Santa Michele
 

AGENCIA CONGRESSO – A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de um ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) para investigar transações entre ele e uma empresa com contratos do governo federal, um deles custeado com dinheiro de emenda parlamentar.

Os pedidos foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e se referem aos meses de outubro e dezembro de 2022. Um dos contratos é com a Universidade Federal do ES.

As solicitações da PF têm como base as mensagens de Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro e ajudante de Ordens da Presidência, encontradas a partir da quebra do seu sigilo telemático na investigação relatada por Moraes sobre o vazamento do inquérito sigiloso do ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ao analisar o material, os investigadores encontraram indícios de transações suspeitas entre Luís Marcos dos Reis, ajudante de ordens do ex-presidente, e a empresa de Goiânia Cedro Libano Comércio de Madeira e Materiais de Construção.

Segundo a PF, o Portal da Transparência mostra que, de 2020 a 2022, durante o governo Bolsonaro, a Cedro Líbano recebeu recursos federais por meio de contratos com a Universidade Federal do Espírito Santo, Instituto Federal de Tocantins e Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba).

A análise da Polícia Federal nas contas de Luís Marcos dos Reis mostra várias transações entre ele e a empresa ou pessoas vinculadas a ela, o que indica que a empresa poderia estar ‘pagando’ favores por contratos recebidos.

No mesmo período em que recebe da empresa, o ajudante de ordens de Bolsonaro aparece envolvido nas transações que são investigadas pela PF sob suspeita de desvio de dinheiro da Presidência por meio de Mauro Cid e a pedido de Michelle Bolsonaro.

O assessor, diz a PF, repassou valores para pessoas indicadas pelas assessoras de Michelle.

Entre elas, a tia da ex-primeira-dama, Maria Graces de Moraes Braga, para quem o assessor fez 12 depósitos em espécie. Segundo a defesa da ex-primeira dama, a tia era babá da filha de Michele

Ele também fez três depósitos para Rosimary Cardoso Cordeiro, responsável por emitir um cartão de crédito utilizado por Michelle, que usava cartão de crédito adicional em nome da amiga.

Com informações da FOLHA/SP