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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

26
Mar22

5 fatos para pensar o homeschooling (educação familiar)

Talis Andrade
 

 

tacho ensino domiciliar casa.jpg

5 fatos para pensar o homeschooling

O que é essa modalidade de ensino e o que ela significa no contexto brasileiro, que tem um universo de 50 milhões de estudantes da Educação Básica

O homeschooling ou educação domiciliar tem mobilizado uma parcela significativa de parlamentares brasileiros e mesmo o Ministério da Educação, que lançou uma cartilha sobre o assunto em maio de 2021. Porém, o que é essa modalidade de ensino e o que ela significa num contexto brasileiro, que tem um universo de quase 50 milhões de estudantes da Educação Básica?

        O Plural separou cinco informações importantes para começar a pensar o assunto:

 

1. Por que homeschooling?

 

Como o número de pessoas envolvidas em homeschooling mesmo em países em que a prática é regulamentada é pequeno ( nos EUA, segundo dados de 2017 do Centro Nacional de Estatísticas de Educação, 3% das crianças entre 5 e 17 anos eram educadas em casa), há poucas pesquisas significativas sobre o assunto. Em tese de doutorado sobre o assunto, a pedagoga e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo Luciane Muniz Ribeiro Barbosa aponta que os autores que pesquisaram a motivação dos pais que optam por essa modalidade apontam razões diversas para a escolha.

Entre os motivos citados por Barbosa estão o desapontamento com a organização escolar, o desejo de explorar diferentes abordagens pedagógicas e o atendimento a necessidades cognitivas particulares. No ensino domiciliar, a família organiza o aprendizado por conta própria ou com o auxílio de professores particulares e material didático escolhido pelos pais.

A prática não elimina a necessidade de cumprimento do currículo base nacional, uma vez que para acessar outros níveis de escolaridade (como o ensino técnico e superior) o estudante terá que submeter a exames cujo conteúdo vem dessas diretrizes (como o ENEM, por exemplo).

No Brasil, especificamente, o homeschooling virou tema da agenda do grupo político bolsonarista, que é fortemente influenciado por setores religiosos mais conservadores e que vêem o ensino domiciliar como forma de manter as crianças longe de influências mais progressivas. O país, no entanto, têm cerca de 2,5 milhões de estudantes matriculados em escolas confessionais, ou seja, que já seguem uma orientação religiosa específica, muitas das quais filantrópicas e portanto com isenção fiscal e obrigação de manter programas de bolsas de estudo.

 

2. Quem estuda em casa tem desempenho acadêmico melhor?

 

Esse é um argumento recorrente dos defensores do homeschooling. A Associação Nacional de Ensino Domiciliar (ANED) afirma que o desempenho acadêmico de crianças que estudam em casa é de 15 a 30% superior aos dos demais estudantes. O problema, porém, é novamente de ordem estatística. O número de crianças em homeschooling é pequeno demais e as famílias envolvidas nessa modalidade costumam ter pais com escolaridade e situação econômica superior a média das famílias das crianças em idade escolar em geral.

Ou seja, muito embora os estudantes que já estudam em casa possam ter bom desempenho acadêmico, não é possível afirmar que o ensino domiciliar seja um fator responsável por isso. Em geral, crianças cujos pais tem maior escolaridade e estão mais envolvidos na educação dos filhos tendem a ter melhor desempenho escolar.

 

3. Quem é contra o homeschooling?

 

Para entender o porquê das pessoas serem contrárias ao homeschooling é preciso entender a origem do movimento e sua ligação com uma de duas linhas de pensamento sobre educação: a privatista e a estatista. A educação domiciliar se encontra dentro de uma linha de pensamento que defende a liberdade do indivíduo que daria maior peso a decisão dos pais na condução da educação das crianças. Nessa linha, os recursos públicos iriam patrocinar iniciativas privadas de ensino.

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Já na linha estatal, é o Estado que detém e gerencia os recursos, protagonizando a maior parte dos esforços nessa área. O sistema educacional brasileiro, especialmente na Educação Básica, é estatista. Legalmente o Estado é obrigado a garantir vaga nas escolas para todas as crianças a partir de 6 anos. Mais de 80% dos estudantes do ensino fundamental estão em escolas públicas.

Este papel do Estado é consagrado em várias leis brasileiras, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, que protege o direito da criança de ter acesso à educação. Os críticos do homeschooling apontam que dar um passo a liberdade individual prejudicaria a garantia ao acesso universal. E retiraria recursos já escassos destinados a 49 milhões de estudantes para atender um universo que hoje está em torno de 30 mil estudantes.

escola sem partido .jpg

Outro problema apontado pelos críticos tem relação com o pátrio poder e a segurança das crianças. Muito embora os pais tenham poder de decisão em relação aos filhos, esse poder não é absoluto. Além disso, tanto no Brasil (que não tem regulamentação para ensino domiciliar), quanto nos EUA (que tem), mais de 90% dos casos de violência contra crianças são perpetuados por pessoas da família (pais, mães, irmãos).

Caso aprovada, a Lei do Homeschooling irá descriminalizar a não matrícula da criança na escola, tornando possível que as crianças que não são levadas à educação formal se tornem, na prática, invisíveis. Algumas das razões para a oposição ao projeto estão em uma carta assinada por diversas instituições da educação brasileira contrárias a iniciativa.

É por isso que atualmente a rede de proteção à infância é formada principalmente por profissionais de saúde e da educação que tem contato frequente com as crianças. São essas pessoas que acionam a rede sempre que necessário. Segundo o Projeto Invisible Children, dedicado a documentar casos de abuso e negligência na educação domiciliar, entre 4 e 6 crianças educadas em casa morreram entre 2002 e 2012 em decorrência de violência doméstica.

 

4. Crianças ensinadas em casa não se socializam?

 

As entidades que defendem o homeschooling no Brasil afirmam que as famílias se organizam para promover a socialização e a convivência das crianças com outras crianças com frequência, o que invalidaria a crítica de quem diz que as crianças ficariam isoladas. Essa socialização também acontece quando as famílias frequentam espaços públicos, como parques, mercados, shoppings.

De fato, a criança que é educada em casa não necessariamente deixa o convívio social. Ela continua a participar de outras atividades tanto na família expandida quanto em outros grupos sociais, como a igreja, o clube, a vizinhança.

No entanto, a convivência pressuposta na escola é diferente da convivência mediada pela família porque pressupõe maior diversidade. Quem defende o homeschooling no Brasil fala na suposta doutrinação “de esquerda” nas escolas. Esta ideia é baseada numa concepção ultrapassada da educação que entende a criança como depósito de conhecimento. O pensamento contemporâneo sobre o assunto vê o estudante como capaz de elaborar conhecimento por conta própria, ou seja, ele não é um balde vazio no qual o professor deposita conhecimento, mas sim alguém que irá se apropriar da informação que recebe de maneira particular.

Na prática, isso quer dizer que não é porque o estudante poderá conviver com pessoas cujo pensamento, ideologia e modo de vida sejam diferentes, que ele irá adotar esses novos comportamentos. Outro dado relevante é que estudante brasileiro fica, em média, 4,5 horas de segunda a sexta-feira. No restante do tempo é a família que define como ele ocupa o tempo.

Além disso, não há dados que corroborem a ideia de que a escola, em especial a escola pública, esteja tomada “pela esquerda”. Por exemplo, na última eleição municipal em Curitiba, 65% dos candidatos cuja profissão declarada era professor eram de partidos políticos de centro e direita.

escola sem partido.jpg

 

5. Quanto custa o homeschooling?

 

Essa é uma questão complexa, porque vai depender de como a família irá se estruturar para ensinar as crianças em casa. O primeiro custo a se considerar é o da perda de renda do adulto que ficará responsável pelas crianças. Segundo a ABED, o homeschooling usa o tempo de forma eficiente, de forma que o tempo de aula não precisa ser as mesmas 4 ou 5 horas da escola regular. Porém, esse tempo que a criança está na escola também se traduz em tempo para o adulto trabalhar.

O segundo custo a ser considerado é do material escolar. Para ensinar, a família terá que investir tanto em material de papelaria (lápis, canetinhas, papel, cola, tinta, pinceis etc), quanto em material didático específico. Alguns programas custam em torno de R$ 400/R$ 500 por etapa. A duração da etapa vai depender do andamento do trabalho na família.

Há ainda a possibilidade de contratação de professores particulares para parte ou a totalidade do programa de ensino. Em sites de contratação de professores por hora, como o Superprof, o valor da hora para ensino domiciliar varia de R$ 20 a 45. O custo total depende da negociação da família com o profissional.

Claro, o homeschooling tem a vantagem de, ao contrário da escola tradicional, não representar uma despesa fixa e de aproveitar momentos de lazer para aprendizagem (o que uma criança que está na escola também vivencia se os pais se dedicam a isso). Muitos desses momentos podem incluir atividades sem custo, como visitar bibliotecas públicas e parques.

 

tacho ensino domiciliar .jpg

SAIBA MAIS

08
Abr20

Cortes na ciência comprometem resposta à covid-19 no Brasil

Talis Andrade

Pesquisadora de toca e máscara

Recentes cortes interromperam um ciclo de expansão de investimentos em ciência e tecnologia no Brasil. "É um desastre. Se o objetivo do MEC é desmantelar o sistema de pós-graduação, ele está conseguindo"

 

Pandemia atinge país em meio a cenário de falta de verbas e corte de bolsas, que deixam laboratórios obsoletos e levam à fuga de cérebros. Dependência da importação de equipamentos também dificulta combate ao vírus

por João Soares

Deutsche Welle 

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A fila de 16 mil testes para covid-19 no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, expõe a vulnerabilidade de um país que escolheu não investir em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) nos últimos anos. A pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil em meio a um cenário de cortes de bolsas de pesquisa, defasagem tecnológica dos laboratórios e desmoralização das universidades.

O gargalo de testes em São Paulo é resultado da falta de reagentes químicos e de profissionais capacitados para realizar os exames. A pandemia de covid-19 – a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, o Sars-Cov-2 – levou a uma corrida internacional por insumos e equipamentos médicos, em que países com maior poderio econômico têm vantagem competitiva. Nos últimos dias, os EUA intensificaram uma postura agressiva de aquisições, o que motivou críticas por lideranças de diferentes países, como Alemanha, Canadá e França.

"Fica evidente que é uma questão de segurança nacional", constata o médico imunologista Mauro Teixeira, professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Dependente da importação de insumos e demais equipamentos médicos e hospitalares, o Brasil vê sua capacidade de resposta à pandemia ameaçada já no curto prazo.

"Com todos os países precisando, aqueles que investiram em CT&I conseguem, de alguma forma, ter mais armas. Israel é do tamanho do Sergipe e consegue fazer 5 mil testes por dia", afirma Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia. "Países que investiram pesadamente nessa área conseguiram sair da crise mais rapidamente que outros. É o caso da Coreia dos Sul, que testou milhares de pessoas logo que a pandemia chegou ao país."

Chebabo é diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Há alguns dias, ele e sua equipe foram surpreendidos pelo cancelamento da compra de um videolaringoscópio, aparelho utilizado na intubação de pacientes. A razão, desta vez, não foi a habitual falta de recursos, mas a proibição de exportação do equipamento pelo governo do Reino Unido, sede da fabricante.

Fuga de cérebros

A disparidade de investimentos em CT&I também tem intensificado um processo conhecido como fuga de cérebros: cientistas que deixam o país para atuar em centros de pesquisa com melhores condições de trabalho. Consequentemente, são reduzidas as chances de o Brasil desenvolver, internamente, tecnologias e abordagens inovadoras.

Os sucessivos cortes de financiamento e o descrédito do pensamento científico foram as principais razões que levaram Marcelo Lima, de 34 anos, a deixar o país. Pós-doutor em Biomedicina, ele trocou a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) pela Universidade de Keele, na Inglaterra, em maio do ano passado.

"No Brasil atual, a academia é literalmente demonizada, e o conhecimento científico passou a ser refutado por ‘especialistas' de mídia social", diz o cientista. Com experiência internacional no Reino Unido, Itália e EUA, ele conta nunca ter conhecido um laboratório com a infraestrutura de que dispunha na Unifesp.

São Paulo detém condições privilegiadas de fomento à pesquisa pelo apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), cujo orçamento independe de decisões políticas, por ser diretamente vinculado à arrecadação tributária estadual. Apesar desse cenário, os laboratórios paulistas têm sofrido com o subfinanciamento federal.

No laboratório elogiado por Marcelo, há cinco equipamentos, avaliados em 1 milhão de euros cada, parados por falta de verbas para manutenção. Há dois anos, o grupo de pesquisa em que atuava, chefiado pela professora Helena Nader, ganhou um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que permitiria o reparo de um dos aparelhos. Até hoje, a verba não chegou.

"Com incentivo institucional, burocracia reduzida e um sistema eficiente de laboratórios multiusuários, a pesquisa aqui é bem mais eficiente. É comum esperarmos meses por um reagente no Brasil. Aqui, conseguimos efetuar a compra e recebemos no dia seguinte. Há um cuidado e proteção maior ao sistema de CT&I", avalia Marcelo. Nos últimos três anos, seis colegas dele, de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, seguiram o movimento de deixar o país.

Cortes interrompem ciclo de expansão

Até o fim de outubro, as universidades e instituições de pesquisa brasileiras tinham perdido quase 18 mil bolsas de estudo apenas em 2019. Em maio passado, o governo federal contingenciou 42% das despesas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Foi o ápice de um trajetória de sucessivos cortes no orçamento do ministério, iniciada no cenário de crise econômica do segundo governo de Dilma Rousseff, que rompeu um ciclo de expansão de investimentos iniciado durante o governo de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

Dados da National Science Foundation (NSF), dos EUA, mostram que o Brasil teve um salto de 69,4% no número de artigos científicos publicados entre 2008 e 2018. Em 11º lugar no ranking de publicações científicas, o país estava à frente de Canadá, Espanha, Austrália e Irã.

"[O atual] é um cenário totalmente diferente do da epidemia do vírus zika, quando tínhamos laboratórios bem equipados, supridos de reagentes e muitos estudantes com bolsa", afirma Amílcar Tanuri, virologista e professor da UFRJ.

Em 2015, o Brasil liderou a descoberta da relação entre o zika e o aumento de casos de microcefalia e outras alterações em bebês. O protagonismo científico brasileiro foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que, na época, ressaltou a rapidez nas investigações conduzidas pelo Brasil.

Reconhecido internacionalmente por seus trabalhos sobre a genética de vírus, Tanuri esteve na África em 2014, no auge da pior epidemia de ebola do continente. Agora, ele coordena uma força-tarefa com cerca de 50 pesquisadores voluntários na UFRJ para investigar a resposta imune dos pacientes ao vírus no Brasil.

Uma delas é a bióloga Liliane Tavares, de 29 anos. Sua bolsa de pós-doutorado, concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), está vinculada a um projeto do Laboratório Nacional de Computação Científica que termina em julho. Sem perspectivas de renovação, ela espera encontrar oportunidades fora da área acadêmica ou em outro país. "Pensar que dediquei 11 anos à pesquisa e posso ter que mudar de área traz bastante aflição", diz a cientista.

Mudanças nos critérios da Capes

Quando a pandemia do novo coronavírus começava a reverberar no Brasil, a comunidade científica foi surpreendida por uma portaria da Capes que alterava a metodologia para o financiamento da pós-graduação no país. Os parâmetros escolhidos para orientar a nova política foram qualidade, produtividade e desenvolvimento social.

Os critérios, elogiados por entidades científicas, não parecem ter sido seguidos na implementação da política. Programas de qualidade mediana tiveram aumentos vertiginosos na quantidade de bolsas (até 500%), enquanto outros, de alta qualificação, tiveram reduções abruptas.

Os dois maiores programas de pós-graduação em Física do Brasil, sediados no Instituto de Física e no Instituto de Física de São Carlos, ambos da Universidade de São Paulo (USP), tiveram cortes de 40% a 50% nas bolsas de doutorado. Ambos obtiveram a nota máxima de qualidade aferida pela Capes.

"É um desastre. Se o objetivo do MEC é desmantelar o sistema de pós-graduação, ele está conseguindo", afirma Carlos Menck, coordenador da área de Ciências Biológicas 1 na Capes e professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

 

29
Mar20

Onde foi parar a grana bilionária depositada em um indecente fundo da gangue dos procuradores da lava tato?

Talis Andrade

aroeira dallagnol.jpg

 

 

Ministro do STF Alexandre de Moraes enviou ofício à 13ª Vara Federal de Curitiba para saber se 2,5 bilhões desviados da Petrobras foram indevidamente utilizados por Deltan Dallagnol e mais cinco procuradores "donos" de imoral "fundo" da lava jato?

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anda desconfiado do destino do dinheirame desviado pela Operação Lava Jato, e que fez Deltan Dallagnol salivar com a possibilidade de utilizá-lo fecundando uma secreta 'fundação' bilionária – mutreta para receber multas de acordos de leniência de grandes empresas assinados nas coxas, e de delações premiadas de traficantes, doleiros e empresários corruptos.  

Alexandre de Moraes também responsável por suspender a criação da misteriosa 'fundação', criada por seis procuradores. Criada para receber, inicialmente: 2,5 bilhões desviados da Petrobras. Istoé dinheiro: 2 bilhões, 567 milhões, 756 mil reais.  

Eis os seis procuradores, os ernestos, os sabidos e espertos fundadores da ong ou fundação:  

ong procurador lava jato .png

A 'fundação', ou grupelho, tem apenas seis procuradores como proprietários do "fundo" mágico. Importante não esquecer os nomes dos malandros: Deltan Martinazzo Dallagnol, Januário Paludo, Felipe Délla Camargo, Orlando Martello, Diogo Castor de Mattos, Athayde Ribeiro Costa.

Existe ata de criação dessa fundação ou ONG? Uma ONG é uma organização não governamental. São organizações privadas sem fins lucrativos, legalmente instituídas com o objetivo de promover o desenvolvimento social.

Após estabelecida, deve-se seguir o passo a passo abaixo para oficializar sua formação:

  • Elaborar a proposta de Estatuto;
  • Fazer uma assembleia com os associados para aprovação do Estatuto;
  • Registrar o Estatuto em Cartório;
  • Realizar inscrição na Receita Federal para obtenção do CNPJ;
  • Registrar no INSS;
  • Registrar na CEF para FGTS;
  • Registrar na Prefeitura;
  • Registrar na Secretaria da Receita Estadual, obtendo a Inscrição Estadual;
  • Registrar os funcionários, se houver, junto à Delegacia Regional do Trabalho. 

A fundação ou ong ou fundo da lava jato é um trem fantasma. Uma caverna de Ali Babá. Uma galinha de ovos de ouro. Uma botija . Um tesouro encantado. Já pensou 2,5 bilhões para gastança em eventos, em propaganda enganosa, em institutos tipo Mude, em escritórios criados por esposas de procuradores e juízes (as empresas das "meninas")? Nas eleições de 2022, no partido da lava jato, nas campanhas de Dallagnol a senador ou governador do Paraná, de Sergio Moro presidente?

É muita safadeza, muita corrupção, complacência, anistia antecipada, que mais de um ano que esse dinheiral foi depositado, mofa sabe o diabo onde.

Eis o comprovante dos 2,5 bilhões depositados pela Petrobras, no dia 30 de janeiro de 2019, em uma conta gráfica autorizada pela juíza  Gabriela Hardt, na Caixa Econômica Federal de Curitiba.

A bolada de 2,5 bilhões ficou esperando a saída de Sergio Moro (a esposa do ex-juiz, criou uma empresa de eventos), o começo do governo de Bolsonaro presidente, eleito com o apoio da lava jato, para virar uma conta gráfica.

Por que uma conta gráfica?

Ministério Público Federal com uma conta gráfica?

Onde já se viu? 

fundação lava jato.png

A DANÇA DO DINHEIRO

camelo dallagnol.jpg

 

O ministro Alexandre de Moraes fez doação de parte desse dinheiro primeiro para o Ministério do Meio Ambiente (e da Amazônia Legal), depois para o Ministério da Educação e, agora, para o Ministério da Saúde.  Ou esse dinheiro não mais existe, ou está bichado, mal-afamado, que ninguém quer tocar nele. Quando foi destinado para apagar incêndios na Amazônia, consideraram uma decisão equivocada e ilegal.

Quase um ano depois do depósito, a Folha de S. Paulo deu a seguinte manchete: "MEC recebe e não usa um R$ 1 bi recuperado na lava jato. Verba para educação básica vai acabar no limbo".  

Nas contas de Moraes, a doação de um bilhão, e fica faltando um bilhão e meio.

Ou a doação de um bilhão e meio, e fica faltando um bilhão.

FUNDO DO POÇO

dallagnol doudo por jaba no ceará .jpeg

 

A criação do fundo bilionário veio a público no início de 2019 e nem precisou sair do papel para gerar indignação – sob controle total do Ministério Público, sua existência violaria a legislação brasileira que impede o uso de dinheiro público sem o aval do Congresso ou do próprio presidente. Em suma, procuradores do MP jamais poderiam decidir sobre o destino dos recursos amealhados pela lava jato.

Na época, o então Líder do PT Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta, apresentou documentos que comprovavam a ilegalidade da Força-Tarefa da Lava Jato, os Estados Unidos e a Petrobras na criação da fundação privada para gerir US$ 2,5 bilhões, oriundos de uma multa (?) da justiça dos Estados Unidos. Segundo o parlamentar, o fundo “é um procedimento totalmente ilegal” e os procuradores envolvidos “cometeram crimes contra os interesses nacionais”. 

Em resumo: procuradores receberam, secreta e ilegalmente, dinheiro de governo estrangeiro. A troco de quê as trinta moedas? 

Pimenta lembrou ainda que a criação do fundo fere a Constituição Federal. “Essa República de Curitiba acha que está acima da lei, acha que não precisa cumprir a Constituição e resolveu abocanhar R$ 2,5 bilhões de maneira criminosa. Vamos levar às últimas consequências essa responsabilização do Dallagnol e de todos os procuradores envolvidos”, apontou.

A partir de um texto da Agência PT de Notícias com informações do Conjur

queima de dinheiro da petrobras.gif

 

21
Mar20

Bolsonaro pode ser um serial killer, diz a filósofa Marcia Tiburi

Talis Andrade

bandeira _brum.jpg

 

 
Conversa Afiada
@ConversaAfiada
Bolsonaro ao Ratinho: "vão morrer alguns, sim, mas não podemos deixar esse clima todo aí.
Prejudica a economia”
 
Luis Nassif
@luisnassif
 
Com o MEC nas mãos de um idiota, e CAPES nas mãos de uma criacionista, a ciência vai à luta sozinha. Sem governo, sem MEC, sem CAPES, Coppe vai à luta e traz soluções jornalggn.com.br/a-grande-crise via @jornalggn 
 
xico sá
@xicosa
tão simples, né? primeiro vida
 
Guilherme Boulos
@GuilhermeBoulos
 
Entrevista na @CNNBrasil: Não se pode colocar o equilíbrio fiscal acima da vida. cnnbrasil.com.br/politica/2020/
 
Lula Livre Oficial
@ComiteLula
Bom dia, povo brasileiro! Hoje a noite vamos seguir protestando, às 20 horas, desde nossas janelas e sacadas, seja no centro ou não periferias, para derrotarmos o pensamento político que coloca o lucro acima da vida. "Primeiro salvamos o povo, depois a economia" - Lula
 
Blog do Noblat
@BlogdoNoblat
Se não quiser cair mais cedo, melhor que Bolsonaro feche a boca, por Ricardo Noblat
Erika Kokay
@erikakokay
GRIPEZINHA ? Insistir em chamar a Pandemia do Coronavírus de GRIPEZINHA , mostra que além de irresponsável e incompetênte , Jair Bolsonaro deve ser deposto da presidência IMEDIATAMENTE!
 
Eliane Brum
@brumelianebrum
#memoriatemcor Geledés, uma das mais respeitáveis organizações de combate ao racismo que estrutura o Brasil e que está ficando ainda mais evidente nesta pandemia, lança uma campanha contra o genocídio que está exterminando uma geração de jovens negros

 isolamento. 

marcia tiburi
@marciatiburi

E se Bolsonaro estiver com o #Covid_19 depois de toda a bizarra negação dos fatos, depois de ter exposto pessoas a um contato contagioso colocando-as em risco, depois de ter se expressado de um modo tão absurdo tentando esmaecer a periculosidade da situação, e se...

E se Bolsonaro estimulou pessoas a agirem como ele espalhando o coronavirus por tantos lugares, e se seus eleitores e seguidores fanáticos não tiverem discernimento sobre a gravidade do momento...

Então, ele será um serial killer, mais do que uma pessoa com problemas cognitivos, mais do que um fascista em potencial, um lunático, um maníaco, um sujeito verdadeiramente perigoso. A arma da morte está em sua mão, literalmenteQuanto vale a palavra de Bolsonaro?

Bolsonaro se nega a mostrar exames que, segundo ele, deram negativo para coronavírus

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