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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

30
Ago22

"Luciano Hang tira o corpo fora e ferra os amigos", por Lenio Luiz Streck

Talis Andrade

 

 
 
 
 
 
 
Lenio Luiz Streck
Está na hora de falar sobre Estado Laico no Brasil. Igreja é partido? Culto é comício? O que é isenção de impostos?Image

Myrian Clark recebe Lênio Streck, advogado do grupo Prerrogativas, para comentar sobre a operação que a Polícia Federal fez na casa de empresários bolsonaristas que apoiaram um golpe de Estado em um grupo de WhatsApp, caso Lula seja eleito.Image

Deus falou com pastor Wesley! Wesley é meu pastor e nada me sobrará!

 

por Lenio Luiz Streck

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Esse Brasil é bizarro. O mundo das religiões produz coisas bizarras. RR Soares, missionário líder da Igreja Internacional (porque tem a Universal e a Mundial), divulga cura de mais de 100 mil pessoas de Covid. Só não curou a si mesmo. Caiu no Lial Paradoxe às avessas: minha oração cura os fiéis. Eu sou um fiel. Logo, deveria ser curado também. E deu errado.

Já o missionário Valdomiro vendeu semente milagrosa para curar Covid. Claro: tudo em nome de o Senhor Jesus. Vendilhão de sementes... O que Jesus diria disso?

Mas COVID é o de menos. Travessia do sal também. Água ungida vendida em garrafinhas idem. Porque agora a coisa desandou para a política, mesmo. O pastor Wesley Carvalho, do Tocantins, recebeu um chamado de Deus. Sim, Deus falou com ele. Forte. Com veemência, diz Wesley. O lado político de Deus se manifestou!

Vejam. Tanta gente para Deus chamar. Imaginem a cena. Deus fala para Jesus: "- meu filho, preciso falar com alguém. Tem bilhões de pessoas. Só no Brasil tem mais de 200 milhões. Quem eu escolho?"

E fica em desespero divino. "- Poxa, céus, com quem falarei? Já sei. Com o pastor Wesley. Ele é o cara".

Então Deus disse ao pastor Wesley: "se Lula ganhar a eleição, as portas do inferno se abrirão". E Wesley vai e abre uma porta (claro: o pastor aprendeu com os repórteres de TV; fazem isomorfia: o time do Flamengo está subindo... e mostram um avião decolando... — sacaram?; faltou só Wesley mostrar uma lula... — afinal, isomorfia é isomorfia).

Eis o grande filósofo-pastor. O escolhido. Tanta gente e Deus foi nele. O iluminado. Aleluia. Glória a Deus.

Detalhe: a escolha do pastor Wesley é mais ou menos como o sujeito que é abduzido por ETs. Os ETs poderiam ir a Paris, Los Angeles, Alpes Suíços, mas escolhem uma cidadezinha do interior de um estado qualquer... do Brasil. Abduzem o cara várias vezes. E, no final, fazem uma operação na miopia do "escolhido". E lhe pregam uma peça. São muitos gozadores esses ETs. O sujeito de Quixadá tinha miopia de 9 graus. Depois da operação ficou com miopia 6. Bingo. Esses ETs... (fonte: Globo Repórter). Tem Paris e escolhem Araricá.

Nessa linha, outro pastor que recebe a "palavra" é o Silas Malafaia. Deus fala com ele. E ele leciona: Estado laico é uma coisa; laicismo é outra. Claro, pastor Silas. Expliquemos melhor: não-laicismo é receber isenção de impostos para fazer pregação partidária dentro dos templos?

Deixa-me ver o "neo-não-laicismo malafaico". Minha Constituição diz que é livre o pensamento religioso e livre o exercício de cultos. De onde se extrai que culto não é comício e templo não é comitê eleitoral. Ou é?

Os templos são isentos de impostos. Ok. São. Só que os salários dos pastores não são isentos de imposto de renda. Silas insiste: Estado é laico. Mas não é laicista. Pois então. Comprar automóvel com isenção é extensão do templo e da fé? Hum. Outra coisa: templos são isentos se fizerem cultos. Se fizerem comícios, já não são templos compatíveis com a isenção. Óbvio e simples assim.

Por que não abre um partido político em vez de uma igreja? O problema talvez seja o dízimo...!

A propósito: a parte da Bíblia (Mateus, 21:12) que fala dos vendilhões do templo e sua expulsão... nem falar, certo?

Deus, que fala com esses pastores, poderia lhes lembrar dessa passagem da Sua palavra. Afinal, a Bíblia não é a palavra de Deus?

Estou achando que foram os pastores que inventaram o Pix.

É isso. Deus não tem o que fazer e resolve se comunicar com alguns pastores. Engraçado que sempre são de determinados matizes. O papa Francisco não recebe esse chamado. Está por fora. O papa já não é pop. O pastor Wesley é que é o cara. O papa deve se lamentar: " - poxa, eu sou o sucessor de Pedro; e Deus foi falar com o Wesley"?

Como será a voz de Deus? Imaginem Ele chamando Wesley: "Wesley... quero lhe falar... Pare de contar essas notas de R$ 10 e R$ 5 arrecadados dos seus fiéis há pouco, leia o meu livro e veja bem essa parte: Mateus 22, 15:22". E Wesley saiu fazendo fake news...

Esse Deus...

Post scriptum: está na hora de falarmos em republicanês, língua esquecida de há muito. O jogo de linguagem da república não contempla o idioma vigente em terrae brasilis. Ou seja, em bom português: precisamos falar sobre as igrejas, seus cultos, suas isenções, seu "laicismo" e discutirmos o que é Estado Laico.

Urgentemente. Antes que voltemos à Idade Média. E antes que Wesley faça novas revelações...! Vai ver Wesley é novo messias...! Vai saber...

"#Wesley é meu pastor — nada me sobrará"!

!BelezaPura! 
@Beleza1965Pura
Replying to
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Nacho Lemus
@LemusteleSUR
Hoy se encontró con la indigenista , viuda de Bruno Pereira, indigenista recientemente asesinado. El candidato recibió propuestas de para la garantía de los derechos de pueblos indígenas aislados. La raíz de la Amazonía en clave electoral.
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Fabiana Pulcineli
@fpulcineli
O líder da igreja passou a pregar contra voto em "partidos vermelhos", dois fieis reagiram, teve briga e o outro fiel, PM, atirou na perna do "irmão". Homem é baleado por PM após discussão sobre política em igreja de Goiânia
Blog do Noblat
@BlogdoNoblat
“Quando alguém mentirosamente diz que, se o presidente Lula ganhar as eleições, ele vai fechar as igrejas, isso é uma forma mentirosa que desabona a própria fé. Lula esteve no governo por dois mandatos, nunca fez isso”. (Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente)
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Sérgio A J Barretto
@SergioAJBarrett
Então o pastor da Michelle, Josué Valandro Júnior, está sendo acusado de acobertar golpes de fiéis e até de ameaçar uma dona de casa por dinheiro? Enquanto isso, ela vai dando os seus pulinhos de "fé"
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Revista Fórum
@revistaforum
Pastor de Michelle Bolsonaro é acusado de acobertar golpe de colega em fiéis Dona de casa que perdeu R$ 726 mil reais apresentou mensagem em que é ameaçada por Josué Valandro Jr., pastor que orou ao lado de Bolsonaro em 2018. Duas fiéis da igreja evangélica afirmam ter transferido, em 2017, quase R$ 1 milhão para uma conta nos Estados Unidos em nome de uma empresa do pastor Oséias Oliveira, cobrador de indulgências 
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Jornalista Hélio Schwartsman pergunta: é normal as forças armadas participarem de 7 set. Mas, se o Presidente transformar o evento em comício, isso nao transgride lei eleitoral? E vai ficar assim? Minha resposta complexa ao Hélio: Vai!
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Alguém sabe se há plano de estabelecer a Sharia no Brasil? O governo de Bolsonaro distribuiu para a PRF (Polícia da Rod Fed) livros com a recomendação de leitura diária da Bíblia no ambiente de trabalho. Bingo. Nilsinho Clava aparecerá vestido de afegão! Com uma Bíblia!
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Muitos acham exagerada a ação determinada pelo STF. Dizem: ah, era bazófia dos empresários. OK. Sugiro substituirmos “golpe de Estado” por assalto a banco. Aí é ruim? OK. Golpe é coisa que pode estar na boca de qqr um. Já assalto, não. Ah, bom. Democracia está com valor baixo.
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Concurso “neurônio de ouro”: ganha almoço no coco bambu quem seguir a pista dos financiadores dos outdoors pregando golpe em 7 de set, espalhados principalmente em Brasília. Quer arriscar? É agora ou nunca! Com ou sem sarcasmo!
O Brasil morre no final? Juíz federal do Paraná participa de grupo de Whats que prega GOLPE de estado. Corregedoria do TRT ignora. Arquiva. Juíz diz: só estava no grupo. Só estava? Ah, Entendi: um “observador”. Como o cara na zona. Ou na sauna! Só olhando, Um voyeur de golpe!
17
Ago22

Histórias viscerais

Talis Andrade

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por Sergio Ramírez

Aqueles que morriam em odor de santidade transferiam a fama de seus poderes milagrosos para suas vísceras, falanges, membros e outras partes de seu corpo, e por isso eram desmembrados e distribuídos em santuários e igrejas, um coração dentro de um peitoral de ouro bordado com pedras preciosas, um braço ou uma perna em armadura de prata, um dedo em um dedal de ourives. Aconteceu até com os mais humildes servos de Deus, como São João da Cruz, ou com os mais cultos, como Santa Teresa.

Mas também acontece com santos leigos embalsamados, como Eva Perón; ou com os presidentes todo-poderosos quando reivindicam a eternidade além de sua morte; ou com os imperadores, quando seus corpos, ou suas vísceras, são úteis, mesmo séculos depois, em termos eleitorais. Vamos por partes.

Na manhã de 6 de agosto de 1875, o presidente do Equador Gabriel García Moreno, do lado conservador, que logo iniciaria seu terceiro mandato, voltava a pé ao Palácio Nacional, depois de ter recebido a comunhão na igreja de Santo Domingo, quando foi baleado e morto com facões por um grupo de conspiradores do lado liberal.

No dia seguinte, o cadáver presidiu seu próprio funeral. Vestido com o uniforme de desfile do comandante supremo, o bicorne de penas na cabeça e a faixa no peito, ele apareceu sentado na cadeira presidencial no altar principal da catedral, enquanto os religiosos cantavam o ofício dos mortos e o protocolo foi seguido de funerais de estado ditados por ele mesmo.

Essa foto está lá fora, prova de que o romancista não está mentindo. Feito para esconder a palidez da morte, as sobrancelhas repintadas, os olhos semicerrados e a boca grotescamente aberta, atrás dele está um guarda dos granadeiros, com seus altos bonés de pele de urso, baionetas vazadas e estranhamente vestido com aventais forenses.

Houve tentativas frustradas de canonizar García Granados, um católico devoto. Enterrado na catedral de Quito, os altos e baixos da política levaram a temores de profanação, e o corpo foi movido secretamente de um esconderijo para outro, até terminar na igreja de Santa Catalina de Siena, onde foi descoberto cem anos depois de sua morte, em uma cripta do lado direito do altar-mor.

O coração, que havia sido removido para preservá-lo como relíquia, foi escondido separadamente em uma coluna no claustro do Bom Pastor, junto com a do Arcebispo de Quito, Monsenhor José Ignacio Checa y Barba, que morreu depois de beber o envenenado vinho do cálice no escritório da Sexta-feira Santa de 1877. Importa também o que a realidade dá ao romancista.

E aqui está a outra história. Na igreja da irmandade de Nossa Senhora da Lapa, no Porto, está o coração de D. Pedro de Alcântara, Rei de Portugal e Imperador do Brasil após a proclamação em 1822 da independência desta imensa colônia americana que era por si só um continente, um caso único na história da América Latina de um monarca reverenciado como herói.

Dom Pedro, exilado do Brasil, morreu em 1834 no Paço Real de Queluz, em Portugal, consumido pela tuberculose. Mas antes disso, ditou sua famosa carta aberta aos brasileiros: “A escravidão é um mal, um atentado contra os direitos e a dignidade da espécie humana, mas suas consequências são menos danosas para quem sofre cativeiro do que para a Nação cujas leis eles permitem. É um câncer que corrói sua moralidade.”

E providenciou para que seu coração ficasse na igreja da Lapa, enquanto seu corpo foi sepultado no Panteão Real da dinastia Bragança, na igreja de São Vicente de Fora. Em 1972, quando se comemorava o 150º aniversário da independência do Brasil, a ditadura militar, evocando sua fama de “rei soldado” e não de inimigo da escravidão, conseguiu que os ossos do imperador fossem transferidos de Portugal, desfilando com grande pompa por todo o o país antes de ser enterrado no mausoléu imperial no Ipiranga, São Paulo, onde proclamou o Brasil livre do jugo de Portugal. Ele estava então travando uma campanha em que era forçado a descer do cavalo em cada etapa, sofrendo de diarréia.

Se a ditadura conseguiu apoderar-se dos ossos do “rei soldado”, agora o presidente Jair Bolsonaro, que não esconde em absoluto a saudade do regime militar, conseguiu que a Câmara Municipal do Porto lhe emprestasse o coração de Dom Pedro por ocasião das comemorações do segundo centenário da independência.

Bolsonaro, que busca a reeleição, proclama que se sente imortal, que só Deus o tira do poder e ameaça com golpe se perder. As eleições presidenciais, nas quais ele tem desvantagem nas pesquisas contra Lula da Silva, são em 2 de outubro, e a celebração da independência, em 7 de setembro.

O coração será transportado em avião da Força Aérea Brasileira, e certamente Bolsonaro o receberá no aeroporto para aproveitá-lo eleitoralmente, e exibir triunfantemente a urna em comícios.

Grande oportunidade para um homem tão visceral.

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14
Ago22

Michelle em culto religioso chama Bolsonaro de "rei que governa essa nação"

Talis Andrade

 

Na mesma igreja, pastor chama Michelle de "rainha"

 

A primeira-dama Michelle Bolsonaro fez uma fala de aproximadamente cinco minutos, ao lado de Jair Bolsonaro (PL), durante culto evangélico em Belo Horizonte, onde chamou seu marido de "rei do Brasil" , e comparou o presidente ("rei" do Brasil) a Jesus Cristo, e afirmou que, antes de sua presença, o Palácio do Planalto estaria “consagrado a demônios”.Image

Bolsonaro por Quinho

 

Podem me chamar de fanática, podem me chamar de louca”, disse a primeira-dama em preparação à fala sobre demônios no Planalto. E não passou disso. Todo o discurso girou em torno de autoelogios de cunho religioso, invocando uma narrativa de que 'Deus teria escolhido um reles deputado e uma simples dona de casa para guiar o país'.

Com base nesse fanatismo religioso, Deus matou Tancredo Neves, na véspera da posse, para José Sarney, o vice, governar o Brasil. Deus empossou Fernando Collor em 15 de março de 1990. Deus deu um golpe em Dilma, para Michel Temer ser presidente; e Lula preso, para Bolsonaro ser eleito em 2018.

Foi no dia deste discurso que Michelle Bolsonaro tirou foto com a terceira esposa do assassino de Daniella Perez, a maquiadora Juliana Lacerda, casada com o pastor Guilherme de Pádua, homicida confesso, condenado e preso junto com a primeira mulher Paula Tomaz.

Fúria assassina: Dezoito punhadas contra uma jovem de 22 anos que o Brasil amava. Um crime por motivos fúteis: o assassino invejava a fama da vítima, a vingança do assediador rejeitado; a assassina, doente de ciúme, uma paranóia de psicopata. 

 

 

A fotografia indica uma proximidade física muito íntima para ser chamada de selfie. O discurso foi na igreja que Guilherme de Pádua é pastor. Michele e Bolsonaro juram que não conhecem o pastor da igreja que frequentam e discursam.

 

No início da pandemia, em 2020, quando Bolsonaro convocou seus apoiadores a irem às ruas contra o isolamento social, o presidente negacionista, que defendia o genocídio da imunidade de rebanho, ganhou apoio de Guilherme de Pádua:

"Esses políticos corruptos, esses esquemas de tetas públicas que o pessoal fica só explorando o povo brasileiro, e o dinheiro e as melhorias não chegam na mão do povo, não chegam na vida do povo. Se Deus quiser, o Brasil vai mudar”, escreveu e ex-ator em suas redes.

No mesmo ano, durante as eleições municipais, Pádua tuitou: "quem está decidindo as eleições não são os radicais, nem de direita nem de esquerda. São os moderados, aqueles que querem um Brasil melhor, que querem um Brasil pacificado. Então, seja quem ganhar parece que a chance é maior do Bolsonaro."
 
No ato, bolsonaristas gritaram palavras de ordem antidemocráticas contra o Supremo Tribunal Federal, o Congresso e a imprensa. Sempre juntos, o presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus ministros, novamente, participaram.
 
 

Bolsonaro diz que questionou Michelle após foto com mulher de Pádua

 

por Gabryella Garcia e Tiago Minervino /UOL

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que questionou a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, sobre a foto tirada por ela com Juliana Lacerda, esposa do ex-ator Guilherme de Pádua, durante um culto na Igreja Batista Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), no último dia 7. Pádua foi preso e condenado pelo assassinato da atriz Daniella Perez em 1992.

Segundo Bolsonaro, Michelle alegou que tirou cerca de cem fotos naquele dia e afirmou não saber se tratar de Juliana Lacerda, que não se identificou como a atual esposa de Guilherme de Pádua. O presidente ainda negou que ele e a primeira-dama tenham almoçado com o casal, e ressaltou que deixou o culto e retornou para Brasília, enquanto sua esposa permaneceu na capital mineira, para almoçar com os familiares do pastor Márcio Valadão.

Não almocei lá e a Michelle ficou. [Quando a foto saiu] eu conversei com ela, porque apareceu uma foto dessas com a tal esposa do Guilherme de Pádua. Então, ela falou: 'eu tirei umas cem fotografias, então não sei quem tirou comigo'. Ela [Juliana] não falou quem ela era, e no almoço tem uma mesa reservada com os familiares do pastor Valadão."

Ontem (12), por meio de vídeo publicado nas redes sociais, Guilherme de Pádua e Juliana Lacerda também negaram que tinham almoçado com Jair e Michelle Bolsonaro em Belo Horizonte.

O pastor homicida afirma que não compareceu ao culto, pois desde que o documentário "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez", da HBO Max, estreou, ele tem "ficado quieto porque tem sido uma fase difícil" de sua vida, devido ao sucesso da produção, que voltou a colocar o crime que chocou o país no centro das atenções.

Juliana Lacerda ressaltou que Michelle Bolsonaro "nem sabia" quem ela era quando tirou a foto.

"Eu nunca troquei uma palavra sequer com ela. Nunca mesmo. Ela nem sabia quem eu era. Ela simplesmente foi lá, gentil que é, uma pessoa extremamente simples, uma mulher de Deus, porque eu sou fã, e ela tirou essa foto comigo, como [com] todos ali nessa fila, nessa comemoração. Foi apenas isso", pontuou.

 

Michelle disse que Planalto já foi 'consagrado a demônios'. Rosane revela que Collor cultuava magia negra

 

Bolsonaro imita pessoa com falta de ar para criticar medidas de Mandetta  quando era ministro - YouTube

Bolsonaro imita a morte de um paciente de covid 

 

A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou durante o culto em Belo Horizonte, que o Planalto já foi "consagrado a demônios". Os dois estiveram em um evento em comemoração ao Jubileu de Ouro do pastor Márcio Valadão. [Na igreja do pastor Guilherme de Pádua]

"Podem me chamar de louca, podem me chamar de fanática, eu vou continuar louvando nosso Deus, vou continuar orando", disse ela, ao lado presidente Jair Bolsonaro.

Vou continuar orando e intercedendo em todos os lugares, e sabe por que, irmãos? Porque por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar foi um lugar consagrado a demônios. Cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios e hoje consagrado ao senhor Jesus. Ali, eu sempre falo e falo para ele [Bolsonaro], quando eu entro na sala dele e olho para ele: essa cadeira é do presidente maior, é do rei que governa essa nação", afirmou Michelle.

Se Bolsonaro é o "presidente maior", o "rei que governa essa nação", Michelle é o quê?

Primeira-dama vem sendo comparada à personagem bíblica Rainha Ester por pastores bolsonaristas, que misturam política e religião.

Reportagem Bianca Muniz, Matheus Santino e Mariama Correia

Colaboraram Nathallia Fonseca e Mônica Gugliano

Essa reportagem foi originalmente publicada pela Agência Pública e faz parte do Sentinela Eleitoral, projeto que investiga e analisa as redes de manipulação do debate público (fake news) nas eleições em parceria com o Berkman Klein Center for Internet & Society da Universidade de Harvard.

“Michelle Bolsonaro, a rainha Ester da nossa geração. Você concorda?”. A publicação nos perfis do Instagram do casal cristão conservador, o vereador por Recife Júnior Tércio e da deputada estadual de Pernambuco, Clarissa Tércio, ambos do PP, tem quase 111 mil curtidas. Entre os mais de 1,1 mil comentários de apoio, uma seguidora comentou: “mulher segundo o coração de Deus”. O post foi feito dois dias depois do discurso de Michelle na convenção do PL, que oficializou a pré-candidatura do presidente à reeleição. Na ocasião, a primeira-dama afirmou: “Bolsonaro é um escolhido de Deus”.

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Essa não foi a primeira vez em que Michelle foi comparada à Ester — personagem da Bíblia que se tornou rainha e foi usada por Deus para salvar o povo hebreu. O paralelo tem sido recorrente nas redes bolsonaristas desde julho. Grupos de Whatsapp e Telegram vêm reagindo com entusiasmo ao protagonismo assumido pela primeira-dama na campanha do marido. E o discurso dela no anúncio oficial da pré-candidatura de Bolsonaro, no dia 24 de julho, foi o ponto de virada para consolidar a imagem de mulher de fé que intercede pelo povo, tal qual a heroína bíblica.

Uma semana antes da convenção (17 a 23 de julho), Michelle tinha uma média diária de 32 citações no Twitter. Na semana seguinte, a média pulou para 350 citações. Somente entre os dias 24 e 26 de julho, foram quase 2 mil. O post com maior quantidade de interações partiu da conta da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, pré-candidata pelo Republicanos. Amiga de Michelle, Damares tuitou, no mesmo dia da convenção, um trecho do vídeo do discurso. O post tem mais de 10 mil curtidas e o vídeo supera as 76 mil visualizações.

No trecho compartilhado pela ex-ministra, Michelle afirma: “A reeleição não é por um projeto de poder como muitos pensam. Não é por status porque é muito difícil estar desse lado. A reeleição é por um propósito de libertação”. Michelle, que nunca fez curso de teologia como Damares, mas atua como intérprete de Libras nos cultos da Igreja Batista Atitude, fala em tom de pregação. No discurso completo, a primeira-dama misturou política e religião, evocando a guerra do “bem contra o mal”, tônica atual dos pronunciamentos de Bolsonaro. Usou muitas referências bíblicas e “aleluias”. Disse que ora todas as terças-feiras no gabinete presidencial e questionou o fato do presidente ser considerado alguém que não gosta de mulheres, usando como argumento a quantidade de leis de proteção a mulher sancionadas por Bolsonaro. Mas ela inflou os dados, como mostrou a reportagem do Estadão.

 

 

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Publicação da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, teve a maior quantidade de interações no Twitter/Reprodução Damares Alves

 

Desde o dia do lançamento da campanha até 10 de agosto, o Sentinela Eleitoral da Agência Pública monitorou 238 menções à Michelle Bolsonaro em 115 grupos e canais bolsonaristas no Telegram. Em comparação, na semana anterior, de 17 a 23 de julho, foram apenas sete mensagens. Trechos da fala dela em vídeo começaram a circular entre os apoiadores. Um post, originalmente publicado no Twitter pelo empresário bolsonarista Luciano Hang, foi compartilhado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente, no seu canal do Telegram, que tem mais de 111 mil inscritos. O conteúdo também foi compartilhado no grupo Aliança com Bolsonaro, com quase 2 mil membros. No total, esse vídeo alcançou 15,3 mil visualizações no Telegram.

Grande parte dos conteúdos compartilhados nos grupos de Telegram bolsonaristas monitorados pela reportagem se referem a Michelle com termos religiosos. Ela é chamada de “intercessora”, “mulher virtuosa e de oração”, “profetisa”, exemplo de “amor, fé e força”. Mas um membro da campanha de Bolsonaro disse à reportagem, em condição de sigilo, que o papel dela na campanha vai além da forte identificação com o eleitorado evangélico conservador, sobretudo com as mulheres cristãs. “Ela é testemunha da humanidade do presidente. Ninguém mais, só ela pode dar esse testemunho”, disse.

Jacqueline Moraes Teixeira, antropóloga, professora do Departamento de Sociologia da UnB, que pesquisa mulheres pentecostais na política, diz que existe uma imagem pública do presidente como “uma pessoa limitada e falha”. Nesse ponto, “o compromisso de dignificar essa posição de liderança do Bolsonaro é estabelecido a partir da posição da mulher, nesse caso a Michelle”, comenta . Michelle simboliza, para Jacqueline, a personificação da “mulher virtuosa bíblica”, “que é colocada numa posição de poder para garantir que o homem desempenhe uma boa liderança”. “Ela já era conhecida como a esposa evangélica de um marido que não é evangélico, mas que assume esses compromissos diante de Deus”, explica.

 

“MICHELLE MOSTRA SUA FORÇA, CONTAGIA O PÚBLICO E EMOCIONA O PRESIDENTE”

 

A pesquisadora Jacqueline Teixeira considera a posição de Michelle Bolsonaro fundamental no pleito eleitoral deste ano para alcançar o público feminino evangélico que ainda não fechou voto em Bolsonaro. “O voto de confiança seria em Michelle, não no Bolsonaro”, explica Jacqueline. Segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, 29% das evangélicas declaram apoio a Bolsonaro e 25% a Lula (PT), o que é considerado um empate técnico. Entre os homens evangélicos, Bolsonaro tem 48% das intenções de voto e 20 pontos percentuais de vantagem em relação a Lula. A pesquisa foi publicada no fim de julho.

No começo de agosto, Michelle voltou a agitar as redes bolsonaristas com seu discurso na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG) . Um dos conteúdos compartilhados nos grupos de Telegram é uma postagem do site Jornal da Cidade Online, site citado na CPI das Fake News por publicar conteúdos de desinformação. “Michelle mostra sua força, contagia o público e emociona o presidente”, diz a manchete, compartilhada com o comentário: “Que momento fantástico!”.

Durante a fala no culto da Lagoinha, Michelle citou novamente a guerra do bem contra o mal e afirmou que, por muito tempo, o Planalto foi um lugar “consagrado a demônios”. Também voltou a falar do exercício do cargo presidencial como uma tarefa penosa para Bolsonaro e sua família. Ao seu lado, o presidente chorou. Um dos vídeos mais compartilhados nos grupos monitorados pelo Sentinela Eleitoral, entre os dias 7 a 10 de agosto, reproduz um trecho desse discurso. O conteúdo foi originalmente compartilhado pela deputada federal Carla Zambelli (PL) e alcançou 17,6 mil visualizações.

Este conteúdo faz parte do Sentinela Eleitoral, projeto da Agência Pública que investiga e analisa as redes de manipulação do debate público (fake news) nas eleições em parceria com o Berkman Klein Center for Internet & Society da Universidade de Harvard. https://apublica.org/sentinela/

Que faria Michelle se Bolsonaro recebesse um banho de pipoca?

A primeira-dama Michelle Bolsonaro compartilhou em seu perfil nas redes sociais um vídeo antigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participando de uma celebração da umbanda, religião de matriz africana. Acompanhado das imagens, ela escreveu: “Isso pode né! Eu falar de Deus não”. O 'isso" de Michelle é o quê?  Quem? O vídeo foi gravado no ano passado durante evento na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador. As imagens de Lula recebendo um banho de pipoca foram compartilhadas em um perfil nas redes sociais do deputado Paulo Teixeira (PT) em 26 de agosto de 2021. 

 

No Twitter, Michelle Bolsonaro foi mencionada mais de 900 vezes entre os dias 7 e 8 de agosto. O impulsionamento também tem relação com a publicação de um story no Instagram da primeira-dama, no dia 8. Ela compartilhou uma gravação do ex-presidente Lula recebendo banho de pipoca de lideranças de religiões de matriz africanas durante evento na Assembleia Legislativa na Bahia. Michelle escreveu no post: “Isso pode né! Eu falar de Deus, não!”. No mesmo dia 8, circulou a informação de que o perfil da primeira-dama no Twitter teria sido suspenso por publicar conteúdo de intolerância religiosa. Na verdade Michelle nunca teve conta oficial no Twitter, como ela mesma esclareceu em comunicado. O perfil oficial da esposa do presidente no Instagram, onde o conteúdo contra Lula foi originalmente compartilhado, continua ativo. Para Michelle, banho de sangue, pode. Banho de sangue no golpe de 1964, nos massacres policiais principalmente no Rio de Janeiro de Cláudio Casto "rei das chacinas". 

 

 

 

Michelle Bolsonaro cometeu crime de intolerância e deve ser punida, diz Eduardo Guimarães

 

Em entrevista à TV 247, o jornalista Eduardo Guimarães cobrou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, seja criminalizada por promover discurso de ódio contra as religiões de matriz africana. A fala de Guimarães acontece após Michelle compartilhar em sua conta no Instagram um vídeo ofendendo o ex-presidente Lula (PT) e os povos de religiões africanas.

No vídeo, que afirma que Lula "entregou sua alma para vencer essa eleição", Michelle diz: “isso pode, né! Eu falar de Deus, não”.

“Ela tem  que respeitar. Se não pela ética, pela força da lei que criminaliza o preconceito e intolerância religiosa, que prevê de um a três anos de reclusão e multa”, esclarece o jornalista.

Guimarães põe em cheque a personalidade de Michelle Bolsonaro e diz que ela é “uma pessoa feroz”. “Como é que uma pessoa que age como uma liderança religiosa trata desta forma uma outra religião? As religiões se respeitam. Esses ataques virulentos vão mostrando que aquela carinha de pasmada é só uma cara. Por baixo tem uma pessoa feroz”, finaliza Guimarães. 

A postagem preconceituosa vem na esteira do uso do Palácio do Planalto para a realização de cultos evangélicos e de declarações de que o local "já foi consagrado a demônios."

Nada cristão. Michelle jamais chamou os avós, os pais, os irmãos, os sobrinhos, os familiares paternos e maternos, moradores de Brasília, para participarem dos cultos. Só gente rica. Michelle  repete fala de Rosane Collor sobre magia negra. 

 

 

09
Dez21

"O Brasil segue sendo um dos países com maior desigualdade social e de renda no mundo"

Talis Andrade

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Manuela d'Ávila no Twitter

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Manuela
Agora sim uma escultura que representa o que o povo brasileiro está passando: fome e desemprego! A "vaca magra" é da artista Márcia Pinheiro e foi instalada em frente à Bolsa de Valores.Image
Para o ministro da saúde, a liberdade vale mais que a vida. Será? Confiram um trecho da minha entrevista para o MyNews. A íntegra você confere no vídeo da jornalista Myrian Clark:

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"Em 2022 nós precisamos de unidade, humildade e pé no chão. Humildade porque vai ser uma batalha difícil e existe uma máquina poderosa que joga sujo. Unidade porque se diante disso não tivermos unidade quando teremos? E muito pé no chão e conexão com o nosso povo".

"Eles vão ampliando e naturalizando a violência e fazem isso porque sabem que vozes como a da Daiana, da Karen, da Bruna, da Laura e do Matheus, aqui em Porto Alegre, são o caminho do futuro".

"Eles buscam argumentos para legitimar uma política centrada no extermínio da população brasileira. Mais de 600 mil famílias não vão passar o Natal com seus amores porque esses amores morreram durante uma pandemia que vitimou o nosso país de Norte a Sul."

"O que me espanta é essa naturalidade com que as instituições veem parlamentares sendo ameaçados, sempre pela extrema direita, e são sempre as mulheres e homens de esquerda os ameaçados, e continuam agindo como se nada tivesse acontecido."Image

Já é natal no posto de saúde de Santa Teresa, Rio de Janeiro  Que acharam dessa árvore feita com os vidros vazios das vacinas contra a covid-19?  #vacinajáwww.brasil247.com - { imgCaption }}

Ao escolher não cobrar comprovante de vacinação de estrangeiros que entram no Brasil, Bolsonaro decide colocar nosso país no centro do negacionismo mundial e põe em risco a vida dos brasileiros expostos a novas variantes. Genocida.
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O Brasil segue sendo um dos países com maior desigualdade social e de renda no mundo, é o que indica o estudo do Laboratório das Desigualdades Mundiais.

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