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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

02
Dez22

Quem canta Chico a ditadura espanta (letra e música) - III

Talis Andrade

ditadura 5.png

 
Roda viva
 
Chico Buarque 
 
 
 
 
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
 
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
 
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
 
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
 
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
 
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
 
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
 
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
 
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
 
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
 

Há 54 anos, peça de Chico Buarque era alvo de censura e violênciaO dia em que o espetáculo Roda Viva, de Chico Buarque, foi reprimido em  Porto Alegre | GZH

 

chico-buarque-nos-ensaios-da-peca-roda-viva-em-196

 

Chico Buarque nos ensaios da peça "Roda Viva", em 1968. Imagem: Reprodução

 

Redação UOL

O tumulto que tomou a apresentação de “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”, em Belo Horizonte, acabou se tornando um símbolo da polarização política que ronda o país.

De improviso, o ator e codiretor Claudio Botelho fez referências à uma possível prisão do ex-presidente Lula e ao impeachment de “uma presidente ladra”. Recebeu uma reação forte por parte da plateia, que com vaias e grito de “Não vai ter Golpe”, impediu que a peça continuasse. Botelho tentou seguir o espetáculo, mas já era tarde: “Vocês são piores que os militares, vocês pararam Roda Viva”, gritou, antes de ser retirado do palco.

Há 54 anos, a peça “Roda Viva”, que é lembrada no musical da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, se tornaria um símbolo da resistência contra a ditadura militar. Os contextos díspares revelam que a ação sofrida foi muito além do que uma mera manifestação, como ocorrida no último sábado.

Com poucos meses em cartaz, a peça de Chico era aparentemente apolítica. Contava a história de um ídolo da música que decide mudar de nome para agradar o público, se tornando uma figura manipulada. A submissão do personagem aos mecanismos da indústria cultural ressoava, nas entrelinhas, uma reflexão sobre a questão política na época -- muito mais séria do que a polarização entre "coxinhas" e "petralhas". 

No dia 18 de julho de 1968, cerca de 100 pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiram a força o Teatro Galpão (hoje Teatro Ruth Escobar), no encerramento da apresentação, destruindo os cenários e agredindo o elenco.

A edição da Folha de S. Paulo no dia seguinte noticiou que os elementos estavam “armados de cassetetes, soco-inglês sob as luvas” e que espancaram os atores Marília Pêra, André Valli e Rodrigo Santiago. “Depredaram todo o teatro, desde bancos, refletores, instrumentos e equipamentos elétricos até os camarins, onde as atrizes foram violentamente agredidas e seviciadas”.

Ao Jornal da Tarde, naquela semana, Marília relatou o cenário de horror: "Quis fechar a porta, mas eles já tinham me visto. Entraram quebrando os espelhos arrancaram minha roupa, deram socos. Saí correndo eles continuaram batendo. Pelo corredor havia mais rapazes e enquanto eu fugia sentia cassetetes nas costas. Não apanhei mais porque a Isa, camareira do teatro, correu para mim e me protegeu enquanto fugíamos"

A reação a toda aquela violência foi explicitada na opinião do dramaturgo Plínio Marcos. “Grupos terroristas procuram, através de atos violentos de terrorismo organizado por gente interessada numa ditadura violenta, agredindo trabalhadores em seu local de trabalho", disse à Folha.

Dois meses depois, a peça seguia com filas ainda maiores, quando sofreu violência semelhante dois meses depois, em Porto Alegre, com uma batida do Exército Brasileiro. A peça havia sido proibida pela censura, por ser considerada "degradante" e "subversivo".

Segundo o censor responsável, Mario F. Russomano, Chico Buarque havia criado "uma peça que não respeita a formação moral do espectador, ferindo de modo contundente todos os princípios de ensinamento de moral e de religião herdados de nossos antepassados".

Criado em homenagem a Chico Buarque, na ocasião de seu 70° aniversário, “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos” foi uma dos poucos espetáculos que conseguiu liberação para a citação de “Roda Viva”, considera pelo autor como uma peça ruim e datada, o que impediu novas encenações desde então.

Um dos alvos prediletos dos censores nos anos 1960 e 1970, Chico Buarque soube a manifestação política de Claudio Botelho e não autorizou mais o uso de suas canções neste ou em qualquer outro musical da dupla“O autor, amparado pela lei, tem a prerrogativa de autorizar ou não o uso de sua obra", explicou o assessor em um e-mail.

 

.Roda Viva - Revista da peça no Teatro Princesa Isabel"

 

Juíza volta a negar autoria de “Roda Viva” a Chico Buarque

Músico, teatrólogo e romancista processou o deputado Eduardo Bolsonaro por utilizar a canção indevidamente

247 - A juíza substituta do 6º Juizado Especial Cível da Comarca da Capital Lagoa, Mônica Ribeiro Teixeira, contestou, mais uma vez, que o cantor e compositor Chico Buarque seja o autor da letra da música “Roda Viva”, que em 1968 virou inspiração para uma peça de teatro quando o elenco foi espancado pelo regime militar, informa o jornal O Globo. 

Na ação, Chico cobra a retirada de sua música da postagem do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), além de uma indenização de R$ 48 milhões e publicação da sentença condenatória no Instagram.

Na decisão em questão, a referida juíza tem dúvidas se Chico é, de fato, autor de 'Roda Viva'. Segundo ela, há “ausência de documento indispensável à propositura da demanda, qual seja, documento hábil a comprovar os direitos autorais do requerente sobre a canção ‘Roda Viva’”

 

.Roda Viva"

 

Chamado de 'subversivo' pela Censura, 'Roda Viva', de Chico, faz 54 anos

Redação Folha de S. Paulo

Um dos marcos do teatro brasileiro, "Roda Viva" fazia sua estreia há 50 anos no Teatro Princesa Isabel, no Rio.

O diretor Zé Celso acabara de sair de outra montagem de impacto, "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, que estreara em setembro de 1967 em São Paulo e, naquele mesmo janeiro de 1968, fazia uma temporada carioca no Teatro João Caetano.

"Roda Viva" também marcou a estreia de Chico Buarque na dramaturgia –antes, porém, ele havia musicado para o teatro o poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto.

Escrito pelo músico "em 25 dias, trabalhando sem parar", segundo Chico contou ao "Globo" pouco antes da estreia, "Roda Viva" é uma alegoria de um artista (então vivido por Heleno Prestes) que ganha fama e é "engolido" pela indústria cultural.

Em determinada cena, como num rito mítico –ecoando o filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha"–, o protagonista chega a ser crucificado.

Entre as músicas, a famosa canção-título que diz "A gente quer ter voz ativa/ No nosso destino mandar/ Mas eis que chega a roda-viva/ E carrega o destino pra lá".

Ao periódico carioca, Chico ainda disse durante os ensaios da montagem: "Meu tema é um desabafo, que não chega a ser autobiográfico".

O espetáculo enfrentou o recrudescimento da ditadura, que no fim daquele ano decretaria o AI-5, o mais severo dos Atos Institucionais.

Em julho de 1968, o CCC, Comando de Caça aos Comunistas, invadiu o Teatro Galpão, onde o musical fazia uma temporada paulistana. Destruiu o cenário e espancou artistas, entre eles a atriz Marília Pêra (1943-2015).

Em outubro, quando a peça estrearia em Porto Alegre, foi proibida pelo o Exército, que bateu nos atores no hotel onde estavam hospedados.

Censurada repetidas vezes pelo regime militar, "Roda Viva" foi considerada pelo governo um espetáculo "degradante", "subversivo" e que "desrespeita a todos e tudo, até a própria mãe".

Na análise do censor Mário F. Russomano, Chico foi chamado de "débil mental".

 

RODA-VIVA' DE CHICO BUARQUE GANHA NOVA MONTAGEM - Acesso Cultural

 
 
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17
Mai22

“Pagu foi múltipla, complexa e não apenas musa”

Talis Andrade

Ficha na polícia como mulher de 'vida fácil', cirurgias e militância: livro  revela temporada de Pagu em Paris | Livros | O Globo

 

Diz autora de livro sobre a militante feminista

 

Por Maria Paula Carvalho /RFI
 

Quando se pensa no nome Pagu, logo vem à cabeça a musa do modernismo brasileiro. Porém, a pioneira do feminismo foi muito mais do que isso, aponta a escritora carioca, Adriana Armony. Ela seguiu as pistas deixadas por Patricia Galvão na capital francesa nos anos 1930 para compor o seu novo livro "Pagu no Metrô".

“Eu viajei a Paris para entender como foi esta temporada, entre 1934 e 1935, que é praticamente desconhecida. Se sabia que a Pagu havia feito um périplo pelo mundo e Paris foi um lugar fundamental, onde ela participou de manifestações contra o fascismo e assumiu a identidade de Léonie Boucher”, conta a autora.

Adriana Armony, que é também professora, com doutorado em literatura comparada pela UFRJ, passou um ano em Paris, em 2019, fazendo a pesquisa para um pós-doutorado na Universidade de Paris 3 - Sorbonne Nouvelle. O romance, que mistura ficção, relato pessoal e pesquisa histórica, contempla um lado menos conhecido da jornalista, autora e ícone do feminismo brasileiro.

“A princípio, eu não sabia como seria este formato, que foi se estabelecendo em tempo real, à medida que eu ia investigar nos arquivos estas pistas da Pagu, ao mesmo tempo em que eu fazia leituras sobre ela e ia descobrindo, não apenas coisas reais, mas também questões subjetivas, porque a própria Pagu era cheia de pseudônimos”, explica Adriana Armony sobre o processo de criação do livro.

Numa época de grande agitação política, Patrícia Galvão desembarcou na França em meados de 1934, depois de uma volta ao mundo como correspondente de jornais brasileiros. Em Paris, ela aderiu ao Partido Comunista Francês (PCF). Como uma detetive, Adriana Armony reuniu arquivos de polícia, de hospitais e fotografias inéditas para retratar esse período.

“Na verdade, ela foi mandada pelo Partido Comunista brasileiro nessa viagem pelo mundo. Na Rússia, ela se reuniu com os dirigentes e ficou decepcionada quando viu que era uma casta e que havia muita miséria. Boa parte de seus ideais comunistas foi abalada", relata a autora.

Quando chegou em Paris, Pagu participou de vários eventos políticos, distribui panfletos na praça e foi detida pela polícia. "Ela é fichada e presa como uma estrangeira em situação irregular”, completa Adriana.Ficha na polícia como mulher de 'vida fácil', cirurgias e militância: livro  revela temporada de Pagu em Paris | Livros | O Globo

 

Autobiografia não cita Paris

 

"Pagu no Metrô", lançado pela Editora Nós, retrata um período que a própria Pagu deixou de fora na sua autobiografia. “Isso é um mistério. Eu até brinco com isso no livro, que narra também as minhas perplexidades de leitora e as minhas dúvidas”, diz Adriana Armony.

“Nessa autobiografia, ela faz um relato para o Geraldo Ferraz sobre a vida dela desde a infância, mas principalmente esta vida subjetiva, imaginária, das emoções, que vai até o momento da viagem dela a Paris. E a carta se interrompe sem nenhuma despedida. Eu fiquei me perguntando o que aconteceu? E começam os delírios e as hipóteses. Será que ela interrompeu ou alguém tirou esta parte porque não queria que se soubesse de alguma coisa? Aí vai a imaginação da romancista, se somando à imaginação da pesquisadora”, relata.

Para falar de Pagu, a autora precisa falar de si mesma. O texto é recheado de confidências em primeira pessoa, que se misturam a momentos da história real, num testemunho de vida de duas mulheres. “A gente conhece muito esse mito da Pagu bonita, de baton roxo. O nome Pagu já é algo mítico, que não parte da realidade”, explica.

 

Musa dos modernistas

 

Pagu teve grande destaque no Movimento Modernista, iniciado pela Semana de Arte de 1922. Nessa época, ainda adolescente, ela se tornou a musa dos modernistas. Até integrar, anos mais tarde, o movimento Antropofágico, sob influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Ela viria a ter um relacionamento com Oswald de Andrade, quando o casal se torna militante do Partido Comunista brasileiro. Após a separação, ela vai morar sozinha, quebrando vários tabus para a época.

“A Pagu não participou diretamente de 1922, mas ela é uma figura importante do Modernismo e da Antropofagia, em 1928. Ela escreve no estilo taquigráfico e, mais do que isso, se torna um ícone feminista porque é uma mulher muito libertária, muito corajosa, que se colocava ativamente no campo da literatura, no campo das artes, ela fazia quadrinhos, tinha uma coluna chamada ‘A Mulher do Povo’ em que falava da mulher e criticava as mulheres burguesas, tinha uma relação forte com a classe operária, foi uma mulher batalhadora”, resume Adriana Armony.

“Eu acho importante a gente resgatar uma outra Pagu que é a Patrícia Galvão, a Pagu mais velha que é uma ativista cultural importante, que forma atores, que tem ligação com o teatro, que apresenta autores da literatura francesa”, diz Armony. “A gente vê que não foi fácil pagar este preço de mulher libertária, pois ela continuou sendo vista como um objeto e depois ela denuncia isso. Então, a gente fala de Pagu, de Patsi, de Mara Lobo, de Ariel, dessa Patrícia que tem que ser vista como uma mulher múltipla, complexa e não apenas musa no sentido de mulher bonita”, conclui.   

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