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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

15
Fev23

Senador vai à PGR contra Campos Neto por omissão no comércio ilegal de ouro (vídeos)

Talis Andrade
 
 
 
 
Nani Humor: A GALINHA DOS OVOS DE OURO
 
 
 
 

Jorge Kajuru também cobra do MPF a investigação de ‘vultuosas compras de ouro’ realizadas pelo BC em 2021

 

Carta Capital - O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) acionou a Procuradoria-Geral da República contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por suposta omissão em relação a instituições financeiras que se beneficiaram da extração ilegal de ouro.

Kajuru também cobra do Ministério Público Federal a investigação de “vultuosas compras de ouro” realizadas pelo BC em 2021. Segundo o senador, o montante chegaria a 17 bilhões de reais. “Nossa suspeita é que parte de ouro tenha vindo das instituições financeiras suspeitas de lavar o ouro ‘sujo'”, diz a peça.

Senador Kajuru
DENÚNCIA BOMBA DO SENADOR KAJURU CONTRA BANCO CENTRAL E SEU PRESIDENTE!!! O JORNAL ESTADÃO DE SÃO PAULO EXPLODE NO BRASIL INTEIRO!!!
estadao.com.br
Senador quer Campos Neto investigado por suposta omissão na fiscalização de comércio ilegal de ouro
Em documento, senador Jorge Kajuru (PSB-GO) acusa presidente do Banco Central de “possível omissão” contra o comércio ilegal de ouro envolvendo as transações clandestinas na terra yanomami

15
Fev23

PF mira grupo suspeito de ‘esquentar’ R$ 4 bilhões em ouro de garimpos ilegais

Talis Andrade

 

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No governo Bolsonaro, com a militarização da Amazônia, descoberto um contrabando de 13 toneladas de ouro ilícito

 

 

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 15, uma operação contra uma quadrilha acusada de contrabandear ouro extraído de garimpos ilegais na região amazônica. São cumpridos três mandados de prisão e 27 de busca e apreensão em oito Estados.

De acordo com o inquérito, o grupo é suspeito de usar notas frias para “esquentar” o minério explorado, ou seja, falsificar uma origem legal. Do início de 2020 até o final de 2022, as emissões desses documentos teriam sido superiores a R$ 4 bilhões, correspondendo a aproximadamente 13 toneladas de ouro ilícito.

A investigação demonstrou que esse ouro extraído da Amazônia Legal era exportado principalmente por meio de uma empresa sediada nos Estados Unidos. Ela seria responsável pela comercialização em países como Itália, Suíça, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos, de forma clandestina, mas com aparente legalidade. Uma das formas de fazer isso era criando estoques fictícios de ouro, de modo a acobertar uma quantidade enorme do minério sem comprovação de origem lícita.

A Justiça ordenou o sequestro de bens no valor de mais de R$ 2 bilhões dos investigados. Apenas R$ 2 bilhões. O crime compensa. A quadrilha faturou R$ 4 bilhões, apenas com o tráfico de ouro.

O inquérito que deu origem à operação começou em 2021, a partir de informações da Receita Federal.

Metáforas que gostaríamos de ver

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06
Nov22

Memorial do Convento, de José Saramago

Talis Andrade

Calaméo - Memorial do Convento

 

Por Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy /ConJur

Memorial do Convento, de José Saramago é livro que explicita claramente as posições políticas e religiosas se seu autor, único de língua portuguesa laureado com o Nobel de literatura (merecidamente). É um livro inesquecível. Uma crítica implacável à política econômica de Portugal (e ao capitalismo comercial, em linhas gerais), à falta de planejamento, ao nacionalismo fútil e, principalmente, à irracionalidade religiosa. O autor é irônico. Lembra-nos que se a vida não tivesse boas coisas como comer ou descansar, não valeria a pena construir conventos.

Saramago questiona como os portugueses liquidaram os ganhos que tiveram com as grandes navegações e com o ouro retirado do Brasil. Descreve uma procissão em Lisboa, indagando quantas vidas seriam necessárias para custear tamanha opulência. Há também uma violenta crítica à Santa Inquisição, como talvez nenhum outro autor de língua portuguesa o tenha feito, com tantos pormenores. Ou te corto, ou te queimo, parecia ser o lema dos inquisidores. Na Inquisição, segundo o narrador, eram más todas as razões boas, e eram boas todas as razões más, e quando umas e outras faltassem, havia tormentos de água e de fogo. Não havia como escapar.

Há uma curiosa metáfora que pode substancializar o enredo desse livro. Uma metáfora que remete o leitor à terra e ao espaço. Quanto à terra, Memorial do Convento trata da construção do Palácio Nacional de Mafra. Quanto ao espaço, o livro trata dos esforços do Padre Bartolomeu de Gusmão para construir o primeiro balão que se tem notícia: a Passarola. Tanto o convento quanto o esforço do Padre Bartolomeu são fatos que ocorreram, o que matiza o Memorial do Convento com as cores de um excitante romance histórico. A habilidade narrativa de Saramago torna a ficção historicamente aferível e, ao mesmo tempo, faz da história uma página de um delicioso romance.

Há três personagens centrais. Bilimunda, Baltasar e o Padre Bartolomeu de Gusmão. Num segundo plano o rei, D. João V, e a rainha, D. Maria Josefa. Há muitos padres franciscanos, operários, os pais de Baltasar, a mãe de Bilimunda (executada pela Santa Inquisição) e ainda há espaço para Domenico Scarlatti, napolitano, célebre músico barroco do século XVIII, lembrado por suas peças para cravo, instrumento que dominava com perfeição. Scarlatti compôs sonatas executadas até hoje.

Baltasar (também chamado Sete-Sóis) perdeu a mão na guerra. Retornou a Portugal e encontrou Bilimunda. Formavam um casal apaixonado. Bilimunda tem dons sobrenaturais. Quando acorda, em jejum, tem a habilidade de ver as pessoas por dentro. Certo dia, na Igreja, pode ver o que havia dentro de uma hóstia. A família de Baltasar recebeu a Bilimunda como uma filha.

O Padre Bartolomeu pretendia suspender sua invenção no éter, substância que se acreditava mantinha as estrelas no céu. Com base na sabedoria de Bilimunda, o padre voador acreditava que o sol atrairia o âmbar, que atrairia o éter, que atrairia os ímanes, que atrairiam as lamelas de ferro, de que compunha a nave, e a nave seria atraída para o sol, sem parar. O padre conseguiu fazer voar seu engenho. Incrédula, a população julgava que o Espírito Santo sobrevoava Mafra: um milagre. Mais um milagre. O leitor não se assusta com o fato de que o Santo Ofício foi atrás do padre voador.

O enredo é linear. Os reis de Portugal prometem aos franciscanos a construção de um convento em Mafra, em troca de bençãos que levassem à gravidez da rainha. O casal precisava de herdeiros. A cena da cópula dos reis é antológica. Ambos vestem camisas cumpridas. Antes de subirem à cama ajoelham-se e rezam, rogando para que não morram no momento da conjunção carnal, sem confissão.

Os franciscanos estão à frente na empreitada. Comprovam os milagres que conseguiam e se comprometiam com o milagre da gravidez da rainha. Saramago reflete em torno da religiosidade portuguesa. É um cético. O convento é construído com muito esforço e dificuldade. Baltasar alcança ocupação melhor e dirigirá juntas de boi para os funcionários do rei. O Padre Bartolomeu se perde. Não se tem notícia de seu paradeiro. Baltasar pretende resgatá-lo, chega e encontrar a Passarola, que estava abandonada.

Bartolomeu desaparece e Bilimunda sai em sua procura, por nove anos. As passagens que descrevem a procura são das mais líricas já escritas em língua portuguesa. E não vai aí nenhum romantismo piegas. Andou por Portugal todinho, e descobriu como o país era pequeno. Cruzava a fronteira com a Espanha, não percebia, até o momento no qual ouvia uma língua outra. Então retornava.

Imaginava-se em praça de vila, pedindo esmola, quando um homem com gancho de ferro (no lugar da mão esquerda) se aproximava. Era assim que idealizava o reencontro. Segundo o narrador, Bilimunda andou milhares de léguas, “quase sempre descalça (...) a sola dos pés tornou-se espessa, fendida como uma cortiça (...) Portugal esteve inteiro debaixo desses passos”. Bilimunda encontrou Baltasar. Mas não revelo a quem não leu o livro em que condições. Tem-se o desfecho mais inesperado da literatura em nossa língua. Quem leu, capta na imagem final um acerto de contas entre um escritor corajoso e a superstição que ronda a trama histórica portuguesa.

Nesse livro Saramago quebrou a lógica do amor convencional. Lembro-me o roteiro de Milliet. Satisfeito o desejo, liquidado o interesse, aplacada a vaidade, cada qual dos amantes fecha-se novamente em seu mundo próprio. Não somos capazes de pensarmos fora de nós mesmos, precisamos assim de analogias e de cumplicidades. Parece que nunca nos entregamos com confiança e desprendimento.

O fecho de Memorial do Convento corta esse roteiro romântico e nos mostra que o pavor da perda pode ser tão penoso quanto a própria perda. É com perdas que devemos dialogar na vida real, como condição de sobrevivência. Viver é perder. Sobreviver é saber perder.

 

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26
Jul22

Delegado da PF:  Carla Zambelli “marginal e bandida”

Talis Andrade

dragas para o garimpo ilegal. quem financia?.jpeg

Degradando o rio, dragando ouro

 

Ex-superintendente no Amazonas, Alexandre Saraiva afirmou que a deputada integra lista de parlamentares que apoiam ilegalidades na região

 

 
 
O delegado Alexandre Saraiva, da Polícia Federal (PF), ecoou, nesta segunda-feira (25/7), uma hashtag com pedido de prisão contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O assunto é um dos comentários registrados pelo Twitter.
 

A declaração ocorre após a congressista ter ameaçado o policial sobre um possível processo judicial por ter sido incluída na lista de parlamentares que ele considera “bandidos” e “marginais” por apoiarem, segundo ele, atividades ilegais na Amazônia. Ex-superintendente da PF na região, Saraiva deu declaração, em junho, durante entrevista à GloboNews.

“Se a Carla Zambelli me processar vou colocar este fato no meu currículo Lattes, algo como: ‘Processado por Carla Zambelli por chamá-la, em programa de grande audiência, de marginal e bandida.’ O que vocês acham? #zambellinacadeia”, provocou.

Em Roraima, Amapá, Pará e Mato Grosso, garimpeiros não ficaram de quarentena e lançaram-se em nova corrida pelo ouro. Uma corrida que nunca termina. "Estas pessoas  transformarem nos transmissores do coronavírus para os 180 povos que há milênios vivem na Amazônia", diz Danicley de Aguiar. Contaminam as pessoas e os rios. Os rios com mercúrio.
 
A presença de milicianos ligados ao garimpo ilegal e o contrabando de riquezas já deveriam ser sinal de alerta para ação rápida de fiscalização. Não é o que se vê. Apenas 20% do ouro extraído vem da mineração legal.
 
Sem poder contar com fiscalização contra o desmatamento, garimpo ilegal e contrabando de riquezas, indígenas têm pedido um plano de emergência para proteger povos da floresta.
 
Pedem ESVAZIAMENTO DOS GARIMPOS com urgência. De setembro do ano passado até março deste ano de 2020, são mais de 16 mil alertas de desmatamento registrados pelo INPE.
 
Saiba mais:
"Indígenas na Amazônia denunciam aumento de garimpo ilegal durante pandemia" - Deutsche Welle Brasil, 01/04/2020: https://p.dw.com/p/3aJbh
"Grileiros, madeireiros e garimpeiros não fazem home office" - UOL, 31/03/2020: https://bit.ly/2xM906B
"Sem esperar governo, indígenas fecham estradas e expulsam garimpeiros contra coronavírus" - Folha de São Paulo, 03/04/2020:
"O que há no projeto que libera a exploração de terras indígenas", NEXO, 08/02/2020: https://bit.ly/39DxlZh
Fonte: Árvore, Ser Tecnológico
 
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27
Jun22

Brasil precisa saber o que Bolsonaro disse a Castello Branco que poderia incriminá-lo

Talis Andrade

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Qualquer cidadão, ao tomar conhecimento de um crime, pode denunciar o autor. Ele preferiu se omitir

 

por Alex Solnix

 

O primeiro presidente da Petrobrás do atual governo, Roberto Castello Branco fez graves revelações num chat de economistas, sábado (25/6). 

Questionado pelo ex-presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, acerca de seu pouco empenho em defender o governo Bolsonaro, Castello Branco negou ser crítico do presidente.

“Se eu quisesse atacar Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade”, escreveu.

E mandou o primeiro míssil contra o chefe da nação, acusando-o de causar prejuízo bilionário aos acionistas da Petrobrás:

“Toda vez que ele produz uma crise, com bilhões de dólares de prejuízo para seus acionistas, sou convidado pela mídia para opinar, e me recuso em 90% dos casos”.

O segundo petardo veio a seguir: 

“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobrás”. 

Qualquer cidadão, ao tomar conhecimento de um crime, pode denunciar o autor. Ele preferiu se omitir. 

O terceiro petardo: 

“Já ouvi de seu presidente psicopata que nos trens da Vale, nos vagões que transportam minério de ferro vendido para a China ia um monte de ouro”.

Os diálogos, publicados pelo site Metrópoles, foram confirmados pelos envolvidos.

Acusações dessa gravidade não podem ser ignoradas. O país precisa saber o que Bolsonaro disse a Castello Branco que poderia incriminá-lo.

Deputados devem convocá-lo para depor.

Também não é mais possível conviver com a dúvida se Bolsonaro é ou não é um psicopata delirante, principalmente quando quem diz é um executivo que conviveu com ele e partilha a mesma ideologia. 

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27
Jun22

Ex-presidente da Petrobras diz que celular tinha mensagens que incriminam Bolsonaro

Talis Andrade

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Ao discutir com o ex-presidente do Banco do Brasil em grupo de economistas, Roberto Castello Branco chamou o presidente de "psicopata"

 
 
 
Durante uma discussão em um grupo de economistas, o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou que devolveu seu celular corporativo à estatal, ao deixar o comando da empresa, com material que, segundo ele, poderia incriminar o presidente Jair Bolsonaro (PL).
 

Castello Branco debatia com Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, sobre a elevação do preço dos combustíveis. Novaes então diz que o colega economista – primeiro presidente da Petrobras na gestão de Bolsonaro, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – ataca a atual gestão do governo federal.

“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, retruca o ex-presidente da estatal.

A conversa ocorreu em troca de mensagens ao longo deste sábado (26/6).

 

Castello Branco e Bolsonaro

Castello Branco e Bolsonaro
 
Castello Branco
 

“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, concluiu Castello Branco, sem entrar em detalhes sobre quais crimes o presidente teria cometido e estariam registrados no aparelho.

Em outro trecho da discussão, Roberto Castello Branco classifica Bolsonaro como “psicopata” ao relatar uma teoria conspiratória que teria sido dita a ele pelo chefe do Executivo federal.

Já ouvi de seu presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”, afirmou o ex-dirigente da petrolífera. Castello Branco tinha assumido o comando da empresa justamente depois de trabalhar por 15 anos na Vale, onde foi economista-chefe e diretor de relações com investidores.

O Metrópoles entrou em contato com Roberto Castello Branco. O economista afirmou que não iria falar sobre o assunto, mas não negou a veracidade da conversa. “Se nunca comentei, não vou comentar agora. Até porque me desfiz das provas”, respondeu ao questionamento da reportagem.

Rubem Novaes também disse que não comentaria a troca de mensagens, porque ela aconteceu em um grupo fechado, e também não negou a autenticidade da discussão.Image

 
 
12
Abr22

Pacheco, e a CPI do Mec?

Talis Andrade

por Cristina Serra

- - -

 

São abundantes as denúncias feitas pela imprensa sobre o assalto de predadores da educação ao cofre do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). É como praga em plantação. Deixa terra arrasada, mas enche o bolso de pastores trambiqueiros, da escumalha do centrão e de empresários de fachada.

Na esbórnia com o dinheiro público, propina é cobrada em ouro e empurram-se jogos de robótica para escolas que não têm água nem internet, onde as aulas são suspensas por causa do calor e a descarga nos banheiros não funciona. O destino dos robôs será ferrugem e poeira.

Apesar da fartura de indícios criminosos, senadores da oposição têm tido enorme dificuldade para criar a CPI do MEC. Enfrentam a pressão do governo e da bancada evangélica, fortemente mobilizada para proteger os cupinchas do presidente, Gilmar dos Santos e Arilton Moura, e o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, todos pastores.

Outra frente de embaraço à CPI tem origem na letargia do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que repete seu comportamento quando da CPI da Covid. Na época, Pacheco resistiu o quanto pôde, mesmo quando o Brasil chegava, então, a 4.000 mortos por dia. Era como se vinte aviões caíssem todos os dias em solo brasileiro sem nenhum sobrevivente! E Pacheco falava em buscar um “pacto” com o governo.

Agora, diz-se preocupado com o “viés eleitoral” de uma CPI para investigar falcatruas no MEC. Com modos melífluos de causídico de província, Pacheco até consegue dar algum verniz de civilidade à sua atuação no comando do Senado. Não tem os maus bofes de jagunço e a truculência de um Arthur Lira (PP-AL), por exemplo. Nem por isso deixa de ser linha auxiliar de Bolsonaro.

A CPI da Covid só foi criada por determinação do STF. Caso a oposição consiga o número de assinaturas necessárias agora, o enredo se repetirá? Legislativo que não cumpre seu papel se rebaixa, age como cúmplice e colabora com a ruína da democracia.

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10
Abr22

Reinaldo Azevedo: FNDE é hoje símbolo do assalto aos cofres públicos

Talis Andrade

 

 

 
 
 
 

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Reinaldo Azevedo
FNDE vira esgoto moral do governo Bolsonaro-Centrão; MEC está em demolição. 3 senadores retiraram assinatura de CPI do FNDE. 2 deles são Oriovisto Guimaraes (PR) e Styvenson Valentim (RN), do Podemos. O morista Álvaro Dias, chefão da sigla, é contra. Família de Oriovisto tem negócios c/ o MEC. Mas retirou “por convicção". Claro! Ambos usaram o mesmo argumento frouxo: em ano eleitoral, haveria politização da CPI. Pode usar o FNDE em eleição. Ñ pode é investigar safadeza. LIXO!
 
O 3° q fugiu após pressão é Weverton (PDT-MA). Disse apenas q fez o certo. O certo, no caso, seria ñ apurar. Há coisas na esquerda q só o PDT faz por vc

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O senador morista Oriovisto Guimaraes (PR), do Podemos, retirou sua assinatura do requerimento da CPI do FNDE depois de pressão do governo. Diz ser melhor apostar na “isenção” da PF de Bolsonaro. Claro! O morismo é só um bolsonarismo nanico c/ complexo de superioridade (i)moral.
Finalmente, chegamos ao estado da arte da gestão pública: "Rouba e não faz". O MEC convertia almas da tradicional família brasileira", combatia a "ideologia de gênero", numa "escola sem partido". Mas os partidos estão lá, no comando do caixa: PP e PL

10
Abr22

O bezerro de ouro

O Estado brasileiro foi capturado pelo crime organizado da corrupção. O tesouro virou propriedade do

Talis Andrade

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por Gustavo Krause

- - -

Poder e Estado são palavras de amplo significado. As ciências sociais delas se ocupam como fenômenos em tempos e formas distintas. Segundo Weber, passam a ter uma relação simbiótica na medida em que o Poder “é toda chance, seja ele qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo com a relutância dos outros”. Esta chance é o Estado racional, como espaço de dominação, que “exerce o monopólio da coação física legítima”.

É melhor ficar por aqui. O campo teórico é muito vasto. Neste ano, Poder e Estado são objetos de acirrada disputa eleitoral. E neste procedimento, nossa cultura política mostra rugas e males de um carcomido padrão de comportamento, aferrado às raízes históricas do patrimonialismo.

As campanhas, formalmente disfarçadas de pré-candidaturas, estão nas ruas. Ao arrepio das leis, os postulantes fazem propaganda e pedem votos. Concluído o prazo da “janela de infidelidade”, cada um se agrupa em busca da reeleição. Com uma especial característica: o nosso Parlamento é o mais caro do mundo.

Debate sério e programas partidários, nem pensar. O que está em jogo é o Poder e a consequente captura do Estado como uma fonte inesgotável de privilégios e favores: uma espécie de terra prometida onde jorra mel da fortuna para poucos e fel dos desmandos para muitos. O que vale é “se dar bem”. Às favas o interesse público.

Apurados os votos, o governismo impenitente prevalecerá: o mandato é um valioso ativo no jogo “toma lá dá cá”. No mercado de capitais, se investe em ações; na eleição, em votos.

Resultado: o estado brasileiro é o inferno burocrático para o cidadão comum e o paraíso de delinquentes e associados. Estes associados são os cães farejadores da origem e do destino dos recursos públicos: saúde, educação, obras e emendas/municípios.

Sempre “amigos” e aduladores dos poderosos, são bregas, “simpáticos” ou “paus-mandados”. Lobistas devidamente regulamentados? Jamais, o PL 6232 de Marco Maciel é de 1990. Aperfeiçoaram e organizaram o crime da corrupção na captação e manejo dos valores: do pixuleco às rachadinhas; do dinheiro vivo às criptomoedas.

A cada escândalo sucede outro numa velocidade que anestesia a indignação. O mais recente envolve autoridades e pastores. Transformaram o tesouro num mundano “Bezerro de Ouro” de forma tão literal que exigiram pepitas do melhor quilate. Isso, pagamento em barras de ouro!

PS. Recomendável a releitura bíblica: os fariseus, vendilhões do Templo, esgotaram a santa paciência de Cristo e tiveram a reação merecida.

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03
Abr22

A democracia como inimiga: ou o mal na retórica de Bolsonaro

Talis Andrade

 

 

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O inimigo de Bolsonaro, o mal contra quem ele se insurge mais uma vez, é a democracia. A democracia que ele se esforça para derrubar

 

por Marcia Tiburi

- - -

Quem ocupa a presidência da República tem vários poderes em mãos, inclusive, e principalmente, o poder de pautar os assuntos de um país inteiro. Isso acontece normalmente, mas quando a política é reduzida à publicidade, isso assume uma dimensão capital. 

É isso o que Bolsonaro tem feito com o seu tempo como presidente, enquanto o Brasil afunda a cada dia na mais profunda miséria econômica, social e moral. Daí a impressão, infelizmente verdadeira nesse governo da infelicidade, de que Bolsonaro não governa, de que passa o tempo a divertir-se, a mistificar e a zombar da nação que o critica, enquanto hipnotiza uns 30 por cento da população que segue em transe de pavor com a ajuda dos fascistas raiz espalhados em púlpitos, telas de TV e perfis nas redes sociais com milhões de seguidores. Ninguém mais se impressiona com palavras e atos grotescos do presidente porque todos já entenderam como funciona a farsa política e como ela depende da difusão de ideias torpes e imbecilidade para todos. 

Os ministros bolsonaristas, que lucram em todos os sentidos com o efeito de poder que só a incompetência produz, num ambiente mental doentio como se tornou o Brasil, saem de seus cargos para se candidatarem. Todos, sem exceção, cumpriram à risca a tarefa de zoar do povo e do país.

Nesse cenário, e sempre em clima de campanha, Bolsonaro lançou uma velha pauta como se fosse nova: a do bem contra o mal. Colocou-se no lugar do bem, evidentemente. Ignorante, mas esperto, ele relançou o parâmetro básico do populismo: a existência do inimigo a ser combatido.

O inimigo de Bolsonaro, o mal contra quem Bolsonaro se insurge mais uma vez, é a democracia. A democracia que ele se esforça para derrubar quando insiste que a população compre armas, como se a pobreza e a fome crescentes não fossem suficientes para matar. A incitação ao ódio, à guerra civil, o fomento ao milicianato, a militarização do governo, subsistituem políticas de segurança pública que, integradas a projetos de educação e projetos sociais, ajudariam a combater a violência no Brasil. Os mais de 650 mil mortos por Covid, na cabeça do presidente, são apenas gente que tinha mesmo que morrer, como todo mundo.

Para Bolsoanro, o mal é a democracia que, ao elegê-lo, caiu em um paradoxo, no qual ela deve permanecer.

Colocando-se no lugar do bem em oposição ao mal, numa atitude maniqueísta, boba para gente culta, mas essencial para gente vivendo em precarização cognitiva, Bolsonaro conseguiu virar a democracia de cabeça para baixo. Daí a sensação, infelizmente verdadeira, de que tudo está de cabeça para baixo. A democracia dava a sensação de que o mundo estava no lugar. 

Assim, brasileiros e brasileiras elegeram um governo autoritário que, de posse do poder de decidir, pode acabar com o próprio voto. 

Portanto, o mal a ser combatido é também o voto. A democracia é a inimiga e se ela voltar ao normal, se ela erguer a cabeça e colocar os pés no chão, Bolsonaro terá sido vencido. O mal para Bolsonaro é o pensamento crítico, é o amor ao próximo, é uma economia solidária com escola pública e de qualidade, junto com um SUS fortalecido, empresas públicas trabalhando pelo Brasil, a proteção da floresta amazônica e os povos indígenas. O mal para Bolsonaro é o amor que vence o ódio.

Bolsonaro entende que o bem é o que lhe serve. Em seu discurso, não aparece o bel comum, a felicidades para todos. Assim, ele segura o povo brasileiro por um fio de cabelo, antes de lançá-lo de vez no abismo. Seus filhos e o pastor Milton Ribeiro, junto a outros capatazes dos últimos escândalos de corrupção do MEC, seguem ilesos. 

A gritaria fascista se esforça para não deixar ver que o torturador nacional, herdeiro de Ustra, chama de bem os seus interesses e chama de mal aquilo que contradiz o projeto autoritário neoliberal de destruição do país. 

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