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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

02
Set22

Tribunal internacional condena Bolsonaro por mortes na pandemia da covid-19 no Brasil

Talis Andrade

Ato #29M em Manaus. Foto: Mídia NINJA

 

A sentença declarou que Bolsonaro poderia ter salvo pelo menos 100 mil vidas se adotasse uma política responsável durante a pandemia da covid-19

 

 

por Redação Mídia Ninja WhatsAppTelegramTwitterFacebook

Com informações de Jamil Chade, na Coluna do UOL

O Tribunal Permanente dos Povos (TPP) condenou nesta quinta-feira, dia 1º, o presidente Jair Bolsonaro (PL) por crimes contra a humanidade cometidos durante a pandemia da covid-19 e indicou que uma outra política teria salvo pelo menos 100 mil vidas.

A informação foi revelada pelo colunista do UOL, Jamil Chade. Segundo ele, a condenação não deve ter consequências práticas contra Bolsonaro, porém ainda que apenas simbólica e moral, a decisão poderá ampliar a pressão internacional contra o presidente brasileiro, informou.

Os juízes optaram por não condenar Bolsonaro por genocídio, já que isso envolveria a existência de provas de que o presidente agiu contra uma determinada população em específico. Porém,  a condenação será enviada ao Tribunal Penal Internacional em Haia, onde o presidente é denunciado por crimes contra a humanidade.

O órgão internacional, criado nos anos 70, não tem o peso do Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, nem a capacidade de tomar ações contra um estado ou chefe de governo. Mas a condenação é considerada por grupos da sociedade civil, ex-ministros e juristas como uma chancela importante para colocar pressão sobre o Palácio do Planalto e expor Bolsonaro no mundo.

Conforme o jornalista antecipou no início da semana, a sentença declarou que o brasileiro foi diretamente responsável por graves violações de direitos humanos e crimes contra a humanidade. Bolsonaro, segundo o tribunal, cometeu “atos dolosos” e “intencionais” contra sua população.

Os membros do órgão ainda recomendam que o Tribunal Penal Internacional avalie ainda a possibilidade de genocídio cometido pelo estado, ao longo de décadas e intensificada mais recentemente.

O colunista do UOL ressalta que se a condenação fosse estabelecido em um tribunal como o de Haia, tal sentença poderia até representar a prisão perpétua do acusado. “O governo brasileiro ignorou o procedimento e nem sequer mandou um representante à audiência, organizada há dois meses”, informou Chade.

“Ao contrário da maioria das sentenças do nosso Tribunal Permanente dos Povos, esta sentença refere-se à responsabilidade pessoal, ou seja, à responsabilidade penal de uma única pessoa: à culpa do presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro por crimes contra a humanidade”, afirma a sentença.

“O crime pelo qual o presidente Bolsonaro foi responsável consiste em uma violação sistemática dos direitos humanos, por ter provocado a morte de dezenas de milhares de brasileiros devido à política insensata que promoveu em relação à pandemia de covid-19”, declarou.

“Contrariando a posição unânime de cientistas de todo o mundo e as recomendações da Organização Mundial da Saúde, Bolsonaro não só fez com que a população brasileira não adotasse as medidas de distanciamento, isolamento, proteção e vacinação destinadas a limitar a infecção, como várias vezes criou vários obstáculos a elas, frustrando as tentativas de seu próprio governo de estabelecer políticas de alguma forma destinadas a proteger a população do vírus”, destacou a sentença.

“Como resultado dessa conduta, calcula-se – com base na comparação entre o número de óbitos no Brasil e o número de óbitos em outros países que adotaram as políticas anti-covid-19 recomendadas por todos os cientistas – que morreram no Brasil cerca de 100 mil pessoas a mais do que teriam falecido em decorrência de uma política mais responsável”, alerta.

“É claro que esse número é bastante aproximado: pode ser um número menor, mas também um número maior. O certo é que a absurda política de saúde do presidente Bolsonaro causou dezenas de milhares de mortes”, destaca.

“Pois bem, tal conduta foi qualificada, pela sentença, como crime contra a humanidade”, afirmou.

A sentença foi lida por Eugenio Zaffaroni, um dos membros do tribunal, e indicou crimes contra a humanidade como resultado da política de saúde do governo. Segundo ele, a responsabilização de Bolsonaro é “inquestionável” e que aprofundado pela discriminação contra grupos mais vulneráveis, como indígenas, negros e profissionais de saúde. Segundo ele, o discurso discriminatório de Bolsonaro é uma “clara violação de direitos humanos”.

Segundo ele, Bolsonaro defendeu que o vírus era gripezinha, questionou as vacinas e reafirmou sua confiança na imunidade de rebanho. Ele ainda minimizou os números de mortes e defendeu a cloroquina, que já tinha sido descartado. “Mortes teriam sido evitadas se política recomendada pela OMS teria sido seguida”, afirmou.

O Itamaraty não comentou a condenação até o momento.

 

Ato doloso por parte de Bolsonaro

 

Para qualificar os atos como crimes contra a humanidade, a lei ainda estabelece que a intencionalidade precisa ser provada. Na sentença, o tribunal apontou que Bolsonaro optou por salvar a economia de forma deliberada. “O maior mal foi escolhido: a aflição às vidas humanas”, disse.

“Morte em massa foi produzida por uma decisão dolosa ou por omissão”, afirmou. “O resultado foi deliberado, ou seja, doloso.”.

“Não se pode considerar que o dolo foi acidental. O resultado letal em massa foi doloso”, completou. Isso significa ainda que se trata de um crime que não irá prescrever.

 

Genocídio precisa ser examinado

 

O tribunal, porém, não atendeu ao pedido de condenação por genocídio. Segundo Eugenio Zaffaroni, a taxa de letalidade com indígenas e negros foi superior à média da população, o que poderia sugerir uma brecha ao genocídio.

Mas a avaliação é de que o contexto de subordinação desses grupos revela que os problemas eram anteriores, no que se refere à discriminação, e que os ataques contra essas populações são profundos na sociedade.

Segundo ele, o governo sabia da vulnerabilidade desses grupos. Mas, nesse caso particular, o resultado não é suficiente. Precisa existir a prova de uma intenção. “Esse tribunal é cauteloso sobre a qualificação do genocídio, para evitar a banalização do conceito”, disse.

Apesar de não condenar Bolsonaro, o membro do tribunal alerta que, pelo menos em termos éticos, existem “indícios sérios de que o estado brasileiro está provavelmente cometendo um genocídio como um crime contínuo, a conta gotas e ao longo de um século. E que deveria ser avaliado”, disse.

Eloísa Machado, advogada, professora de Direito Constitucional da FGV Direito-São Paulo e membro apoiadora da Comissão Arns, acredita que se trata de uma decisão histórica. “Essa será a instância de registro da verdade e também de um tipo de reparação, mesmo que seja simbólica e moral. Uma reparação para todos os que sofreram”, afirmou a advogada.

Paulo Sérgio Pinheiro, membro da Comissão Arns, indicou que a sentença poderá se constituir na única condenação internacional de Bolsonaro. Ele indicou, ainda, que a entidade enviará a sentença à queixa ao Tribunal Penal Internacional em Haia, onde o presidente é denunciado por crimes contra a humanidade.

 

Denúncia

 

A denúncia contra Bolsonaro foi apresentada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, a Internacional de Serviços Públicos, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e a Coalizão Negra por Direitos.

A denúncia esteve concentrada em demonstrar que houve uma prática de incitação do genocídio, principalmente contra os povos indígenas e movimento negro.

 

Sobre o Tribunal Permanente dos Povos

 

Com sede em Roma, na Itália, e definido como um tribunal internacional de opinião, o TPP se dedica a determinar onde, quando e como direitos fundamentais de povos e indivíduos foram violados. Dentro de suas atribuições, instaura processos que examinam os nexos causais de violações e denuncia os autores dos crimes perante a opinião pública internacional.

Criado em novembro de 1966 e conduzido em duas sessões na Suécia e na Dinamarca, o tribunal pioneiro foi organizado pelo filósofo britânico Bertand Russell, com mediação do escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre e participação de intelectuais da envergadura do político italiano Lelio Basso, da escritora Simone de Beauvoir, do ativista norte-americano Ralph Shoenmane do escritor argentino Julio Cortázar. Na ocasião, o tribunal investigou crimes cometidos na intervenção militar norte-americana no Vietnã.

Nos anos seguintes, tribunais semelhantes foram criados sob o mesmo modelo, investigando temas como as violações de direitos humanos nas ditaduras da Argentina e do Brasil (Roma, 1973), o golpe militar no Chile (Roma, 1974-1976), a questão dos direitos humanos na psiquiatria (Berlim, 2001) e as guerras do Iraque (Bruxelas, 2004), na Palestina (Barcelona, 2009-2012), no leste da Ucrânia (Veneza, 2014).

02
Set22

Há indícios de crimes de Bolsonaro contra a humanidade, diz jurista

Talis Andrade

Deisy Ventura

 

Para Deisy Ventura, jurista referência na relação entre pandemias e direito internacional, há elementos para investigar presidente e outras autoridades tanto por genocídio quanto por extermínio.

 

A jurista Deisy Ventura, coordenadora do doutorado em saúde global e sustentabilidade da Universidade de São Paulo (USP), afirmou em entrevista a Eliane Brum, publicada no El País, que há elementos suficientes para investigar o presidente Jair Bolsonaro, assim como outras autoridades, por crimes contra a humanidade, tanto no Tribunal Penal Internacional quanto na Justiça brasileira.

Ventura, uma das autoridades mais respeitadas do mundo quando se trata da relação entre pandemias e direito internacional, afirmou que existe de fato uma banalização da palavra genocídio, mas que não é o caso agora. Segundo ela, é um fato importante que o termo tenha sido utilizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

“É muito importante que um membro do Supremo Tribunal Federal, que é conhecido como alguém politicamente conservador, utilize essa palavra, porque ele certamente não usou essa palavra por acaso. É alguém que conhece o conceito de genocídio, conhece o direito e não é novato nem no mundo jurídico nem no mundo político. É importante não só por ser ministro, mas também pela percepção internacional dessa fala”, afirmou a jurista.

Ventura disse que existe um alerta para não deixar que se difunda no exterior a ideia de que está ocorrendo um genocídio no Brasil. “Cada vez que a palavra é pronunciada em relação ao Brasil, a diplomacia reage. Infelizmente, em geral desqualificando quem fez a declaração e caracterizando-a como banalização. Até então o genocídio era associado à população indígena e não relacionado à pandemia. Agora, com a fala do ministro, chegamos a outro patamar e precisamos discutir com muita serenidade essa questão”, declarou.

Extermínio e genocídio

Na avaliação da jurista, com relação à população em geral, há elementos que caracterizam o crime de extermínio, conforme descrito no artigo sétimo, letra b, do Estatuto de Roma. Tanto extermínio quanto genocídio são crimes contra a humanidade.

“No caso específico dos povos indígenas, minha opinião é de que pode ser tipificado como genocídio, o mais grave entre os crimes contra a humanidade. O crime de extermínio é a sujeição intencional a condições de vida que podem causar a destruição de uma parte da população. O que chama a atenção, neste caso, é que o exemplo usado no texto do Estatuto de Roma é justamente o da privação ao acesso a alimentos e ao acesso a medicamentos”, comentou Ventura.

A jurista destacou que desde o início da pandemia o governo federal assumiu o comportamento que tem até hoje. “De um lado, o negacionismo em relação à doença e, de outro, uma ação objetiva contra os governos locais que tentam dar uma resposta efetiva à doença, contra aqueles que tentam controlar a propagação e o avanço da Covid-19. E desde o início tenho dito que se trata de uma política de extermínio. Porque os estudos têm nos mostrado que as populações mais atingidas são as populações negras, são as populações mais pobres, são os mais vulneráveis, entre eles também os idosos e os que têm comorbidades”, enumera.

Intencionalidade

Deisy Ventura disse que vê “claramente” intencionalidade nas ações do governo brasileiro. A intencionalidade é fundamental para tipificar a autoria tanto do genocídio quanto do extermínio.

“Existem pessoas por quem tenho o maior respeito e que conhecem o sistema penal internacional e que pensam que não é o caso de um crime de genocídio ou outro crime contra a humanidade porque se trataria de uma política fracassada do Estado brasileiro. Nesta interpretação, o que estaria acontecendo no Brasil é que o governo fracassou na resposta à pandemia. E os tribunais internacionais não julgam políticas, julgam pessoas que cometem crimes. Assim, só poderíamos reclamar junto ao sistema interamericano de direitos humanos ou outras instâncias de controle do respeito aos tratados de direitos humanos. Eu não penso assim. Vejo uma intenção clara.”

De acordo com a jurista, essa intencionalidade se expressa quando o governo dissemina falsas informações sobre a doença, por exemplo, e age para disseminar o negacionismo “Ele também construiu um conjunto de ações, inclusive por via legislativa, para obstaculizar as medidas de combate e prevenção à Covid-19 de iniciativa de outros poderes. Vejo aqui todos os elementos configurados: ataques sistemáticos e a intenção de sujeitar uma parte importante da população brasileira a condições de vida que podem implicar a sua destruição”, afirmou.

Plano

Outra caracterização necessária de genocídio e outros crimes contra a humanidade é a existência de um plano, o que Deisy Ventura também acredita estar claro. “Aquilo que o presidente da República chamou de ‘guerra’ e de ‘jogar pesado’ contra os governadores constitui claramente um plano para obstruir uma resposta eficiente dos Estados à pandemia, com etapas como o pedido a empresários para que deixassem de financiar campanhas eleitorais de governadores não alinhados, ameaças constantes em declarações públicas e incitação à desobediência civil, entre muitas outras medidas legislativas ou administrativas”, afirmou.

A jurista lembrou ainda que o presidente chegou a demitir dois ministros da Saúde que não concordavam com seus planos para a pandemia.Ventura acompanha de perto as ações governamentais em meio à pandemia no país. É uma das articuladoras do Projeto Direitos na Pandemia, realizado pelo Centro de Pesquisas e Estudos de Direitos Sanitários da USP e a organização Conectas Direitos Humanos. Todos os atos e a legislação brasileiras sobre a Covid-19 são coletados e classificados em seu impacto sobre os direitos humanos.

A pesquisadora também é autora do livro Direito e saúde global – o caso da pandemia de gripe A – H1N1 (Editora Outras Expressões). É ainda mestre em direito europeu, doutora em direito internacional pela Universidade Paris 1 e foi professora convidada do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o prestigiado Sciences-Po.

Fonte: El País

15
Ago22

Bolsonaro é acusado por crimes na pandemia

Talis Andrade

 

por Altamiro Borges

- - - 

Na sexta-feira passada (12), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico) que cobra a responsabilização do presidente Jair Bolsonaro pela gestão criminosa da pandemia da Covid-19. 

A Avico apresentou ao STF em abril deste ano uma queixa-crime subsidiária, tipo de ação prevista constitucionalmente para os casos em que o Ministério Público não oferece denúncia ou não dá prosseguimento à investigação dentro do prazo legal. No pedido, a entidade argumentou ter havido “inércia” do bajulador-geral da República, Augusto Aras. 

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Na ocasião, ela acusou o “capetão” por nove crimes: perigo para a vida ou saúde de outrem; subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento; epidemia com resultado morte; infração de medida sanitária preventiva; incitação ao crime; charlatanismo; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas; e prevaricação. 



O bajulador-geral da República

 

Nenhuma descrição de foto disponível.

 

Além de denunciar a “inércia” de Augusto Aras, a Avico alegou que fez representações ao MP e pediu informações sobre o andamento do caso, mas não obteve resposta. A associação cita ainda que não conseguiu detalhes junto à PGR sobre o relatório final da CPI da Covid no Senado que pediu o indiciamento do genocida por crimes na condução da pandemia. 

"A inércia (formal e material) do Procurador-Geral da República, em tal contexto, é induvidosa e deixa aberto o caminho para o oferecimento da presente queixa-crime subsidiária", declarou a associação na queixa-crime. A entidade também mencionou no documento que o presidente cometeu “inúmeras condutas reveladoras de sabotagens e subterfúgios de toda ordem para retardar, frustrar e sabotar o processo de enfrentamento da pandemia da Covid-19”.

 

Até quando vamos ter que conviver com Jair Bolsonaro, o sociopata homicida?  - Pautando a Conversa

18
Jun22

Bolsonaro faz motociata em Manaus do morticínio da Covid -19 dias após assassinato de Bruno e Dom na Amazônia

Talis Andrade

Imagewww.brasil247.com - Motociata na cidade de Porto Alegre.Image

 

Somente três dias após a confirmação da morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, assassinados na Amazônia, Jair Bolsonaro (PL) participa de uma motociata em Manaus, capital do Amazonas, neste sábado (18).

Mais uma vez o chefe do governo federal demonstra desprezo pelas duas vítimas, que se dedicavam à proteção da Amazônia e dos indígenas.

Bolsonaro não mostrou a mesma disposição para ir até Atalaia do Norte, onde as buscas por Bruno e Dom se concentravam, para prestar solidariedade, mas não poupa esforços para praticar sua motociata com apoiadores.

Motociata em Manaus do mortício, dos hospitais matadouros, das filas nos corredores da morte, dos empestados pela Covid-19 que não tiveram acesso a máscara, não tiveram acesso ao teste, não tiveram acesso aos medicamentos, não tiveram acesso a uma ambulância, não tiveram acesso a uma maca, não tiveram acesso a um leito, não tiveram acesso `a UTI, não tiveram acesso à intubação, que tiveram uma morte dolorosa, sem ar, sem cuidados paliativos, por culpa da militarização dos Ministério da Saúde, do mando de um ministro incompetente, de um general da ativa sem nenhum conhecimento para exercer o cargo. A estratégia da morte por Covid, para uma pretensa imunidade de rebanho, parecida morte, a morte animalesca, a morte sofrida pelos presos políticos, a mesma desumanidade, a mesma crueldade que os militares torturaram e executaram subversivos na Casa da Morte e na Ponta da Praia, no Rio de Janeiro da ditadura militar, que ensanguentou o Brasil durante 21 anos, de l964 a 1985. 

Manaus de alguns ensandecidos talvez órfãos da Covid, talvez viúvos da Covid, esquecidos do morticínio de Manaus foram para a motociata do Senhor da Morte, motociata igual se fez em La Paz, para festejar o golpe contra Evo Morales, para assediar mulheres indígenas que hoje, no Brasil, são estupradas, escravizadas e assinadas no Vale do Javari, invadido por madeireiros, por garimpeiros, por grileiros, por traficantes de pasta da coca, traficantes de madeira nobre, traficantes de ouro, traficantes de pedras preciosas, de plantas medicinais e outros produtos florestais na Amazônia sem lei da bancada de marginais senadores, deputados, latifundiários, milícias e guerrilheiros estrangeiros invasores do Brasil abandonado, do Brasil à venda, do Brasil Leiloado. 

Pode ser uma imagem de ao ar livre

04
Jun22

A PESTE, A FOME, A GUERRA CIVIL. “Bolsonaro tem que ser chamado de genocida sim”

Talis Andrade

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O infectologista Marcos Caseiro afirmou que estão explodindo os casos de Covid-19 no país e que a responsabilidade é de Jair Bolsonaro que ameaça uma guerra civil. É um governo necrófilo. Morte pela peste. Morte pela fome. Morte pelas chacinas. Pelos massacres. Ameaça de golpe. Ameaça de guerra civil. Governador do Rio já começou a distribuição de armas

 

 

A fome grassa em 26 por cento dos lares. São 19 milhões de brasileiros sem o "pão nosso de cada dia". São 14 milhões de brasileiros desempregados. 

Anjo da morte, Bolsonaro prepara suas milícias para uma guerra civil. A última guerra civil do Brasil foi em 1930. Em 1964 teve uma ditadura sangrenta, com exílio, tortura de presos políticos e assassinato de lideranças civis e militares que lutaram pela Democracia, pela Liberdade, pela Fraternidade, pela Igualdade, pelo Amor Cristão. 

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O Brasil do Orçamento Secreto, do Orçamento Paralelo, do Centrão, do Sigilo de Cem Anos, dos "coronéis da vacina" superfaturada, do viagra, do lubrificante íntimo, das próteses penianas das forças armadas, do carrinho de supermercado ministerial, do carrinho do filé, da picanha, do salmão, do uísque, dos vinhos, dos licores, do leite condensado,  do cartão corporativo presidencial de infinito fundo, dos pastores dos negócios da educação, ameaça uma guerra civil da mamata sem fim das castas militares e religiosas.

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Ameaçou Jair Bolsonaro nesta terca-feira (3): “Nós todos aqui, e não apenas eu, temos problemas internos aqui no Brasil, onde hoje, não mais os ladrões de dinheiro do passado, surgiu uma nova classe de ladrão, que são aqueles que querem roubar a nossa liberdade”. 

Durante o discurso, o presidente falou que o Brasil não pode seguir o caminho de outros países da América do Sul, como a Venezuela, a Argentina e o Chile, todos chefiados por governos de esquerda.

“Eu peço que vocês cada vez mais se interessem por esse assunto. Se precisar, iremos à guerra. Mas eu quero um povo ao meu lado consciente do que está fazendo e de por quem está lutando”, ressaltou o presidente.

No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro está distribuindo armas e munições para milicianos, ex= policiais militares da reserva. 

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Brasileiros morrem vítimas das doenças da pobreza, das pestes do Terceiro Mundo. Da covid. O país da imunidade de rebanho como política de saúde pública, tendo uma estratégia de propagação da Covid. Uma necropolítica responsável, com a militarização do Ministério da Saúde, por milhares e milhares de mortes evitáveis. O Brasil das catástrofes evitáveis. Do fogo nas florestas e matas. Das barragens da morte. Brumadinho, 270 mortes. Das inundações. Dos deslizamentos. Do fim do programa 'Minha Casa Minha Vida', e da construção de moradias em áreas de risco e penhora do único imóvel de uma família inadiplente

 

Estão explodindo casos de Covid-19 

a responsabilidade é de Bolsonaro

 

www.brasil247.com - Marcos Caseiro e Jair Bolsonaro

Marcos Caseiro e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | REUTERS/Adriano Machado)

 

247 - Em entrevista ao Giro das Onze, da TV 247, o infectologista Marcos Caseiro advertiu que estão explodindo os casos de Covid-19 no país e disse que a responsabilidade pelas mortes é de Jair Bolsonaro e de seu governo.

“Não tínhamos nenhum caso no hospital, mas no último fim de semana tínhamos sete casos, dois na enfermaria e cinco na UTI. Tem aumentado o número de casos. E essa cepa que está circulando, uma variação da Ômicron, enquanto não garantimos vacinação para o mundo inteiro, e o continente africano entra nisso, vão continuar surgindo cepas mutantes, variantes e se espalhando pelo mundo”, enfatizou. 

Caseiro disse que o responsável direto por essas mortes é Bolsonaro, pois se o Brasil tivesse comprado as vacinas no momento oportuno teria evitado

O Brasil totaliza hoje 667.019 mortes.

“Ele [Bolsonaro] tem culpa em todos os sentidos e tem que ser chamado de genocida porque uma grande parte de mortes que ocorreram tem um nome e responsável que é o governo federal”, afirmou. “Não só não comprou como jogou contra falando de efeito adversos dizendo que iria se transformar em jacaré. Não fez nenhum trabalho governamental. O programa vacinal do Brasil é o maior do mundo”, lembrou.

Para o médico, se não fosse a Covid, “o SUS já teria  sido desmontado há muito tempo”. “Esse é o projeto desses caras que querem terceirizar tudo. O Brasil já chegou a aplicar num único dia 10 milhões de doses numa campanha de poliomielite. O Brasil sabe vacinar, temos salas de vacinação com pessoas treinadas no Brasil inteiro. O que aconteceu foi que naquele momento não tínhamos a vacina e não tivemos em nenhum momento o governo falando favoravelmente e fazendo campanha incentivando a vacinação”, denunciou.

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22
Fev22

Brasil assassino: Cerca de 800 pessoas morrem por dia de covid porque falta medicamentos

Talis Andrade

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Augusto Aras engaveta o relatório da CPI da covid, garatindo a impunidade de genocidas. O que provoca mais milhares e milhares de mortes. 

Médicos que integram o comitê de combate à Covid-19 em São Paulo recomenda o governo a comprar de forma imediata medicamentos que possuem eficiência científica comprovada contra a doença, como os antivirais Paxlovid, Molnupiravir e Remdesivir. As drogas já foram aprovadas pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia. 

"Temos cerca de 800 pessoas morrendo por dia no país, e remédios que poderiam salvá-las não são ainda usados por aqui. É inacreditável",  disse o infectologista Esper Kallás, da Faculdade de Medicina da USP, à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo. 

Ainda conforme a reportagem, a Anvisa já aprovou pelo menos quatro substâncias (o antiviral Redemsivir e três tratamentos monoclonais, que são proteínas produzidas em laboratórios) que funcionam contra a Covid. Nenhuma delas, no entanto, foi incorporada ao SUS”. O Paxlovid e o Molnupiravir ainda estão em análise pela agência. 

Sadismo: O governo federal comprou medicamentos ineficazes, inclusive para o tratamento precoce da covid. Quando, finalmente, aparecem medicamentos eficazes, Bolsonaro e seu ministro da Saúde fazem corpo mole. Qual seré o primeiro governador ou prefeito a comprar remédios, internacionalmente, considerados eficazes para curar a covid - 19 e suas variantes. 

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17
Fev22

Mais de cem cadáveres em Petrópolis e Bolsonaro ameaça com mais mortes pelo golpe e tortura de uma ditadura militar

Talis Andrade

Capa do jornal Meia Hora 17/02/2022

 

A Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informaram que, pelo menos, 140 pessoas seguem desaparecidas após a forte chuva que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio. O número deve ser maior, mas os nomes já cadastrados foram passados por familiares.

Até o momento, são 117 mortes confirmadas pela Defesa Civil e o Governo do Estado do Rio de Janeiro.

As forças armadas ainda não apareceram para ajudar os civis. Do governo militar de Bolsonaro a ameaça de golpe. Golpe significa mais mortes. 

Não se dá golpe sem mortes, sem presos políticos, sem tortura, sem desaparecidos, sem exilados, retirantes da morte por balas ou espancamentos ou cadeira do dragão. 

Lá nas lonjuras da Europa, Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (16) que as Forças Armadas serão "fiadoras" do processo eleitoral. A declaração foi concedida à Jovem Pan após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgar o documento com as perguntas das Forças Armadas sobre o processo eleitoral e as respostas da corte. Um país democrático não pode viver sob ameaça de golpe. Veja vídeos:

 

"Estou aguardando — todo o Brasil está aguardando — o que as Forças Armadas dirão sobre a resposta do TSE. Se procede, se o TSE tem razão ou se não tem razão e o porquê. E os próximos passos serão dados pelas nossas Forças Armadas”, disse Bolsonaro.

As Forças Armadas fizeram 74 perguntas à Justiça Eleitoral. As respostas foram dadas pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), do TSE. Pobre Brasil ajoelhado pelo poder militar. Pela ocupação militar do governo. São mais de 8 mil e 454 cargos de civis. Um trem da alegria desgovernado.

E o governo militar de Bolsonaro é o governo da morte pelas bestas do Apocalipse. Pela Fome. São milhões de desempregados. O Brasil dos sem terra. Dos sem teto. Dos moradores de rua. Dos moradores de áreas de risco. O Brasil dos sem nada.

Mortos pela Peste. Pela covid. Milhares e milhares morreram porque tomaram remédios ineficazes, recomendados pelo charlatanismo assassino de Bolsonaro. Muitos morreram porque não tiveram acesso a um teste, não tiveram acesso a uma máscara (máscaras faltam ainda hoje), não tiveram acesso à vacina, que o governo fez campanha negacionista, demorou a comprar, permitindo a corrupção dos coronéis. O Ministério da Saúde militarizado, comandado pelo general da ativa Eduardo Pazuello, ofereceu remédios comprovadamente ineficazes. Fez propaganda do kit cloroquina que me engana e mata. O povo procurou as UTIs sem vaga. Na fila da morte,  sem direito a uma maca, sem direito a um leito hospitalar. Um povo que morreu sem ter acesso à intubação. Que morreu sem ar. Asfixiado. Vide o morticínio de Manaus. 

Os mortos da Morte morrida pela lama tóxica das barragens em Minas Gerais, pelas águas dos rios contaminados pelo mercúrio do garimpo ilegal na Amazônia. No fogo que desmata a floresta amazônica, para a passagem da boiada de Ricardo Salles. As mortes das doenças do Terceiro Mundo: malária, leishmaniose visceral, doença de chagas, doença do sono, tuberculose e as diarreicas. AS enfermidades causadas por agentes infecciosos ou parasitas, que atingem principalmente as populações mais pobres.

A morte pela Guerra das milícias que governam Petrópolis. Milícias que elegem os senadores, os deputados federais, os deputados estaduais, os vereadores, os prefeitos, os governadores do Rio de Janeiro, reduto eleitoral da família Bolsonaro. Milícias que mataram Marielle Franco, Moïse Kabagambe, que apóiam o golpe de Bolsonaro, as milícias eleitorais armadas em expansão, lideradas por partidos da extrema direita e células nazistas. 

Capa do jornal O Dia 17/02/2022Capa do jornal Correio Braziliense 17/02/2022

29
Dez21

Retrospectiva Brasil 2021: negacionismo, fome e CPI no segundo país do mundo mais afetado pela Covid

Talis Andrade
Cemitério de Nossa Senhora Aparecida em Manaus, Brasil, o país com a segunda maior taxa de mortalidade Covid-19 do mundo
Cemitério de Nossa Senhora Aparecida em Manaus, Brasil, o país com a segunda maior taxa de mortalidade Covid-19 do mundo Michael DANTAS AFP/File

O ano de 2021 começou de maneira trágica, com a falta oxigênio nos hospitais de Manaus. Médicos, enfermeiros e parentes desesperados vendo pacientes agonizando dias depois de integrantes do governo federal terem visitado a capital amazonense para divulgar o tratamento precoce sem eficácia contra a Covid. Enquanto nos hospitais a luta por atendimento definia a vida ou a morte.

A crise sanitária aguda, com mais de 600 mil mortos, acabou numa CPI do Senado, instalada por determinação do Supremo Tribunal Federal. Depoimentos e documentos que escancaram a atuação errática do governo Bolsonaro, com gabinete paralelo pró-cloroquina, cartas da Pfizer ignoradas resultando na compra atrasada de vacinas e até papel fraudado para vendar imunizante da Índia superfaturado. Não àa toa que a temperatura subiu muitas vezes na CPI.

A pressão de todos os lados levou o governo a acelerar a compra de vacinas e, com a robustez da estrutura do SUS, a imunização finalmente, reduzindo sobremaneira o número de mortos. Mesmo diante de prova cabal de que a vacinação era o caminho, o presidente Jair Bolsonaro ainda insistia no negacionismo.

“Quando você estiver sentindo falta de ar” - disse Bolsonaro em uma transmissão ao vivo imitando alguém com dificuldade para respirar - “Você vai para o hospital. Para fazer o quê? Para tomar o quê, se não toma nenhum remédio comprovado? Para ser entubado. Esse é o protocolo do Mandetta. E canalha é aquele que critica a cloroquina, a ivermectina e não apresenta uma alternativa.”

Bolsonaro defendeu a divulgação do nome de funcionários da Anvisa que trabalharam na aprovação da vacina para crianças. Antes ele já havia provocado fúria ao divulgar dado mentiroso relacionando imunização contra a Covid ao HIV. 

 

Bolsonaro perde apoio popular

A postura do presidente fez despencar seu apoio popular e ele reforçou a tática de buscar inimigos, mirando a artilharia para o Supremo Tribunal Federal, que fechava o cerco a radicais, com a prisão de bolsonaristas como Daniel Silveira e Roberto Jefferson. O ápice da crise institucional veio no 7 de setembro

“Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer sentença que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa continue barbarizando a nossa população. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer o que não queremos”, disse Bolsonaro numa referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Além dos ataques ao Judiciário, conforme sua popularidade caía, o presidente mais uma vez repetia, feito um mantra, que as urnas eletrônicas não eram confiáveis, e que qualquer resultado diferente da sua reeleição seria por ele contestado. Até dia e horário marcou para apresentar provas, mas não as apresentou.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em uma foto de 7 de setembro de 2021.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em uma foto de 7 de setembro de 2021. PAULO LOPES AFP/Archivos

 

Orçamento paralelo para o Legislativo

Bolsonaro foi orientado a baixar a bola e, se quisesse ter o centrão como apoio, a engolir o discurso golpista. Não foi só isso. O grupo que apoia o presidente engordou os bolsos com cargos, emendas e até orçamento paralelo, dinheiro público sem rastreio dos órgãos de controle. Com isso o Executivo conseguiu aprovar propostas polêmicas como as mudanças no pagamento dos precatórios, o que lhe assegura uma bolada em ano eleitoral. O que tema gerou debate no Congresso entre governo e oposição.

Se no Legislativo Bolsonaro conseguiu certo apoio a custas de muito dinheiro, na economia o ano foi um desastre: inflação nas alturas com a disparada do preço de produtos como a carne, desemprego, alta na conta de luz, e gasolina também com o preço a perder de vista, fazendo até motoristas de aplicativo a abandonarem a função.

 

Multidão faminta e medalhas inéditas

O lado mais perverso de tudo: a pobreza. Famílias indo morar na rua sem dinheiro para o aluguel. E uma cena cada vez mais comum nas cidades brasileiras: pessoas revirando lixo para achar o que comer. Uma multidão dependendo da solidariedade alheia para comer.

O país de uma multidão faminta, o crescimento do PIX como ferramenta nas transações comerciais, o leilão do 5G na telefonia.

No esporte, teve a volta do público aos estádios de futebol, a polêmica sobre comentários homofóbicos no vôlei e as medalhas inéditas no Japão, como no surfe de Ítalo Ferreira, no skate de Rayssa Leal e na ginástica olímpica de Rebeca Andrade. 

“Eu fiquei muito feliz por ter representado o Brasil, por ter ido tão bem, por levar o nome da ginástica, o nome do nosso país para o mundo inteiro. Espero que a gente tenha mais investimento, que as pessoas acreditem mais em todos os esportes, e não só na ginástica. O esporte salva vidas, o esporte educa”, disse Rebeca. 

Da esquerda para direita de cima para baixo:Mayra Aguiar, Rebeca Andrade, Daniel Cargnin, Kelvin Hoefler, Fernando Scheffer, Rayssa Leal e Italo Ferreira
Da esquerda para direita de cima para baixo: Mayra Aguiar, Rebeca Andrade, Daniel Cargnin, Kelvin Hoefler, Fernando Scheffer, Rayssa Leal e Italo Ferreira © Fotomontagem com fotos da AP

 

Fuga de cérebros, incêndio da Cinemateca

O país teve ainda debandada de pesquisadores de órgãos institucionais, incêndio na Cinemateca brasileira, prisão de cantor por agressão à mulher, vinte dias de perseguição a Lazaro Barbosa que assombrou moradores de Goiás, e ação de bandidos que usaram escudos humanos e levaram terror a Araçatuba, no interior paulista, chegando a instalar mais de cem explosivos.

No Rio Grande do Sul, quatro réus foram a júri popular este ano pelo incêndio da boate Kiss onde 242 pessoas morreram há oito anos.

No Rio de Janeiro, houve a prisão da mãe e do padastro vereador acusados pela morte do pequeno Henry Borel e a angústia das famílias de três meninos de Belford Roxo, que desapareceram há um ano e só agora confirmaram que eles foram brutalmente assassinados pelo tráfico.

 

Violência

A violência na floresta também chocou o país, com índios desnutridos, a pele e osso, avanço do garimpo ilegal, morte de animais nos incêndios e desmatamento recorde na Amazônia, reconhecido pelo ministério da Justiça.

Destaque no jornal Le Monde desta quinta-feira (02/07) para a volta das queimadas na Amazônia que registraram em junho o maior número de focos dos últimos treze anos.
Destaque no jornal Le Monde desta quinta-feira (02/07) para a volta das queimadas na Amazônia que registraram em junho o maior número de focos dos últimos treze anos. AP - Leo Correa

 

Políticos comemoraram a anulação de investigações, como o caso do triplex contra Lula, as provas das rachadinhas contra Flávio Bolsonaro, e algumas outras da Lava Jato contra Eduardo Cunha e Sérgio Cabral. De olho e 2022, o presidente Bolsonaro se filiou ao PL, Sérgio Moro foi para o Podemos e Lula tem cortejado o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para vice.

“Não importa se no passado fomos adversários, se trocamos algumas botinadas, se no calor da hora dissemos o que não deveríamos ter dito. O tamanho do desafio que temos pela frente faz de cada um de nós um aliado de primeira hora”, disse Lula após jantar com Alckmin.

O país fecha 2021 com a chegada da variante ômicron, embate em torno da vacinação de crianças, cidades baianas inundadas com a chuva, surto de gripe e inúmero problemas a resolver, como a fome. Sentindo também saudade de tantos que se foram, como o ator Paulo Gustavo por Covid e a cantora Marília Mendonça, num desastre de avião.

29
Jul21

Bolsonaro veta remédios contra o câncer

Talis Andrade

 

por Altamiro Borges

O "capetão" segue com suas maldades contra os brasileiros. Partidário da necropolítica, Jair Bolsonaro acaba de vetar o projeto de lei 6.330 que ampliava o acesso a remédios orais no tratamento do câncer para usuários dos planos de saúde. O PL beneficiaria 50 mil pacientes, que poderiam tratar os tumores em casa, sem a necessidade de internação hospitalar. 

Na justificativa do veto, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (27), o desalmado argumentou que a lei “comprometeria a sustentabilidade do mercado” e que “o alto custo dos antineoplásicos orais” prejudicaria os “planos privados de assistência à saúde” – que teriam que arcar com as despesas. Haja crueldade! 

Uma decisão "absurda e ilógica"

 
Para o autor do PL, o senador José Reguffe (Podemos-DF), a decisão é “absurda e ilógica”. “Absurda porque é um projeto que beneficia milhares de pacientes com câncer no Brasil inteiro. É muito mais confortável para esses pacientes tomar um comprimido em casa do que ter que se internar no hospital para o plano pagar a quimioterapia na veia. Ilógica porque a internação é mais cara do que o comprimido. Sem contar os custos com possíveis infecções decorrentes dela”. 

O senador, porém, está confiante de que a maldade do “capetão” será derrotada no Congresso Nacional. “Vamos derrubar o veto. Já há uma grande mobilização de oncologistas e de associações de pacientes da luta contra o câncer”, afirmou à Agência Senado. Entre os parlamentares, inclusive alguns governistas, a insatisfação é generalizada. 

"Ordinário! Pagará por cada morte causada"

“Quando a gente pensa que Bolsonaro já atingiu todos os níveis de crueldade, ele faz uma dessa. Temos um presidente que se preocupa mais com os planos de saúde do que com o povo”, tuitou o deputado federal José Airton Cirilo (PT-CE). “Nem as pessoas com câncer escapam das maldades do governo Bolsonaro. Mais uma vez o presidente prefere defender o mercado e não os mais vulneráveis”, disparou Henrique Fontana (PT-RS). 

Para a vice-líder da minoria na Câmara Federal, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o genocida agiu para defender os interesses privados. “Ele optou pelo mercado! Bolsonaro vetou o PL 6330 que garantia quimioterapia de uso oral aos segurados de planos de saúde. Vamos articular a derrubada do veto presidencial. Saúde em primeiro lugar”, postou. 
 
No mesmo rumo, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) usou as redes sociais para detonar o fascista: “Bolsonaro vetou a lei que facilitaria o acesso à remédios contra o câncer. Entre a vida dos brasileiros e o lucro dos planos de saúde, ele não teve dúvida: ficou com os tubarões dos planos. Ordinário! Pagará por cada morte causada”. 

Já o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), protestou: “Bolsonaro, para beneficiar as megaempresas de planos de saúde, vetou a obrigatoriedade do tratamento domiciliar com medicamentos orais, para pacientes com câncer. A justificativa: defender o mercado”. Para o senador, o presidente da República defende os interesses dos ricos!
10
Jul21

Covid: 923 pessoas morreram à espera de UTI em Goiás durante pandemia

Talis Andrade

mortos  covid.jpg

 

 

Pacientes do interior chegaram a aguardar por vagas em leitos improvisados, acordando no meio da intubação por falta de sedativos

 

 
Goiânia – Goiás teve 923 mortes na fila por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI) desde o início da pandemia até o mês de maio de 2021. Isso considerando apenas os pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19.
 

Só em março deste ano, quando o sistema de saúde entrou em colapso no estado com mais de 300 pessoas na fila por UTI, foram 452 óbitos à espera de vaga. Pacientes chegaram a enfrentar falta de oxigênio e de remédio para intubação.

levantamento das mortes à espera de UTI em Goiás foi feito pelo Metrópoles a partir de dados oficiais obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI).

Entre os mais de 900 mortos na fila, está Idelma de Oliveira, 72 anos, que morreu depois de mais de 48 horas de espera por um leito de UTI. Enquanto a vaga não saía, ela aguardou no Hospital Municipal de Itauçu, cidade de 9 mil habitantes na região Central de Goiás, a 70 km da capital.

“Eu perguntei para o médico: ‘Quanto tempo minha mãe aguenta esperar a vaga de UTI?’. Ele disse: ‘Só Deus sabe’”, relata a filha de Idelma, a vendedora Suely José de Sousa, 47 anos.

Idelma covid Goiás

Suely cuidou da mãe Idelma no hospital, enquanto não saía a vaga de UTI perfil Covid-19. Faltavam remédios para intubação e mãe acordava da sedação com o tuno na traqueia

 

No hospital da pequena cidade, Idelma esperou horas para ser intubada, porque não tinha oxigênio suficiente. Depois de a equipe da saúde municipal tentar procurar em várias cidades vizinhas, quatro cilindros foram abastecidos na capital.

Mesmo com Idelma intubada, sua filha Suely dormia no hospital, pois faltavam remédios para que a paciente ficasse totalmente sedada com o tubo inserido até a traqueia.

“De meia em meia hora, ela tentava arrancar o tubo. Eu tinha que correr e chamar a enfermeira ou o médico para aumentar a sedação”, conta Suely.

A família da paciente chegou a comprar um tipo de alimentação especial, que não tinha no hospital e deveria ser administrada com uma sonda. No entanto, a sonda não chegou a ser colocada, segundo parentes de Idelma.

No segundo dia de espera pela UTI, a possibilidade de chuva forte e queda de energia fizeram com que familiares de pacientes intubados alugassem um gerador. Na semana anterior, o hospital tinha ficado três horas seguidas sem energia elétrica.
 
Frustração

O leito para Idelma surgiu na manhã de 5 de março. Suely chegou a buscar a documentação da mãe para fazer a transferência, mas quando chegou ao hospital, recebeu a notícia que a mãe tinha acabado de morrer. A ambulância para buscá-la já estava na porta.

“Receber a notícia de que sua mãe foi embora é muito doloroso. Ainda mais quando a gente correu atrás de tudo que você pensar. Corremos atrás de UTI, medicamento, de tudo! Mas a doença não te dá opção para nada”, lembra Suely.

O marido de Idelma, o aposentado Wilson José, morreu de Covid-19 no dia seguinte. Ele estava internado em uma UTI de outra cidade. “Perdi minhas duas joias preciosas para uma doença maldita, mas o estado também não faz muito para salvar as vidas das pessoas”, lamenta.

Caos no interior

Cerca de 20 km de onde Idelma morreu à espera de UTI, fica a cidade de Inhumas, que faz parte da Região Metropolitana de Goiânia (RMG). O município de 53 mil habitantes foi o que teve mais óbitos de Covid-19 na fila por UTI em Goiás.

Foram 41 casos, o que representa uma taxa de 7,7 a cada 10 mil habitantes, maior entre as cidades com população acima de 5 mil pessoas. Grande parte das mortes na fila em Inhumas foi em março de 2021, quando foram registrados 30 casos. Uma média de um por dia.

Mortes na fila UTI covid

pacientes em leitos semi-intensivos na UPA de Inhumas, em Goiás. eles estão intubados e aguardam leitos de UTI para tratar a covid-19

paciente grave com covid-19 que aguarda leito de UTI, em Inhumas, Goiás

leitos improvisados em unidades de saúde de inhumas, goiás, para atender pacientes graves com covid-19

 

A lotação nas unidades de saúde de pacientes esperando vaga de UTI era tanta, que médicos da rede municipal de Inhumas fizeram uma carta aberta à sociedade em 14 de março. No documento, eles relataram dificuldade diária para conseguir estoque suficiente e sedativos.

“Vivemos um cenário de pacientes acordando, extubando, fazendo arritmias cardíacas e assincronia ventilatória, aumentando a chance de óbito, além do desespero por não ter o que fazer”, declararam médicos de Inhumas na carta.

Judicialização

Em um cenário de “uma tragédia nunca antes vista”, como foi descrito pelo promotor Mário Henrique Caixeta no início de março, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO) e o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) chegaram a recorrer ao Judiciário para garantir as vagas de UTI.

No entanto, mesmo quando saía uma decisão judicial favorável ao paciente na fila, a vaga não era oferecida e a decisão era revogada em segunda instância. A maioria que recorreu ao Judiciário morreu sem conseguir o leito.

As decisões judiciais determinando que o paciente na fila fosse transferido para a UTI foram proibidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) em 17 de março.

O presidente do órgão, desembargador Carlos Alberto França, entendeu que o Judiciário não pode substituir a equipe médica para eleger quais pacientes devem ser atendidos primeiro.

A decisão de prioridade na fila de UTI é feita por uma equipe médica do Complexo Regulador, que faz parte da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A escolha depende de fatores como a gravidade do paciente e as condições do local onde ele espera a vaga.

Em um despacho de 18 de março, o Complexo Regulador afirma que entre os fatores para a morte à espera de UTI estão: transporte impedido porque o paciente não tem condições, agravamento do paciente enquanto as buscas pela vaga ocorrem e quando o hospital que pediu a vaga não diz detalhes sobre o paciente, com exames e dados clínicos.

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