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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

27
Jan23

Como os grandes filósofos explicam os golpistas brasileiros

Talis Andrade
 
 
 
Folha de S.Paulo on Twitter: "Esta é a charge de João Montanaro publicada  na Folha. Quer ver mais charges no jornal. Acesse https://t.co/SYBMd91i4u  |📱Assine a Folha, um jornal a serviço da democracia:
 
 
 

Por Lenio Luiz Streck

Em tempos de ode ao golpismo — poxa, só se fala disso, com anúncio para 7 de setembro (já está até ficando chato!) — em que, em nome da democracia, prega-se a sua extinção, fiz uma pesquisa para saber o que os filósofos e literatos poderiam dizer sobre os golpistas brasileiros, que vão de cantores sertanejos à motoristas e fazendeiros, passando por policiais militares dos Estados.

 

Origem e "natureza jurídica" do golpismo


Os golpistas já estavam listados para embarcarem na Nau dos Insensatos, o best seller pré-moderno de Sebastian Brant, que foi traduzido para 40 línguas. No entremeio de toda aquela gente, lá estavam eles: os golpistas.

No Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, havia, ao que consta, lugares reservados a eles, os golpistas. Um capítulo secreto, descoberto há pouco em escavações — ainda inédito —, mostra que Cervantes se irritava com duas coisas: néscios e golpistas, o que dá no mesmo, ele dizia.

Atravessaram os séculos e, com o advento da computação e das redes sociais, finalmente saíram da toca. Umberto Eco dizia — e aqui o parafraseio — "os golpistas perderam a vergonha".

Os golpistas fazem lives propondo golpe de Estado. E tem muitos apoiadores. Muitos. Há uma paixão pela farda. Uma questão psicanalítica mal resolvida. Nota: nem todo néscio é golpista. Mas todo golpista é néscio. Mas ser néscio não tem cor ideológica. Podem estar em todos os lugares. Conheço vários néscios do campo da não-direita (para ser eufemístico).

Os golpistas residem em neocavernas. Platão foi o primeiro a denunciar os golpistas e os néscios. Faça o teste: entre em um grupo de golpistas e tente dizer que golpe é antidemocrático e você será expulso, como aconteceu no Mito da caverna.

Golpistas adoram tuitar. Golpistas odeiam literatura. Para eles, o mundo é como as Ideias de Canário, de Machado de Assis: uma gaiola pendurada em um brechó. "O resto tudo é mentira e ilusão", como diz o falante canário ao Senhor Macedo, que o descobriu.

 

"Natureza filosófica" do golpismos e dos golpistas


O que os filósofos diriam d'eles? Eis as respostas, colhidas a partir do método palimpsesto (os golpistas não sabem o que é, claro).

Parmênides: tudo permanece (inclusive os golpistas).

Heráclito: o fogo é a origem de tudo. E os golpistas gostam de fogos de artifício.

Protágoras: o golpista é a medida de todos os golpes e da estultice.

Platão: os golpistas fazem parte do mundo sensível. Jamais alcançarão o suprassensível. Por isso, para eles, as sombras são a realidade. Não sairão jamais da caverna.

Górgias de Leôncio, o sofista mais famoso: um golpista é incognoscível e, se for cognoscível, é impossível contar para o vizinho.

Guilherme de Ockham: não há golpismo universal; apenas golpismo singular.

Hobbes: o golpista é o lobo do próprio golpista. Cuidado!

Locke: a mente do golpista é como uma folha de papel em branco.

Rousseau: O homem nasce livre, até que o golpista vem para implantar uma ditadura.

Edmund Burke: Desconfio de revoluções. Desconfio mais ainda de golpistas!

Maquiavel: atrás de um golpista sempre surge outro. Não deixe nenhum perto de você.

Heidegger: faz parte do modo próprio de ser no mundo o golpista ser assim.

Descartes: golpistas não possuem cogito; golpeio, logo sou. Golpistas não possuem cogito; mas há aos montes!

Kant: não existe um golpista em si.

Leibniz: vivemos no melhor dos mundos possíveis. Até vir um golpista encher o saco.

Wittgenstein (do Tractatus): se os limites da linguagem são os limites do mundo, golpistas possuem apenas um "mundinho". Ele estava pensando em uma determinada filósofa brasileira que não o leu. Mas parece que Wittgenstein simplificou a proposição 7 para "em boca fechada não entra mosca".

Nietzsche: Deus está morto. Um golpista matou e tomou conta.

Camus: é preciso imaginar Sísifo feliz — melhor carregar uma pedra nas costas do que aguentar o golpismo barato de terrae brasilis!

Beauvoir: um golpista não nasce golpista; torna-se, após uma overdose de mensagens com notícias falsas no WhatsApp.

Marx: golpistas são o lúmpem.

Dworkin: a raposa sabe muitas coisas, o ouriço sabe uma grande coisa, mas o golpista não sabe nenhuma coisa.

E há uma frase famosa atribuída a Martin Luther King: não me preocupa o barulho feito pelos golpistas; o que me inquieta é o silêncio dos não-golpistas. Opa, essa é no fígado, hein?

Este é, pois, o meu tributo ao anti-golpismo. Afinal, como dizia o Barão do Itararé: 

"diga-me se andas com um golpista e verei se posso sair contigo." [ Publicado em Consultor Jurídico, 26 de agosto de 2021]

 
Sorriso Pensante-Ivan Cabral - charges e cartuns: Charge: pré-golpe
 
 
 
 
25
Out22

Com Aristóteles, clamamos: deuses e bestas, fiquem fora da política!

Talis Andrade

nova política por vaccari.jpeg

 

Por Lenio Luiz Streck

Na crise da democracia, devemos ir aos clássicos. Aristóteles dizia que o homem é um ser sociável por natureza. É um politikon zoom, animal político. Ou isso, ou somos deuses. Ou somos bestas.

Por isso, foi enfático: a política é uma ciência estritamente humana, não é assunto nem de bestas nem de deuses.

Também Aristóteles dizia que, por ser um animal político, o ser humano busca parceiro(a) para se unir e formar família, grupos e assim vai.

Talvez hoje em dia o homem (ou mulher) busca parceiros de WhatsApp para formar neocavernas. É o novo "homowhatszapiens".

Acima dos grupos humanos estão os grupos de WhatsApp. Viva. E o TikTok, é claro.

Platão, professor de Aristóteles, talvez tenha sido o primeiro a criticar as bestas, os néscios. Contra esses, formulou a Alegoria da Caverna.

As sombras são sombras, denunciava. Mas de nada adiantava. O rei filósofo foi apedrejado ao dizer que as sombras não eram a realidade.

Hoje em dia já não há fatos. Há apenas narrativas. Mas, como vimos, isso é coisa velha. E, pior, sempre cabe qualquer narrativa. Eis o novo mundo. Vasto mundo. Que, assim, pode, sim, ser chamado de Raimundo, para desdizer o poema de Drummond.

Hoje já é possível dar às palavras o sentido que se quer, dando razão ao personagem Humpty Dumpty, de Alice Através do Espelho, de Lewis Carroll.

Como exercitar a democracia nestes tempos em que já não há fatos? Eis a pergunta de 2.500 anos de filosofia. E de política.

Pergunta-se: do modo como se apresentam, hoje, as redes sociais são compatíveis com a democracia?

As redes, com seus algoritmos e quejandos, criam seus próprios critérios de verificação. É esse o ponto. Daí a incompatibilidade com a democracia.

A democracia moderna é uma questão de linguagem pública. Há critérios para se dizer as coisas — e esses critérios são públicos, construídos intersubjetivamente.

Por isso não surpreende os "outsiders". Outsider é quem vem de fora do jogo de linguagem da política. As redes facilitam isso. Por quê? Ora, exatamente porque criam seus próprios critérios de verdade.

O que é uma república? A resposta é polis. É res pública. Coisa pública. Política. Coisa essencialmente pública. Porém, quando o meio de se fazer política passa a ser as redes, privatiza-se os critérios de verificação. Desaparece a mediação.

Daí passam a valer todos os paradoxos e paroxismos: gente contra a corrupção que tem orgulho de sonegar. Médico a favor de cloroquina. Médicos que possuem autonomia absoluta para receitar cloroquina; mas canabidiol, não. Pastores e evangelizadores que apoiam tortura, misturam o que é de Deus e o que é de César para prosperar (anti)politicamente com base na fé alheia. Fracassamos? A pergunta é retórica.

As redes permitem isso, porque, assumindo o já paradoxal papel de meio — porque não há mediação —, substituem a política, pública e tradicional, por um simulacro em que os critérios são ad hoc.

A mentira como critério da verdade.

A política foi degenerada — pelos tais outsiders — e, fundamentalmente, "evangelizada": pastores da fé e da carteira alheia, "padres" de festa junina — os outsiders de um Estado que é laico.

A esperança? Recuperar o politikon zoom. O animal político. E não as bestas "políticas".

Afinal, fatos existem, por mais que as narrativas queiram se impor. E, sim, as sombras eram mesmo sombras.

Às vezes, o padre é mesmo só de festa junina. E o que é de Deus não é de César.

A política é pública. Como disse Aristóteles, a política não é assunto nem de bestas nem de deuses.

Logo, como os tais "outsiders" e os protagonistas — que misturam religião e sua (anti)política — à toda evidência não são deuses, resta-lhes a segunda hipótese, segundo o velho Aristóteles: bestas.

 

velha política bhaz bruno lanza.jpeg

14
Mai22

O mundo é um lugar muito mais feliz quando você é estúpido

Talis Andrade

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Por Lenio Luiz Streck /ConJur

O neurologista e pesquisador químico na Companhia Sleepthinker, Cornelius Grouppe, já em 2013 fazia um interessante anúncio, que se antecipa à crescente simplificação TikTok e quejandices (aqui a lista é longa). Cornelius é, assim, um visionário de tiro curto. Mas certeiro.

Dizia, já então[1] (leiam a NR):

— Você já percebeu o quanto é cercado de idiotas?

— Se não percebeu, você pode ser uma delas. Neste caso você pode parar por aqui e seguir com a sua vida. E não se fala mais nisso.

— Ah, percebeu? Muito bem. Então sigamos.

— Não é segredo que burros e néscios são a maioria na população mundial. Eles certamente não vão ficar mais inteligentes, ou começar a agir racionalmente. Não há chance de melhora.

— Por isso, se você quiser entrar para a maioria, é você quem tem de mudar. Para isso, desenvolvemos uma pílula que, dependendo da concentração do princípio ativo, pode reduzir o QI de uma pessoa permanentemente. Nós temos pílulas de -10, -30 e a mais forte -50. Mas porque você pensaria em diminuir o seu QI?

— Simples. Porque a vida é mais fácil e o mundo é um lugar muito mais feliz quando você é burro. Se você for da área jurídica, então...

— Se você quer ser maioria, recomendamos diminuir o seu QI para aproximadamente 70. Mas não se preocupe. Tudo vai ficar bem. Com um QI de 70, você ainda consegue amarrar os sapatos e escrever uma letra de rap comum ou ser compositor de música de sofrência sertanejo-universitária. E se dar bem fazendo comentários em sites, esculhambando com quem lê livros. E postar piadas sobre políticas de distribuição de absorventes. Além de fazer discurso nas redes dizendo que urnas eletrônicas são uma fraude. Pode escrever "testos" (com "s") em favor da intervenção militar. E poderá facilmente, é claro, ser influencer. Afinal, você conhece algum influencer com QI acima de 70? Sim? Que bom. Para você. Falando claramente: a pílula alivia a sua mente. Mas é preciso reprogramar.

bolsonaro mente fraude urnas voto eletronico.jpeg

— Então depois de tomar a pílula, você passa o resto do dia ouvindo músicas do Amado Batista, do Gustavo Lima e do DJ Pitbull, enquanto lê e repassa fake news nos seus grupos de WhatsApp e, de quebra, dá uma boa espiada no mais recente reality show tipo "surviver". E passa achar o "veio da Van" o maior patriota. E zapeia em alguns programas que falam sobre "fofocas de ex-integrantes-de-reality". Será o máximo! Depois você toma um banho quente, lê o J.R. Guzzo, posta suas xingações ao STF, vai dormir e no dia seguinte acorda mais burro do que era antes. É o nirvana.

— Autoconsciência, decência, falta de confidência e até medo deixarão de existir. Vida nova! Pule do teto, dirija bêbado (afinal, você é livre!), pregue o AI-5, elogie Ustra e diga, com orgulho "sou negacionista". E diga que o camarão mais barato e mais gostoso (embora atulhado de molhos e custando uma fortuna) é do Coco Bambu. Claro, se você for rico. Se for pobre, bom, aí a coisa aperta... Nem saberá do que se está falando. De todo modo, todas essas atividades sem sentido e perigosas — que você nunca tentou até agora — vão se tornar muito agradáveis e divertidas.

— Infelizmente, há um efeito colateral que eu devo mencionar. Todas as pessoas que você desconhece vão começar a provocar-lhe irritação. Pessoa de outras raças, outras orientações sexuais, pessoas que escrevem frases longas. Pessoas que leem livros... serão odiadas por você. Basicamente qualquer um diferente de você.

— Mas o lado bom é que você não terá que odiá-las sozinho. Você fará muitos amigos que pensam igual. Muitos. E dirá: "você me representa"! E pode correr para a academia ficar bombadão. E poderá se eleger a um cargo. E aumentará os seus grupos de redes sociais. Poderá competir com Zambeli. Porque você estará na maioria. Pense nisso. O mundo é muito melhor quando você não é muito esperto para ele.

Pronto. Fim do tutorial.[2] Deixe seu laique!

E assista ao vídeo original (em inglês):

[1] Faço pequenas adaptações. Em homenagem a imensa legião das gentes do direito macdonaldizado.

[2] Por via das dúvidas, aviso que o anúncio do cientista é uma broma. Vai que as pessoas pensem que as pílulas existem, mesmo... De todo modo, dado o nível da jusmacdonaldização, as pílulas são despiciendas. Existe a nesciedade adquirida sem exigir esforços.

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17
Fev22

O "jênios" das redes sociais e os "formadores" de opinião: pobre país

Talis Andrade

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Por Lenio Luiz Streck /ConJur

 

O cronista da Folha de São Paulo, Antônio Prata, inspirou-me. Em um belo texto, mostra como os perdedores, os burros, os caras do fundão da classe da oitava série acabam se dando bem e se transformam em "comunicadores". Ou políticos.

Têm milhões de seguidores esses agentes da "fundãocracia", diz Prata. Ele lista as pérolas que constam no site do Monark (o que não difere de outros "formadores").

Incrível o conjunto de bobagens, tolices e platitudes que parecem ter sido tiradas de almanaques tipo Biotônico Fontoura ou Renascim. Ou Sadol. Ou daqueles livrinhos "pílulas de felicidade" — mas sem citar a fonte, é claro. E milhões de néscios seguem.ImageImage

 

Monark, para ficar no "case" da "moda", diz qualquer coisa sobre qualquer coisa (e foi demitido por defender a existência de um partido nazista). Ele tem o mesmo perfil do ex-Big Brother Brasil (que incrível coincidência ele ser ex-BBB; estou muito surpreso!) que foi demitido da Jovem Pan. Cá entre nós, ser demitido da JP por fazer gesto nazista é o sujeito ser expulso de uma rave por fumar maconha. Ou ser expulso da igreja do RR Soares por pedir mais do que dez por cento de dízimo. É o próprio paroxismo. Mas, enfim, parece que até na JP há limites (essa é a parte positiva da coisa toda).

Quando Bolsonaro repercutiu uma notícia das redes de que vacina e Aids estavam interligados, um dos "influencers" (argh — é uma onomatopeia) semianalfabetos, que serviu de fonte, tinha mais de 4 milhões de néscioseguidores.

Pizzaria Angelo's promove batalha de sabores com influencers - Tribuna  Feirense

Sim, o sujeito não tem futuro, é ignorante, esculhambou no colégio, é da turma do fundão e...pronto. O que vai fazer da vida? Simples. Será blogueiro e/ou influencer. Alguns fazem faculdade de Direito, é verdade. Ou fazem podcast espalhando fake news. Ou tiktokeiam.

Vasculhando as redes, encontramos especialistas tipo Almanaque. Algo como "não tenho partido". E aí tasca uma frase como "obrigar a vacinação é nazismo". "Minha liberdade vale mais do que a vida". Burrice autocontraditória.

Em mais de uma TV do RS é possível ver agentes da fundãocracia. Também em rádios. Dizem todos os dias, com ar de inteligentes, coisas como "os que defendem medidas restritivas na pandemia deviam passar férias em Cuba ou Venezuela". Que coisa "jenial", não? Ou copiam descaradamente notícias da internet (muitas fake) e "contam" sem mencionar a fonte. O pessoal do fundão não é perigoso por ser do fundão. São perigosos porque existem muitos...!

Dos Monarks e Adrilles aos atuais BBB's (que discutem herpes e bizarrices sob os olhares de milhões de egressos dos fundões das salas de aula espalhados pelo país — talvez eles já sejam maioria), passando pelos pastores que "curam" milhares de doentes de Covid retirando-lhes percentuais dos seus ganhos via PIX, o Brasil (ainda) resiste.

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O país resiste. Bravamente. Bom, se a justiça resiste a membros do MP que dizem coisas (em audiência) como "esses advogados são bosta" (sem o "s") ... é porque temos alguma gordura para queimar.

Sim, o Brasil é como o escaravelho. Voa. Mas ninguém sabe como voa. Impossível de explicar.

O Flow — que demitiu Monark — é um sucesso (eu nem sabia que existia). Bom, dá para ver o nível a partir do que aconteceu no "papo" entre os "filósofos contemporâneos" Kim, Monark, Tabata e quejandos.

Tempos de pós-modernidade (sabe-se lá o que é isso, exatamente) é assim. Se fizer um bate papo sobre ciência, enche uma Kombi. Ou uma monark. Quanto mais bobagem, melhor.

Saudade dos velhos almanaques. Eram bem melhores que os blogs e "falas" dos atuais influencers.

Junto com Antônio Prata, pergunto: onde foi que erramos? Não, não respondam. A pergunta é retórica. Ou não.

 

30
Jan21

Ruy Castro: Bolsonaro rebaixou o Brasil ao nível de estrebaria de quartel

Talis Andrade

 

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247 - Em sua coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo, o escritor Ruy Castro afirma que Jair Bolsonaro foi "quem rebaixou o Brasil ao nível de estrebaria de quartel, ao inundar os lares com um vídeo sobre golden shower, chamar um jornalista para a briga ('Minha vontade é encher a sua boca de porrada!') e ejacular mais palavrões numa reunião ministerial do que em todas as reuniões ministeriais somadas desde 1889".

No texto, Ruy Castro destaca que, "desde sua posse, Jair Bolsonaro já foi chamado de cretino, grosseiro, despreparado, irresponsável, omisso, analfabeto, homófobo, mentiroso, escatológico, cínico, arrogante, desequilibrado, demente, incendiário, torturador, golpista, racista, fascista, nazista, xenófobo, miliciano, criminoso, psicopata e genocida". 

"Nenhum outro governante brasileiro foi agraciado com tantos epítetos, a provar que a língua é rica o bastante para definir o pior presidente da história do país. Mas é inútil, porque nada ofende Bolsonaro. Ele se identifica com cada desaforo".

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31
Jul20

O Brasil do genocídio naturalizado

Talis Andrade

militar general bolsonaro.jpg

 

 

por Arnóbio Rocha

 - - -

A pandemia foi a melhor notícia para BolsoNERO e sua trupe mambembe.

Afinal toda sua a incompetência e incapacidade para administrar o país foi apagada. Por exemplo, o abutre Guedes pode mentir falando de que o Brasil estava em pleno voo, mas a pandemia o abateu, portanto, encontrou desculpa ideal para não ser responsabilizado pelo caos.

Guedes, com apoio midiático, se aproveitou do momento terrível para aprofundar a pilhagem contra os trabalhadores, contra a população, acabando os direitos e impondo mais castigos ao Brasil, sob aplausos da mídia e conivência de Maia e Alcolumbre.

Outros medíocres, como Sales e Araújo, aprontaram nos seus lugares, impondo mais destruição da natureza e da imagem pálida do Brasil mundo afora, tudo conspira para o pior do país e de seu povo.

As quase 90 mil mortes oficiais, nesse 28.07, parecem vistas como uma mera fatalidade, e não sendo vista como de responsabilidade do governo de BolsoNERO, de mãos livres, ele continua rindo à toa, oferecendo cloroquina para Ema, entre outras presepadas.

O Auxílio Emergencial é o grande amortecedor de uma revolta, por enquanto. A proposta aprovada pelo congresso, por enorme esforço da oposição, com valor maior do que desejado por Guedes-BolsoNERO-Globo. Imediatamente a ideia foi apropriada como sendo de BolsoNERO, o pai dos pobres e virou o estabilizador do apoio ao nefasto projeto destruidor. Escondendo os trilhões dados aos banqueiros sem nenhum repasse à economia.

Depois de meses de falas tresloucadas, BolsoNERO foi convencido a ficar em silêncio, para faturar suas conquistas, e continuar a atentar contra a Democracia, sem exposição pública. Até a sua suposta contaminação é uma forma de ganho para sua imagem.

O fosso social e econômico se refletem nos ganhos dos bilionários nessa Pandemia, ao mesmo tempo em que explodiu o desemprego e a miséria, mitigada pelo Auxílio Emergencial, nunca o país esteve tão próximo da barbárie.

Os governos estaduais que cumpriram importante papel no combate ao coronavírus, na maioria cedeu às pressões, liberando o isolamento, num momento prematuro e só aumentou o número de mortos, acabarão “sócios” de BolsoNERO, nessa conta impagável.

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