Discurso do deputado federal com falas transfóbicas é aplaudido em comunidades masculinistas nas redes sociais
por Maria Dulce Miranda /Correio Braziliende /Estado de Minas
Em dois dos grupos de red pill em que a equipe do Estado de Minas se infiltrou no Facebook, diversos posts exaltam as atitudes do deputado federal Nikolas Pereira (PL-MG). O grande destaque das publicações é o discurso com teor transfóbico no dia das mulheres feito pelo parlamentar no plenário da Câmara dos Deputados.
Com uma peruca loira, Nikolas ironizou as mulheres trans e afirmou que, com o adereço, se "sentia mulher". Em determinado momento, também em tom jocoso, o parlamentar se autointitulou de "deputada Nikole".
No grupo ‘Redpill, Sigma & Mgtow Brasil’, a notícia do discurso foi compartilhada com um comentário sucinto: “Herói”. Outros homens responderam à publicação parabenizando a ação de Nikolas. “Estamos bem representados, senhores”, disse um deles.
Chamado de “futuro presidente do Brasil”, Nikolas é elogiado pelos red pill por usar “o sistema contra o sistema”. Ou seja, na visão desses homens, ao dizer, em tom de chacota, que se sentia mulher, a acusação contra transfobia seria descabida.
Na publicação também não faltaram críticas à esquerda e ao movimento feminista. “Essa esquerda é muito ‘mimizenta’”, apontou um membro do grupo. Outro homem disse que não acredita existir algum red pill que tenha votado no Lula. “Não existe red pill de esquerda, mano. Vai totalmente contra a ideologia feministo (sic) deles”, concordou outro.
‘Padrinho’
No grupo ‘Elite Red Pill’, um vídeo analisando o discurso transfóbico de Nikolas foi compartilhado. Com o título “Nikolas Ferreira foi ‘ajudar’ as mulheres e se lasca (sic)”, o vídeo de 22 minutos foi publicado no YouTube em um canal chamado Don Sandro, com mais de 100 mil inscritos.
Red pill critica discurso de Nikolas. Para ele, o parlamentar deveria sugerir novas leis para defender os homens
Nas imagens, o homem afirma que Nikolas é um “conservador 2.0”, que gasta uma “energia enorme” em pautas menos urgentes. “Enquanto eles despendem uma energia assombrosa contra pautas como LGBT, dezenas de leis que beneficiam as mulheres em geral e acabam com a vida dos homens são todas aprovadas, inclusive com o voto deles”, afirma Don Sandro se referindo ao projeto de lei que pretende criminalizar a misoginia.
Na publicação, o homem chama o Don Sandro de “nosso padrinho”, em uma referência ao filme ‘O poderoso chefão’. “Como sempre, nosso padrinho extremamente preciso em seus comentários: quando que os manginas vão aprender que as mulheres não querem ser ajudadas?”, postou o homem, usando o termo ‘mangina’ para definir Nikolas, expressão que diz de homens que adoram se rebaixar para mulheres.
Por fim, ele pede para que Nikolas use seu espaço para criar leis que beneficiem os homens. Mas, nem na postagem do grupo, nem nos comentários do vídeo no YouTube Nikolas é criticado por utilizar um discurso transfóbico. Apenas por não “focar nos homens”.
Mesmo porque os membros do Elite RedPill aplaudiram uma notícia que dizia que um pai espancou uma mulher trans depois que ela teria vencido a filha desse homem em um campeonato de jiu-jitsu. É importante destacar que a notícia é falsa e o texto só é encontrado em sites não confiáveis. “Errado não está. Por que não entra em um campeonato com homens?”, disse um dos membros.
A notícia falsa de que um pai teria agredido uma mulher trans foi tema de conversa entre os red pill.
Mesmo com a notícia sendo falsa, ela foi aplaudida no grupo
Sobre "o espaço para homens que se sentem mulheres”, disse Nicolas: “Me sinto mulher, deputada Nicole, e tenho algo muito interessante para poder falar" e fazer. Colocou peruca na tribuna da Câmara
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou o momento de fala, na tribuna do plenário da Câmara dos Deputados, para fazer um discurso transfóbico em pleno Dia Internacional da Mulher. Transfobia é um crime com pena prevista de até três anos de reclusão.
Na ocasião, o deputado utilizou-se de uma peruca para dizer que “se sente mulher”. “Me sinto mulher, deputada Nicole, e tenho algo muito interessante para poder falar. As mulheres estão perdendo o seu espaço para homens que se sentem mulheres”, disse.
“Deputada Nicole”
“E para terem ideia do perigo de tudo isso, estão querendo colocar uma imposição de uma realidade que não é uma realidade. Eu posso ir para a cadeia caso seja condenado por transfobia, porque eu, no Dia Internacional das Mulheres, há dois anos, parabenizei as ‘mulheres XX’. Ou você concorda com o que estão dizendo ou, caso contrário, você é um transfóbico, um preconceituoso”, prosseguiu.
O deputado bolsonarista finalizou a fala dizendo que as “mulheres não devem nada ao feminismo”. “O feminismo exalta mulheres que nada fizeram”, afirmou. Nikolas já responde judicialmente por transfobia contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG), que é uma mulher trans.
“Ele é homem. É isso o que está na certidão dele, independentemente do que ele acha que é”, afirmou Ferreira, na época em que ambos eram vereadores em Belo Horizonte (MG).
A fala transfóbica de Nikolas provocou reação de deputados alinhados à base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que o parlamentar seja punido. “Passou da hora de agir, o deboche e o ultraje ocupam o plenário”, enfatizou.
Pr da Câmara @ArthurLira_ disse na 1a sessão que atos desrespeitosos seriam punidos. Passou da hora de agir, o deboche e o ultraje ocupam o plenário. Ontem um companheiro foi alvo de chacota, hoje um deputado colocou peruca pra zombar das mulheres, mulheres trans e do feminismo.
O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) fez uma encenação transfóbica no 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para tentar tirar o foco das gravíssimas denúncias sobre as joias milionárias de Michelle Bolsonaro. Mas o provocadorzinho barato, chamado de “moleque” no plenário da Câmara Federal, pode se dar mal. Cresce a pressão no parlamento, no Judiciário e na sociedade pela cassação do seu mandato. Não dá para naturalizar as barbaridades desse deputado como se fez com outro fascista que depois chegou à presidência da República.
Entre os movimentos já em curso, o Ministério Público Federal (MPF) acionou o Congresso Nacional solicitando a imediata apuração do caso. “A procuradora Luciana Loureiro representou pelo encaminhamento de requerimento à Mesa Diretora da Câmara para averiguar ‘suposta violação ética’. Ela ressaltou que Nikolas Ferreira usou o tempo na tribuna para, ‘a pretexto de discursar sobre o Dia Internacional da Mulher, referir-se de forma desrespeitosa às mulheres em geral e ofensiva às mulheres trans em especial. A procuradora representou pela adoção de medidas de responsabilização cível (dano moral coletivo) e/ou criminal contra o parlamentar”, relata o site UOL.
Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no planeta
Já na Câmara Federal, parlamentares de vários partidos espinafraram o “moleque” fascistoide e anunciaram que vão pedir a cassação do seu mandato no Conselho de Ética. A deputada trans Duda Salabert (PDT-MG) foi uma das mais incisivas na crítica. Ela lembrou que “há 14 anos consecutivos, o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no planeta, e que 80% desses assassinatos ocorreram e ocorrem com a violência exagerada”.
“Dificilmente uma travesti é morta com um tiro só no Brasil, só com uma facada. É crime de ódio, e é essa estrutura de ódio que nos exclui do mercado formal de trabalho, já que 90% das travestis estão na prostituição. É essa estrutura de ódio que nos exclui da sala de aula, porque 91% das travestis e transexuais não concluíram o ensino médio. É essa estrutura de ódio que nos exclui do espaço político. Mas eu digo para esses fascistas que querem nos ridicularizar, que nós somos o tamanho dos nossos desejos, nós somos o tamanho dos nossos sonhos... O seu ódio não foi capaz de frear que a deputada federal mais votada de Minas é uma travesti”, afirmou.
Já a também deputada trans Erika Hilton (Psol-SP) rechaçou a postura misógina e transfóbica de Nikolas Ferreira e reforçou a necessidade de que os direitos previstos na Constituição sejam “estendidos ao conjunto plural e diverso de todas as mulheres brasileiras... É preciso enfrentar a violência que nos acomete, lembrar que ainda vivemos no primeiro país do mundo que mais mata e mata de forma cruel e violenta mulheres como eu. Meninas como eu que aos 13, 14 anos, foram jogadas nas ruas, vivem da prostituição. É preciso que haja um esforço desta casa, da sociedade, para resgatar a nossa humanidade, para resgatar a nossa dignidade”.
Até Arthur Lira repreende o provocador
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) chamou o provocador de “moleque” e informou que pedirá sua cassação e enviará notícia-crime contra ele ao Supremo Tribunal Federal. Ela lembrou que “transfobia é crime” e “ultrapassa a liberdade de discurso garantida pela imunidade parlamentar”. A prática é equiparada ao crime de racismo e passou a ser tratada como crime hediondo pelo STF em 2019, com pena prevista de três anos de prisão. Nikolas Ferreira já é alvo de duas ações no Supremo por transfobia. Desde fevereiro deste ano, ele também responde por injúria racial por agredir verbalmente a deputada Duda Salabert quando ambos eram vereadores em Belo Horizonte.
Até o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), repreendeu o fedelho bolsonarista. “Esse plenário não é palco para exibicionismo e muito menos para discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém”, postou em suas redes sociais. “Deputados federais de PSB, PSOL, PDT e PCdoB decidiram enviar ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados representação contra o Nikolas Ferreira (PL-MG) pela suposta prática do crime de transfobia. Os signatários pedem que seu mandato seja cassado por quebra de decoro parlamentar”, relata Mônica Bergamo na Folha. O fascistinha pode até ser cassado e merecia ser preso!
O apresentador bolsonarista Carlos Roberto Massa, vulgo Ratinho, segue colecionando processos na Justiça por seus comentários criminosos e misóginos de estímulo ao ódio e à violência. Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional das Mulheres, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou o fascista por ter sugerido “metralhar” a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).
Ele ameaçou a parlamentar durante o Programa do Ratinho, na rádio Massa FM, em dezembro de 2021. Na ocasião, o conhecido âncora do SBT detonou o projeto de lei da deputada (PL-4.004/2021), que defende que as declarações de casamento não façam referência ao gênero para evitar constrangimentos a pessoas da comunidade LGBTQIA+.
O preconceituoso rosnou na concessão pública de rádio: “Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora, não?”.
Indenização de R$ 2 milhões
A ação do MPF “pede a condenação de Ratinho e da emissora por dano moral coletivo causado às mulheres que já atuam ou pretendem atuar na política. Além da ameaça de morte, os procuradores apontam que o apresentador se dirigiu à deputada em ‘tom jocoso’, usando ‘estereótipos discriminatórios’ que atingem todas as mulheres”, informa a Rede Brasil Atual.
O Ministério Público Federal condenou o apresentador a pagar R$ 2 milhões de indenização. Além disso, determinou que a Rádio Massa FM seja obrigada a veicular campanhas e ações de conscientização sobre os direitos das mulheres e combate à violência de gênero pelo período mínimo de um ano. Pelo Twitter, Natália Bonavides festejou a decisão:
“Machistas não passarão! MPF entra com ação contra Ratinho e Rádio Massa pedindo condenação por dano moral coletivo causado às mulheres que atuam politicamente. O ato violento que sofri não pode ficar impune e diz respeito a todas nós. Seguimos em luta pelos direitos das mulheres”.
Retirantes da pobreza, da fome, do desemprego, o exilado brasileiro, a exilada brasileira tiveram de escolher: na ditadura militar, a ponta da praia na terra natal ou a esquina da rua nas capitais dos Estados Unidos e Europa.
O racismo nos Estados Unidos, a xenofobia das ditaduras nos países da Europa, e a extrema direita no mundo hodierno facilitaram a pecha infame: brasileiro, brasileira, inclusive em alguns dicionários, sinônimos de gay, de prostituta.
O presidente gigolô, do lema nazi=fascista "deus, pátria e família", para propagar a má fama, o turismo sexual, convidou: "Quem quiser vir fazer sexo com mulher, fique à vontade", disse Jair Bolsonaro.
Os estrangeiros jamais celebraram o carnaval brasileiro como uma diversão inocente, colorida, de serpentinas, confetes, da alegria nas ruas, dos blocos de papangus, a festiva brincadeira, pela participação de crianças, pela música, pela dança do samba, pelos passos do frevo.
Este ano o carnaval vai propagar o escândalo da orgia. Escrevem Taís Codesco, Luana Reis e Giovanna Durães:
Mamilos à mostra no carnaval: com política contra assédio, mulheres se sentem mais livres na folia do Rio.
Depois de dois anos de privação, nos blocos de 2023 só se fala em uma coisa: liberdade. Em meio às fantasias elaboradas , apenas uma hot pant e um tapa-mamilo, que estão em alta entre as mulheres, foram capazes de expressar a alegria desse momento. Não se sabe ao certo quando o adereço tomou conta dos cortejos, mas se tornou uma verdadeira tendência. Os acessórios lembram aqueles usados pelas dançarinas em espetáculos burlescos nos séculos XIX. Se antes remetia a sensualidade feminina, hoje foi ressignificado como um símbolo de autonomia do próprio corpo.
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É a primeira vez que Luciana Abud, 35 anos, de São Paulo, está saindo de casa para pular carnaval usando somente um pequeno pedaço de fita colante nos seios, a hot pant, uma peça que há vários carnavais virou hit. Ela conta que, a princípio, se sentiu insegura, e até levou uma blusa, mas depois o sentimento de liberdade foi tomando conta. O seu maior medo era o assédio, mas Luciana se surpreendeu com o respeito das pessoas nos espaços.
— Está sendo uma experiência muito legal. Todo mundo olha, isso é inevitável, até mesmo mulheres. Mas não me incomoda. Sinto que isso gera uma curiosidade — conta.
Sua amiga, Lorena Ribeiro, advogada de 28 anos e também de São Paulo, aderiu a um visual parecido, com uma blusa de renda transparente e sem nenhuma outra peça tapando os mamilos.
— É óbvio que os caras olham, mas eu acho que há 10 anos seria muito pior. Eu sinto que a gente venceu, mesmo que um pouquinho, mas só de conseguir andar pela orla sem ser importunado já é uma vitória. Isso para mim também é uma evolução pessoal, tanto mulher quanto como feminista, considero até mesmo uma licença poética — diz Lorena. Elas concordam que o visual é mais confortável, ainda mais em meio ao calor e à multidão dos blocos.
O Brasil devia realizar programas para eliminar a má dos brasileiros e brasileiras no exterior. O Governo Brasileiro precisa promover campanhas contra a xenofobia, o racismo, tormento dos exilados brasileiros nos Estados Unidos e países europeus, notadamente Portugal. Criar políticas que evitem o tráfico humano, a propaganda sexual, inclusive a permanência de sites pornôs 'verde e amarelo', as cores de uso exclusivo das prostitutas na Roma Antiga.
Publica a revista 'Veja':
O mistério sobre a assinatura de Carta Zambelli em site pornô
Suposto extrato do "Brasileirinhas" em nome da deputada circula pelas redes sociais
Desde a manhã desta quarta-feira, 22, circula pelas redes sociais um suposto extrato de débito, atribuído à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), referente à assinatura mensal do site pornô Brasileirinhas. No recibo, não aparece o nome da parlamentar, apenas uma montagem com sua foto. O assunto tornou-se um dos mais comentados do Twitter. Desde que recuperou acesso às redes sociais, a parlamentar tem se manifestado sobre vários temas, mas ainda não tocou no caso Brasileirinhas, apesar das insistentes cobranças dos internautas.
Procurada pela reportagem de VEJA, a parlamentar não respondeu aos pedidos para confirmar ou não a informação. O diretor do Brasileirinhas, Clayton Nunes da Silva, em contato com a revista, afirmou que precisaria ter acesso aos dados pessoais da parlamentar para confirmar ou não se a assinatura realmente foi feita por ela. Ou seja, o mistério permanece.
Este proxeneta Clayton Nunes da Silva devia ser processado por usar o nome de "Brasileirinhas" em site pornô. Não é de estranhar tal absurdo, esse crime contra a imagem do Brasil, contra a mulher brasileira, que Paulo Guedes, que era super ministro da Economia de Bolsonaro, criou sites de relacionamentos, segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo. De acordo com o texto, Guedes é dono, ao lado do irmão, da empresa Nol Web Services, que se propõe a encontrar “soluções para solteiros que procuram um relacionamento sério”. O grupo Nol atua em inúmeras frentes, mantendo diversas marcas na área amorosa. “O Romance Cristão” é um site de relacionamento para evangélicos e “Nunca é Tarde para Amar” dedica-se à terceira idade. Já o “Namor o Online” é a versão mais liberal. Ao inscrever-se, o usuário pode dizer se tem interesse em amizade, namoro, sexo casual, casamento ou apenas em “ficar”. Há opções para heterossexuais e homossexuais.
No dia 12 de dezembro de 2022, enquanto o presidente Lula era diplomado numa histórica sessão do Tribunal Superior Eleitoral, ouvindo um épico discurso do ministro Alexandre de Moraes, milicianos bolsonaristas atacaram a sede da Polícia Federal e incendiaram alguns veículos em Brasília. Era a nossa Cervejaria de Munich, um “putsch” para um golpe que faliu e um protesto pela sua derrota nas eleições presidenciais, onde toda sujeira que nela emergiu veio das suas estrebarias de “fake news”, dos órgãos de Estado aparelhados, das ações ilegais da Polícia Rodoviária Federal e dos escaninhos bandidos do orçamento secreto. Estas ações da direita bolsonarista mostram que a vitória de Lula e da democracia ainda pendem de um forte processo político de afastamento dos restos da tragédia ancorados no porto da nossa história recente.
Votado pela base do governo num gesto escandaloso que se tornou uma vergonha planetária da nossa decadência democrática, que se orgulhava do seu isolamento internacional, do negacionismo genocida e dos ataques sistemáticos às instituições da Constituição de 1988, este “orçamento” só poderia ser composto por uma aliança marginal das religiões do dinheiro com o que tem de pior no fisiologismo das elites empresariais do país. Foi a unidade da barbárie contra a democracia, do fisiologismo com o espírito miliciano, de grande parte das classes médias com as instituições “sacras” do espírito-santo monetarizado na corrupção política.
Assim ele foi votado, para arrasar a paridade de armas nas eleições, em que o surpreendente foi a vitória de um homem supostamente aniquilado por uma conspiração midiático-judicial, que voltou com coragem e energia moral para reerguer um país dilacerado pelo ódio, obra de arte do fascismo que já percorreu no mínimo dois séculos da história ocidental. Aqui ele assumiu abertamente – com Jair Bolsonaro – a paixão necrófila do negacionismo e a naturalização da dor alheia pelo deboche planejado. Milicianismo e grupos políticos, milicianos e religiões do dinheiro: armas e gestos, assassinatos e naturalização da morte, do racismo e da misoginia, compuseram o dicionário da enciclopédia fascista nacional que quase nos levou ao suicídio.
O fascismo e o nazismo são siameses, ora acolhidos pela maioria das classes dominantes e das classes populares manipuladas pela política da extrema direita. Ambos são anti-sistema, propõe revoluções “pelo alto e “por baixo”, que reconhecem na barbárie uma substância permanente contida no Humano: “não um acidente infeliz da história” (…), como disse Simone Weil, mas “o bárbaro lamaçal da alma”, “um caráter permanente e universal da natureza humana”, esperando as oportunidades críticas para se manifestarem pela violência e pela negação da solidariedade e da justiça. (A barbárie interior, Jean-François Mattei, Unesp).
O livroCasta – as origens do nosso mal-estar, de Isabel Wilkerson (Zahar), lança luzes potentes sobre a formação da sociedade americana e sobre a sua estrutura de poder institucionalizada a partir do século XIX. As castas organicamente montadas em torno das “plantations” e a criação da identidade “negra” – como coisa – em contraposição à identidade branca dos colonos europeus, liberaram uma épica forma de exploração do trabalho. Ali se formavam as novas bases de acumulação – material e cultural – especificidades de um novo sistema capitalista em expansão, cujas tendências hegemônicas em escala global já eram visíveis.
Modernização e barbárie, ciência e técnica, política e ideologia, assim estão harmonizadas: moldam o império que se torna – ao mesmo tempo – exemplo do liberalismo político e também exemplo de convívio das suas liberdades com a barbárie. O Século XX condensa e integra, promove cisões e repulsas, na nação em crescimento, que são vividas tanto nos “partidos” da barbárie como entre os “partidos” da democracia moderna, moderadores da violência, cuja tendência seria adjudicar ao Estado normas mínimas de civilidade, que realizadas bloqueariam os excessos impeditivos de formação da nação.
O impulso da democracia americana, todavia, permanece atado ao sistema de castas, já orgânicas nas classes sociais em renovação, cuja política – a partir do Estado – promoveu tanto a democracia como o martírio de milhões, para a glória da civilização ocidental. Este conflito entre barbárie e civilidade democrática está expresso, também, nas lutas de resistência – vitoriosas ou derrotadas – contra o nazismo e o fascismo. E na luta entre as ditaduras e os defensores das bases constitucionais das democracias na América Latina, hoje uniformemente assediadas pelo fascismo, que retorna com diversos modelos formais em escala planetária
Não é muito divulgado na historiografia do racismo e do “apartheid” americano, que os intelectuais e cientistas “sociais” do Partido Nazista estudaram com muito interesse as estratégias de purificação social e racial nos EUA, tais como as zonas proibidas para a comunidade negra – tanto no espaço social como geográfico – bem como a proibição dos casamentos entre brancos e negros, nas origens da formação democrática americana. A eleição do presidente Joe Biden, que é o oposto de Donald Trump e da Klan nesta matéria, permite uma reflexão mais ampla e profunda sobre este tema vital do futuro das Américas.
Na verdade, a afirmação do modelo americano dentro do sistema de poder mundial foi um gigantesco laboratório de conciliação entre barbárie e humanismo moderno, no qual a força da barbárie que está viva e forte, foi recentemente testada na tentativa de golpe do presidente Donald Trump no assalto ao Capitólio. A escolha do local ocupado pelos milicianos bem remunerados não foi gratuita, pois ali estava o símbolo da democracia liberal que incorporou, processualmente, a vasta comunidade negra do país nas proteções do Estado de direito que foram formalizadas nas leis, como ideia que a nação queria fazer de si mesma.
Comparar a situação de ascensão do fascismo, na Itália, com os episódios políticos nacionais que foram gradativamente dando forma política legítima ao bolsonarismo (protofascismo), que vai lentamente se unificando com estratos relevantes do capital financeiro e com os setores mais marginais da burguesia mais “aventureira”, faz sentido: trata-se de compreender o processo de sucessão, entre as suas “elites”, que refletirá tanto na estratégia política dos setores populares, como nas mudanças necessárias para adaptação do capitalismo a um novo ciclo de acumulação.
Antonio Gramsci no cárcere em 1926, quase dois anos depois de eleito deputado escreveu em plena era fascista que “os elementos da nova cultura e do novo modo de vida (…) são apenas as primeiras tentativas (…) iniciativa superficial e simiesca”, para interferir no que hoje “seria chamado de americanismo”: é crítica preventiva dos “velhos estratos que serão descartados” (…) “e que já estão tomados por uma onda de pânico social, reação inconsciente de quem é impotente” (Americanismo e fordismo”, Hedra), para alavancar – nos processos de mudança do sistema do capital – os aspectos que lhe interessam. O fascismo seria, assim, uma vitória reacionária com aparência de revolução.
A grande síntese histórica deste complicado processo político de formação do Estado americano, dentro dos parâmetros da modernidade liberal democrática – um Estado imperial e de ocupações militares no seu exterior “vital” – está refletida em dois fatos históricos exemplares na atualidade, que dizem respeito ao que ocorre em nosso país: de um lado, o Exército americano negando-se, formalmente, a participar de um golpe contra as instituições da democracia liberal; e de outra, seu ex-presidente tentando descaradamente este golpe, manipulando suas marionetes fascistas no Brasil, para comporem um arco de alianças na extrema direita dos EUA, que vitoriosa refletiria seu poder fascista e racista em toda a América Latina.
A diplomação do presidente Lula foi a vitória de uma ampla frente democrática, que tem demandas diferentes sobre o Estado e diversas pretensões de futuro. Ela encerra um ciclo heroico de resistência e ofensiva democrática, pautada pela unidade em torno do Estado de Direito. E ela não foi somente civil, pois a falta de apoio majoritário ao golpismo de Jair Bolsonaro dentro das nossas instituições armadas, pode estar indicando um novo ciclo virtuoso da nossa história republicana.
Sua confirmação só poderá ocorrer, todavia, se o peso da lei penal – dentro dos rituais democráticos do Estado de Direito – cair por inteiro sobre os fascistas, os milicianos e os seus dirigentes políticos, que ainda no dia de ontem mostraram que o terror e a barbárie são suas armas principais contra a República e a democracia. Quem viver verá: vivemos e veremos!
A luta antirracista é um tema urgente e universal que atravessa a pauta do Instituto Brasil-Israel (IBI) e remete a um diálogo entre judeus e negros que encontra raízes históricas, especialmente nos EUA. A noção de casta proposta por Isabel Wilkerson desnuda pontos de contato entre a escravidão norte-americana, o nazismo alemão e o sistema indiano, e como essas hierarquias rígidas e arbitrárias dividem grupos sociais ainda hoje. Apesar do livro focar nos EUA e nos afro-americanos, entendemos que sua leitura pode auxiliar na compreensão do racismo brasileiro, sempre negado, mas profundamente internalizado. E podemos também expandir o raciocínio para todos os grupos marginalizados e colocados como párias em uma sociedade, fazendo-se a crítica à “supremacia branca”. A proposta da mesa é promover uma conversa sobre as principais ideias presentes no livro, em especial a noção de casta como categoria para a compreensão e enfrentamento do racismo. Além disso, pretende-se estabelecer aproximações com o Brasil. PARTICIPANTES Lilia Schwarcz, professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton. É autora de, entre outros livros, O espetáculo das raças (1993), As barbas do imperador (1998, prêmio Jabuti de Livro do Ano), Brasil: uma Biografia (com Heloisa Starling, 2015) e Lima Barreto: Triste visionário (2017, prêmio Jabuti de Biografia). Thiago Amparo, advogado, professor de direito internacional e direitos humanos na FGV Direito SP. Doutor pela Central European University (Budapeste). Michel Gherman, professor de História na Universidade Federal Fluminense, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ, pesquisador da Ben Gurion University e Diretor Acadêmico do Instituto Brasil-Israel.
A chefia-de-Estado, não comandando os militares, será por eles comandada. Foi assim desde sempre e em todo canto. Organizações armadas veem a sociedade, às vezes chamada “pátria”, como dádiva das fileiras. Não sendo comandadas, conduzirão sua pretensa cria.
À chefia-de-Estado cabe determinar como as tropas devem ser preparadas. Comandantes supremos que atendem demandas corporativas invertem a hierarquia e se anulam: corporações devem atender ao chefe-de-Estado, não o contrário. Ao comando supremo cumpre estabelecer diretrizes claras, objetivos precisos, missões circunscritas e meios adequados. Extrapolações da autonomia corporativa são inadmissíveis.
Militares aprendem a obedecer. Se não recebem ordens, desnorteiam-se. Em surto, como no caso brasileiro, outorgam-se um “poder moderador”! Garroteiam as instituições e a cidadania. De armas na mão, inventam “sinergias” desarrazoadas com juízes e parlamentares. Danam-se a “dialogar” com poderes desarmados. Nem na guerra o militar pode sobrepujar o político!
No Brasil, o desinteresse, o despreparo e a inaptidão de chefes-de-Estado para comandar as Forças Armadas lesou a democracia. Generais usurparam o poder e contingenciaram governantes. Não há exemplo de presidente da república que tenha assumido efetivamente o comando supremo das Forças. Só ditadores da estirpe de Floriano e Geisel, acumularam simultaneamente o poder político e o comando militar. Os demais governaram acossados pelas fileiras de forma explícita ou encoberta.
A defesa nacional é tarefa de gravidade e amplo espectro. Envolve todos os domínios do Estado e da sociedade. Transcende os instrumentos de força. Demanda planejamento especializado. Não comporta improvisações, humores momentâneos, vontades paroquiais e ditames de fileiras.
Ao escolher o titular da Defesa no intuito de apascentar corporações, a chefia-de-Estado declina do comando supremo. Ministros devem encarnar o poder político sufragado. Se sua escolha é para agradar a tropa, a corrupção institucional é promovida.
Comandantes militares são preparados para exercer a força em última instância. Caso se dediquem ao ordenamento social e a administração pública, o farão ao seu modo, tomando os cidadãos divergentes como dignos de abate. Além disso, sujeitarão a Defesa aos conflitos corporativos.
A chefia-de-Estado deve respeitar regras hierárquicas na escolha de comandantes sem anular-se como topo da cadeia. Regras de promoção corporativas não se sobrepõem à determinação constitucional. Comandantes virtuosos admitem a condição de auxiliares do chefe supremo.
No Brasil de hoje não há clivagens relevantes no preparo técnico e na formação doutrinária dos generais. Todos passaram pelas mesmas escolas, tiveram acesso a mesma literatura especializada e à mesma pregação ideológica. As diferenças entre suas capacidades profissionais é pouco relevante. Todos provaram qualidades de liderança e chefia.
As diferenças que importam dizem respeito ao preparo intelectual, ao caráter e à sensibilidade para enfrentar os desafios das mudanças impostas pela realidade internacional. Vivemos na iminência de conflagração mundial. Precisamos amparar pelas armas nossa política externa. Comandantes de verdade preocupam-se em mostrar força aos candidatos a dono do mundo. Não terão gosto nem tempo para tratar de urnas eletrônicas, furar poços artesianos e buscar sinecuras.
Oficiais precisam ser sabatinados para aferição de sua afinidade com as proposições do comandante supremo para a defesa nacional. Não sei como Lula pensa a defesa do Brasil, mas sei que está atento à coesão nacional, a primeira pilastra do sistema defensivo. Sociedade fragmentada se expõe à cobiça estrangeira. Sociedade coesa se defende melhor.
A base da coesão nacional é dignidade da cidadania. Não há defesa sólida às expensas dos mais fragilizados. A eliminação de iniquidades sociais e disparidades regionais explosivas é fundamental. Racismo, xenofobia, misoginia, fanatismo religioso e preconceitos regionais enfraquecem a Defesa. Reformas socioeconômicas que superem o legado colonial são impostergáveis. Sem crença em futuro promissor para todos, sem comunhão de destino, sem orgulho de ser brasileiro não haverá defesa que preste.
A segunda pilastra da defesa é o cultivo de amizades. Nisso, o próximo presidente é mestre. País com sólidas parcerias internacionais se protege melhor de agressões. Amizades são consolidadas através de acordos promotores do desenvolvimento econômico e científico, da proteção sanitária e ambiental. Amigos de verdade compartilham a vontade de bem-estar coletivo.
A soberania nacional é incompatível com a integração subalterna aos blocos de poder em disputa pela hegemonia mundial. O estreitamento de laços com a vizinhança é indispensável e prioritária para a Defesa. Precisamos impulsionar a inserção mundial da América do Sul e da África.
Países dependentes de importações de alimentos, energia, matérias primas, máquinas e remédios são vulneráveis. Assim, a terceira pilastra da defesa é mobilização das capacidades nacionais em vista do máximo de autonomia. Países que não produzem suas próprias armas e equipamentos de guerra são obrigados à integração subalterna a Estados poderosos. A atual capacidade de dissuasão do Brasil não corresponde às suas potencialidades e necessidades. A defesa precisa estar em sintonia com ampliação da comunidade científica e dos setores técnicos-industriais. Até o presente, tal sintonia foi quimérica.
Finalmente, a defesa deve contar com instrumentos de força para cumprir missões especializadas. Hoje prevalece a confusão de atribuições desses instrumentos, distribuídos entre as diversas alçadas da Federação. O Exército, sobretudo, dá exemplo negativo ao se meter em tudo. Não admite que a dissuasão de agressores estrangeiros e a segurança pública garantidora da cidadania são missões distintas.
Resultado: temos fragilidade na vigilância de fronteiras terrestres, na proteção do espaço cibernético, na segurança da navegação costeira e fluvial, na segurança do tráfego rodoviário, na repressão à criminalidade, na proteção à cidadania, na contenção de distúrbios e de grandes comoções, na efetividade da guarda patrimonial e da proteção do patrimônio ambiental.
A atribuição de preservar a “lei e a ordem” conferida ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica conturba a definição de papeis dos instrumentos de força do Estado. Funções militares e policiais precisam ser diferenciadas. Enquanto persistirem indefinições sobre a natureza das corporações armadas, tanto a defesa como a proteção da cidadania serão débeis ou inexistentes.
Ao escolher os comandantes, cabe à chefia-de-Estado dirigir perguntas iniciais aos mais graduados: (i) As Forças Armadas têm poder moderador? (ii) Os que não observam os regulamentos disciplinares e as leis devem ser punidos? (iii) Vamos trabalhar para defender os brasileiros neste mundo tumultuado? (iv) Que tal fechar os escritórios militares em Washington? Daí escolherá os que revelarem mais afinidade com sua concepção de defesa nacional. Trata-se de escolha avisada, mas solitária. A defesa não cabe em rateios de coligação partidária.
De outro modo, o chefe-de-Estado não poderá dizer: pela primeira vez na história deste país um presidente da república assumiu o comando supremo das Forças Armadas e risca ser tragado por desordeiros uniformizados.
MAIS UM CRIMINOSO FASCISTA! AGORA EM CASCA/RS! Na manhã desta quarta-feira (23/11) a advogada Janaíra Ramos foi violentamente agredida pelo líder fascista daquele município, arquiteto Rodrigo Tondelo, que vinha ameaçando-a de morte após repercussão nacional das...
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...denúncias dela mostrando as práticas nazistas de perseguição aos eleitores de Lula após sua vitória. Ele foi ao escritório dela fazendo ameaças de morte, e após agressões verbais passou a agredi-la fisicamente, continuando as agressões na rua, para onde ela... (+)
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... conseguiu fugir, assim como xingamentos e ofensas. Segundo relato no Boletim da Ocorrência, ele a chamava de “vagabunda e vadia” e dizia “que petista tem que morrer”. A escalada da extrema direita precisa ser contida com a criminalização de todos os atos de violência... (+)
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...política que estão praticando desde a derrota de seu candidato. Prestamos nossa solidariedade a ela por mais essa agressão covarde! Executiva do PT de Passo Fundo.
A Executiva do PT de Passo Fundo (RS) criticou a "escalada da extrema direita"
247 - A advogada Janaíra Ramos foi agredida na manhã desta quarta-feira (23) pelo arquiteto bolsonarista Rodrigo Tondelo.
De acordo com a Executiva do PT de Passo Fundo (RS), ele foi ao "escritório dela fazendo ameaças de morte, e após agressões verbais passou a agredi-la fisicamente, continuando as agressões na rua".
"A escalada da extrema direita precisa ser contida com a criminalização de todos os atos de violência".
Manifesto minha total solidariedade à advogada Janaíra Ramos, de Casca (RS), covarde e violentamente agredida pelo bolsonarista Rodrigo Tondelo. Nenhuma divergência política justifica qualquer tipo de violência, motivo pelo qual ele deverá responder à justiça pelos seus atos.
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Janaíra é lutadora exemplar pela democracia, muito corajosa, pois mesmo em ambiente hostil tem denunciado a perseguição aos eleitores de Lula em seu município, onde os comércios começaram a ser marcados pelos fascistas. Não ficarão impunes. Basta de violência política! Covardes!
A Direita deu um bom Pé no traseiro do povo e do país, impondo esse "Teto de gastos" massacrante
Por Hildegard Angel /247
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Tentaram dar o golpe em Lula de várias maneiras. Primeiro, o prenderam. Solto e candidato, montaram um esquema inédito no mundo de compra de votos e de aliados, através de "orçamento secreto".
Divulgaram fake news na internet, bombardearam Lula de todo jeito. Aparelharam as instituições do Estado, capturaram a AGU. Convocaram uma "guerra santa" contra Lula, o demônio vivo. Adubaram o nazismo, o fascismo, o racismo, a misoginia, todos os preconceitos. Criaram uma absurda realidade paralela.
Legalizaram as armas e estimularam seu uso, até por crianças, com cidadãos detendo em casa poderosos arsenais. Empoderaram o crime, as milícias, as invasões, as devastações, os agrotóxicos venenosos, o garimpo ilegal, os agressores de mulheres, os pedófilos.
Pintaram a educação, a cultura, a ciência, como inimigas do povo. Promoveram a morte. Cortaram os programas sociais. Instalaram pânico na classe média com um hipotético "comunismo". Demonizaram a cor vermelha. Sequestraram a Bandeira Nacional.
Nada disso foi suficiente para impedir a vitória de Lula. A vontade do povo se impôs, soberana. Derrotados, agora se comportam como vencedores no pódio, e querem impor ministérios, pautas, a condução da economia. Tentam atrapalhar, não o governo, mas a mera transição para o governo Lula.
Feras tresloucadas, dentes arreganhados, babam fúria, acostumadas a sempre prevalecer, e usam como bravio cão de guarda a grande mídia nacional.
Hoje, a irônica lembrança: ao ser decretada em 1888 a Abolição da Escravatura, a Bolsa de Valões do Brasil caiu! Comprovado está que seus índices se regem e desde sempre se regeram pelo humor do "mercado", e não pelo desempenho da economia.
Memórias do mercado financeiro brasileiro (Photo: Reprodução)
A cada dia, o "Teto de gastos" mais achata os "moradores" do país. É chegado enfim o dia em que o país e o povo só conseguem sobreviver agachados, arrastando-se pelo chão, sob o peso cada vez maior desse "Teto", que, tal qual máquina medieval de tortura, espreme o infeliz sacrificado, como se faz a um carro desovado num ferro velho.
Nota da Hemeroteca da Biblioteca Nacional: "Mercado apreensivo com a abolição da escravatura". "O capital se retrai", notícia de 1884. (Photo: Reprodução)
Não à toa, a altura dos tetos das construções é medida pelo "pé direito". A Direita deu um bom Pé no traseiro do povo e do país, impondo esse "Teto de gastos" massacrante, que promove a destruição de décadas de conquistas e realizações no país, impedindo investimentos até no que há de mais básico, na sua infraestrutura; promovendo a fome para milhões de Sem Comida e Sem Teto.
O GLOBO, abril de 1962: "Mercado preocupado com a implementação de um 13º sal: a medida teria cunho meramente eleitoreiro" (Photo: Reprodução)
Memoráveis os discursos no Congresso, pelo então senador Roberto Requião, quando da votação desse projeto hediondo, tentando alertar ao país o que o "Teto de gastos" significaria, caso aprovado.
Para o "mercado financeiro", o "Teto" prossegue elevado, altíssimo, como o de uma catedral gótica ou a ponta de uma pirâmide egípcia. Ao extremo de ele sequer contestar o tal "orçamento secreto". Um quasímodo, que o "mercado" contemplou com o encantamento de quem admira um rapaz bonito.
Já para o povo o "Teto" é da altura de um buraco de tatu, cuja rima é desnecessário buscar, pois nos vem à cabeça exatamente o que, com ele, fazem ao nosso povo.