O avião do tio da senadora Damares Alves onde a droga foi apreendida e a droga encontrada na aeronave, sobre o estofado — Foto: Divulgação/PF
Nenhuma polícia no Brasil combate o tráfico de
ouro,
de diamantes,
de pedras preciosas,
de nióbio,
de minérios.
No Brasil não existem tráfico humano, tráfico de órgãos, quando mais de 200 mil pessoas desapareceram entre 2019 e 2021, de acordo com um levantamento inédito do Fórum Brasileiro de Segurança Pública - 112 mil pessoas foram encontradas neste período. Em média, são 183 desaparecidos por dia.
O tráfico de moedas aconteceu no Banco do Estado do Paraná -Banestado. O juiz Sérgio Moro pescou os peixinhos, e o governo vendeu o banco por alguns trocados, e nunca mais se prendeu um doleiro, um traficante de moedas. Nunca mais.
O combate ao tráfico de drogas uma guerra travada lá no morro, na periferia, nas chacinas do racismo ambiental. Apesar de uma investigação da Polícia Federal apontar que a droga encontrada em um avião pertencente 'a Igreja do Evangelho Quadrancular do Pará — liderada pelo ex-deputado federal e pastor Josué Bengtson, tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) — está avaliada em mais de R$ 4 milhões. O milagre da apreensão realizou-se em um hangar particular no Aeroporto de Belém, em junho de 2023, quando foram localizados dentro da aeronave 290kg de skunk, um tipo mais concentrado e valioso de maconha.
Uma pulada de cerca tem dado o que falar nos bastidores da política. No estado do Pará, uma traição envolvendo dois deputados deixou muita gente impactada. Estamos falando da deputada federal Renilce Nicodemos e do deputado estadual Ronie Silva (MDB).
Segundo a coluna Mariana Morais apurou, eles foram flagrados aos beijos em um festival no Pará, neste final de semana, e sequer se importam de serem vistos pela multidão que estava no local.
A coluna Mariana Morais teve acesso com exclusividade às imagens em que os dois políticos aparecem no maior love.
Em determinado momento das imagens, Renilce aparece usando o boné de Ronie.
Vale lembrar que ambos são evangélicos. Renilce é casada com o segundo vereador mais votado do estado do Pará, Neném Albuquerque, enquanto Ronie é casado Joliany Mendonça, com quem tem um filho.
Após o bafafá sobre a traição começar a circular pela região, o marido da deputada apagou as fotos que tinha com ela em seu perfil oficial no Instagram.
Priscila Barrios, antes de completar duas semanas de moradia com Paulo Bilynskyj, apareceu morta
Depois de uma polêmica cena de suicídio da noiva, Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi eleito deputado federal da ultra bolsonarista extrema direita que defende o golpe de Estado, e justifica os atos terroristas de 12 e 24 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro último em Brasília.
Defensor do armamentismo, Bilynskyj, de origem ucraniana e policial e mestre de tiro em clubes armados, condena o "esquerdismo" e o pacifismo de Lula.
Uma oposição criminosa por ameaçar, por duas vezes, o presidente de morte. Um crime de lesa-majestade, um discurso de ódio que atiça os bolsonaristas terroristas e vereadores e prefeitos e deputados homicidas, inclusive serial killers, que deveriam ser impedidos de se candidatar a cargos eletivos.
Veja o sectarismo manhoso e traiçoeiro do parlamentar: Paulo Bilynskyj (PL-SP) apresentou um Projeto de Lei (PL 4.012/2023), em que propõe veto ao “uso de armas de fogo pelos agentes integrantes da segurança pessoal do Presidente da República e de seus Ministros de Estado”.
Escreve Diógenes Freire Feitosa: Ao justificar o projeto, o parlamentar diz que a proibição é “uma medida coerente com a visão do atual governo”, que tem se mostrado abertamente contrário ao uso de armas de fogo por cidadãos com bons antecedentes.
“Essa medida visa alinhar os órgãos que realizam a segurança do Presidente da República e de seus Ministros de Estado à visão do atual governo, que não enxerga as armas de fogo como algo benéfico para a sociedade [...] É uma medida coerente com a visão do atual governo de promover uma cultura de paz, reduzir a violência e buscar soluções não violentas para os desafios de segurança”, diz um trecho da justificativa.
O parlamentar cita ainda uma fala recente de Lula em que o petista afirma que “quem anda armado é um covarde”.
Durante sua live semanal do último dia 14, o mandatário voltou a criticar as pessoas que andam armadas nas ruas e afirmou que os armamentos servem apenas ao crime organizado.
“Quem é que quer comprar arma? É o crime organizado e algumas pessoas que não querem fazer o bem pra ninguém. Eu não quero ter arma dentro de casa pra fazer bem. Se eu tiver arma dentro de casa é para me livrar de alguém [..] Quem anda armado é um covarde, tem medo. Se você não tiver medo, for do bem, não tem que andar armado”, disse o presidente.
Lula ainda disse que esse comportamento descrito por ele começou por causa de “pessoas que têm um ‘demoniozinho’ dentro que tão radicalizando, xingando e ofendendo gente".
Para o petista, quem defende o uso de armas “não é saudável para a democracia” e deve ser “banido da política”.
Que sinistro: o projeto tem coautoria do deputado Delegado Caveira (PL-PA).
Delegado Bolsonarista conhecido por ameaças veladas a Lula suspeito de assassinar namorada
Priscila Barrios e Paulo Bilynskyj estavam morando juntos havia duas semanas
por Raphael Sanz
Odelegado e digital influencer bolsonarista,Paulo Bilynskj, que está sendo investigado por incitar a violência política no 7 de setembro de 2022, além de ter feito ameaças veladas ao ex-presidente Lula, também foisuspeito de ter assassinado a namorada, Priscila Delgado (foto acima), em 2020.
Bilynskj tinha 33 anos em 20 de maio de 2020 quando foi socorrido por vizinhos na porta do apartamento onde vivia com a namorada Priscila Delgado e levado para um hospital.
Priscila, por sua vez, foi encontrada morta no banheiro do apartamento.À época, a Polícia Militar, mesmo após visitar o local, afirmou que não iria se manifestar e que informações poderiam ser procuradas na Secretaria de Segurança Pública (SSP). A SSP, por sua vez, disse que a investigação do caso ficaria a cargo da Corregedoria da Polícia Civil.
De acordo com sua versão,o delegado tomava banho quando a namorada entrou no banheiro atirando contra sua pessoa, por haver se irritado com mensagens que encontrou no celular do companheiro. Ele foi baleado no abdômem mas teria conseguido fugir para o local onde foi encontrado enquanto a namorada teria se suicidado com um tiro no peito.A tese foi acatada pela Justiça e o delegado acabou absolvido.
Para o perito forense particular Eduardo Llanos,a ausência da prova residual “chama muito a atenção”. “É feito o exame residuográfico na maioria dos casos, mesmo nas mãos de vítimas feridas ou bandidos feridos quando levados a hospital”, disse ele à Ponte.“Não há como dar 100% de crédito à história que ele está contando.Por que omitir uma prova que pode confirmar a inocência do delegado?”, questionou à época.
Já cientista forense Sérgio Hernandez, também à época, mostrou uma opinião semelhante a de Llanos e destacou que quem teria que ter feito a solicitação dessa perícia é o delegado que registrou a ocorrência. “Houve negligência, omissão. Todos os casos balísticos, onde se efetue tiros de arma de fogo, tanto a vítima, como o suspeito, o agressor, eles devem passar pela coleta de resíduos, obrigatoriamente, para verificar se essas pessoas efetuaram ou não os tiros”, afirmou.
Os peritos ainda comentaram sobre possíveis roupas que Bilynskj estaria usando quando foi encontrado, uma vez que segundo sua versão ele teria corrido do chuveiro para fora do apartamento, e se estivesse vestido seria difícil confiar em sua história. Além disso, chamaram a atenção para a não realização de perícia do celular do então suspeito, para apurar se havia alguma troca de mensagens que pudesse despertar o ciúme da namorada, a fim de verificar sua versão dos fatos.
As indagações dos especialistas à época deixaram dúvidas quanto à história, e a família da vítima ainda nega a versão de suicídio. No entanto o processo foi arquivado.
Kleber Tomaz, no G1, informa que o advogado da família da modelo entrou na Justiça com um pedido para que o celular da modelo seja desbloqueado por uma empresa particular e que o aparelho depois seja entregue para perícia. Até 12 de julho de 2023, não havia decisão a esse respeito.
"Como é que eu vou saber se esse fato aconteceu ou não? Através da perícia no telefone celular da Priscila. Com quem ela conversou naquela noite, naquela manhã, momentos antes do crime... O que que aconteceu, o que foi dito, o que ela achou. O que que o Paulo falou, o que mandaram pra ela, o que ela mandou pra alguém", falou José Roberto Rodrigues da Rosa.
De acordo com ele, é preciso saber mais detalhes do que ocorreu no dia para saber se Paulo a induziu a cometer o suicídio.
"Entendemos que alguma coisa mais aconteceu. O artigo 122 do Código Penal, ele diz induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio... a pena é de 6 meses a dois anos de reclusão", falou o advogado.
Uma técnica de tortura em que os dedos das mãos de pessoas encarceradas são fraturados já foi identificada
Casos ocorrem no Ceará, Roraima, Amazonas, Pará e Rio Grande do Norte
Uma técnica de tortura em que os dedos das mãos de pessoas encarceradas são fraturados já foi identificada em cinco estados pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). Segundo o órgão, a prática foi encontrada a partir da atuação da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), ligada ao Ministério da Justiça.
Coordenadora do MNPCT, a advogada Carolina Barreto Lemos revelou que o órgão começou a perceber a disseminação dessas ocorrências em locais de incursões realizadas pela FTIP, como Rio Grande do Norte e Ceará. Há registros, ainda, de presos com dedos quebrados em Roraima, Amazonas e Pará.
“Por óbvio, isso é uma forma completamente ilícita, não é algo que possa se justificar a partir de nenhum viés, não há nenhuma justificativa legal, isso se configura muito claramente enquanto um crime. Um crime de tortura porque é uma forma de castigar, de impor um castigo ilegítimo, injustificado, para além do castigo que é a própria privação de liberdade”, avalia a advogada. Acrescenta que a prática de se fraturar dedos está completamente fora dos padrões de uso proporcional da força.
Liderada por policiais penais federais, que coordenam os policiais penais mobilizados, a FTIP foi criada para ser empregada na resolução de crises, motins e rebeliões, no controle de distúrbios e no reestabelecimento da ordem e da disciplina nos sistemas prisionais. A força-tarefa foi empregada pela primeira vez no país em 2017, na Penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, diante de uma crise que resultou na morte de 26 presos.
A advogada lembra da declaração de Mauro Albuquerque, apontado por ela como um dos mentores da técnica de quebrar dedos. Ele defendeu a ação durante audiência pública na Câmara Municipal de Natal (RN), em 12 de setembro de 2017, após denúncias de maus-tratos contra presidiários no estado, quando era secretário estadual de Justiça e da Cidadania, conforme consta em relatório produzido pelo MNPCT, em 2019.
Albuquerque afirmou, durante a audiência, que “quando se bate nos dedos – falo isso não é porque não deixa marca nos dedos não... porque deixa marca – é para ele não ter mais força para pegar uma faca e empurrar num agente [policial], é para não ter mais força para jogar pedra”, aponta o relatório.
A FTIC não só fazia as intervenções nos momentos específicos de crises, mas realizou também treinamento de policiais penais nos estados, o que levou a uma repetição das ocorrências para além da atuação da própria força, ressalta a coordenadora do Mecanismo.
“E, com isso, dissemina-se as técnicas para além da sua atuação, a própria técnica de quebrar os dedos. Tanto é que, no fim do ano passado, em novembro, o órgão vai ao Rio Grande do Norte, que era o local que teve treinamento pela FTIP, apesar de a força não estar lá mais naquele momento, e identifica novamente [essa técnica] sendo usada”, relatou Lemos.
Tortura
Segundo a coordenadora do MNPCT, o uso dessa forma de tortura ainda não foi superado, inclusive porque a força-tarefa continua existindo e atuando, no entanto, com outro nome.
“A equipe não deixou de existir, ela mudou de nome, atualmente está sendo chamada de Focopen, que é Força de Cooperação Penitenciária. Se não me engano, mas completamente ela continua atuando, e, até onde a gente saiba, partindo dos mesmos os parâmetros anteriores”, diz.
A presidenta do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT) do Ceará, Marina Araújo, confirma que a ação de fraturar os dedos das pessoas no cárcere não se trata de ocorrência pontual no estado e que a prática de tortura nas unidades prisionais cearenses é um fato identificado há alguns anos como padrão sistemático.
“Tanto quebra-dedos como posições de tortura são identificados, inclusive, como práticas que estão institucionalizadas, como sanções disciplinares que as pessoas internas hoje têm sido submetidas pela Administração Penitenciária a cumprir como procedimento disciplinar”, afirma.
Em ofício enviado na última quinta-feira (6) ao governo do estado do Ceará, a CEPCT - junto a outras entidades contra a tortura - denuncia 33 casos de tortura no período de um ano (julho de 2022 a junho de 2023), recebidos pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Execução de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
“O contexto de tortura foi identificado por diversos órgãos locais e familiares, tem sido denunciado exaustivamente, cotidianamente, e esse cenário já foi documentado e comprovado em diversos relatórios de órgãos inclusive nacionais. Como exemplo, a gente tem um relatório de 2019 do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura que identificou uma série de práticas de tortura e tratamento cruel dentro das unidades prisionais. Este mesmo cenário foi constatado pelo relatório de inspeções do Conselho Nacional de Justiça no ano de 2021”, revela Marina.
As denúncias do ofício incluem ainda 26 mortes de internos nas unidades prisionais cearenses entre 2019 e 2021, com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); e cinco suicídios de agentes penais cearenses somente no ano de 2021, conforme aponta o relatório da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do estado.
Os dados do CNJ - que apontaram as 26 mortes no sistema prisional do estado - são divergentes do que foi divulgado pelo governo, o que demonstra problemas em relação à transparência, segundo Marina.
“Foram identificadas pela Secretaria de Segurança Pública somente quatro mortes no mesmo período analisado pelo CNJ. Então, tem um ponto que é sobre a transparência de dados e sobre acesso à informação de casos de tortura e de mortes nas unidades prisionais que precisa também ser pontuado”, alerta.
Combate
A coordenadora do MNPCT, Carolina Lemos, salienta que técnicas de tortura de modo geral são muito disseminadas pelo Brasil e que estão estruturalmente presentes na atuação das forças dentro do sistema prisional.
“Elas se repetem, ainda que não tenha tido um intercâmbio direto entre os estados. Então, às vezes o que a gente vê em Minas Gerais vai ter algo parecido com o Amazonas ou Paraná, porque tem uma disseminação dessas técnicas históricas”, analisa.
Em relação ao combate e prevenção de tortura no país, Carolina aponta que é necessário um controle externo para atingir o objetivo. “É fundamental um trabalho sistemático e qualificado de prevenção dessas práticas por meio da ação fiscalizatória, que é você fazer as visitas não anunciadas, chegar de surpresa nas unidades para ver o que está acontecendo de fato”, salienta.
Além do controle por meio das Defensorias Públicas e dos Ministério Públicos, ela destaca a importância dos Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura estaduais, além do nacional, que tem a função exclusiva de fazer visitas regulares, produzir relatórios e recomendações para as autoridades.
Segundo a advogada, a ideia dos mecanismos é que as visitas regulares a espaços de privação de liberdade contribuam para uma mudança na medida em que esses espaços que estão longe dos olhos do público vão ser sujeitos a um olhar externo regular.
“A natureza preventiva se dá justamente com essa possibilidade de estar sempre sujeito a um olhar externo. É claro que o Brasil é um país de tamanhos continentais, então, mesmo um órgão nacional, ele sozinho não dá conta disso porque não consegue estar tão sistematicamente em 27 unidades da federação”, diz. Acrescenta que é fundamental também que os estados tenham seus mecanismos estaduais, que existem hoje em apenas seis unidades da federação.
De acordo com essa medida, o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT) do Ceará tem trabalhado pela aprovação de projeto de lei sobre o tema, para criar um Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, um órgão autônomo com peritos especializados para garantir as visitas e a prevenção à tortura em unidades de privação de liberdade no estado. A minuta do projeto está desde 2018 nas mãos do Poder Executivo para que apresente à Assembleia Legislativa, informa o comitê.
“Outro ponto também fundamental é destacar que somente a instalação de câmeras nos fardamentos de policiais penais não vai resolver o problema. A gente acredita que as condições de apuração e investigação, e também de reparação das vítimas e das suas famílias, bem como a responsabilização, são pontos principais para se garantir”, assegura a presidenta do comitê Marina Araújo.
Para ela, é importante fortalecer as estruturas de órgãos de fiscalização da atividade policial como a controladoria geral de disciplina, a delegacia de assuntos internos, e essas estruturas precisam estar fortalecidas pelo Poder Executivo, preconiza.
Governo
A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP) informou, em nota, que considera as acusações infundadas e que “repudia a tentativa de ataque coordenado contra as políticas de ressocialização em larga escala da população privada de liberdade do Ceará”. Segundo a secretaria, o sistema recebe visitas regulares de instituições fiscalizadoras, como Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, além de entidades de controle social, e mantém uma Ouvidoria própria, vinculada à Ouvidoria do governo estadual.
“O sistema prisional do Ceará virou um modelo de referência nacional em vários aspectos, com destaque para a ressocialização e a segurança física e emocional da sua população privada de liberdade. Entre os anos de 2009 até 2019, os presídios cearenses tiveram 210 presos assassinados. Desde que a SAP foi criada em 2019, esse número caiu para duas vidas perdidas de forma violenta, justamente nos primeiros meses de criação da pasta quando houve reação do crime perante a reorganização do sistema penitenciário cearense e assim permanece até hoje”, diz a nota.
Segundo a SAP, o estado realizou, nos últimos quatro anos, em parceria com a Defensoria Pública do Ceará, mais de 125 mil revisões processuais entre os internos do sistema penitenciário do estado, o que contribuiu para a redução de 30 para 21 mil pessoas em regime fechado. A Secretaria da Administração Penitenciária diz que foi a maior redução realizada no país.
Como pastor e líder religioso, Josué Bengtson esteve à frente do projeto de expansão da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil a partir dos anos 60, sendo o responsável pela abertura de templos em diversas regiões do país. Em sua carreira religiosa, Damares atuou como pastora na igreja do tio.
No livro “Das tendas à Igreja do Evangelho Quadrangular: história da IEQ no Brasil”, de autoria de Jefferson Grijo, há um capítulo dedicado à jornada de Bengtson. Nascido em Getulina (SP), ele teria chegado ao Pará no início da década de 70, por conta própria, “obedecendo a um chamado e começando do zero”. Em 1999, foi eleito deputado federal pelo PTB. Nesse mesmo ano, Damares mudou-se para Brasília a convite do tio, para trabalhar em seu gabinete. Hoje, a IEQ do Pará é a maior do Brasil, com cerca de 4 mil pastores.
Em 2018, Josué foi condenado pela Justiça Federal à perda do mandato por enriquecimento ilícito. Ele fez parte de um esquema de desvio de recursos da saúde no Pará, conhecido como “máfia das ambulâncias”. Seus direitos políticos foram suspensos por oito anos. Segundo denúncias do Ministério Público Federal (MPF), o pastor direcionava verbas a municípios, onde licitações eram fraudadas e o dinheiro era depositado na conta dele e da igreja que comanda. Entre os municípios estava Santa Luzia do Pará, onde os pastores disputam terra com os camponeses.
Em 1998, quando iniciava na política eleitoral, Bengtson elegeu-se deputado federal, com um patrimônio de R$ 274 mil. Em 16 anos, o pastor setuplicou, ou seja, multiplicou por sete sua fortuna, chegando a R$ 2 milhões.
Tentando ocupar o lugar do pai condenado, Paulo Bengtson, filho mais novo de Josué, é pastor e foi eleito deputado federal em 2018 pelo PTB. Na época, foi financiado pelo próprio Bengtson. Em 2022, quando teve doação do seu irmão mais velhos Marcos, não conseguiu a reeleição e, atualmente, é secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, no governo Helder Barbalho, do MDB.
Marcos também é pastor evangélico, mas não tem atuação política. No processo do homicídio de José Valmeristo Soares, ele é apontado administrador da Fazenda Cambará. Em uma rede social, ele informa ser “servo na empresa Jesus Cristo”.
Pastor e ex-deputado Josué Bengtson disputa área destinada à reforma agrária. Ele é dono do avião flagrado pela Polícia Federal transportando 290 kg de maconha. Primo da senadora é acusado pelo assassinato de camponês nessa fazenda no Pará
Reportagem teve acesso a laudo que comprova fraude fundiária de Josué Bengtson. (Imagem: Incra)
O pastor e ex-deputado federal Josué Bengtson, tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), cria gado em 6.866,52 hectares dentro de terras pertencentes à União — quase o dobro do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Desse total, 4.932,39 hectares ou 72% da propriedade estão em área pertencente à gleba federal Pau de Remo, destinada desde 2015 à reforma agrária. Uma parcela desse território teve um título de posse emitido pelo Instituto de Terras do Pará (Iterpa). De Olho nos Ruralistas constatou que esse documento tem origem fraudulenta. A fazenda também é vizinha à Terra Indígena Alto Rio Guamá, do povo Tembé, que sofre com a invasão de madeireiros a partir da Pau de Remo e de outra gleba vizinha, a Cidapar.
Josué Bengtson voltou ao noticiário no fim de maio, quando a Polícia Federal apreendeu 290 quilos de skunk, um tipo mais forte de maconha, em um avião pertencente à Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), fundada e liderada pelo tio de Damares. A apreensão ocorreu no dia 27, no Aeroporto Internacional de Belém. Damares foi destaque nesta terça-feira (11) em reportagem do Estadão, que aponta a participação da ex-ministra no desvio de R$ 2,5 milhões em verbas públicas que seriam destinadas a duas ONGs. O valor foi parar em empresas de fachada ligadas ao ex-deputado evangélico Professor Joziel (Patriotas-RJ), um aliado político de Damares.
Reportagem teve acesso a laudo do Iterpa que comprova fraude fundiária de Josué Bengtson.
Uma parcela da propriedade de Bengtson, de 1.821 hectares, tem título definitivo datado de 1961, período anterior à análise do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizada em 1982, que definiu as terras como públicas. O título provisório, de 4 de junho de 2003, referente a 2.492,12 hectares, teve origem fraudulenta. O crime fundiário é apontado pelo Incra, em ofício datado de 2019, a partir de avaliação apresentada pelo Iterpa:
— Com base na análise precedida pela Gerência de Cartografia deste instituto, o Título Provisório nº 20 está localizado a distância de 27,390 km do perímetro do imóvel ‘Fazenda Camará’ (sic), não havendo, portanto, correspondência entre o TP e a área objeto do pedido de informação feito por essa Autarquia Federal, conforme mapa e laudo técnicos que seguem anexos a esse expediente.
Isto é, o título provisório apresentado por Bengtson para comprovar sua posse dentro da Gleba Pau de Remo está localizado em outra área, longe dali. “Conclui-se que, na verdade, o TP expedido encontra-se inserido nos limites do município de Cachoeira do Piriá e não de Santa Luzia do Pará (área ocupada), totalmente inserido dentro do assentamento do Incra, denominado PA Cidapar 1ª Parte”, finaliza o ofício, que classifica o título do tio de Damares como “sem valor legal”.
Em resposta à reportagem, Marcos Bengtson, filho de Josué Bengtson, informou que, ao adquirir as terras, a família não tinha conhecimento de se tratar de uma área federal. “Acreditamos que nem o próprio Iterpa tinha essa informação, seja por falta de recursos tecnológicos na época, ou pela cartografia muito precária existente”, justifica, em texto enviado por e-mail.
Com relação ao título provisório, ele alega ser proveniente de erro do Iterpa, que teria reconhecido o equívoco em meados de 2014. Entretanto, a análise do Incra que aponta a fraude é posterior a essa data. Confira aqui a íntegra da resposta de Marcos.
O imóvel da família Bengtson é utilizado para criação extensiva de gado. Segundo dados obtidos pela plataforma Mapbiomas, referentes a 2021, 62% da área da Fazenda Cambará encontra-se desmatada.
Confira abaixo, no mapa, a área fraudada pelo tio de Damares Alves:
Josué Bengtson registrou título provisório a 27 km da área original, dentro de gleba pública. (Imagem: De Olho nos Ruralistas)
DISPUTA POR TERRAS É MARCADA POR AMEAÇAS, ENVENENAMENTO E ASSASSINATO
Em 2007, a Fazenda Cambará foi ocupada pela primeira vez por agricultores vinculados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que se organizaram há mais de uma década no acampamento Quintino Lira, onde plantam grãos, legumes e frutas e fazem a extração do açaí e do murumuru. Em 2009, os camponeses foram despejados em uma ação policial, retornando no ano seguinte.
O político e pastor evangélico Josué Bengtson possui fazenda grilada no Pará. (Foto: Divulgação/IEQ)
Após a vistoria realizada pelo Incra, em 2015, a autarquia deu parecer favorável à criação do assentamento. Quase dez anos depois da análise, os acampados ainda aguardam pela posse da terra. Isso porque a batalha judicial entre o Incra e a família Bengtson atravanca a regulamentação da área, sujeitando os camponeses a uma rotina de ameaças por parte dos religiosos da Igreja do Evangelho Quadrangular.
A lavoura do acampamento fica próxima das pastagens onde está o gado da fazenda, em lotes separados por uma cerca. Por mais de uma vez, os animais atravessaram a barreira e destruíram os roçados. Em janeiro de 2021, um avião sobrevoou a área dos sem-terra e pulverizou agrotóxicos, prejudicando as plantações e deixando as famílias sem alimento e fonte de renda. “Tudo o que a gente tinha perdemos”, conta João Galdino, um dos líderes do acampamento. “Acabou com tudo, roça, nossos pés de planta, açaizeiros… Estamos construindo de novo”. Segundo ele, as ameaças só cessaram em 2022.
Esse não foi o primeiro caso de violência vivenciado por Galdino. Em 2010, ele e José Valmeristo de Souza, o Caribé, moradores do acampamento, foram pegos em uma emboscada. Galdino conseguiu fugir, mas Caribé foi assassinado a tiros. As investigações apontaram Marcos Bengtson, filho de Josué e administrador da Fazenda Cambará, como mandante do crime. O caso tramita na justiça até hoje, à espera do Tribunal do Júri.
Na resposta enviada à reportagem, Marcos alega inocência, afirma que colaborou com as investigações e que espera pelo desfecho do caso. Ele também afirma que, um ano antes do assassinato de Caribé, um funcionário da fazenda chamado Darielson — ele não apontou sobrenome — foi morto por membros do acampamento e que “a morte dele não ganhou manchetes nos jornais”.
“Minha família e eu não compactuamos com nenhum tipo de violência e lamentamos a perda precoce de duas vidas, pois toda vida é muito importante”, afirma. Marcos também acusa os sem-terra de ameaças aos funcionários da fazenda, roubo de gado, invasão da área de proteção ambiental para derrubada de árvores e para provocar queimadas.
De acordo com a promotora de Justiça Agrária Ione Nakamura, do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), é necessária uma decisão judicial definitiva para as terras. O Incra não tomou todas, até o momento, as medidas administrativas necessárias para consolidar o assentamento. “É uma medida que seria importante para a pacificação daquela região”, avalia.
Entre os anos de 2009 e 2016, os moradores do acampamento registraram treze boletins de ocorrência de ameaças recebidas por parte dos funcionários da fazenda. Em outubro de 2015, dois jovens foram vítimas de uma emboscada: um deles levou um tiro de raspão e o outro foi ferido com coronhadas no rosto. Em abril de 2022, os acampados denunciaram o descumprimento a um acordo feito por meio da Vara Agrária de Castanhal para que houvesse o respeito em relação a área desafetada, conforme noticiado por este observatório: “Família dona do avião com maconha tem história de grilagem e assassinato de sem-terra“.
Sem-terra do acampamento Quintino Lira cobram justiça pelo assassinato de Caribé. (Foto: Reprodução)
George Washington informa que comprou as dinamites para explodir Brasília por R$ 600,00
por Denise Assis
EXCLUSIVO Portal Brasil 247
(Continuação) Ainda no dia 23/12/2022, GEORGE parecia estar esperando para se encontrar com outra pessoa que estava demorando para aparecer, possivelmente Alan Diego. Pois, em entrevista, GEORGE disse que, no dia 23/12/2022, teria entregue os explosivos para ele (Alan Diego) no QG (Quartel General). Essa entrega ocorreu dentro do veículo de GEORGE. No entanto, GEORGE disse que não sabia que os explosivos seriam colocados em um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília/DF”. As mensagens abaixo, porém, não deixam dúvidas sobre o que e do que estão falando:
Relatório da Polícia:“No depoimento na ocasião de sua prisão, GEORGE WASHINGTON afirmou que comprou as dinamites utilizadas na tentativa de explosão do caminhão, de um homem do estado do Pará, que teria vindo a Brasília para lhe entregar o material, por R$600,00, conforme imagem abaixo. Durante entrevista informal (primeirodepoimento) nesta delegacia, GEORGE afirmou que o nome do envolvido é RICARDO, morador do município de Xinguara/PA”.
Em operação na quinta-feira (06/07), a Polícia Federal prendeu em Marabá, um homem chamado Ricardo, também ligado a Washington, sob suspeita de ser um dos seus colaboradores. Trata-se de Ricardo Guimarães, o preso em operação da PF que apura possíveis financiadores dos atos de invasão ao Aeroporto de Brasília. Esse Ricardo já foi vice-prefeito da cidade no Pará. Os agentes cumpriram seis mandados de busca e apreensão no Pará, Mato Grosso e no Distrito Federal. Pode ser o que enviou dinheiro para George. É preciso aguardar as apurações.
Nervosismo no final da “missão”. Cacique Serere pertence ao grupo
A poucas horas da execução do plano terrorista, Alan Diego dos Santos desaparece. A troca de mensagens traduz apreensão.
Surge agora um personagem novo, na história. Trata-se de Solange Patriota, uma pessoa ligada ao cacique Serere. Diante dos fatos, é possível agora supor que não era apenas uma liderança bolsonarista solta na história. Pelas apurações da Polícia, descobre-se que o cacique sabia da existência do grupo de George Washignton. Vê-se também que o Próprio Alan Diego, que agora, em seus depoimentos na CPMI, procura se colocar alheio aos fatos.
Relatório da Polícia:“Durante entrevista (primeiro depoimento) com GEORGE, o preso citou uma pessoa chamada Solange, oriunda de São Félix do Xingu. De acordo com GEORGE, Solange teria participado de algumas reuniões em tendas dentro do QG (Quartel General), mas não foi muito claro quanto à sua participação sobre o uso dos explosivos. No entanto, no diálogo com GEORGE, SOLANGE faz algumas citações sobre “peça de caminhão”. Como dito anteriormente, esse seria o código para se referir aos explosivos. Portanto, a seguir, serão expostos alguns trechos com o contato descrito como “Solange Patriota SFX”.
“No dia 01/12/2022, Solange menciona uma peça que precisa ser buscada e depende da autorização de GEORGE. Infere-se que o motorista responsável por buscá-la seria BENTO”. Que, depois descobre-se, vem a ser parente dela (Têm o mesmo sobrenome).
“No dia 03/12/2022, TIAGO envia uma mensagem dizendo que está fazendo a segurança do homem, mas não especifica quem. No dia 04/12/2022, TIAGO comenta sobre um vídeo do índio Serere e que seria importante postá-lo, principalmente a parte em que ele fala em português. Em outro áudio, TIAGO parece convidar GEORGE para fazer a segurança, pois diz que GEORGE já tem os “negócios tudo documentado”, provavelmente se referindo a armas. Por volta das 22h do dia 04/12/2022, TIAGO pede para GEORGE enviar as fotos que tirou juntamente com os filhos do Serere no hotel.
No dia 11/12/2022, Solange solicita a presença de GEORGE para uma reunião com índio Serere. Além disso, cita novamente uma peça do caminhão e que o motorista estaria esperando instruções. Em seguida, GEORGE responde que está no QG, envia outras mensagens que são apagadas. Essas mensagens apagadas não foram recuperadas”.
Porém, os diálogos do grupo prosseguem, sempre na linha da execução do plano:
“No dia 11/12/2022, Bento diz que está em uma missão servindo como motorista de índio. Em seguida, envia uma imagem em que é possível observar o índio Serere, preso pela polícia federal no dia 12/12/2022”. Depreende-se pela mensagem: “cacique quer os CACs”, que Serere tinha alguma importância nas ações do grupo.
No período em que antecedeu a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, circularam boatos e postagens nas redes sociais, de que o plano era impedir que o presidente eleito não subisse a rampa. Para isto, ainda segundo os boatos, a direita raivosa estava pensando em contratar um“sniper”para alvejá-lo. A ideia era executá-lo e, para isto, usariam um profissional que usasse uma arma de precisão e usada para tiros à distância. Por essa documentação, agora fica-se sabendo, que o plano, de fato, chegou a ser posto em marcha, mas interrompido. George Washington fez contato com um professor, de uso desse tipo de arma para, de acordo com o relatório da Polícia, ao que parece, ser ele o atirador:“O interlocutor das mensagens abaixo trata-se dosniperMARCOS ROBERTO SIBINELLI, cujos serviços GEORGE queria contratar. Apesar da negociação, o encontro entre eles não aconteceu. SIBINELLI prestou declarações nesta delegacia, onde confirmou que foi procurado por GEORGE para receber aulas de tiro. Entretanto, as aulas não chegaram a ocorrer”.
Relatório da Polícia: “No dia 13/12/2022, por volta das 22h, HERMETO envia alguns áudios para GEORGE para que eles, no dia seguinte, possam ir comprar pólvora com o intuito aparentemente de fabricar dispositivo explosivo. Além da pólvora, HERMETO fala que eles precisam comprar uma mochila, touca e peteca. Ele pede para GEORGE ir cedo, pois precisará fazer alguns protótipos e testá-los. Segue abaixo trecho da conversa e transcrição dos áudios.
Transcrição áudio PTT-20221213-WA0580: “Deixa eu te falar. Tu vai vir pra cá no QG ou tu vai ficar aí, já? ou tu vai ficar aí já?”.
Transcrição áudio PTT-20221213-WA0581: “É quase dez horas já né? Amanhã cedo tu vem aqui para nós comprar uma pólvora ali pra mim fazer uns negócio. Mas tem que vir cedo, para fazer as pólvoras”.
Transcrição áudio PTT-20221213-WA0597: “Chefe, por aqui está tudo bem, tudo calmo. Os Pica de 500 foram tudo embora. Ficou só os pica de 100 dormindo. (inaudível). Peão é peão. Mas está tudo certo, graças a Deus”. (Eles parecem falar dos coordenadores do acampamento).
Transcrição áudio PTT-20221213-WA0598: “Tu já está aí já? E cadê o teu paraquedista lá, o gago. Porque tu não leva o gago pra Xinguara (palavrão)?”. Transcrição áudio PTT-20221213-WA0599: “Ei, nós tem que comprar a mochila amanhã, umas toucas e a pólvora, pô! Mas tu vem cedo. Vem umas oito horas para nós ir lá.
Tem que ser rápido a missão. Tem que fazer uns protótipos aqui. Tem que fazer e testar, fazer e testar. Para ver onde chega à quantidade de pólvora e o tanto de enrolado que tem dar nas petecas. Tem que comprar umas petecas também para nós. Aí tem que fazer o teste drive”.
Transcrição áudio PTT-20221213-WA0600: “Porque os protótipos tem que fazer enrolando na sacola. Tem que ver quantas voltas, entendeu? Tem que ir testando. Porque, se botar muitas voltas, fica muito (inaudível) demais. Tem que ser uma volta só, que é para estourar em qualquer vidro, qualquer coisa assim”.
No dia 17/12/2022, HERMETO envia uma foto vestindo uma roupa camuflada com uma touca ninja. Possivelmente uma das máscaras citadas no dia 13/12/2022. Depois envia um áudio sobre uma pessoa chamada TIAGO que pergunta sobre uma Glock (marca de arma de fogo).
Transcrição áudio PTT-202217-WA0215: “Ei, Washington, o Tiago está perguntando se tu trouxe a Glock dele já”.
No dia 23/12/2022, véspera da prisão de GEORGE, HERMETO realiza uma chamada telefônica e, em seguida, envia alguns áudios dizendo para GEORGE que “as coisas” dele estavam guardadas. Depois envia outro áudio e informa que “as coisas” estão com ALAN”.
O diálogo que se segue dá bem a noção do quanto irresponsáveis foram aquelas pessoas com relação ao manuseio dos explosivos. Chegaram mesmo a armazená-lo na cozinha do acampamento, sob um “palete”.
Relatório da Polícia:
“GEORGE se chateia com HERMETO por ele ter entregue o(s) objeto(s). Durante os áudios, não foi especificado o que seria esse pertence de GEORGE. Cabe ressaltar que, em depoimento, GEORGE afirmou ter entregue a bomba para ALAN no dia 23/12/2022.
Transcrição áudio PTT-20221223-WA0012: “Ei, Washington, pega o teu negócio aqui. Está comigo, viu? Guardei aqui. Vai ficar aqui ele”.
Transcrição áudio PTT-20221223-WA0013: “(inaudível) de uns containers aqui, do paletes. Só levanta os paletes aqui que ele vai estar aqui debaixo. (inaudível) cozinha”.
Transcrição áudio PTT-20221223-WA0033: “Tá com o teu amiguinho aqui, com o ALAN, viu?”.
George solta um palavrão e diz que não era para Hermeto ter entregado para Alan, os artefatos, demonstrando que não havia uma relação de confiança entre os dois, o que talvez explique a postura de Alan Diego Rodrigues, ao depor na CPMI.
Relatório da Polícia:
Transcrição áudio PTT-20221223-WA0098: “Amigo, desculpa lhe falar, mas infelizmente você agiu muito errado aí comigo. Entregar esse material na mão desse rapaz.
Você sabe que eu não sou amiguinho dele. Desculpa aí, tá? Mas tudo bem, beleza. Obrigado aí, valeu”.
Por volta das 16h20, do dia 23/12/2023, HERMETO envia outros áudios perguntando sobre o que está acontecendo no QG e uma encomenda de GEORGE que estava com TIAGO. Além disso, HERMETO envia alguns áudios dos quais não foi possível realizar a extração e mensagens de texto alertando GEORGE a não seguir algumas pessoas e “não tentar ser um herói”. No dia seguinte, 24/12/2022, HERMETO envia mensagens perguntado como GEORGE está e envia uma matéria sobre a bomba encontrada no aeroporto de Brasília.
Relatório da Polícia:
“No dia 16/12/2022, GEORGE envia uma mensagem dizendo que irá realizar uma transferência em dinheiro como uma forma de ajuda. Não ficou claro no que consistiria essa ajuda financeira. BENTO envia os dados para recebimento e GEORGE realiza duas transferências, uma no valor de R$4.000,00 (quatro mil reais) e outra no valor de R$1.000,00 (mil reais). Além disso, GEORGE se dispõe para enviar mais dinheiro se for necessário, porém pede sigilo. BENTO responde que é o suficiente e acrescenta que outras pessoas também irão ajudar”.
Acontecem nesse momento algumas transações bancárias, combinadas pelo celular de George. A operação está praticamente pronta e, de acordo com ele, que tudo leva a crer, seja o líder da operação, já há recursos suficientes.
George se refere a Bento com a saudação: “meu nobre general”. Não há indicações se ele é, de fato um militar ou se o tratamento é apenas uma forma de se referirem na intimidade. (continua)
Mensagens do celular do terrorista mostram detalhes da trama golpista que seria executada na véspera do Natal de 2022
por Denise Assis
EXCLUSIVO Portal Brasil 247
Mensagens inéditas do celular do empresário George Washington de Oliveira Sousa (Marabá), obtidas peloBrasil 247, revelam detalhes do plano terrorista para explodir uma bomba perto do Aeroporto Internacional de Brasília no dia 24 de dezembro de 2022. Em mensagens enviadas ao deputado federal Elieser Girão (PL-RN), e ao senador Eduardo Girão (Novo- CE), George Washington apelou para o uso dos CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) em apoio ao plano terrorista. O deputado Elieser Girão, de megafone em punho, anunciou para os bolsonaristas: “coloquem os sapatinhos na janela. Teremos novidade no Natal”. A “novidade”, eram dezenas de vítimas que em consequência do atentado idealizado por George, poderiam ter ido pelos ares, no aeroporto da capital federal, na véspera dos festejos natalinos.
As mensagens constam em material enviado pela Polícia Civil do Distrito Federal no dia 22 de junho de 2023 à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que busca esclarecer o golpe do dia 8 de janeiro de 2023. Os documentos não estão sob sigilo e estão em domínio público da PCDF. O247teve acesso à documentação e conversou sobre o assunto com o deputado federal Rogerio Correia (PT-MG), integrante da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Na avaliação do deputado, o material é muito importante para pautar os trabalhos da comissão que vai interrogar na próxima terça-feira (11/07), Mauro Cid (ajudante-de-ordem de Bolsonaro). Para Correia, os documentos “demonstram um envolvimento de várias pessoas com o terrorista George Washington, entre elas até deputados. Isso, segundo Rogerio Correia, desmancha a narrativa que Mauro Cid tem repetido, a de que para o próprio Bolsonaro o telefone de seu ajudante-de-ordens era apenas um muro de lamentações. Nas conversas trocadas no aplicativo de mensagens fica claro que as conversas não tinham nada de muro de lamentações. Era algo muito mais sério, que por pouco não foi concretizado. Só deu errado porque houve falha na última hora, ressaltou o deputado do PT.
“O que existe nesse material começa a mostrar que não apenas essas pessoas confessam que foram lá para isso, para poder estabelecer uma quebra, né, da democracia e ocupar os poderes para destituir o presidente eleito, mas também começa agora a aparecer uma organização por trás, inclusive, de atos que eles falavam que teriam que seriam atos que levados a cabo criariam um caos e dentro disso tem esse caso, que é o mais explícito do caminhão a bomba, mas tem também o fechamento de rodovias, que levariam ao caos. E aquele ato do dia 12 levaria a que setores das Forças Armadas fizessem uma intervenção para que o Bolsonaro voltasse. Que era o que eles esperavam para fechar e dar o golpe”, acrescentou o parlamentar.
Ao obter acesso ao celular de George Washington - um Samsung S21, IMEI: 351751190123219, de cor preta, com senha: GEGI2630 -, a Polícia Civil do DF avançou bastante nas investigações. A partir do conteúdo é possível, por exemplo, verificar que a afirmação de que o explosivo era destinado a postes de energia não condiz com a verdade, pois nosprintsde páginas das suas conversas saltam diálogos em que ele fala sobre colocar a bomba no caminhão, deixando claro que este já era o plano desde o início.
Primeiro a ser detido pelo atentado, em Auto de Prisão em Flagrante, George Washington encontra-se preso e foi condenado pela Justiça a 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, incurso nos crimes previstos nos artigos 12, 14 e 16, da Lei 10.826/2003, que versam sobre o porte ilegal de armas. O seu comparsa Alan Diego dos Santos Rodrigues se encontra preso e recebeu pena de cinco anos e quatro meses. Ambos foram condenados em primeira instância em 11 de maio, pela Justiça do Distrito Federal, podendo recorrer.
George Washington foi detido no mesmo dia 24, por suposto envolvimento no caso e contou que veio do Pará para Brasília, a fim de participar das manifestações (em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro – PL-, derrotado nas eleições), que ocorriam em frente ao quartel-general do Exército.
George foi localizado e preso por ordem do delegado-chefe adjunto, Paulo Renato Fayão, em um apartamento na região do Sudoeste e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto. Com ele, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas (clique aqui, para ver a relação completa:https://bit.ly/44elZIh). À época, George Washington disse que "queria dar início ao caos".
Hoje, infere-se, que o plano era forçar a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem – GLO, o que colocaria o poder em mãos do Exército.
A Polícia Militar do Distrito Federal detonou o explosivo após o artefato ser encontrado pelo motorista do caminhão-tanque, Jeferson Henrique Ribeiro da Silveira, estacionado no pátio do aeroporto, com combustível para aviões, na manhã de 24 de dezembro. O motorista não soube dizer quem havia deixado o material ali e a polícia descartou a participação dele no caso. A tentativa de explosão não impactou as operações no Aeroporto JK e o motorista, conforme verificação da PC-DF, não teve participação no caso.
Ao ser ouvido, George Washington afirmou que estava preparado para a “guerra”, aguardando uma convocação do Exército, pois era um defensor da liberdade, estando, em suas palavras, “para matar ou para morrer”.
Ele confessou sua participação no atentado daquela manhã, afirmando que, no dia 23/12, à noite, foi até o QG e deixou o artefato explosivo já preparado, com Alan Diego dos Santos Rodrigues, seu cúmplice no atentado. Disse também que acreditava que o explosivo “seria colocado tão somente em um poste para interromper a transmissão de energia para Brasília”. George, porém, foi enfático em asseverar que sua ação foi Ideológica” e “em defesa da liberdade”.
De posse das declarações, a Polícia Civil concluiu que ele não estava agindo sozinho e empreendeu diligências, a fim de chegar nos demais participantes da ação criminosa. Em um dos relatórios produzidos pela equipe de investigadores da DRACO, o de número 11/2023 3/ 45, a Polícia chegou aos seguintes nomes:
Alan Diego dos Santos Rodrigues, nascido aos 14/07/1990 em Comodoro/MT.Wellington Macedo de Souza, vulgo “Preso do Xandão” nascido aos 05/02/1975 em Fortaleza/CE. Conforme mencionado no referido relatório, foi possível verificar que Wellington Macedo de Souza circulou durante toda a madrugada do dia 24/12/2022 pelo aeroporto de Brasília. Ao que as diligências indicam, Wellington estava no veículo Hyundai/Creta de cor branca, placa GGH7D35, que é de propriedade de sua companheira Andressa Aguiar da Silva Macedo.
Andressa Aguiar da Silva Macedo, nascida no dia 05/02/1975 em Sobral/CE. Proprietária do veículo Hyundai/Creta, GGH7D35. De acordo com o mencionado no relatório nº 11/2023 – DECOR, no dia 06/01/2023, a equipe policial realizou acompanhamento do Hyundai/Creta de propriedade da companheira de Wellington Macedo de Souza, ocasião em que foi possível observar que outro indivíduo estava no veículo. “Em continuidade ao monitoramento do Hyundai/Creta, verificou-se que este saiu de Brasília no dia 09/01/2023 e, no dia 11/01/2023, já se encontrava em Foz do Iguaçu/PR. Tomamos conhecimento de que o referido veículo foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal no dia 12/01/2023 no município de Ubiratã/PR. Em contato com a equipe policial que realizou a abordagem, tomamos conhecimento de que o motorista do Hyundai/Creta era Paulo Leandro Galdo Rodrigues, a mesma pessoa registrada no acompanhamento realizado no dia 06/01/2023”, concluíram os policiais.
Paulo Leandro Galdo Rodrigues, nascido no dia 15/04/1980. Informamos, ainda, que, com o objetivo de identificar o maior número de indivíduos envolvidos no atentado à bomba no aeroporto de Brasília, foi realizada análise parcial do aparelho celular que estava na posse de George Washington de Oliveira Leal na ocasião de sua prisão.
George Washington apelou a congressistas radicais e às FAs, por golpe
Na data de 11/12/2022, um dia antes dos atos de vandalismo que marcaram Brasília, George enviou mensagens por meio do aplicativo Instagram ao General Elieser Girão, entre elas, um link de uma publicação que se refere à possível criação de uma força de segurança paralela pelo governo do presidente Lula. Em seguida, colocou-se à disposição para uma convocação das forças armadas.
Mensagens enviadas por meio do aplicativo Instagram ao General Elieser Girão (Continua)
(Continuaçao) No ano passado,Zequinha organizoureuniões entre garimpeiros clandestinos do Pará com ministros do governo Jair Bolsonaro. O objetivo era apresentar um requerimento para impedir a atuação de servidores do Ibama e da Polícia Federal nas regiões em que atuam ilegalmente. Os garimpeiros foram recebidos pelos ministérios da Justiça, Meio Ambiente, Segurança Pública, Agricultura, Minas e Energia, Direitos Humanos e a Advocacia-Geral da União. Durante uma das reuniões no Ministério da Agricultura, Zequinha afirmou que a ação do Ibama no oeste do Pará era“pior do que o Estado Islâmico na Síria”.
Entre os presentes nessa caravana em Brasília, estavam representantes da cooperativa Cooperouri,uma velha conhecida de policiais e fiscaisquando o assunto é garimpo ilegal. Segundoinvestigação da Polícia Federal, a Cooperouri integra uma grande organização criminosa que atua na extração clandestina de ouro na Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará.
Em 2021, durante a Operação Handroanthus, a Polícia Federal apreendeu mais de 226 metros cúbicos de madeira ilegal, uma carga avaliada em R$ 129 milhões. O então ministro Ricardo Salles atuou pessoalmente para conseguir liberar a carga criminosa. Sallesafirmouter sido acionado por um grupo de parlamentares, entre eles Zequinha.
Para a surpresa de ninguém, o senador paraense é também um militante do negacionismo climático.Segundo ele, o aquecimento global é apenas “folclore”, já que a “interferência humana é muito pequena”. No primeiro ano do governo Bolsonaro, o Congresso Nacionalinstalou uma comissãode deputados e senadores para discutir o tema das mudanças climáticas e o aumento recente no número de queimadas da Amazônia. Quem foi escolhido para ser o presidente dessa comissão? Sim, Zequinha, o negacionista climático e representante dos garimpeiros. O episódio é uma síntese do que foi o bolsonarismo no poder.
As malandragens de Zequinha não se limitam à Amazônia. Elas acontecem também dentro do seu gabinete. Osenador é réu pelo crime de concussãoem um processo que se arrasta por 10 anos. Marinho nega a “rachadinha” feita dentro do seu gabinete, mas as provas contra eles são robustas.
O caso começou em 2011, quando era deputado federal e presidente do PSC do Pará. Ele obrigava os seus 23 funcionários a darem uma parte dos seus salários para o partido. Em um e-mail enviado a uma servidora, Zequinha cobrava a grana de um dos funcionários: “Peça ao Humberto para providenciar com a maior brevidade possível o depósito correspondente a 5% do bruto que ele recebe. Ok?”. O funcionário se recusou a pagar e Zequinha o demitiu por e-mail: “Diante da impossibilidade de Vossa Senhoria autorizar o débito de 5% do Partido Social Cristão, ficou determinada sua exoneração”. O Ministério Público Estadual pediu a cassação de Zequinha Marinho.
Em 2021, elefoi alvo de um novo pedido de cassaçãopor irregularidades na captação e gastos de recursos de campanha em 2018 — o famoso caixa 2. O MP também pediu a cassação de sua esposa, Júlia Marinho, acusada de desviar R$ 2,3 milhões da cota de gênero do fundo eleitoral para Zequinha.
Esses são apenas alguns episódios escabrosos no currículo do senador bolsonarista. Há muito mais, mas este texto precisa acabar. Zequinha é um homem baixinho, mas sua trajetória em favor do que há de pior no Brasil é gigante. Graças a ele, garimpeiros, grileiros e até o terrorista que planejou explodir um caminhão no aeroporto de Brasília foram recebidos com tapete vermelho no Congresso Nacional e nos ministérios do governo federal. Zequinha é a personificação do que é o bolsonarismo. É o negacionista climático que preside comissão sobre o clima, o pastor evangélico que atua contra os povos originários, o defensor dos bons costumes que faz rachadinha no gabinete. É o combo completo.
A carga de maconha apreendida pela PF e a sobrinha querida do pastor Josué Bengston, da Igreja Quadrangular
O que Damares Alves vai dizer sobre seu Tio Josué andando com 290 kg de skunk no avião?
por Marcia Tiburi - - -
Não posso deixar de comentar a notícia sobre o tio traficante de maconha da Damares Alves, pastor Josué Bengston, da Igreja Quadrangular do Pará.
De fato, uma carga de 290 kg de uma coisa chamada skunk realmente impressiona a desavisados como eu que ainda estava em outra pauta, tentando entender a pedofilia das igrejas e o plano de poder dos religiosos que acançam cada vez mais ocupando o congresso nacional com suas pautas fundamentalistas.
Muitos, como eu, devem ter descoberto agora que skunk é maconha potencializada - realmente isso me escapou, e me dá vergonha ter perdido essa informação, afinal sou autora de um livro sobre as drogas e a banalidade do vício chamado SOCIEDADE FISSURADA publicado pela Civilização Brasileira em 2012). Quem esta desatualizado no assunto das drogas, deve estar se perguntando sobre tudo isso: o circuito de produção e comercialização, o valor de compra e venda, a plantação e os destinatários, a exploração do trabalho, a mais valia e o lucro na empreitada. Talvez esteja também se perguntando não só sobre a produção, mas sobre o uso de drogas por parte dos crentes.
Será que se vende maconha dentro das igrejas também? Estou perguntando, inocentemente, pois nunca se sabe. Se um pastor moralista de igreja trafica 290 kg de skank, quem pode imaginar do que mais é capaz?
De um ponto de vista liberal relativamente aos costumes, não há problema algum em usar maconha, ou qualquer outra droga em nível recreativo e não autodestrutivo (toda autodestruição afeta os outros e isso afeta a esfera ética onde lidamos com a alteridade), contudo, mercados clandestinos geram abusos, violências e outros problemas sociais. A dependência que muitas pessoas desenvolvem em relação a drogas (não importa se álcool, cocaína, cigarro ou redes sociais), sempre precisa ser tratada com atenção e cuidado.
E, de fato, tabus sobre as substâncias e seus usos não ajudam a avançar na pesquisa.
Contudo, o moralismo religioso também é mercadoria nas igrejas de mercado, nas quais pedofilia, tráfico humano, corrupção e estelionato são práticas comuns.
O moralismo gera a moralina que também vicia! O uso de drogas é algo comum na cultura empresarial, e também o é nesse tipo de empresa que são as igrejas de mercado, que, aliás, funcionam como empresas, mas não pagam impostos.
É um mercado do lucro certo explorando a fé e o desespero dos outros. Mas é também um mercado de drogas clandestino! E que rende muito dinheiro!
Eu que sou a favor da liberação da maconha, para plantio, pesquisa científica e uso recreativo, mas que nunca usei maconha (as únicas drogas que uso são café, álcool - eu, por exemplo, gosto de vinho - e Instagram, em doses recreativas, portanto moderadas), sou constantemente xingada de maconheira.
Agora vem à tona a hipocrisia dos pastores das igrejas de mercado.
Se o tio da Damares fosse apenas um maconheiro não seria um problema, talvez fosse até mesmo uma solução, mas tio Josué é um traficante fingindo ser um homem sério, um homem de Deus. Pobre do Deus sendo vendido como mercadoria e transformado em cúmplice de traficantes sem ter como se defender.
Mais uma vez pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro são flagradas com drogas. Dessa vez, um avião, que pertence à Igreja Quadrangular do Pará, foi apreendido pela Polícia Federal, no sábado (27), com 290 quilos de maconha. O grupo religioso é liderado pelo ex-deputado federal e pastor Josué Bengtson, tio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF)