, mostrou a executivos da Petrobras uma apresentação com slides de outra empresa, a Irati Energia, controlada pelo grupo Forbes & Manhattan.

Machado avisou que a Irati Energia – formada por ex-funcionários da SIX – “estava divulgando no mercado global ser detentora de uma tecnologia que, nas palavras dele, era uma ‘Petrosix melhorada’”, escreveu Demori. 

 

Quem repassou segredos da Petrobras?

 

O principal suspeito pelo repasse dos segredos industriais à concorrência é o grupo de Jorge Hardt. E, apesar de expirada como patente na época dos fatos, pelo menos seis componentes do processo tecnológico da Petrosix ainda estavam protegidos legalmente. Além disso, vale ressaltar, que contratos de ex-funcionários da petroleira prevê acordo de confidencialidade.

Em novembro de 2012, a Petrobras abriu uma investigação interna para apurar a pirataria industrial. “No relatório, a Petrobrás salientou ainda que os contratados da Engevix João Carlos Gobbo, Jorge Hardt Filho e João Carlos Winck foram as pessoas que tiveram acesso às informações usadas ilegalmente pela Forbes & Manhattan”. 

As suspeitas ainda reforçaram-se quando o trio assinou requerimento de patentes de um produto chamado “Prix”, o qual afirmavam ter mais de 30 anos de aprovação no mercado. O produto nunca existiu e era evidente que referiam-se ao Petrosix.

 

Engevix x Lava Jato

 

Demori ressaltou na reportagem que a “Engevix, para a qual Jorge Hardt trabalhou, teve seus negócios revirados pelos investigadores da Lava Jato. Foi Gabriela Hardt quem determinou, por exemplo, a prisão de José Dirceu por acusação de ter recebido propinas da própria Engevix que empregou seu pai. O caso da Petrosix, no entanto, passou em branco pelos olhos sempre atentos de Curitiba”.

 

Venda da Six

 

Ainda, no relatório de conclusão da investigação interna, a Petrobras fez recomendações para impedir novos negócios com a Forbes & Manhattan. 

Contudo, o governo Bolsonaro não deu atenção e vendeu a  Petrobras Six justamente a eles, por cerca de R$ 200 milhões, o equivalente a apenas um ano de lucro subsidiária. 

“O governo Lula tem agora 15 meses para passar o controle total aos canadenses da recém privatizada Petrosix. Uma investigação no Tribunal de Contas de União, que corre sob sigilo, pode esclarecer ainda mais os pontos obscuros desse negócio. Ainda dá tempo de evitar o pior”, concluiu Demori.

Leitura recomendada:

Como foi montado o golpe do século contra a Petrobras, por Luis Nassif

O acordo de leniência, sugerido por Ellen Gracie, transformou a Petrobras de vítima em ré.

EUA receberão informações sigilosas da Petrobras graças à Lava Jato

Para evitar processo em solo americano, Petrobras concordou em abastecer o governo dos EUA com informações sobre sua política de governança e negócios.

O jornalista Luis Nassif entrevista o jornalista Leandro Demori, que denunciou negócios suspeitos na Petrobras, envolvendo pelo pai da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na Lava Jato. Segundo Demori, o engenheiro químico Jorge Hardt Filho se envolveu em um suposto esquema de pirataria industrial, que teve como vítima a Petrobras Six, subsidiária voltada à industrialização do xisto. Ainda neste programa, Nassif conversa com Caio Marçal, educador popular, cientista social e teólogo, para comentar a suspensão da reforma do ensino médio anunciada pelo presidente Lula. Marçal também comentará a tragédia em Blumenau (SC), onde uma creche foi invadida e 4 crianças de até 7 anos foram vitimadas.

Glauber Braga fala sobre a privatização da Eletrobrás e da Petrobras, a queda de braço entre o governo Lula e o Banco Central e a oposição no Congresso.

05
Abr23

NOVAS MENTIRAS SOBRE O PCC E O INTERCEPT SÃO ATAQUES AO JORNALISMO SÉRIO DO BRASIL

Talis Andrade
 
 

A  bolsonarista Jovem Pan do Paraná divulga informação dúbia liberada por juíza lavajatista sem ouvir os jornalistas que denunciaram as mentiras dos extremistas da direita volver juiz Sergio Moro senador e do procurador Dallagnol deputado federal 

 

por Andrew Fishman, Cecília Olliveira, Flávio VM Costa /Intercept

NA NOITE DE QUINTA-FEIRA, 23, nossa equipe foi surpreendida por um e-mail do jornalista Marc Sousa, coordenador de jornalismo da Jovem Pan no Paraná e afiliado do R7. Ele afirmou que estava fazendo uma reportagem sobre supostas doações do PCC ao Intercept, descritas em um ofício da Polícia Federal. O documento faz parte dos autos da investigação sobre os supostos planos da facção paulista contra o ex-juiz Sergio Moro – que seria um dos alvos de um plano do PCC para sequestrar e assassinar autoridades públicas. 

O jornalista pediu nosso posicionamento. Respondemos com a verdade: não, o PCC jamais pagou qualquer valor para o Intercept, e qualquer afirmação nesse sentido é mentirosa. O jornalista mandou as perguntas à noite, com menos de 12 horas para resposta. Ainda assim, nossa equipe trabalhou durante a madrugada para procurar os 17 nomes mencionados no relatório que consta no despacho. 

Nenhum deles consta na nossa base de apoiadores. 

Além disso, curiosamente, não há no relatório da PF menção ao nome da pessoa que teria escrito tal documento. Imediatamente após a referência ao Intercept, há linhas citando “assinaturas de 2 revistas internacionais” e “assinaturas de revistas nacionais” — fatos não citados na nota do jornalista, publicada em um site que faz parte do portal R7. 

Mas, como era de se esperar, a nota foi ao ar. E nela sequer havia o posicionamento do Intercept, enviado 40 minutos antes da publicação do texto e dentro do prazo exigido pelo jornalista. O autor afirma que procurou o Intercept e “não teve resposta”. É uma mentira intencional ou uma falha grosseira dos padrões jornalísticos, se não ambos. Somente após uma conversa no WhatsApp, na qual exigimos que nossa resposta fosse publicada, o texto foi atualizado com nosso posicionamento. [Safadeza de voz safada da rádio Jovem Klan, de KKK, de escriba do blogue R7, de sete a conta do mentiroso].

É interessante notar que a juíza que quebrou o sigilo do relatório seja Gabriela Hardt, sucessora de Moro na Lava Jato que prometeu processar quem divulgasse suas mensagens na época da Vaza Jato. De acordo com a colunista d’O Globo Bela Megale, investigadores da PF “criticaram a medida e afirmam que a juíza expõe a investigação que ainda segue em curso e técnicas da PF em um tema sensível, como o combate às facções criminosas. Em parte da corporação, a ação foi vista como tentativa de ‘blindar’ Moro após as declarações de Lula”.

Também chama atenção que a acusação seja publicada pelo jornalista de um veículo que vem sendo alvo de sucessivas reportagens do Intercept – a mais recente delas, sobre a perda de R$ 838 mil em anúncios após uma campanha de desmonetização por a Jovem Pan “lucrar com discursos golpistas”. O Intercept também foi alvo de ataques do R7 e da Record em 2018, após revelar a pressão política para apoiar Bolsonaro nessas redações. 

Em nossa história, já tivemos mais de 40 mil apoiadores, que contribuem com um valor médio de R$ 40. É uma comunidade potente e engajada, que acredita no nosso jornalismo. É o maior programa de membros da América Latina, que inspirou vários outros veículos de mídia independente a criarem iniciativas do tipo – um modelo que garante autonomia financeira por não depender de anúncios ou grandes corporações.

Temos duas coisas importantes a dizer. A primeira é que não aceitaremos tentativas maliciosas de manchar não apenas a nossa reputação, mas também a da nossa comunidade. Fazemos um jornalismo sério, baseado em evidências e não daremos nenhum passo atrás.

A segunda é que, infelizmente, não é a primeira vez que somos vítimas de ataques do tipo. Já fomos investigados em CPIs, ameaçados de prisão, gravados clandestinamente e tivemos nosso endereço espalhado nas redes, entre outros absurdos – apenas por fazer nosso trabalho sério, que pisa no calo de muita gente. 

Na época da Vaza Jato, ataques orquestrados inventaram várias fake news a nosso respeito. Quem nos acompanha nas redes deve se lembrar do “Pavão Misterioso”, um perfil apócrifo que criou inúmeras mentiras contra nosso jornalismo e nossos profissionais, inclusive com tentativas de nos associar ao crime organizado.

A acusação de hoje, aliás, é bastante comum na esfera bolsonarista e lavajatista. Nos dias seguintes à sua morte, tentaram associar Marielle Franco ao traficante Marcinho VP em uma das mentiras mais sórdidas que já circularam na internet. Durante a campanha eleitoral e nas últimas semanas, isso também aconteceu com o presidente Lula, particularmente durante sua visita ao Complexo do Alemão, e com o ministro da Justiça Flávio Dino, em visita ao Complexo da Maré. Até mesmo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes é acusado de ter ligações com o PCC. 

O jogo é sujo, nós sabemos.

Nós repudiamos mais essa tentativa de criminalizar o nosso jornalismo e de associá-lo ao crime organizado.

Não recuaremos.

ong dinheiro petrobras vítima lava jato .png

04
Abr23

A terra dos bandidos golpistas

Talis Andrade
aram da tentativa de golpe em Brasília
 

Conheça paranaenses nazi-fascistas que participaram da tentativa de golpe em Brasília

Paranaenses participaram dos atos golpistas desse domingo (08) em Brasília – DF. É o que mostra o perfil no Instagram chamado “Contragolpe Brasil”, que identifica os terroristas que atacaram os prédios dos três poderes, e também apuração feita pelo Parágrafo 2 em grupos golpistas do Telegram.

Milhares de bolsonaristas invadiram e depredaram prédios do poderes legislativo, executivo e judiciário na tarde deste domingo. A tentativa de golpe – que contou com a conivência do governo do Distrito Federal – se concretizou com a chegada de cerca de 100 ônibus à capital durante todo o final de semana. Entre eles, estavam ônibus vindos de cidades paranaenses.

O perfil “Contragolpe Brasil” tem identificado, desde a noite de ontem, dezenas de terroristas por meio de fotos, colocando seus nomes e, por vezes, cidade e estado onde moram. Lá, é possível encontrar ao menos seis paranaenses:

Jessiel Carrara – Assessor Pedagógico da Prefeitura Municipal de Ortigueira:

 

Alir José Minuzzo – Professor da rede estadual:

Adriano Kommer – Empresário que trabalha com placas de energia solar:

Jefferson Martins:

Cleiton Bortolini:

No Telegram

O Parágrafo 2 identificou três grupos da rede social Telegram que são reduto de golpistas paranaenses: Direita Paraná, Direita Curitiba e Saúde, Religião, História e Política.

A maioria dos participantes destes grupos não foi à Capital Federal. Apenas engrossam por meio do aplicativo as praticas golpistas e Fake News costumeiras. Alguns, no entanto, fizeram as malas e embarcaram na viagem insana da extrema direita.

No grupo “Direita Curitiba”, Priscila Bertotti é figura atuante e desde sábado destacava que estava com a malas prontas ruma à Brasília.

De lá, Priscila abasteceu o grupo com fotos e vídeos da invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF), comemorando inclusive a depredação ao prédio:

“arrancaram a porta do gabinete do ovo”, diz em mensagem se referindo à porta do gabinete do Ministro Alexandre de Moraes.

No grupo “Direita Paraná” o mais atuante é Givanildo de Jesus Oliveira, mais conhecido como “Giva Curitiba” . Ele foi candidato a deputado estadual na última eleição concorrendo pelo Progressistas (PP). Não é possível perceber se Giva foi à Brasília, mas sua atuação no grupo golpista é de total incentivo aos atos terroristas.

 Adriano Azevedo é o criador do grupo golpista do Telegram “Saúde, Religião, História e Política”. Lá, há atualizações constantes sobre a situação em Brasília e o incentivo para que os protestos não parem.

 
14
Fev23

PF cumpre 8 mandados de prisão em cinco estados em ação contra atos golpistas

Talis Andrade
 
 
 
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Alvos estão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo; as buscas e apreensões estão autorizadas pelo STF

 

por Mariana Albuquerque e Thays Martins /Correio Braziliense

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (14/2) uma nova fase da operação Lesa Pátria contra os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando pessoas inconformadas com o resultado das eleições invadiram e depredaram as sedes dos poderes da República, em Brasília. Esta é a 6ª fase da operação policial

A ação desta terça tenta cumprir oito mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, todos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os alvos estão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.
 

"As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.", afirmou o PF em nota. 

Em Sergipe, um mandado de busca e apreensão foi cumprido contra o bolsonarista Luciano Oliveira dos Santos, de Itabaiana. Ele está preso em Brasília desde o dia dos atos.

A operação Lesa Pátria é tratada pela PF como permanente e os suspeitos de participação e financiamento são investigados por seis crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime; destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Segundo a Polícia Federal, "Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido".

 
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