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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

14
Fev23

PF cumpre 8 mandados de prisão em cinco estados em ação contra atos golpistas

Talis Andrade
 
 
 
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Alvos estão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo; as buscas e apreensões estão autorizadas pelo STF

 

por Mariana Albuquerque e Thays Martins /Correio Braziliense

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (14/2) uma nova fase da operação Lesa Pátria contra os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando pessoas inconformadas com o resultado das eleições invadiram e depredaram as sedes dos poderes da República, em Brasília. Esta é a 6ª fase da operação policial

A ação desta terça tenta cumprir oito mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, todos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os alvos estão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.
 

"As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.", afirmou o PF em nota. 

Em Sergipe, um mandado de busca e apreensão foi cumprido contra o bolsonarista Luciano Oliveira dos Santos, de Itabaiana. Ele está preso em Brasília desde o dia dos atos.

A operação Lesa Pátria é tratada pela PF como permanente e os suspeitos de participação e financiamento são investigados por seis crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime; destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Segundo a Polícia Federal, "Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido".

 
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26
Nov22

Adolescente nazista de Aracruz: Três professoras baleadas passaram por cirurgia e seguem em estado grave. Duas crianças, um menino de 11 anos e uma menina de 14, estão em estado "gravíssimo"

Talis Andrade

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Fardado e com duas arnas invadiu duas escolas para matar professores e crianças

 

Polícia tenta esconder o crime político. O pai oficial militar também é bolsonarista e nazista

 

por Bruno Alfano /Extra

A Secretaria de Saúde do Espírito Santo informou na manhã deste sábado que três professoras baleadas passaram por cirurgia e seguem em estado grave. Duas crianças, um menino de 11 anos e uma menina de 14, estão em estado "gravíssimo". Uma foi baleada na barriga. A outra, na cabeça e está intubada.

De acordo com a polícia, o autor dos atentados que deixaram três pessoas mortas e outras 13 feridas em duas escolas confessou o crime e afirmou que planejava os ataques há dois anos. A motivação ainda é investigada. Estão internados:

 
  • Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves: 03 mulheres, idades 52, 45 e 38 anos, passaram por cirurgias e seguem em UTI em estado grave.
  • Hospital Estadual de Urgência e Emergência “São Lucas”: 01 mulher, 58 anos, passou por cirurgia e o estado de saúde é estável.
  • Hospital Estadual N.Sra. da Glória “Infantil de Vitória”: 01 criança sexo masculino, 11 anos, passou por cirurgia e segue em estado grave; 01 criança sexo feminino, 14 anos, passou por cirurgia, segue entubada e em estado grave. Ambas estão em UTI.

Como o crime aconteceu?

Por volta das 9h50, o adolescente, armado, vestindo uma farda camuflada e com o rosto coberto, arrombou o cadeado do portão da escola pública Primo Bitti e foi direto à sala dos professores, onde atirou em professoras. Duas morreram. Depois, ele voltou ao carro e se dirigiu ao segundo colégio, particular, onde também disparou contra quem via pela frente. Uma menina de 11 anos morreu. Ao todo, 11 pessoas ficaram feridas. Ele, então, fugiu com o carro, que estava com a placa encoberta por fitas. Ele seria capturado horas depois.

Onde ele conseguiu a arma?

O garoto usou uma arma que pertence ao pai, que é tenente da Polícia Militar do Espírito Santo. De acordo com as autoridades policiais, ele e a mãe colaboraram para que o filho se entregasse.

Ele confessou o crime?

Sim, segundo a polícia. Ao ser apreendido em casa, o garoto confirmou que realizou os ataques. Disse, também, que planejava o crime há 2 anos, ou seja, quando tinha apenas 14 anos. A polícia ainda investiga a motivação.

Quem são os mortos?

As vítimas são duas professoras, baleadas na escola pública, cenário do primeiro ataque, e uma criança de apenas 11 anos, atingida no segundo colégio, particular. Os nomes não foram divulgados.Image

 

E o carro?

Após o crime, o atirador entrou no carro, um Renault Duster dourado, visto por várias testemunhas, e fugiu. A polícia agora já sabe que ele voltou para casa para devolver o veículo, que pertence ao pai. O automóvel chegou a ser apreendido no momento em que o rapaz foi apreendido.

Ele era ex-aluno de alguma das escolas atacadas?

Durante a coletiva de imprensa, o secretário de Educação revelou que o atirador era ex-aluno da escola estadual Primo Bitti. Os pais teriam pedido transferência do rapaz este ano, mas o motivo para esta decisão ainda será esclarecido pelas autoridades.

 
Lázaro Rosa 
@lazarorosa25
Ônibus escolar foi alvo de tiros após tentar passar pelo bloqueio dos terroristas Bolsonaristas na cidade de Bandeirantes, Paraná.Image

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22
Nov22

Padre é encontrado morto no Paraná; suspeita é de crime de motivação política

Talis Andrade

Padre encontrado morto no PRPadre José Aparecido Bilha tinha 63 anos

Em nota, a instituição ainda informa que “o caso está sendo investigado pelas autoridades de segurança pública e acompanhado pela Diocese”. O caso está com a Delegacia de Guaíra. Segundo o portal G1, a Polícia Civil diz que “aguarda laudos complementares que auxiliarão no andamento das investigações”.

21
Nov22

Padre do PR que declarou voto em Lula é encontrado morto com corte na garganta

Talis Andrade

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O agronegócio do Paraná tinha jurado o padre lulista de morte.“Se era vermelho, menos um”, festejaram. Este crime deve ser investigado pela Polícia Federal  depois de 1 de janeiro próximo. A polícia estadual é da extrema direita

 

O padre José Aparecido Bilha foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (21) no quintal da casa paroquial em Guaíra, no Oeste do Paraná. Ele tinha um corte profundo no pescoço e, ao lado do corpo, foi encontrada uma faca.

Bilha tinha 63 anos de idade e em março completou 28 de ordenação sacerdotal. Atuou no Seminário São Cura d’Ars, em Quatro Pontes, como promotor vocacional e diretor espiritual (1996-2000) e também como reitor (2000-2001). No mesmo período foi vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Quatro Pontes.

Bilha tinha 63 anos de idade e em março completou 28 de ordenação sacerdotal. Atuou no Seminário São Cura d’Ars, em Quatro Pontes, como promotor vocacional e diretor espiritual (1996-2000) e também como reitor (2000-2001). No mesmo período foi vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Quatro Pontes.

 

Ameaçado por bolsonaristas do agronegócio

 

Entre 2002 e 2003, o Padre Cido, como era conhecido, realizou uma especialização em Bogotá, na Colômbia. Em 2016 foi designado para acompanhar a formação seminarística junto ao Seminário São João Paulo II (Teologia), em Curitiba, permanecendo até o final de 2019, quando passou a atuar como pároco junto a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Guaíra.

Fieis dizem que ele estava sofrendo ameaças e pressão política por ter declarado voto em Lula. No sábado, houve uma reunião de empresários do agronegócio na cidade.

Num grupo de WhatsApp de moradores a que o DCM teve acesso, um homem que pediu para não ter a identidade revelada escreveu o seguinte: “Somos 35 mil habitantes, e a cidade é praticamente 95% bolsonarista. Vivemos reclusos, não postamos nada, não podemos ir na avenida comemorar a vitória do presidente, eles ficaram em seus caminhões fazendo rondas armados pra intimidar qualquer comemoração. Ele foi achado no pátio da igreja, como se alguém tivesse chamado e ele foi atender. Acho que essa história de suicídio é pra mascarar um homicídio”.

Um bolsonarista reagiu à morte de Bilha da seguinte maneira: “Se era vermelho, menos um”.

A Diocese de Toledo, por meio de seu bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, se manifestou por meio de nota:

A Diocese de Toledo, por meio de seu bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, e seu clero, manifestam o profundo pesar pelo falecimento do Pe. José Aparecido Bilha, 63 anos. Ele estava no exercício de seu ministério como pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Guaíra, e foi encontrado morto por funcionários na abertura do expediente desta segunda-feira, 21 de novembro. Externamos condolências à família Bilha e à comunidade católica de Guaíra, especialmente desta paróquia, que foram surpreendidos pela triste notícia.

Informamos ainda que o caso está sendo investigado pelas autoridades de segurança pública e acompanhado pela Diocese. Rogamos a Deus que, na sua misericórdia, acolha este irmão no sacerdócio que dedicou sua vida pelo bem dos fiéis.”

Mensagem no grupo de WhatsApp de Guaíra sobre a morte do padre: “Se era vermelho, menos um”

 

10
Nov22

'Me senti na inquisição': 'listas de petistas' se espalham pelo país e causam medo

Talis Andrade

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Bandeiras de Lula e Bolsonaro

CRÉDITO UESLEI MARCELINO/REUTERSImageImageImage

 

por Vinícius Lemos /BBC News

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Pouco após o primeiro turno das eleições, um questionamento chamou a atenção da cabeleireira Monika Ganem. "Uma cliente ligou para perguntar a um profissional do meu salão se eu estava trabalhando pro Lula. Ele respondeu: 'claro que não'", conta a empresária, que há 30 anos é dona de um salão de beleza em Maringá (PR).

Dias depois, ela descobriu que o seu estabelecimento estava em uma "lista de petistas" que eleitores de Jair Bolsonaro (PL) elaboravam para que pessoas deixassem de frequentar.

"Fiquei me sentindo na fogueira da inquisição ou nos porões da ditadura militar", revela a cabeleireira.Image

 

Ela frisa que nunca declarou voto no petista ou em qualquer candidato. "Mesmo que eu tivesse me manifestado publicamente, estaria no meu direito. Eu enxergo esse tipo de perseguição como uma violência irremediável, já que a Constituição nos assegura o direito de pensar e expressar pensamento."

Uma situação parecida foi vivida pelo cirurgião plástico Michel Patrick, de Cuiabá (MT). Ele teve o seu nome citado em uma lista semelhante em Mato Grosso.

"Isso tem, lógico, uma conotação de segregação e exclusão, com a mensagem: não façam negócio com esse tipo de gente. Situações desse tipo abalam as pessoas, fazendo com que se sintam ameaçadas", diz.

O médico também afirma que nunca manifestou voto em Lula. "Não sou petista, isso se torna impossível pois não sou partidário, não tenho político de estimação e não falo sobre política nos meus canais de comunicação."

Os dois casos ilustram uma situação que se tornou recorrente nas últimas semanas em diversas regiões do país: as inúmeras "listas de petistas" que são compartilhadas em grupos bolsonaristas em forma de repúdio, com incentivo para que as pessoas não frequentem esses lugares ou não contratem esses profissionais.

Entre os alvos desses tipos de listas há estabelecimentos ou profissionais de diferentes áreas. Até mesmo servidores públicos foram mencionados.

A BBC News Brasil ouviu algumas histórias de pessoas que foram citadas em algumas dessas listas. Além do receio de enfrentar prejuízo financeiro, elas também temem que se tornem alvos de diferentes tipos de ataques.

Monika optou por não denunciar a situação às autoridades, ao menos por ora. Já Michel registrou um boletim de ocorrência e avalia as medidas judiciais cabíveis.

Especialistas têm apontado que cada caso tem que ser analisado individualmente, mas frisam que pode se enquadrar como difamação, que prevê pena de um a três anos de detenção. Além disso, é possível pedir indenização por danos morais ou materiais e até tentar descobrir a origem da lista por meio da Justiça.

 

'Um discurso de ódio pesado que te atinge'

 

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Além dos profissionais liberais ou donos de estabelecimentos que dizem evitar se manifestar sobre política, essas listas também mencionam aqueles que são publicamente a favor do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Para a comerciante Letícia (nome fictício), dona de um restaurante vegano em São Paulo, a manifestação de apoio ao PT e contra o atual presidente Jair Bolsonaro sempre fez parte da rotina de seu estabelecimento. "Talvez eu tenha sido ingênua em não imaginar o que isso poderia causar."

Ela diz que já havia ouvido críticas pontuais sobre o seu posicionamento político, mas nunca acreditou que viveria algo semelhante ao que enfrentou dias atrás quando uma página bolsonarista mencionou o restaurante dela em uma lista de estabelecimentos petistas numa rede social.

"Pegaram as nossas fotos, com as bandeiras do Lula e do Haddad (candidato petista ao governo de São Paulo, que foi derrotado) e postaram com a mensagem: essa empresa chama a gente de genocida e de nazistas. Incitaram os ataques", diz Letícia.

A partir de então, o estabelecimento dela começou a receber inúmeras ofensas na rede. "Eu diria que vai dando uma noção do perigo que a gente corre e que geral está correndo. É uma coisa muito descontrolada, um discurso de ódio pesado que te atinge. Eles sabem falar as coisas que vão lá no fundo e assusta", diz a comerciante.

"Eu me senti invadida e acuada. É uma invasão de privacidade, um desrespeito enorme ao pensamento de cada um e à democracia", diz ela.

"Mesmo que seja só um assédio virtual, compartilharam também o nosso endereço e nossos rostos, então deu medo de haver algum assédio físico na hora também. É a proliferação de uma cultura antidemocrática e violenta", acrescenta o sócio dela.

Em meio às ofensas, eles compartilharam a situação no perfil do estabelecimento no Instagram e também passaram a receber diversas mensagens de carinho.

"Quando comecei a ver o apoio das pessoas, me senti um pouco mais tranquila. Mas antes disso mexeu bastante comigo e me deu até tremedeira", conta.

Os dois registraram um boletim de ocorrência sobre o caso. E apesar de tudo o que enfrentaram, não se arrependem de manifestar publicamente apoio a Lula. "Espero que isso caia no esquecimento e que a gente possa trabalhar e ter a nossa vida. Não vou deixar de postar e apoiar a democracia", declara Letícia.

A mesma página que expôs o restaurante de Letícia também mencionou a cafeteria de Fernanda (nome fictício), em Goiânia (GO), na lista de "locais petistas".

"Na nossa porta de entrada tem uma mensagem 'Lula livre', mas ainda assim recebemos mensagens de pessoas falando que não sabiam que a gente era de esquerda", comenta Fernanda, ao explicar que nunca escondeu que era contra a gestão de Jair Bolsonaro.

"Pessoalmente, nunca passamos por nenhum constrangimento ou recebemos algum tipo de ataque, mas pelas redes sociais foi muito pesado nesse ano."

A enxurrada de comentários negativos começou pouco após a página bolsonarista divulgar a cafeteria. "Fiquei muito mal com isso e chorei. Também fizeram xingamentos no meu perfil pessoal e até ofenderam a minha família. Diziam que queriam que a gente morresse ou falisse", diz.

"Eu me senti muito triste e oprimida, a gente se esforça muito para fazer um trabalho legal, estou pagando empréstimo que fiz porque fiquei endividada na pandemia", acrescenta.

Além disso, conta a comerciante, as pessoas foram a uma plataforma de avaliações e deram notas ruins para o estabelecimento.

"Derrubaram a nossa avaliação e fizeram comentários falsos. Isso prejudicou bastante, porque é uma avaliação muito importante", comenta.

"Eu acho 'de boa' ter uma lista dessas e o meu posicionamento nunca foi segredo. O problema é atacar, ir atrás e fazer comentários de ódio sobre um lugar só por causa da visão política."

Ela optou por não registrar boletim de ocorrência. "Sinto que a velocidade dos comentários negativos diminuiu, então acredito que essa onda está passando."

"E ao menos recebi muito acolhimento e apoio depois disso. Não me arrependo do meu posicionamento, não vou deixar de ser quem eu sou por causa dessa violência", declara.

Letícia e Fernanda afirmam que por sempre terem defendido abertamente a eleição de Lula, não acreditam que perderão clientes após serem expostas nas páginas.

 

'Pessoas mais preconceituosas deixaram de frequentar o salão'

Charge em preto e branco tem apenas um quadro. A ilustração mostra um céu muito escuro e duas pessoas de pé sobre um lago congelado. Os homens representam Dante e Virgílio, do livro "A Divina Comédia", de Dante Alighieri. O desenho mostra o lago congelado de Cócite, o último dos Nove Círculos do Inferno, para onde vão os traidores. Virgílio diz para Dante: "esses são os que foram abandonados pelo Bolsonaro".

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Um dos principais receios desses profissionais mencionados nessas listas é sofrer prejuízo financeiro.

O cirurgião plástico Michel Patrick diz que a situação afastou algumas pessoas que planejavam procurá-lo. "Perdi algumas (pacientes), gente falando que ia fazer comigo no futuro, mas que agora não faria mais", afirma.

Mas ele acredita que também deve ganhar outros clientes, após compartilhar uma nota para lamentar a situação e afirmar que não apoiou nenhum candidato nas eleições.

No salão de Monika, o impacto da lista já começou a ser notado na agenda de atendimentos. "Percebi que as pessoas mais preconceituosas deixaram de frequentar o salão. Algumas eram muito frequentes e assíduas. Isso impacta de modo geral, mas não em números de visitantes do salão", diz.

Apesar disso, ela afirma que também recebeu manifestações de apoio após ser mencionada na lista.

Em seu perfil no Instagram, Monika compartilhou um vídeo sobre o tema e disse que ficou sem dormir por conta da situação.

"Fui acusada injustamente de comunista, injuriada, difamada, boicotada, hostilizada", diz em trecho do vídeo sobre clientes que deixaram de procurá-la após a lista.

"Eu e várias empresas da cidade fomos listadas e houve incitação a um boicote, a uma retaliação", diz Monika em outro trecho do vídeo.

"Isso se torna um temor, hoje tenho medo pela minha integridade física e emocional da minha família. Não acho que seja mero boicote", conta a cabeleireira à BBC News Brasil.

Segundo ela, alguns bolsonaristas da região chegaram a compartilhar mensagens para que os donos de estabelecimentos que votaram em Lula colocassem uma estrela vermelha em seus comércios. "Isso repete o comportamento da Alemanha nazista contra judeus", diz Monika.

"Nada mais é do que a repetição da conduta nazifascista da Segunda Guerra Mundial. Os nazistas faziam isso para perseguir e quebrar os judeus", acrescenta.

Ela e as outras comerciantes citadas nessa lista criaram um grupo para debater o que poderiam fazer em relação ao caso.

"Não por acaso, a maioria dessas empresas (citadas na lista) é comandada por mulheres", diz Monika. Segundo a cabeleireira, elas ainda não sabem se irão tomar alguma medida judicial.

 

Lista com servidores públicos

 

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Não são apenas estabelecimentos ou profissionais liberais que são mencionados nessas listas que circulam pelo país. Há também situações em que servidores públicos foram citados, como é o caso da professora Roberta*, que mora em uma cidade pequena no interior do Paraná.

"Na quinta-feira passada, recebi uma mensagem de WhatsApp de que eu estava na lista de pessoas que votaram no PT contra o atual governo. Nessa lista, diziam para as pessoas buscarem a gente se houvesse qualquer problema no município, porque nós que votamos no PT iríamos resolver Estavam rotulando mesmo, como na Alemanha nazista", conta.

"Me senti como uma criminosa tendo o meu nome na lista. Sou uma cidadã de bem, trabalho e sou muito rigorosa. Cumpro todos os meus deveres e pago as minhas contas", acrescenta ela, que é diretora de uma escola pública no município.

Na lista constavam cerca de 40 nomes, incluindo, além de alguns servidores públicos, donos de bares ou restaurantes na cidade, pedreiros e taxistas.

Por ser uma cidade pequena, ela diz que ficou com medo de sair de casa por alguns dias, por temer que fosse encarada de modo diferente pelas pessoas.

"Gostaria que as pessoas entendessem que essa lista é grave, simplesmente estão colocando rótulo na pessoa porque votou para outro candidato. É muito grave, porque estamos em uma democracia", declara.

Ela diz que já retomou a rotina e não sentiu nenhum tipo de mudança na forma como é tratada no município. "Estamos em período de matrícula e fiquei com medo de alguém não se matricular na escola por causa disso ou que eu recebesse alguns olhares. Mas, graças a Deus, isso não aconteceu", comenta.

A professora registrou um boletim de ocorrência e avalia, junto com uma advogada, a possibilidade de entrar na Justiça contra os responsáveis pela lista.

 

As consequências na Justiça

 

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Em meio à propagação dessas listas pelo país, os responsáveis por elas ou por divulgá-las podem ser punidos pela Justiça.

No caso do cirurgião plástico Michel Patrick, ele aguarda a apuração do caso após registrar boletim de ocorrência.

"Estamos aguardando as investigações para descobrir o ID da rede que divulgou essa lista. E posteriormente será distribuída ação de danos morais e materiais em desfavor dessa pessoa que divulgou notícias falsas", diz a advogada Nadeska Calmon, que acompanha o médico.

Especialista em Direito Digital e coordenador do curso de Direito da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o advogado Marcelo Crespo explica que essas listas podem gerar, além do temor de prejuízo financeiro, o medo de violência física ou moral.

"Essas condutas estão inseridas num contexto de violência política em razão da polarização e desses posicionamentos extremos."

Ele frisa que cada caso deve ser analisado individualmente para avaliar a forma como a lista foi divulgada e a repercussão dela. "Mas, em tese, pode configurar difamação, cuja pena normalmente é convertida em prestação de serviços à comunidade. Essa pena pode ser aumentada em até um terço, se for cometida em grupo de WhatsApp ou em redes sociais, porque isso facilita a divulgação da difamação."

"A (caracterização da) difamação quer proteger a honra dessa pessoa, a imagem projetada dessa pessoa na sociedade. No momento de manifestação de ódio político, a divulgação não autorizada de quem votou em um candidato pode afetar a sua honra, inclusive no contexto da sua atividade econômica", acrescenta.

"Não importa se fulano realmente votou no Lula, falar a verdade nesse cenário também pode ser crime contra a honra", declara o especialista. "Além disso, nesses casos também pode haver ação por reparação de danos morais e/ou materiais", completa.

Ele comenta que é possível exigir na Justiça que as redes sociais ou aplicativos de mensagem informem a origem dessas listas.

"A rede social ou o aplicativo de mensagem é o veículo de transmissão da mensagem. Em regra, não responde por nada. Ela só responde se houver determinação judicial para que apague um post e caso essa rede deixe de tomar essa providência."

"Se a publicação acontece nas redes, há um procedimento padrão que a gente chama de investigação com quebra de sigilo telemático, por meio do qual é possível saber quem fez aquela publicação na plataforma. E, eventualmente, é possível descobrir o IP, o e-mail e dados cadastrais da pessoa."

Em nota à BBC News Brasil, o WhatsApp informa que não tem acesso ao conteúdo das mensagens trocadas entre usuários nem realiza moderação de conteúdo "por utilizar criptografia de ponta a ponta como padrão".

No entanto, a plataforma ressalta que "encoraja que as pessoas reportem condutas inapropriadas diretamente nas conversas, por meio da opção 'denunciar' disponível no menu do aplicativo (menu > mais > denunciar) ou simplesmente pressionando uma mensagem por mais tempo e acessando menu > denunciar."

"Os usuários também podem enviar denúncias para o email support@whatsapp.com, detalhando o ocorrido com o máximo de informações possível e até anexando uma captura de tela."

A plataforma de mensagens argumenta na nota que informa em seus termos de serviço e na política de privacidade do aplicativo que "não permite o uso do seu serviço de forma difamatória, ameaçadora, intimidadora ou ofensiva".

"Nos casos de violação destes termos, o WhatsApp toma medidas em relação às contas como desativá-las ou suspendê-las. Para cooperar com investigações criminais, o aplicativo pode também fornecer dados disponíveis em resposta às solicitações de autoridades públicas e em conformidade com a legislação aplicável", frisa o comunicado do WhatsApp à reportagem.

O Instagram, rede em que havia uma página que divulgava e incitava ataques a estabelecimentos "petistas", diz em nota que suas políticas têm o objetivo de evitar possíveis danos offline. Em suas normas, a plataforma afirma que remove linguagem que incite ou facilite a violência.

"Também encorajamos as pessoas a denunciarem esse tipo de comportamento e/ou qualquer conteúdo que acreditem violar as nossas Diretrizes da Comunidade do Instagram. Lembrando que todo conteúdo pode ser denunciado na plataforma. Nossa equipe analisa as denúncias 24 horas por dia, 7 dias por semana, em mais de 50 idiomas, e removeremos tudo que viole as nossas políticas. As denúncias são sempre anônimas", diz nota do Instagram à BBC News Brasil.

O perfil que divulgava estabelecimentos que classificava como petistas foi excluído. O Instagram não confirmou à reportagem se ele foi deletado em razão das diversas denúncias que recebeu ou se o próprio dono do perfil decidiu excluí-lo.

A BBC News Brasil também procurou o Twitter, onde também foi encontrado um perfil que divulga comércios com donos que manifestaram voto em Lula. No entanto, a rede social não respondeu até a conclusão desta reportagem.

Benett
@Benett_
Anedonia - newsletter de tiras do @pluraljorbr para apoiadores do jornal, mas que publico aqui para todo mundo durante essa semana. Minha pequena contribuição para esses dias turbulentos.Image
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03
Nov22

PM do Paraná autoriza bloqueio parcial e admite prevaricação por não agir contra golpistas (vídeo)

Talis Andrade

www.brasil247.com - Coronel da PM-PR Hudson Leôncio Teixeira

Um gorila solto e no comando da PM: Coronel Hudson Leôncio Teixeira 

 

"É preciso que vocês também tenham bom senso senão a gente vai fazer o que a lei está determinando. Na verdade, a gente está prevaricando", diz o coronel Hudson Leôncio Teixeira, inimigo da claridade. E lugar de arruaceiro, de golpista, é na cadeia. Todo golpe tem listas estaduais de presos. Tem lista nacional de lideranças marcadas para morrer

 

Agenda do Poder - Vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que um comandante da Polícia Militar do Paraná admite a um grupo de bolsonaristas pró-golpe que está “prevaricando” ao permitir o bloqueio parcial de uma rodovia. Bolsonaristas bloqueiam estradas desde o último domingo (30), quando foi anunciada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL).

 O crime de prevaricação acontece quando funcionários públicos atuam de forma ilegal de forma a atender interesses particulares. Descreve o artigo 319 do Código Penal: “Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.

Nos protestos ilegais, os manifestantes pedem por “intervenção militar” e novas eleições. No vídeo, o coronel Hudson Leôncio Teixeira diz que os manifestantes precisam ter “bom senso” e respeitar o direito de ir e vir —a fala é similar ao que foi dito pelo presidente Jair Bolsonaro.

Durante a negociação, o coronel sugere que o grupo ocupe apenas uma faixa da PR-151 em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Ele ainda admite que “já deveria ter feito isso ontem” se referindo à liberação total da rodovia.

“É preciso que vocês também tenham bom senso senão a gente vai fazer o que a lei está determinando. Na verdade, a gente está prevaricando. Já deveria ter feito. Vamos começar a fazer multa para todo mundo, multa de trânsito e aquela multa de R$ 100 mil”. A notícia é do UOL.
 
A supremacia branca inimiga da democracia, da liberdade, do voto soberano do povo
 

 
 
 
 
07
Out22

Ex-líder estudantil que confrontou parlamentares em ocupação de escolas no Paraná, Ana Júlia é eleita deputada estadual; conheça

Talis Andrade

Aos 16 anos, quando era estudante do ensino médio, Ana Júlia confrontou deputados na tribuna da Alep — Foto: Arquivo RPC e Rodrigo Fonseca/CMC

Aos 16 anos, quando era estudante do ensino médio, Ana Júlia confrontou deputados na tribuna da Alep — Foto: Arquivo RPC e Rodrigo Fonseca/CMC

 

por Caio Budel, g1 

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Seis anos após a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) presenciar o discurso de uma estudante do ensino médio em prol da educação, a Casa de Leis voltará a ter a presença da jovem Ana Júlia (PT). Hoje com 22 anos, ela foi eleita deputada estadual.

Ana Júlia ganhou destaque em 2016 como uma das líderes do movimento estudantil nacional que ocupou pelo menos 850 colégios do Paraná e chegou a 20 estados do país.

Na época, ela utilizou a tribuna da Alep para protestar contra a reforma no ensino médio e sobre a morte de um jovem durante uma ocupação, momento em que acusou os deputados estaduais de estarem com a "mão suja com sangue" por omissão. Relembre a trajetória dela abaixo.

A atual vereadora de Curitiba foi eleita no domingo (2) com 51.845 votos – a 5ª mais votada do partido, que fez sete cadeiras na Alep, e a 26ª mais votada entre os 54 eleitos.

 

Eu estou maravilhada e só tenho a agradecer. Foi a esperança, um movimento que conquistou os estudantes, que conquistou a juventude e agora está eleito, sendo colocado na Assembleia Legislativa".

 

 

Estudante faz discurso na Assembleia Legislativa do Paraná; reveja o momento na íntegra

 

A eleição de 2022 foi o segundo pleito eleitoral disputado por Ana Júlia. Antes deste, ela tinha concorrido para vereadora de Curitiba, em 2020, ficando na suplência do PT. Na época, a jovem recebeu 4.538 votos, reflexo de uma campanha pautada principalmente na defesa da educação pública.

Atualmente, ela ocupa na Câmara uma vaga do então titular Renato Freitas (PT), também eleito deputado estadual. Ele teve o mandato cassado em julho, mas pôde concorrer após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu comecei lá [Alep] e naquele momento eles tinham uma impressão que eu era uma doutrinada, um fantoche, queriam cortar a minha palavra [...] Diferente de outros mandatos jovens de mulheres que já assumiram, eu não venho de uma família tradicional da política. Imagino que vai ser um desafio e eu espero conseguir mostrar o quanto a nova proposta de se fazer política tem a contribuir e como o fato da pouca idade também é uma coisa boa", disse a deputada eleita.

 

Projeção

 

Ana Júlia contou que a trajetória política dela começou dentro do movimento secundarista.

A projeção do nome da deputada eleita aconteceu de maneira mais significativa em outubro de 2016, quando Ana Júlia tinha 16 anos e participou de uma sessão na Assembleia para defender as ocupações de escolas estaduais do estado.

Na época, um discurso emocionado dela na tribuna da Casa de Leis viralizou e ganhou destaque nacional. Ela defendia investimentos na educação, respeito aos estudantes, e protestava por um colega que morreu dentro de uma escola ocupada.

Em outubro de 2016, as ocupações no Paraná atingiram cerca de 850 escolas, 14 universidades e três núcleos por meio do grupo Ocupa Paraná. As manifestações eram contra uma medida provisória que previa alterações no currículo do ensino médio, e uma PEC que delimitou um teto para os gastos públicos, inclusive na educação.

Relembre:

Parlamentares acompanhavam o discurso de Ana Júlia em silêncio, enquanto ela falava das preocupações dos jovens com o futuro. Houve embate, entretanto, quando a então estudante do ensino médio cobrou responsabilidade dos deputados sobre a morte de Lucas Mota, 16 anos, assassinado a facadas em uma ocupação.

Ao dizer que as mãos dos deputados "estavam sujas de sangue", ela foi aplaudida por participantes que acompanhavam a sessão, mas repreendida por parlamentares e pelo presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), que cobrou respeito. Ela se desculpou logo após, mas fez tréplica:

 

 

"Eu peço desculpas, mas o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] nos diz que a responsabilidade pelos nossos adolescentes, nossos estudantes é da sociedade, da família e do estado [...] Nós estudantes não somos vagabundos como dizem aqui, como a sociedade lá fora diz".

 

 

Mais jovem da Alep

 

Hoje com 22 anos, Ana Júlia é a deputada estadual mais jovem eleita para a Alep, segundo informações da Casa de Leis.

 

Eu vivi outras coisas, tive inúmeras outras experiências [...] Eu construí política estudantil, universitária, no terceiro setor, exerci mandato, concorri a duas eleições... por óbvio que isso tudo nos muda. Mas o que permanece igual é o mais importante: eu faço política porque eu acredito nela. Porque acredito que ela é instrumento para mudar as nossas vidas".

 

Antes dela, três parlamentares estavam empatados com o título de mais jovens da Alep: Maria Victória, Evandro Júnior e Boca Aberta Júnior, todos eleitos com 23 anos.

Segundo Ana Júlia, por ser jovem, ela enfrentou resistência em alguns ambientes, incluindo a própria Câmara. Mas acredita que a "pouca idade" é um diferencial bom para o debate democrático.

"Eu já enfrentei resistência por ser jovem, ouvi pessoas me chamando de vereadora estagiária, aprendiz... E por mais que isso tenha sido falado algumas vezes de forma amigável, inconscientemente isso cria uma imagem de que a pessoa não é capacitada o suficiente, ou não teria condições de estar fazendo articulações [...] Mas acredito que mostrei e provei que não era bem por aí... Tive um bom diálogo", disse Ana Júlia.

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26
Set22

Dez mandamentos para resistir e sobreviver à última semana antes das Eleições 2022

Talis Andrade

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Ainda que algumas de nossas flores tenham ido ao chão, nada será capaz de deter a primavera que tomará as ruas no dia 2 de outubro com a eleição de Lula

 

por Ádamo Antonioni

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Não é de hoje que a esquerda sente na pele a escalada da violência no Brasil. Com a ascensão da extrema-direita no poder, consequentemente, uma névoa sombria de terror e medo sobrevoa o país desde 2018. A morte de Marielle Franco no Rio de Janeiro, que ainda hoje permanece um mistério sobre quem seria o mandante do crime, e do capoeirista Moa do Katendê na Bahia por um bolsonarista, eram um prenúncio dos tempos difíceis que tivemos que enfrentar desde então.  

Como já cantara Caetano Veloso em 1969 durante os tenebrosos anos de chumbo: “Atenção ao dobrar uma esquina. [...] É preciso estar atento e forte”. É triste imaginar que nossa geração está muito perto de viver aqueles dolorosos momentos de repressão que a geração de Caetano viveu com o golpe de 1964.  

 

Novamente estamos às voltas de uma tentativa de golpe com o atual ocupante do Palácio do Planalto que, diariamente, ataca as instituições como STF (Supremo Tribunal Federal), desqualifica o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e espalha desinformação entre seus apoiadores quanto às urnas eletrônicas. 

Diante desse cenário que tanto nos causa espanto e medo, podendo desestimular alguns do campo progressista ou desmobilizar outros, resumi nesta espécie de decálogo, os mandamentos para que a militância possa resistir e sobreviver até o primeiro turno das eleições presidenciais que acontecem neste domingo, 02 de outubro:
 
 

1-  Mantenha a esperança viva 

A esperança de dias melhores é o que nos motiva. Apesar do sofrimento que vivemos nestes últimos anos, temos a esperança de que amanhã, aliás, a partir de 1º de janeiro de 2023, haverá de ser outro dia. E que nossos ideais como igualdade, solidariedade, justiça social e respeito à diversidade, hão de se tornar realidades. Manter a esperança viva é ter a coragem para se levantar e lutar. “Esperançar”, como diria Paulo Freire.

 

2-  Proteja os seus e a ti mesmo 

O bolsonarismo é responsável por dois assassinatos de petistas só neste ano de 2022. Marcelo Arruda no Paraná e Benedito dos Santos, no Mato Grosso. Fora as agressões como de uma mulher em Angra dos Reis (RJ) depois de criticar Jair Bolsonaro e de uma janela com bandeira do PT ser alvo de tiros no Recife (PE). É preciso criar redes de apoio e proteção para cuidar dos nossos, especialmente, dos grupos mais vulneráveis à violência política, como mulheres e população LGBTI+. Evite andar sozinho nas ruas e redobre a atenção, sobretudo, se tiver identificado com as cores vermelhas associadas à esquerda. Mantenha o telefone de contato de seus amigos/as atualizado.  

 

3-  Não entre em discussões vãs na internet

As redes sociais criam uma falsa sensação de debate político. Muitos que participam das discussões já possuem sua opinião formada e querem apenas “trollar”, isto é, enfurecer ou perturbar uma conversa. Além disso, segundo pesquisa do ITS- Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro), cerca de 50% dos tuítes pró-Bolsonaro foram impulsionados por bots, ou seja, robôs que apresentam comportamento automatizado para passar a sensação de engajamento digital. As chances de você estar “batendo boca” e perdendo seu tempo com uma máquina atrás de um perfil fake, geralmente sem foto, é muito grande.   

 

4-  Não ceda à provocação nas ruas 

No último final de semana, o MBL (Movimento Brasil Livre) utilizou um adolescente para provocar a equipe de campanha de Guilherme Boulos, candidato a deputado federal pelo PSOL, que fazia um ato na Av. Paulista. Após confusão, o MBL acionou policiais para prender Boulos ilegalmente. A extrema-direita é intolerante e agressiva, age com provocações e insinuações para que percamos a linha e respondamos com baixaria. Mas a melhor resposta que podemos dar será nas urnas no dia 2 de outubro.  

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5-  Orgulhe-se de suas cores e símbolos 

É hora de ostentar nossas cores, sim. E por que não? O vermelho da cor do sangue que corre em nossas veias, a estrela, o martelo e a foice que mostra união da classe trabalhadora do campo e da cidade, a bandeira do arco-íris, as palavras de ordem estampadas nas camisetas. E no dia 2 de outubro, vá com um livro para sua sessão de votação, assim como fizemos em 2018. O livro é o símbolo mais potente contra este governo negacionista, terraplanista e obscurantista.  

 

6-  Não se desespere 

Se se receber uma desinformação em seu WhatsApp ou vê-la circulando nas redes sociais, mantenha a calma. Respire. Jamais a compartilhe. Denuncie. Nesta reta final, o bolsonarismo vai inundar as redes com mamadeiras de todos os tipos para espalhar pânicos morais, desinformar e tentar causar confusão na população. Repito: denuncie nas próprias plataformas que já disponibilizam campos próprios para isso.  

 

7-  Busque fontes confiáveis para se informar 

Se se deparar com alguma informação duvidosa, com dados confusos ou em tom alarmista, busque os sites que trabalham com checagem de informações, os chamados fact-checking, como Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.org, Comprova, E- Farsas e Fato ou Fake, são alguns deles.  

 

8-  Não espalhe fake news 

A dimensão ética nunca pode deixar de estar no horizonte de atuação do campo progressista. Por mais tentadora que possa ser, temos que resistir às armas do inimigo e levar sempre a verdade, a informação correta e os fatos concretos.  

 

9-  Fale com amorosidade 

Nesta reta final, há muitos indecisos e pessoas propensas à abstenção. Esteja aberto ao diálogo, mas fale com amorosidade, expressão utilizada por Paulo Freire, para se referir ao processo pedagógico de profundo amor ao ser humano. A amorosidade fala do compromisso com a justiça, da superação das opressões, mas também escuta com paciência e respeita as opções políticas alheias. Procure convencer essas pessoas sobre a importância do comparecimento às urnas no dia da votação e da necessidade de derrotar o ódio e o autoritarismo já no primeiro turno.  

 

10-  Não esqueça o título de eleitor  

Verifique com antecedência seus documentos, título e documento de identidade com foto. Também veja seu local de votação, sessão e endereço, caso precise se deslocar por causa do trânsito, etc. Quanto antes puder checar esses pormenores, mais cedo poderá se precaver de eventuais contratempos. 

Falta pouco. Olha só o quanto já enfrentamos e superamos até aqui.  

Resistimos como a flor de lótus que renasce a cada dia em meio à adversidade.  

E ainda que algumas de nossas flores tenham ido ao chão, nada será capaz de deter a primavera que tomará as ruas no dia 2 de outubro com a eleição de Lula para presidente do Brasil. 

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06
Jul22

TJ acata pedido de liminar e Renato Freitas volta a Câmara

Talis Andrade

 

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Liminar derrubou sessões que aprovaram cassação no plenário da Casa e parlamentar pode voltar ao cargo

 
08
Jun22

Moro, que fraudou domicílio em São Paulo e renegou o Paraná, quer ser candidato em seu estado

Talis Andrade

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247 – O ex-juiz suspeito Sergio Moro, que fraudou seu domicílio eleitoral e destruiu 4,4 milhões de empregos segundo o Dieese, agora quer pedir o voto dos paranaenses, depois renegar seu próprio estado, fraudando domicílio eleitoral em São Paulo.

"Sergio Moro já decidiu o que fará agora que o TRE/SP rejeitou nesta terça-feira a transferência do seu domicílio eleitoral para São Paulo: não recorrerá ao TSE, como teria direito, e disputará a eleição no Paraná. Na própria decisão de hoje do TRE/SP, já consta que o seu título deveria retornar ao domicílio de origem. Mas a que cargo Moro concorrerá? Aos mais próximos, em conversas reservadas, faz mistério. Diz que pode disputar tanto uma cadeira de deputado federal ou de senador ou até mesmo o governo do Paraná pelo União Brasil", informa o colunista Lauro Jardim, do Globo.

No vídeo abaixo, Roberta Luchsinger, que entrou com a ação contra o ex-juiz suspeito explica o caso:

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