"Lula voltará a dar dignidade ao cargo. Bolsonaro não ama o povo, não ama ninguém. Lula ama o povo"
247 –A professora e filósofa Marcia Tiburi avaliou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, a performance dos candidatos à presidência da República. "Entrevistas são performances dos candidatos no teatro da política", disse ela. "No caso de Jair Bolsonaro, William Bonner mudou de tom como se falasse com uma pessoa infantil. Eles foram muito amenos com Bolsonaro, cujo objetivo maior é mais não ser preso do que se manter no poder. Por isso, a Globo foi tchutchuca com Bolsonaro", afirmou.
Marcia também afirmou que Lula acertou ao chamar Bolsonaro de bobo da corte. "É um espantalho, que está ali para provocar medo e desviar a atenção. E ele faz um trabalho fenomenal nesse sentido. Isso faz parte da estratégia neoliberal", afirmou. Sobre Ciro Gomes, ela afirmou que o candidato também tem a síndrome de Peter Pan, com alto índice de narcisismo. "Ele tenta criar a mistificação do mais preparado, mas é um coronel", destacou. "Ciro pode se reconciliar com o Brasil, se deixar sua candidatura, votar no Lula e quem sabe entrar no PT. Pode até vir a ser presidente", acrescentou. Em relação à candidata dos bilionários, ela afirmou que Simone Tebet não deve crescer e que a direita não é território para mulheres. "A direita gosta mais de criaturas fascistas", afirmou.
O desempenho de Lula
Sobre o ex-presidente Lula, ela fez grandes elogios. "Lula é verdadeiro, Ciro tenta imitá-lo. Lula consegue falar com cada um e com todo mundo ao mesmo tempo", disse ela. "Lula foi uma apoteose no Jornal Nacional e voltará a dar dignidade ao cargo. Bolsonaro não ama o povo, não ama ninguém. Lula ama o povo. O mundo vai ficar feliz com a vitória de Lula", finalizou.
Nessa semana assistimos a 3 entrevistas com candidatos à presidência do Brasil.
O primeiro chegou com nada nas mãos, senão o sangue dos mortos pela Covid na época da pandemia, o sangue dos mortos de fome e os mortos pelo Estado genocida. Veio para a televisão com a máscara da estupidez, da ignorância e da irresponsabilidade. Trouxe, por trás da máscara, a cara de pau que tenta esconder a maior inflação e desemprego das últimas décadas e o descaso para com o povo. Veio vestido com os acordos espúrios para que não se falasse do partido militar e do envolvimento da esposa e dos filhos envolvidos em escândalos de corrupção.
O segundo chegou com os cílios postiços do ressentimento, com a fácies hipocrática do narcisismo, que insiste em uma candidatura fora do contexto.
O terceiro, chegou com as mãos de trabalhador cheias de esperança, o brilho nos olhos e nas palavras, paramentado com dois mandatos de presidente bem sucedidos, com as vestes da paciência e da dignidade que ele traz do povo simples que ele tanto ama. Ele veio com projetos, para a economia, a educação, o meio-ambiente e todas as áreas que o Brasil precisa recriar depois do governo fascista que segue destruindo, “passando a boiada” junto com seus sócios exploradores e colonizadores sobre um país inteiro. Ele chegou como quem vem devolver o Brasil às brasileiras e aos brasileiros, falando com todo mundo e com cada um, com cada uma. Ele chegou falando em cuidado, lembrando do sofrimento das mulheres e também de sua luta, chamando para a vida, resgatando a esperança para quem pensa que ela já não é possível.
"Onde aprenderam a ser nazistas, monstrengos"? Interroga Eugênio Aragão
247 – O jornalista Florestan Fernandes Júnior, no programa Bom Dia 247, revelou seu desejo para que o ex-juiz da Lava Jato de Curitiba, Sergio Moro, seja candidato a presidência, e não vice na chapa de algum outro candidato.
“Queria que Moro fosse candidato para ver o embate dele com Lula, porque ele ia derreter. Ele não tem nada na cabeça. Ele é uma mentira que ajudou a colocar o Brasil na situação em que nós estamos, na mão de nazistas. Ele ajudou a colocar o que há de pior. Usou sua profissão de juiz para fazer política”, declarou o jornalista.
“Vem pro debate, Moro. Não vai se esconder atrás de um candidato e ficar nele, escondidinho. Vem pro pau, vem dizer com quem você conversou durante todo esse tempo nos Estados Unidos. Vamos clarear o que você fez, com quem você andou antes da Lava Jato. Vamos saber um pouco da sua história, do seu currículo”, continuou.
Viomundo
Eugênio Aragão aos ex-colegas da LavaJato: Onde aprenderam a ser nazistas, monstrengos sem compaixão?
Declarem-se suspeitos em relação ao alvo de seu ódio. Ainda é tempo de porem a mão na consciência, mostrarem sincero remorso e arrependimento, porque aqui se faz e aqui se paga.
Sim. Ex-colegas, porque, a despeito de a Constituição me conferir a vitaliciedade no cargo de membro do Ministério Público Federal, nada há, hoje, que me identifique com vocês, a não ser uma ilusão passada de que a instituição a que pertenci podia fazer uma diferença transformadora na precária democracia brasileira.
Superada a ilusão diante das péssimas práticas de seus membros, nego-os como colegas.
Já há semanas venho sentindo náuseas ao ler suas mensagens, trocadas pelo aplicativo Telegram e agora reveladas pelo sítio The Intercept Brasil, num serviço de inestimável valor para nossa sociedade deformada pela polarização que vocês provocaram.
Na verdade, já sabia que esse era o tom de suas maquinações, porque já os conheço bem, uns trogloditas que espasmam arrogância e megalomania pela rede interna da casa.
Quando aí estava, tentei discutir com vocês, mostrar erros em que estavam incidindo no discurso pequeno e pretensioso que pululava pelos computadores de serviço.
Fui rejeitado por isso, porque Narciso rejeita tudo que não é espelho.
E me recusava a me espelhar em vocês, fedelhos incorrigíveis.
A mim vocês não convencem com seu pobre refrão de que “não reconhecem a autenticidade de mensagens obtidas por meio criminoso”.
Por muito menos, vocês “reconheceram” diálogo da Presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff com o Ex-Presidente Lula, interceptado e divulgado de forma criminosa.
Seu guru, ministro da justiça de um desqualificado, ainda teve o desplante de dizer que era irrelevante a forma como fora obtido acesso ao diálogo, pois relevaria mais o seu conteúdo. Tomem!
Isso serve que nem uma luva nas mãos ignóbeis de vocês.
Quem faz coisa errada e não se emenda acaba por ser atropelado pelo próprio erro.
Subiu-lhes à cabeça.
Perderam toda capacidade de discernir entre o certo e o errado, entre o público e o privado, tamanha a prepotência que os cega.
Não têm qualquer autocrítica.
Nem diante do desnudamento de sua vilania, são capazes de um gesto de satisfação, de um pedido de desculpas e do reconhecimento do erro.
Covardes, escondem-se na formalidade que negaram àqueles que elegeram para seus inimigos.
Esquecem-se que o celular de serviço não se presta a garantir privacidade ao agente público que o usa
. Celulares de serviço são instrumentos de trabalho, para comunicação no trabalho.
Submete-se, seu uso, aos princípios da administração, entre eles o da publicidade, que demanda transparência nas ações dos agentes públicos.
Conversas de cunho pessoal ali não devem ter lugar e, diante do risco de intrusão, também não devem por eles trafegar mensagens confidenciais.
Se houver quebra de confidencialidade pela invasão do celular, a culpa pelo dano ao serviço é do agente público que agiu com pouco caso para com o interesse da administração e depositou sigilo funcional na rede ou na nuvem virtual.
Pode por isso ser responsabilizado, seja na via da improbidade administrativa, seja na via disciplinar, seja no âmbito penal por dolo eventual na violação do sigilo funcional.
Não há, portanto, que apontarem o dedo para os jornalistas que tornaram público o que público devesse ser.
De qualquer sorte, tenho as mensagens como autênticas, porque o estilo de vocês – ou a falta dele – é inconfundível.
Mesmo um ficcionista genial não conseguiria inventar tamanha empáfia.
Tem que ser membro do MPF concurseiro para chegar a tanto!
Umas menininhas e uns menininhos “remplis de soi-mêmes”, filhinhas e filhinhos de papai que nunca souberam o que é sofrer restrições de ordem material e discriminação no dia a dia.
Sempre tiveram sua bola levantada, a levar o ego junto.
Pessimamente educados por seus pais que não lhes puxaram as orelhas, vocês são uns monstrengos incapazes de qualquer compaixão.
A única forma de solidariedade que conhecem é a de uma horda de malfeitores entre si, um encobrindo um ao outro, condescendentes com os ilícitos que cada um pratica em suas maquinações que ousam chamar de “causa”.
Matilhas de hienas também conhecem a solidariedade no reparto da carniça, mas, como vocês, não têm empatia.
Digo isso com o asco que sinto de vocês hoje. Sinto-me mal. Tenho vontade de vomitar.
Ao ler as mensagens trocadas entre si em momentos dramáticos da vida pessoal do Ex-Presidente Lula, tenho a prova do que sempre suspeitei: de que tem um quê de psicopatas nessa turma de jovens procuradores, uma deformação de caráter decorrente, talvez, do inebriamento pelo sucesso.
Quando passaram no concurso, acharam que levaram o bilhete da sorte, que lhes garantia poder, prestígio e dinheiro, sem qualquer contrapartida em responsabilidade.
Sim, dinheiro! Alguns de vocês venderam sua atuação pública em palestras privadas, em troca de quarenta moedas de prata.
Mas negaram ao Ex-Presidente Lula o direito de, já sem vínculo com a administração, fazer palestras empresariais.
As palestras de vocês, a passarem o trator sobre a presunção de inocência, são sagradas.
Mas as de Lula, que dão conta de sua visão de Estado como ator político que é, são profanas.
E tudo fizeram na sorrelfa, enganando até o corregedor e o CNMP.
Agora, a cerejinha do bolo.
Chamam Lula de “safado”, fazem troça de seu sofrimento, sugerem que a trágica morte de Dona Mariza foi queima de arquivo… chamam o luto de “mimimi” e negam o caráter humano àquele que tão odienta e doentiamente perseguem!
Só me resta perguntar: onde vocês aprenderam a ser nazistas?
Pois tenho certeza que o desprezo de vocês pelo padecimento alheio não é diferente daqueles que empurravam multidões para as câmaras de gás sem qualquer remorso, escorando-se no “dever para com o povo alemão”.
Ao externarem tamanha crueldade para com o Ex-Presidente Lula, vocês também invocarão o dever para com o Brasil?
Declarem-se suspeitos em relação ao alvo de seu ódio.
Ainda é tempo de porem a mão na consciência, mostrarem sincero remorso e arrependimento, porque aqui se faz e aqui se paga.
A mão à palmatória pode redimi-los, desde que o façam com a humildade que até hoje não souberam cultivar e empreendam seu caminho a Canossa, para pedirem perdão a quem ofenderam.
Do contrário, a história não lhes perdoará, por mais que os órgãos de controle, imbuídos de espírito de corpo, os queiram proteger.
A hora da verdade chegou e, nela, Lula se revela como vítima da mais sórdida ação de perseguição política empreendida pelo judiciário contra um líder popular na história de nosso país.
Mais cedo ou mais tarde ele estará solto e inocentado, já vocês…
Despeço-me aqui com uma dor pungente no coração. Sangro na alma sempre que constato a monstruosidade em que se transformou o Ministério Público Federal.
E vocês são a toxina que acometeu o órgão.
São tudo que não queríamos ser quando lutamos, na Constituinte, pelo fortalecimento institucional.
Esse desvio de vocês é nosso fracasso. Temos que dormir com isso. (Texto publicado em 27 de agosto de 2019)
Kaka Reis
@KakaReisdavila
A tampa e o balaio! Dois lixos nazistas paridos pela mídia corporativa e corrupta. Consórcio da LavaJato foi trampolim para extrema direita, diz professor nos EUA
Consórcio da Lava Jato foi trampolim para extrema direita, diz professor nos EUA
Com o discurso de combater a corrupção, a autoproclamada operação “lava jato”, consórcio formado a partir da 13ª Vara Federal de Curitiba, enfraqueceu a democracia e o Estado de direito e reproduziu estratégias adotadas por populistas e líderes iliberais, que buscam minar as instituições em benefício próprio. Esse discurso, potencializado pela imprensa, ganhou as ruas e acabou por favorecer a eleição do presidente Jair Bolsonaro.
A análise é de Fabio de Sa e Silva, professor de estudos brasileiros na University of Oklahoma, nos Estados Unidos, a partir de pesquisa que codificou 194 entrevistas concedidas por membros da “lava jato” e pelo ex-juiz Sergio Moro de janeiro de 2014 a dezembro de 2018, somando mais de mil páginas de conteúdo. O estudo foi publicado foi publicado no último dia 10/10/2020) no Journal of Law and Society.
Em entrevista à DW Brasil, Sa e Silva afirma que as entrevistas indicam que os operadores tinham uma “gramática política” estruturada, que incluía pressionar pela mudança de normas em benefício da própria força-tarefa, classificar os que resistiam a alterações como inimigos do povo e contornar a lei quando necessário para alcançar objetivos políticos.
Para ele, a retórica dos integrantes indica que eles “estão muito mais próximos da ideia de identificação e perseguição do inimigo do que propriamente da contenção de arbitrariedade no exercício do poder, que é a chave do liberalismo”.
O professor da University of Oklahoma identifica na força-tarefa um discurso iliberal, conceito aplicado a líderes que enfraquecem as instituições e regras que garantem a limitação do exercício de seu poder, e aponta ser “difícil negar que a luta anticorrupção serviu como plataforma para a extrema direita no Brasil”.
vera araujo
@veluc111
Tenho uma teoria de que essa turma da lavajato são descendentes de fascistas e nazistas que fugiram para o Brasil e foram treinados para volta da extrema direita. Os sobrenomes e o ódio aos brasileiros comuns, podem ser a pista pra quem quiser investigar a fundo.
unsdasilva
@unsdasilva
Pessoal da LavaJato e Nazistas tudo a ver!...os Nazistas tinha pouco respeito à vida humana
Veja os membros da quadrilha que criaram um fundo secreto com um capital inicial de 2 bilhões e 500 milhões para gastança ao deus-dará:
No dia 30 de janeiro de 2019, primeiro mês de Bolsonaro presidente e Sérgio Moro ministro da Justiça e da Segurança, a Petrobras depositou em uma conta gráfica na Caixa Econômica Federal de Curitiba: 2 bilhões e 500 milhões. Descoberta a safada, corrupta, sorrateira transação, o vigarista do Dallahnol deu a seguinte esfarrapada desculpa:
Ricardo.Matos50
@zotam2
Que todo o STF tina ciência das armações políticas da LavaJato. Não tenho dúvida. Eles aceitaram prender um inocente como fizeram os Nazistas para defender interesses estadunidenses. Grandes brasileiros esses juristas hipócritas. E ficam fazendo armações para enganar o povo.
Certamente num delírio narcísico, se entregou à volúpia de achar que tinha o Brasil a seus pés. Pediu até demissão do cargo de juiz. Achou que seria presidente da República num estalar de dedos.
Aceitou ser ministro de Bolsonaro como cereja do governo. Não entendeu que no governo não cabia dois candidatos à presidência da República. Acabou se demitindo, numa cena humilhante.
Com a demissão, tentou fazer de Bolsonaro guindaste para alçar sua candidatura, mas a imprensa do poder econômico, que usou e abusou dele e da Lava-jato para tentar destruir o PT e o ex-presidente Lula, deixou-o no relento, como um cão depois da caça, abandonado pelos caçadores.
Descartado, Moro vai morar nos Estados Unidos exatamente no momento em que processos contra o ex-presidente Lula estão sendo arquivados por falta de provas.
Não só isso, a ação de suspeição contra ele, quando juiz da Lava-jato, deve ir para as mãos do futuro ministro do STF, Kassio Nunes, que se diz garantista. Bolsonaro, que é um pote até aqui de mágoas, causa dúvidas e calafrios em Moro, sobre o que espera por ele no STF. Isso pode ter feito com que ele apressasse a arrumação das malas para sair do país.
Deltran Dallagnoll também saiu de fininho, alegando problemas familiares. Mas não é apenas por esse motivo. Ele desapareceu da mídia porque o serviço que era para ele e outros capatazes da Lava-jato fazerem para a Casa Grande acabou.
Os processos forjados, Power Point exposto numa coletiva à imprensa, acusando o PT de ser uma organização criminosa e o ex-presidente Lula “chefe da organização”, com base em “convicções” pessoais, como ele disse, a prisão do ex-presidente Lula e o impedimento dele ser candidato à presidência da República, foi o ápice da tarefa dos integrantes da Lava-jato. Queiram ou não, esses episódios já estão afixados na parede da história do Brasil.
Os processos contra Dallagnoll se avolumam e ele pode sofrer um revés, por formular denúncias contra inocentes, sem provas, e imputar crimes com base em “convicções” pessoais.
Os processos, antes no âmbito do Conselho Nacional do Ministério Público, que mais parece um departamento de defesa corporativa dos procuradores, estão sendo abertos em instâncias do judiciário.
O procurador Carlos Fernando, o fanfarrão, que acusou o PT de querer acabar com a Lava-jato e viu Bolsonaro dizer, com toda pompa, que ele acabou com a Lava-jato, também sumiu, se aposentou, não é mais nada na vida pública.
Enfim, todos sofrem agora do mesmo infortúnio: o descarte, o caminho para o ostracismo. O poder econômico é cruel. Usa descarta e segue em frente cuidando dos negócios das suas corporações nacionais e transnacionais.
O desinteresse que Jair Bolsonaro tem mostrado em relação ao combate à pandemia que devasta e ceifa a vida de tantos brasileiros demonstra a face mais sombria de uma pessoa que não apresenta qualquer conexão com os rumos da sociedade brasileira. Bolsonaro, além de perdido e sem horizonte para oferecer ao país, parece estar cada vez mais desinteressado em tentar, ao menos, disfarçar que governa para seus familiares e amigos, e não para o povo brasileiro. É evidente que seu governo tem apenas uma preocupação particular.
O presidente não consegue mais esconder o espírito de quem encara todo o país e toda sociedade como sua propriedade pessoal. Bolsonaro tem governado como se o país fosse seu agregado familiar. Não consegue entender os limites que o cargo lhe coloca e tampouco as próprias atribuições que a Constituição lhe confere. Quando descobre que possui limites, se enerva e não se conforma. Seu distanciamento dos mais urgentes problemas do país ganha contornos de crueldade em meio aos seus rompantes raivosos e descabidos.
A briga de Bolsonaro com a ciência não é por mera ignorância, mas sim por vaidade. Bolsonaro é o líder que quer conduzir e mudar a história. É aquele que, por prepotência, não pode errar e nem estar do lado errado da história. O líder que mistura o poder com sua casa, mas dá à sua personalidade os tons de eternidade. Quer mudar a história do país não para melhorar a vida das pessoas, mas para demonstrar que na sua cruzada pessoal ele sempre teve razão nos valores que tomou como corretos. Parafraseando Antonio Scurati, Bolsonaro é o filho da suposta “revolução brasileira”. Assim funciona sua cabeça. Portanto, não é unicamente porque briga com a ciência, mas porque somente escuta aqueles que falam o que ele quer ouvir. Como todo tirano, Bolsonaro só se circunda de aduladores ideológicos. Dessa forma, alimenta em si mesmo a certeza de que está no caminho certo da sua cruzada.
Bolsonaro nos faz lembrar dos antigos tiranos da história, como o imperador Nero e o general Franco, que usavam do poder para satisfazer sua personalidade hedonista. Seduzido pelo prestígio que o poder lhe deu, busca na afirmação diária de que ele, e mais ninguém é o presidente do Brasil, para assim satisfazer o seu narcisismo. O poder claramente proporciona prazer a Bolsonaro. O poder de dizer o que quer, no momento que quer e da forma que quer. Bolsonaro gosta de mandar e quer que todos se alinhem ao que ele pensa e ao que ele quer. É intolerante ao que pensa diferente. Seus conceitos valorativos são todos construídos numa ordem dicotômica onde somente há duas opções: concordar com ele ou discordar. Não há meio termo. Nesse sentido, quem concorda está com ele e quem discorda é seu inimigo. Bolsonaro não tem adversários, ele tem amigos (que o adulam) ou inimigos.
Mas, além de hedonista, Bolsonaro tem delírios de eternidade na linha do que ensina Timothy Snyder. Sua mitificação personalizada nos brados de seus seguidores lhe dá a certeza de que entrará para a história e de que ela lhe garantirá a vitória. Bolsonaro é a mistura do devaneio narcisístico psicológico somado ao histórico.
Se não fosse presidente suas frases isentas de empatia para com as vítimas da Covid-19 fariam com que fosse ignorado ou relegado a alguma zona de penumbra, onde seria esquecido. Mas, como pode ser não empático e mesmo assim estar circundado de aduladores profissionais e ser chamado, ainda, de mito, o presidente sente no espírito a sensação do poder irresistível. Ou seja, a sensação de que sua onipotência é real e que mesmo diante de qualquer bobagem que venha a falar, ou qualquer tragédia que possa vir a acontecer, ainda assim alguém lhe dirá: mito!
Na realidade, o que parece estar acontecendo é um processo de destruição interna do presidente. O poder está destruindo Bolsonaro internamente. Ele parece estar repetindo os erros de tiranos do passado, que quando caminhavam velozmente para a destruição de sua tirania, pareciam pisar no acelerador dos erros e dos confrontos, de modo a intensificar a aparência de indestrutibilidade, mas que já tomava corpo de fantasia e desmoronava-se em público, deixando atônitos seus espectadores.
O mais grave é que a esse processo de destruição pessoal alia-se um processo de erosão do Brasil. O país, além de se tornar o epicentro da pandemia global, apresenta índice alarmante de devastação ambiental, grilagens de terras indígenas, negligência para com os próprios povos indígenas, incompetência na distribuição de recursos emergenciais para a população mais necessitada, dentre tantos outros problemas e equívocos que evidenciam a desorganização e falta de plano de governo. Acrescenta-se a tudo isso um quadro econômico extremamente preocupante com a saída de capitais superior à crise do real de 1995. Com efeito, a pandemia tem demonstrado a face mais cruel do modus operandis de Bolsonaro, que não governa a nação, mas ao seleto grupo particular de interesse, que envolve, também, um grupo empresarial que o financiou e o financia, como por exemplo, Luciano Hang, dono da rede Havan.
O presidente, ao cada vez mais se distanciar dos reais problemas do país, tem escancarado suas idiossincrasias, suas contradições e suas fragilidades. Quanto mais tenta se afirmar como o poder indestrutível, mais abre os flancos de suas fraquezas. A crise de saúde somada à crise política decorrente da saída do ex-ministro da justiça, Sérgio Moro, tem agravado cada vez mais a sua situação. Enfrenta, portanto, a somatória de uma crise política, econômica e sanitária.
Todavia, não somente a saída do seu ex-ministro da Justiça abriu porta para as suas fraquezas. Suas constantes participações nas manifestações antidemocráticas em frente ao Planalto lhe trouxeram o repúdio de grande parcela da população brasileira e a reação dos demais Poderes da República. Isso lhe conferiu uma investigação para se verificar até que ponto está envolvido nessas manifestações. Além disso, há a investigação que corre sobre as fake news, que pode demonstrar a íntima ligação entre o presidente, seus filhos e uma rede de apoiadores, envolvendo, inclusive, empresários, para difundir notícias falsas e contaminar a política brasileira de ódio às instituições republicanas.
Assim, é no contexto gravíssimo de uma pandemia, cujo epicentro se torna o Brasil, que Bolsonaro sofre esse processo interno de destruição pelo poder, mas que vem erodindo também as instituições democráticas do país. Sem ministro da Saúde, após a saída de dois ministros que não concordaram com o alinhamento integral às suas ideias, e, portanto, não foram aduladores e coniventes com sua missão delirante, em sua jornada no poder, Bolsonaro definitivamente se desconectou da sociedade brasileira e se perdeu em sua personalidade.
A situação cada vez mais caótica do país, com mais de meio milhão de casos confirmados de Covid-19 e 40 mil mortes, aponta para uma linha progressivamente crescente da doença. Nessa tragédia delirante de poder de um homem, o mais grave, contudo, é a tragédia da inexistência de um plano consistente, conectado com a realidade, que possa reduzir o número de vítimas desse grave vírus. Enquanto Bolsonaro se perde dentro de si, nós, brasileiros, perdemos a chance de um futuro. A destruição de uma personalidade tirânica tem custado muito caro para o Brasil.
Moro, tendo tido uma educação normal que costumamos dar aos nossos filhos, ele ESCOLHEU ser esse ser prepotente, perverso, frio, traidor, calculista em suas maldades e objetivos de poder até a medula.
Duas características que foram se tornando nítidas em Sérgio Moro me assustam particularmente, inclusive causando perplexidade sobre a absoluta falta de cognição com a realidade de nossas classes médias, ao não perceberem isso ou, pior, perceberem e não darem importância…
São elas: a arrogância absurda de seu comportamento de “imperador”, que impõe ao Judiciário, ao MPF, à nação na verdade, a sua vontade pessoal, ao arrepio de toda e qualquer lei ou norma constitucional. Eventos como as prisões temporárias tornadas eternas como forma de torturar os investigados, a condução coercitiva do presidente Lula e o vazamento de uma gravação que envolvia a presidente da República revelam um homem não só sem caráter ou pudor algum, mas acima disso, UM HOMEM QUE NÃO TEM LIMITES na prepotência absoluta embutida em suas ações.
A segunda característica, a malignidade fria, calculista de sua personalidade, com cores psicóticas, narcísicas, sádicas, como o fato de massacrar a família de Lula implacavelmente, tomar os Ipads dos netos de Lula, soltar gravações de conversas íntimas entre dona Marisa e seu filho apenas para degradar e humilhar a família, instruir a juiza Lebbos que proibisse o que pudesse as visitas a Lula, a lista é interminável…..
Que um ser humano tão desprovido de um senso mínimo de humanidade e civilidade se torne o queridinho da mídia e de nossas elites e classes médias, é pavoroso! Porque torna-se revelador, ingênuos manipulados à parte, do rosto, da face, de como são as pessoas desse segmento social.
Em certos aspectos, Moro consegue ser pior do que Bolsonaro, porque se o segundo é certamente um demente bestial, que não conseguiria ser diferente do que é, Moro, ao contrário, tendo tido uma educação normal que costumamos dar aos nossos filhos, ele ESCOLHEU ser esse ser prepotente, perverso, frio, traidor, calculista em suas maldades e objetivos de poder até a medula. É isso que o torna mais perigoso para o Brasil que o próprio Bolsonaro, que acaba destruindo a si mesmo…. Moro, não, usa sua frieza para destruir o inimigo! Uma pessoa assim, tendo a “compulsão do imperador auto proclamado”, mas sabendo usar de um verniz que esconde sua verdadeira personalidade, pode causar estragos irreversíveis em nosso país, aliás, como tem feito nos últimos sete anos.
É o grande inimigo da democracia, da justiça e da civilidade, a ser batido antes que galgue mais poder para seguir sua rota de caos, maldades e destruição do Brasil.
Não são poucas as matérias de jornal e entrevistas que ligam o presidente à loucura, à psicose, ao narcisismo, à paranoia, ao delírio, à perversão.
Não serei eu a diagnosticá-lo, ninguém estaria em condições de fazê-lo, à exceção do analista ou do psiquiatra dele. Como duvido que o presidente faça análise ou tenha um psiquiatra, posso continuar dizendo que ninguém estaria em condições de dizer qual é seu quadro psíquico. E ainda: mesmo que ele estivesse em análise, o analista não viria a público alardear diagnósticos. Então, quanto a isso, paramos por aqui.
Mas podemos aproveitar a ocasião para esclarecer nomenclaturas.
A psicanálise, de onde saem termos como loucura, psicose, paranoia, delírio, perversão, aproxima-se da ciência por sua capacidade de produzir saber, de produzir um saber novo a respeito do sujeito, de perscrutar o senso-comum das historinhas contadas pela própria consciência, das versões que contamos de nossa vida e que nos parecem verdadeiras. A psicanálise revolve o discurso oficial que o indivíduo tem de si, o mito individual que construímos para contar a nossa história. Afinal, sem investigação, a Terra até parece mesmo plana. Sem explicação melhor, não parece má ideia achar que trovão é berro divino.
Porém, embora se aproxime da ciência, a psicanálise não é capaz de produzir experimentos que possam ser repetidos e validados para todos os sujeitos de modo uniforme. Aproxima-se da arte ao produzir questão no um a um, de sujeito a sujeito, dando substância à ideia de que nenhuma análise é igual a outra, e cada sujeito tem uma história que é só sua, irrepetível.
A psicanálise trabalha, no entanto, com três estruturas psíquicas: as neuroses, as psicoses, as perversões. Elas costumam ser usadas no plural justamente porque cada sujeito tem a sua neurose, ou a sua psicose, ou a sua perversão. E sobre elas já foram escritas milhões de páginas. É prepotência minha tentar explicá-las aqui. Mas vou tentar. Aos mais entendidos, peço que perdoem as generalizações, mas não os erros conceituais que porventura apareçam. Façam-me saber, corrijam-me.
Vamos então falar de neuroses, psicoses e perversões?
Nasceu um bebê! Esse bebê chora. Esse bebê apenas chora. Esse bebê só sabe chorar. O que ele quer? Perguntamos a ele e que resposta obtemos? Buá, bué. Não podemos deixá-lo chorando, está com frio, está com fome, está assustado, chora pelo estupor de ter sido desabituado, desabitado. Só não podemos ficar discutindo muito e deixá-lo lá, no abandono. Se ficar desamparado, ao contrário de muitos animais, ele morre. Nasceu um organismo ali, mas ainda não nasceu um sujeito, há apenas o infans lacaniano, pedacinho de carne sem bordas, cria do humano, vida nua. Fure-lhe a boca com um mamilo suculento, amamente-o, supra suas necessidades, lave-o, tire-lhe as viscosidades de nariz e olhos, limpe dobras e os orifícios todos, molde-o. Vista-o com os tiptops da tia, mas também com as palavras, para que se comece o banho de linguagem, das lalações às nomeações e às descrições e pareceres do mundo. O bebê vai gostar. Vai gostar tanto que não vai querer trocar isso por nada, afinal basta eu gritar que imediatamente encontro socorro e conforto, colo, leite, água morna, carinho e calor. Quem é esse Outro que cuida de mim, que não pode me ver gritar que já vem me satisfazer as necessidades que nem ao certo sei quais são? Se me dizem que é fome, acabo acreditando na fome, se me dizem que é sono, quem sabe seja mesmo, se me dizem que estou doente, quem sou eu para duvidar, se me chamam de manhoso, como rebater se ainda nem sei que sentido dar a esse significante?
Esse Outro que cuida de mim é minha mãe. Ou: é alguém a ocupar uma função materna. Mas eu não sei que ela é mãe, ela e eu somos a mesma massa indissociada, ela sou eu, eu sou ela, eula. Completamo-nos e meu único interesse é manter essa estabilidade. Choro, sou atendido com um gesto e um nome para o meu choro. Somos um, enfim. Identificamo-nos, preciso dessa identificação para saber – se não ainda quem sou – ao menos para saber que sou.
O bebê, depois de alguns meses, é colocado em frente a um espelho e, eureca de fraldas, age de um jeito diferente: sorri, estranha, olha para a imagem de si e do outro, descobre-se descolado, seu corpo desenha silhueta no espaço, a mãe abre sorriso ainda maior, o pai, satélite meio bobo, gira em torno. E o bebê descobre a mãe, ama a mãe, deseja ainda ser tudo para a mãe, pois ela se satisfaz com ele e ele com a ela, então fará o que puder para que a mãe jamais deixe de amá-lo, vai se perguntar o que essa aí quer de mim, vai se submeter às vontades dela para não perder amor.
Até que algo sai errado, bastou crescer um pouco. Agora chora e recebe em troca um “já vai”, “agora a mãe não pode”, “a mãe vai trabalhar”, e um olhar que não se volta exclusivamente para ele, mas olha através, mira outros olhos e horizontes, e – o horror, o horror! – deseja coisas além dele, ex-majestade!
Uma vida feita de sim ganha gesto e som novos: não. Um não a que Jacques Lacan chamou de “Não-do-pai”, “Nome-do-Pai” (o non e o nom du père). Dá-se esse nome a qualquer elemento que exerce a função de cindir mãe e bebê, que abre a bocarra da mãe – pronta para engolir o filho – e diz chega, há mais vida fora disso, você deseja outras coisas, você trabalha, você ama outro, você tem múltiplos horizontes de desejo.
Ao bebê, antes estável e satisfeito, resta a falta e o aprender a lidar com ela, resta sair andando, resta sair falando, resta sair em busca de alguma coisa que todos nós, hoje adultos, continuamos buscando, posto que somos sujeitos de desejo. Haverá sempre um não que nos interdita, que nos diz que não podemos tudo, que não sabemos tudo, que não podemos querer tudo, que precisamos adiar o gozo, que precisamos dosar o gozo, que gozamos apenas parcialmente em troca de convivência, em troca de contratos sociais, em troca de não repetirmos a experiência do pai da horda primitiva, do pai tirano que se valia da autoridade da força para gozar sem freios e que precisou ser morto pelos filhos, no mito efabulado por Freud. Tudo em troca de alguma segurança, de inserção no processo civilizatório, em que pese o mal-estar de precisarmos o tempo todo negociar o escoamento das pulsões, refrear libidos, recalcar afetos.
Segundo a psicanálise, esse não inscrito de modo indelével no sujeito cria nele uma estrutura neurótica. Neurótico é quem tem o não inscrito em si, é alguém que aceita a castração para poder, a partir dela, desejar, é alguém que sabe que para jogar o jogo do desejo é preciso demarcar o campinho, é quem construiu em torno de si bordeamentos e bordados capazes de, como paredes de uma casa, cercar o vazio, esse espaço que, sem paredes, se torna ilimitado, indissociável, indistinguível, território do vale-tudo.
Acabo de descrever o que a psicanálise costuma chamar de os Três tempos do Édipo: no primeiro, o bebê quer ser o falo da mãe, satisfazê-la integralmente, ser ele o objeto de sua satisfação, os dois são um, o mundo está fechado, não há vagas; no segundo tempo, surge a figura paterna com o não, você não terá tudo, não poderá tudo, sua mãe deseja além; no terceiro tempo, depois do choque do não, o pai ensina ao sujeito que ele não pode tudo, mas pode muita coisa. Que seja desejo.
(Parênteses necessários: a estrutura neurótica passa por esses três tempos. Não há, no entanto, estrutura considerada “melhor” ou mais “normal”, como muitas vezes o senso-comem costuma repetir. A neurose também desencadeia patologias, sofrimentos, como as histerias, as obsessões e as fobias).
Em muitos casos, devido a uma série de contingências, encontros e desencontros, esse não que marcará a estrutura neurótica deixa de se inscrever e o sujeito permanece como falo imaginário da mãe, não inscreve limites em torno do corpo, não tem em si a castração responsável pelo adiamento ou dosagem do gozo (vou traduzir aqui o gozo como um “faço tudo que eu quiser, não me importa a censura dos outros e do Outro”, que é algo, portanto, muito diverso do desejo). Essa ausência do não, psicanaliticamente chamada de “foraclusão do Nome-do-Pai”, retira a barreira entre o “até onde posso” e o “até onde não posso ir”. A foraclusão – termo que Lacan emprestou do Direito – do Nome-do-Pai caracteriza a estrutura psicótica. (Continua)