Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

08
Nov22

O bolsonarismo como fio histórico da ditadura militar

Talis Andrade

 

 

Essa é uma continuidade clara da ditadura que assume uma outra forma, mas o conteúdo é o mesmo: é de caça aos comunistas

 

13
Jun22

Assassinato de desaparecidos na Amazônia teve método usado pelos militares na guerrilha do Araguaia

Talis Andrade

Guerrilha do Araguaia: borboletas, lobisomens e inverdades - Vermelho

Militares abriam o ventre dos mortos, retiravam as vísceras e jogavam no rio para ser comido pelos peixes

 

por Denise Assis

- - -

No primeiro dia (05/06) do desaparecimento, na Amazônia, do indigenista Bruno Pereira, (41 anos), e do jornalista, Dom Philips, (57 anos), ainda sem que houvesse uma investigação mais aprofundada, Bolsonaro declarou que eles se meteram numa “aventura” e que poderiam ter sido executados.  

Não houve perguntas sobre a base para a sua afirmação. Tampouco agora, quando declarou à Rádio CBN de Recife que ambos talvez tenham sido submetidos a "alguma maldade". Bolsonaro demonstra, desde o primeiro minuto, que quer dar ao tema um tom de “normalidade”, quando duas prováveis mortes, e tudo leva a crer, com requintes de tortura, nada têm de normal. A impressão que se tem é que ele sabe mais do que fala.

 "Os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles, porque já foram encontradas boiando no rio vísceras humanas que já estão em Brasília para fazer DNA”. Calculou também, que pelo prazo entre oito e nove dias de desaparecimento, “vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Peço a Deus que isso aconteça".

 Por enquanto, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", de 41 anos, é a única pessoa investigada por suspeita de envolvimento nos desaparecimentos. Ontem (12/06) as equipes de buscas encontraram pertences dos dois. Nesta segunda-feira (13/06), a mulher do jornalista britânico, Alessandra Sampaio, disse que os corpos dele e do indigenista foram encontrados. Mas as autoridades que atuam nas buscas, lideradas pela Polícia Federal (PF), não confirmam a informação.

 Amarildo, o Pelado, foi preso na terça-feira, dia 07, e durante buscas na casa dele policiais militares encontraram uma porção de droga, além de munição de uso restrito das Forças Armadas. Na ocasião, foi também apreendida uma lancha, usada por ele.

No domingo, dia em que o indigenista e o jornalista desapareceram, ele foi visto por ribeirinhos passando no rio logo atrás da embarcação dos dois, no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, destino da dupla. Em sua lancha foram encontrados vestígios de sangue, mas ele alega inocência.

 A partir daqui é preciso prestar a atenção em alguns detalhes que, no mínimo, poderíamos chamar de instigantes. Há quem vá se lembrar da “invasão” de cerca de 200 balsas de garimpo fazendo um verdadeiro paredão próximo às comunidades indígenas, naquela região. Aconteceu alguma coisa? Alguém foi punido? Não se tem notícias. Ou seja, há, no mínimo, uma leniência sobre os abusos e malfeitos que por lá acontecem. Houve denúncia do “sumiço” de 25 yanomamis. Apuração sobre o caso? A que resultado chegaram?  

 De acordo com o portal “Amazônia- Notícia e Informação”, do dia 10 de junho, segundo dados do Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), “o mês de maio totalizou 900 km² de área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal. O número é o segundo maior em seis anos, ficando atrás apenas de maio de 2021 que totalizou 1.391 km² de desmate.  Mesmo com os números de maio ficando atrás da soma dos alertas de 2021, o compilado dos cinco meses de 2022 já é cerca de 8% maior do que o ano anterior”. Em sua fala na Cúpula das Américas, Bolsonaro disse que o Brasil preserva a floresta.

 O descaso tanto para com a Amazônia, quanto para com o trabalho de buscas fez eco lá fora. A alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Michelle Bachelet, classificou de “lenta” a ação para localizar os desaparecidos e painéis com os rostos de Bruno e Dom circulam pela Europa com a pergunta: onde estão?

 E, detalhe: o fato de Amarildo portar armas de uso exclusivo das Forças Armadas não pode ser considerado irrelevante. Tampouco terem sido encontradas vísceras boiando no rio.  

 Era o ano de 1993, e eu estava prestes a embarcar para cumprir a pauta: “Araguaia, 20 anos depois”, (Revista manchete de fevereiro daquele ano) na companhia do então líder do PC do B, Haroldo Lima e da responsável pelo recrutamento e condução dos jovens que optavam pela luta no palco da selva. Antes, fui ter com um tenente que havia servido no Araguaia, num domingo à tarde, para tentar obter dicas e informações. Ele me recebeu com cordialidade e começou o seu relato, após o almoço. Desmentiu que os corpos dos guerrilheiros tenham sido queimados na Serra das Andorinha, e detalhou como eram obrigados a participar dos “desaparecimentos”.  

Contou que abriam o ventre dos mortos, retiravam as vísceras e jogavam no rio, porque rapidamente elas seriam comidas pelos peixes. Em seguida colocavam pesos no interior dos corpos, os ensacavam e jogavam na água. Antes, porém, tinham o “cuidado” de cortar as cabeças e as mãos. As cabeças eram enterradas em sacos plásticos, depois de fotografadas. Quanto às mãos, eram enviadas para o Comando, a fim de identificarem os “abatidos”. Ao fim do relato ele vomitou no meu sapato. Teve pico de pressão e interrompeu o relato para ser hospitalizado.

Image

 No ano de 2014, em audiência à Comissão Nacional da Verdade (CNV), o agente do Centro de Informações do Exército e coronel do Exército brasileiro, Paulo Malhães, fez um relato muito parecido em seu depoimento público. Detalhou da mesma maneira o destino dos que combateram a ditadura no Araguaia. A impunidade e a permanência desses oficiais na formação dos quadros das Escolas Militares permitiram que o “modus operandi” fosse passado de geração a geração. É possível que os autores das “maldades” contra a dupla Bruno e Dom, tenham recebido esse tipo de treinamento. E não devemos descartar que tal como naqueles tempos, um “teatrinho” esteja sendo montado, antes do caso ser apresentado à sociedade. O tempo passa, os métodos não mudam.

 
 
 
 
27
Mai20

Sérgio Moro, o canastrão da Globo, se embanana no Fantástico

Talis Andrade

moro olavo tv globo pato fiesp bolsonaro TUTUBARAO

 

 

por Osvaldo Bertolino

 - - -

A persistência do Grupo Globo nas derivações da fatídica reunião ministerial do governo do presidente Jair Bolsoanro impressiona pela contundência. O vídeo liberado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello vem sendo decomposto, minuto a minuto, para alimentar a pauta que passa longe do dever jornalístico.

Os crimes de Bolsonaro e sua turma não são novidade. Assim como os das turmas de Paulo Guedes – o ministro da Economia – e de Sérgio Moro, o capo da Operação Lava Jato. Eles existem, estão lá provados nas falas da reunião obscena e se repetem amiúde desde que as gangues bolsonaristas, lavajatistas e guedistas entraram no Palácio do Planalto como governo eleito em 2018.

Quem disser que não sabia deles vive no mundo da lua. Até a mais desinformada e o mais desinformado telespectadores do Jornal Nacional e da novela das nove da Globo sabem que por trás dessas turmas há aquilo que Willian Shakespeare disse, na peça Hamlet, existir no reino da Dinamarca. O que os fanáticos da Globo não sabiam, possivelmente, é que as facções golpistas criaram um mundo movido a síndrome de Poliana com a fantasia de que o Brasil estava mergulhado no mar de corrupção lulopestista.

Para o bolosnarismo, esse mundo não existe mais. O Grupo Globo tirou seu representante do governo, o capo Sérgio Moro, que agora se apresenta devidamente vestido para matar politicamente Jair Bolsonaro. Sua performance na reunião dos gritos, xingamentos e ameaças que vieram a público com o vídeo da Globo foi omitida num primeiro momento e finalmente explorada no programa Fantástico do domingo (24).

Em entrevista a Poliana Abritta, Moro foi apertado sobre questões que qualquer estagiário com um mínimo de percepção jornalística e alguma autonomia profissional teria levantado já na entrevista coletiva em que ele anunciou a sua saída do Ministério da Justiça. Mesmo sendo uma entrevista combinada, ele se embananou para responder perguntas óbvias da jornalista do Fantástico.

Suas evasivas e omissões foram absolutamente previsíveis. A entrevista não fora para esclarecer pontos elementares, mas para dar veracidade às denúncias que ele fez na sua calculada saída do governo. O mais relevante das suas respostas foi a reiteração na chamada “agenda anticorrupção”, seu samba de uma nota só que não vale uma moeda furada. No governo, a tal “agenda” se limitou à tentativa de aprovar o seu farsesco “pacote anticrime”, de caráter fascista e ilegal.

A encenação na entrevista do Fantástico foi tão grotesca que chegou ao detalhe de uma olhada de Bolsonaro em direção ao ainda ministro da Justiça, na reunião de 22 de abril, quando o presidente disse que interferiria em todos os ministérios, cena do vídeo mil vezes repetida pela Globo. “Acho que o vídeo fala por si. Quando ele olha na minha direção, isso evidencia que ele estava falando desse assunto da Polícia Federal”, respondeu o capo da Lava Jato.

Moro disse ainda que Bolsonaro não se empenhou no combate à corrupção, esvaziando a sua “agenda”. “E, recentemente, vimos essas alianças, que são realizadas com políticos que não têm um histórico, assim, totalmente positivo dentro da história da administração pública”, atacou, recuperando seu velho recurso de criminalizar a política, sentado em seu extenso histórico de corrupção desde antes de comandar a facção criminosa que lhe deu projeção política como capanga dos interesses representados pelo Grupo Globo.

Ele não foi para o governo para cumprir agenda nenhuma. Foi para representar politicamente uma das facções do arranjo de poder eleito em 2018 – o lavajatismo –, também composto pelo bolsonarismo e pelo guedismo. Sua conduta corrupta prosseguiu, se omitindo criminosamente diante da corrupção desbragada do bolsonarismo, sempre a postos para agir de acordo com o molde fascista do lavajatismo.

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub