![Segundo o juiz, o corpo da esposa foi encontrado no estacionamento do edifÃcio Rio Niño. O prédio nega a informação.]()
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Segundo o juiz, o corpo da esposa foi encontrado no estacionamento do edifício Rio Niño. O prédio nega a informação
Segundo o condomínio, o juiz não morava no prédio em que afirmou ter encontrado o corpo da esposa e ele também não visitou o local
DOL - A morte da juiza Monica Maria Andrade Figueiredo se tornou o assunto mais comentado de Belém nesta terça-feira (17), após o marido, o também juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, chegar com o corpo dela de carro na sede da Divisão de Homicídios, no bairro de São Brás, relatando ter encontrado a mulher morta após um suicídio.
Segundo um boletim de ocorrência registrado pelo magistrado ao chegar na polícia, ele encontrou o corpo da mulher com uma perfuração de bala no peito já dentro do carro, que estaria no estacionamento do condomínio Rio Miño, na avenida Gentil Bittercourt, no bairro de Nazaré. No começo da tarde, a perícia que seria realizada no veículo foi cancelada. Posteriormente, o caso ganha nova reviravolta. A administração do prédio negou a ocorrência, afirmando que o juiz não esteve no local e nem sequer morava lá.
Segundo pessoas ligadas ao condomínio, não foi ouvido nenhum barulho de tiro ou zoada na noite de segunda-feira (16), quando o juiz afirmou ter discutido com a esposa, e manhã desta terça-feira (17), quando o corpo teria sido encontrado morto no estacionamento, dentro do carro, com a porta aberta.
O condomínio ainda afirma que o juiz já havia morado no local, mas não estava lá há cerca de cinco anos, sem ter tido registro de entrada dele na noite anterior.
O incidente chamou a atenção devido ao fato do juiz ter levado o corpo da mulher de carro para a polícia, contrariando as orientações de preservar locais de ocorridos assim para que o trabalho da perícia seja realizado. A polícia [amiga] chegou a reforçar que a perícia no carro do juiz foi cancelada justamente porque o veículo teria sido "prejudicado", impedido a atuação dos papiloscopistas.
De acordo com depoimento de João Augusto Figueiredo, os dois tiveram uma discussão na segunda-feira à noite. Após o desentendimento, segundo os registros do Boletim de Ocorrência, Mônica teria arrumado as coisas e saído do apartamento, afirmando retornar para o Rio Grande do Norte. Na manhã da terça-feira, ao acordar, por volta das 6h40, o juiz não teria conseguido encontrar a chave do carro para ir ao trabalho.
Por causa disso, ele teria usado uma chave reserva. Ao chegar ao veículo, no estacionamento do condomínio onde mora, deparou-se com a porta do carro aberta e percebeu que a esposa estava lá. A princípio, conforme o depoimento, o juiz havia imaginado que Mônica passou a noite no veículo, mas, logo em seguida, notou que ela havia cometido suicídio.
O magistrado informou à Polícia que a juíza utilizou a arma de fogo dele, que sempre fica guardada no veículo. Segundo o boletim, “o relator [juiz João Augusto de Figueiredo] encontrou o corpo da esposa enrijecido, frio e com sangue saindo da boca”.
João Augusto Figueiredo é juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Belém, ligada ao Tribunal de Justiça do Pará (TJPA).
Segundo O Liberal, a administração do residencial, localizado no bairro de Nazaré, em Belém, informou que nem o juiz nem magistrada moravam no condomínio.
“Anderson Souza Alves, gerente do condomínio Rio Miño, afirma que o juiz João Augusto não mora no prédio há pelo menos cinco anos. E nunca viu ou ouviu falar da juíza Mônica. Em entrevista por telefone à Redação Integrada de O Liberal, ele informou que conversou com os porteiros e moradores e não houve nenhum registro de entrada ou saída de ambos, nem mesmo como convidados ou moradores”, diz a reportagem do jornal paraense.
A TRIBUNA DO NORTE fez contato com o residencial. Um funcionário da portaria disse à reportagem que trabalha no condomínio há três anos e contou nunca ter visto os juízes por lá. O funcionário confirmou que os dois não moravam no prédio. O porteiro disse não saber se o juiz já foi morador de lá, conforme informações da reportagem dO Liberal. No Boletim de Ocorrência, o nome do condomínio não é citado, mas o endereço que consta no documento (Avenida Gentil Bittencourt, nº 226, Nazaré, Belém-PA) é o mesmo do residencial Rio Miño.
[O juiz mentiu? Qual o verdadeiro endereço residencial do juiz e da vítima em Belém?]
A Associação de Magistrados do Rio Grande do Norte (Amarn) vai acompanhar as investigações policiais?
Segundo informações do jornal O Liberal, do Pará, a juíza Monica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira tinha 47 anos e nasceu em Barra de Santana, município localizado na Região Metropolitana de Campina Grande, na Paraíba. Ela se formou no curso de direito na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), sendo aprovada como juíza nos estados do Ceará e, em seguida, no Rio Grande do Norte, onde atuava na 38ª Zona Eleitoral de Martins.
Monica tinha dois filhos, um adulto e uma adolescente, do primeiro casamento.