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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

24
Jun23

A democracia brasileira resistirá à escrotocracia brasileira?

Talis Andrade

Entendo por escrotocracia a forma de governo de homens desqualificados que capitalizam sua desqualificação

 

por Marcia Tiburi

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Há poucos dias fiz uma postagem no Instagram usando a expressão “escrotocracia” e fui criticada por uma pessoa que disse que xingamentos não ajudariam a resolver os problemas brasileiros. Essa pessoa tem toda a razão, mas como comunicação é um assunto imenso e um problema imenso, além de um poder imenso, prova disso é que o centralíssimo Ministério das Comunicações está nas mãos do Centrão, precisamos avançar no debate sobre o que se diz, como se diz e toda a parafernalha dos meios de produção da linguagem em um país dominado pela mistificação e pela desregulamentação da mídia. Como se vê, o debate pode ir por muitos lados. Eu não preciso dar nome aos bois, pois os donos das boiadas que passam, alcançaram a façanha de agir como bem entendem, com toda a falta de escrúpulos e desrespeito à lei e à ética que caracteriza a escrotocracia. 

Entre o esquerdo-fofismo e as táticas janônicas de comunicação usadas na campanha política de 2022, fico com as últimas, até porque se eu bancar a esquerdo-fofa depois dos ataques nada meigos que recebo, inclusive da esquerda, estarei destoando demais do jogo político-cultural de nosso tempo. Não quero defender o xingamento (como professora de filosofia, meu objetivo é fazer análises que nos ajudem a refletir; sobre isso já escrevi uma Teoria Geral do Xingamento https://revistacult.uol.com.br/home/teoria-geral-do-xingamento/). Quero apenas dizer que a desqualificação da política não é invenção minha, ao contrário, foram os homens como sujeitos do privilégio político que destruíram a política a partir de palavras e ações em que vemos a democracia degenerar em demagogia e, mais tarde, em fascismo. Contudo, reconheço que sempre podemos usar uma expressão mais técnica para dizer as coisas, (“fezes” no lugar de dizer “merda”, por exemplo), assim como poderia dizer oligarquia neoliberal e patriarcado em vez de escrotocracia, mas uma MERDA escrita em caixa alta ou bem gritada nos ouvidos certos de vez em quando tem muito mais valor epistemológico e retórico dependendo do contexto. 

Mas para avançarmos no assunto: entendo por escrotocracia a forma de governo de homens desqualificados que capitalizam sua desqualificação. Eles são supremacistas brancos (mesmo quando pardos), que agem absolutamente sem escrúpulos e contra as mulheres. Ter as mulheres como inimigas faz parte da escrotocracia. Antigamente, os políticos podiam ser machistas elementares e estruturais, pois tinham a politica só para si. Desde que as mulheres começaram a participar mais da politica, ocupando espaços que eles esperavam continuar sendo apenas seus, eles começaram todo tipo de jogo sujo. Vamos falar de dois exemplos para entender o que se passa na grande escrotocracia que é o atual Congresso Nacional brasileiro. 

O primeiro exemplo diz respeito ao escrotocrata-mor Arthur Lira, seguido de escrotocratas menores, mas igualmente funestos. Todos, contudo, são imitações baratas de Bolsonaro. Contudo, em relação a Bolsonaro, Lira é mais perigoso, porque pensa e trabalha com uma intensidade mais intestina, logo, mais inteligente na corrupção geral da política. 

O que Arthur Lira fez com Julyenne Lins, sua ex-mulher, esta no coração do escrotismo: ameaçou-a de lhe tirar os filhos, ameaçou-a de morte, espancou-a e ainda fez ela participar dos trâmites da corrupção dentro da própria casa, como se, por ser casada com ele, ela tivesse a obrigação de receber malas de dinheiro e ajudar a contar as cédulas. Nesse caso, a expressão escrotocrata é modesta, pois ele poderia ser um feminicida se tivesse a chance de assassinar a esposa como sugeriu. 

Karl Von Clausewits disse que a guerra era a continuação da política por outros meios. Foucault o corrigiu dizendo que a política era a continuação da guerra, mas no caso de Lira, podemos dizer que a política é a continuação do que ele fazia dentro de casa. E o que ele fazia dentro de casa era violência, ameaça e corrupção. Julyenne Lins vem tentando falar há muito tempo, mas pouca gente a escuta. Por que a sociedade brasileira – e a imprensa – não quer ouvir o que ela tem a dizer?

Mas não é só Arthur Lira, poderoso e exímio chefe de organização criminosa, que é um escrotocrata típico. Todo o congresso, com as exceções que confirmam a triste regra da política patriarcal, é uma grande escrotocracia.

Vejamos a perseguição vivida pelas seis deputadas da CPI do MST. Elas são todas mulheres qualificadas, enquanto seus perseguidores (Ricardo Salles, Kim Kataguiri e outros agitadores de sempre) são homens desqualificados que usam a desqualificação como capital político. A CPI é uma pura cena que faz parte de uma guerra híbrida para criminalizar o Movimento dos Trabalhadores sem Terra, a esquerda, a Reforma agrária e a própria democracia. 

Sabemos dessa tática do “ridículo político” usada desde há muito tempo e que teve seu ápice a partir do golpe de 2016. Bolsonaro foi o rei do ridículo político e, por isso, se tornou o presidência da República enquanto suas imitações continuam no congresso tocando a boiada e tocando o terror. A tática de estressar, atormentar e perturbar faz parte da tortur mental. É pura tática de psicopoder. A caça às bruxas sempre foi baseada no tormento da perseguição. 

Os perseguidores são homens metidos a espertos que fazem o discurso grotesco para impressionar, o assédio político para intimidar, tentam desviar a atenção e a ação das deputadas que “ousaram” denunciá-los e interpelá-los. O assassinato de Marielle Franco se deu por que ela denunciou demais. Esperamos que as nossas deputadas saiam vivas disso tudo. Contudo, o golpe esta em curso. E é preciso ter todo o cuidado. 

Querem fazer com que as mulheres parem de desmascarar o jogo dos escrotocratas e gastem seu tempo se defendendo de falsas acusações. 

O show de masculinidade tóxica vai continuar enquanto não tivermos um Congresso Nacional com maioria democrática. 

Os escrotocratas não se furtarão a torturar a democracia como fazem com mulheres. 

Em entrevista à Agência Pública, divulgada nesta quarta-feira (21), Jullyene Lins, ex-esposa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), denunciou ter sido vítima também de violência sexual. Ao ICL Notícias, Jullyene já havia reportado agressões físicas reforçadas por testemunhas e um laudo médico feito à época. A jornalista Cristina Serra comenta o caso e cobra reabertura das investigações. "A impunidade desse sujeito será a suprema humilhação a essa mulher".

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se irritou com o deputado Abilio Brunini (PL-MT) durante a abertura da CPI 8 de Janeiro quando o parlamentar tentou tumultuar a sessão. “Vem como se fosse um ‘aerolook’”, questionou a deputada ao presidente da CPMI.  

Abílio Brunini (PL-MT) foi criticado por interromper o discurso de diferentes congressistas durante a 1ª sessão da CPI do 8 de Janeiro nesta 5ª feira (25.mai.2023). A deputada Erika Hilton afirmou que Abílio queria “tumultuar os trabalhos da CPMI”. Os congressistas também criticaram o traje informal do deputado. “Veio de pijama e quer tirar onda”, disse Carlos Verás (PT-PE). Abílio não é integrante titular nem suplente do colegiado. Ele pretende intimidar deputados democratas, principalmente as mulheres que combatem o golpismo, a extrema direita, o nazismo bolsonarista. 

Abilio Brunini, bolsonarista, golpista. anarquista da extrema direita, fez uma live no Salão Verde da Câmara dos Deputados, no dia 11. A intenção era mostrar que Brasília não ficou tão destruída com os ataques de 8 de janeiro quanto a mídia divulgou. Foi uma fala de apoio ao pacifismo dos bolsonaristas que invadiram o Palacio do Planalto, o STF e o Congresso. Devia ser inquirido pela CPI dos Atos Antidemocraticos

O deputado bolsonartista José Medeiros (PL-MT) partiu para cima do deputado petista Paulo Teixeira durante uma sessão na Comissão de Direitos Humanos da Câmara por causa de uma menção ao indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e ao jornalista inglês Dom Phillips, assassinados por traficantes de cocaina na região do Vale do Javari, na Amazônia. A confusão começou quando a deputada Talíria Petrone (PSOL) começou a falar dos indianistas. José Medeiros interrompeu. Talíria pediu para ter a palavra respeitada e o colega disse que não teria.
 

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou falas transfóbicas na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família na Câmara, na última quarta (20).

Os parlamentares Eder Mauro (PL), deputado federal, e Eliziane Gama (PSD-MA), senadora e relatora da CPMI, bateram boca durante o depoimento do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. O deputado, que não é integrante da comissão, interrompia a relatora, que respondeu com um "cale-se". #CNNBrasil

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) começou, na prática, nesta terça-feira (6), com a votação do plano de trabalho proposto pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que será a relatora dos trabalhos. O senador Marcos do Val (Podemos-DF), obsessionado com Flávio Dino, tentou constranger a senadora e questionar sua imparcialidade pela amizade que mantém com o ministro da Justiça, ao que a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) rebateu, escancarando que vários dos integrantes da Comissão chamaram para atos antidemocráticos ou estão envolvidos nas investigações.
18
Ago22

Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado se Lula for eleito

Talis Andrade

Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, transformou a Mormaii na maior marca de  surfe do paísO público pode esperar um grande show', afirma idealizador do Gospel in  World

www.brasil247.com -

 

Empresários que finaciam candidatos da extremma direita, apoiadores de Jair Bolsonaro, atacam STF, TSE e defendem uma guerra civil em caso de vitória de Lula

 

 Empresários apoiadores de Jair Bolsonaro passaram a defender abertamente um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito. Segundo o blog do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, o não reconhecimento da derrota nas urnas, como apontam todas as pesquisas de intenções de voto para presidente, vem sendo a tônica do grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado. 

Golpe armado significa ameaça de luta armada entre militares, entre policiais e contra o povo em geral democrata e desarmado. 

Não se dá golpe sem listas estaduais de presos, sem lista nacional de lideranças marcadas para morrer. 

O grupo golpista reúne grandes empresários de diversas partes do país, desde nomes conhecidos como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; e outros menos famosos, como José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii. 

Empresários fregueses dos bancos oficiais e devedores dos fiscos, e inimigos da claridade. 

Segundo o blog de Guilherme Amado, o apoio a um golpe de estado para impedir a eventual posse de Lula ficou explícito no dia 31 de julho. José Koury, proprietário do shopping Barra World e com extensa atuação no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, foi quem abordou o tema, ao dizer que preferia uma ruptura à volta do PT. Koury defendeu ainda que o Brasil voltar a ser uma ditadura não impediria o país de receber investimentos externos. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, publicou.

Segundo a reportagem Marco Aurélio Raymundo, o Morongo é um dos empresários com visões mais extremistas no grupo e defende que o Brasil está em guerra contra os adversários de Bolsonaro. “Golpe foi soltar o presidiário!!! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar merda”, escreveu o empresário. 

Morongo significa preguiçoso, lento, paronôneo. Também pode significar hipócrita, falso, duplo, falso. Parece que não é.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, é um dos alvos dos empresários bolsonaristas. Carlos Molina, dono da empresa de auditoria Polaris, tem o costume de chamar Moraes de “skinhead” em diferentes postagens. “Já nem o PCC tem paciência para aturar o skinhead de toga”, afirmou o empresário, em uma postagem datada de 25 de julho.

Alguns autores categorizam os skinheads em quatro tipos diferentes:

  • Skinheads tradicionais;
  • SHARP (Skinheads Against Racial Prejudice) - Sigla que significa "skinheads contra o preconceito racial", e são contra manifestações racistas;
  • White Power - Os skinheads nacional socialistas e racistas, muitas vezes pertencentes a movimentos neonazistas;
  • RASH (Red and Anarchistic Skinheads) - Os skinheads comunistas e anarquistas que são contra as tendências e influências fascistas e neonazistas.

Para Molina "skinhead white power, Moraes é "rash".Também há projeções para o futuro do Brasil.

Segundo a reportagem, Luciano Hang revelou quem espera que seja eleito presidente nos próximos 12 anos. Para o dono da Havan, depois de reeleger Bolsonaro, o país deveria eleger o ex-ministro Tarcísio de Freitas para o Planalto, em 2026, e reelegê-lo em 2030. “Aí não terá mais espaço para os vagabundos”, completou.

 
"Empresários apoiadores de Jair Bolsonaro passaram a defender abertamente um golpe de Estado caso Lula seja eleito em outubro, derrotando o atual presidente. A possibilidade de ruptura democrática foi o ponto máximo de uma escalada de radicalismo que dá o tom do grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado e cujas trocas de mensagens vêm sendo acompanhadas há meses pela coluna. A defesa explícita de um golpe, feita por alguns integrantes, se soma a uma postura comum a quase todos: ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário de Jair Bolsonaro.
 

Mensagens anteriores já indicavam o grau de radicalismo entre alguns dos empresários do grupo. No dia 17 de maio, Morongo, da Mormaii, propôs ações extremas para defender Bolsonaro, citando casos como a Revolução Francesa e a Guerra Civil dos EUA.

“Se for vencedor o lado que defendemos, o sangue das vítimas se tornam [sic] sangue de heróis! A espécie humana SEMPRE foi muito violenta. Os ‘bonzinhos’ sempre foram dominados… É uma utopia pensar que sempre as coisas se resolvem ‘na boa’. Queremos todos a paz, a harmonia e mãos dadas num mesmo objetivo… masssss [sic] quando o mínimo das regras que nos foram impostas são chutadas para escanteio, aí passa a valer sem a mediação de um juiz. Uma pena, mas somente o tempo nos dirá se voltamos a jogar o jogo justo ou [se] vai valer pontapé no saco e dedo no olho”, escreveu.

É a defesa da volta da tortura de presos políticos, a volta da tortura nas delegacias e quartéis. A volta do pior que existe no animal, da fera que brinca com sua presa, principalmente o abuso do sadismo sexual dos tarados que se escondem nos templos religiosos, na ambição dos negócios, na tradição, família e propriedade.Image

 

 

Também há projeções para o futuro do Brasil. Segundo a reportagem, Luciano Hang revelou quem espera que seja eleito presidente nos próximos 12 anos. Para o dono da Havan, depois de reeleger Bolsonaro, o país deveria eleger o ex-ministro Tarcísio de Freitas para o Planalto, em 2026, e reelegê-lo em 2030. “Aí não terá mais espaço para os vagabundos”, completou.

Leia a reportagem na íntegra. 

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PT no Senado
@PTnoSenado
Nossos senadores apresentaram à Justiça Federal do Distrito Federal uma notícia-crime contra o grupo de empresários bolsonaristas flagrados defendendo um golpe caso Lula vença as eleições. Saiba mais

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15
Ago22

Gleisi: "Lula governou por 8 anos. Quando é que fechou uma igreja, perseguiu evangélicos, um pastor?"

Talis Andrade

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Presidente do PT também afirmou que o partido "vai estudar as possibilidades" de entrar com uma representação contra o mentiroso Marco Feliciano, que confessou tem propagado a informação falsa de Lula fechar igreja 

 

247 - A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do ex-presidente Lula e afirmou que o partido avalia entrar com representação contra o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) após ele ter admitido que, enquanto atua como pastor, espalha fake news aos fieis dizendo que o PT pretende fechar igrejas se voltar ao poder.

"Lula governou esse país por oito anos. Quando é que fechou uma igreja, perseguiu evangélicos, um pastor?", questionou Gleisi à coluna da Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo. "Foi dele a sanção da lei da liberdade religiosa, já em dezembro de 2003, e foi do Lula também em setembro de 2009 a sanção da lei que marcou o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Sempre respeitou todas as religiões. Então vamos enfrentar esse debate com muita tranquilidade e clareza, mostrando para o povo que eles (os bolsonaristas) querem ganhar com mentira, com medo sobre a população", complementou.

Sobre a possibilidade de entrar com uma ação contra Feliciano, a deputada federal afirmou: "Vamos estudar todas as possibilidades. O que não pode é deixar que a campanha vá para fake news, para mentira, eles não têm o que debater com povo brasileiro. Essa não é uma disputa religiosa, tem que deixar isso claro. É disputa política. Você disputa projeto para o país. Mas obviamente que nesse bojo a gente tem que esclarecer as mentiras e as fake news."

Mais cedo, Gleisi já havia publicamente cobrado uma atitude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a confissão do crime cometido por Feliciano. O PT iniciou uma contraofensiva nas redes para desmentir as alegações falsas relacionadas ao ex-presidente e as religiões. À coluna da Mônica Bergamo, a presidente do partido também revela que, se necessário, Lula se manifestará pessoalmente sobre as fake news: "Se precisar, vamos fazer fala específica, não há problema nesse sentido. Estão entrando nessa seara porque não têm proposta para o Brasil."
 
 

O PT intensificou os comunicados para desmentir rumores de que Lula vai fechar igrejas evangélicas no país. O partido lembra que o ex-presidente sancionou a lei da liberdade religiosa, em 2003, e a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009, proposta pelo então senador Marcelo Crivella, da Igreja Universal do Reino de Deus. A plataforma "Verdade na Rede", criada pelo PT, divulgou uma peça que mostra o ex-presidente com as mãos unidas sob o título "Lula é cristão e governa para todos".

 

Michelle é hoje a figura mais perigosa

 
 
05
Jul22

Polícia prende dono de drone Bolsonaro usado em ação contra apoiadores de Lula e Kalil

Talis Andrade

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A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) confirmou a prisão do arruaceiro Rodrigo Luiz Parreira, o espalha merda e urina

 

 

A Secretaria Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou que a polícia prendeu nesta terça-feira (5), em Uberlândia (MG), Rodrigo Luiz Parreira, apontado por investigadores como o principal responsável pelo ataque a apoiadores do ex-presidente Lula (PT) e do pré-candidato ao governo mineiro Alexandre Kalil (PSD), durante evento de pré-campanha, em 15 de junho na cidade. O equipamento jogou fezes e urinas nas pessoas que foram ao evento. 

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Parreira falsificou documentos para obter o Certificado de Registro Pessoa Física - Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). As informações foram publicadas nesta terça pelo portal G1

Foram cumpridos nesta terça mandados de busca e apreensão em pelo menos cinco endereços atribuídos a ele. 

16
Jun22

Lula, em Uberlândia: “Outra vez, o povo trabalhador vai consertar este país”

Talis Andrade

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Durante evento de pré-campanha, petista celebrou parceria com Alexandre Kalil, falou sobre a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips e criticou Bolsonaro por ter pedido a ajuda de Biden para vencê-lo nas Eleições 2022. Veja vídeo:

Ao participar do lançamento da pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais, em ato público na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Lula voltou a assumir o compromisso de, caso seja eleito, governar priorizando a distribuição de renda e o combate à fome, como fez quando foi presidente.

“A minha guerra é contra a fome”, disse ao público, recordando a frase que pronunciou quando se recusou a envolver o Brasil na guerra entre Estados Unidos e Iraque, em 2003. E prosseguiu garantindo que é possível tirar, novamente, o Brasil do Mapa da Fome.

 

Bom dia. Quero agradecer o @alexandrekalil e o povo de Uberlândia pelo bonito ato de lançamento da campanha. Kalil tem a experiência e competência que Minas Gerais precisa. #VamosJuntosPeloBrasil

📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/hEtjdn0eeI

— Lula (@LulaOficial) June 16, 2022

 

“Como é que nós vamos vencer essa guerra? É tentando ter o mínimo de inteligência, que talvez a gente não aprenda numa universidade, a gente aprende no nosso cotidiano. Eu aprendi dentro de uma fábrica, que é preciso fazer com que as pessoas mais humildes ganhem um pouco mais e as pessoas muito mais ricas ganhem um pouco menos. É repartir o pão, para que todo mundo tenha o direito de comer um pedaço desse pão”, discursou.

Para isso, disse o ex-presidente, é preciso retomar as políticas que foram desmontadas após o impeachment fraudulento contra Dilma Rousseff. “Vamos provar, outra vez, que o povo trabalhador e um metalúrgico vão consertar este país”, garantiu.

“A gente não tem que ter medo. A gente tem que levantar a cabeça e ter orgulho daquilo que a gente fez. Pode ter certeza: o salário mínimo vai voltar a aumentar, o povo vai voltar a comer, o povo vai poder voltar a viver dignamente”, completou.

 

Direitos indígenas

 

Lula começou seu discurso prestando homenagem ao indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, assassinados na Amazônia (leia nota de pesar de Lula e Alckmin), e acrescentou que, se voltar a governar, vai retomar as demarcações de terras dos povos originários e coibir o garimpo nessas áreas.

O ex-presidente também condenou as agressões feitas aos manifestantes, que foram atacados por meio de um drone que lançou uma substância química sobre o público, e voltou a criticar a violência e as ameaças de golpes que partem constantemente do bolsonarismo.

“Não adianta falar de general, de soldado, de militar. Sabe por quê? Porque o povo brasileiro vai dar um golpe pelas urnas em 2 de outubro e é o povo que vai tirar essa coisa da Presidência da República para que a gente possa viver tranquilamente e feliz da vida. Então, não adianta fazer provocação, não adianta fazer outdoor, não adianta fazer drone, não adianta jogar bobagem para cá”, avisou Lula.

 

Kalil prestigiado

 

Lideranças do país todo foram prestigiar a pré-candidatura de Kalil. Estavam presentes e também discursaram o pré-candidato a vice-governador de Minas André Quintão (PT); a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR); o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG); o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); o senador Alexandre Silveira (PSD-MG); o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado estadual Agostinho Patrus (PSD); a vereadora Dandara (PT-MG); e o ex-prefeito de Ublerlândia Gilmar Machado (PT).

Alexandre Kalil falou logo antes de Lula e disse que o Brasil vive um dilema histórico. “Ou nós vamos eleger quem tem coração e tem olhar humano ou nós vamos entregar este país para essa corja de desumanos”, observou.

“Eu preciso que levem meu nome para esse Triângulo inteiro, agora o que é fundamental, que é a sobrevivência de nós todos, é a eleição do presidente Lula para a Presidência da República. Essa é uma questão de sobrevivência”, acrescentou Kalil.

Já o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato à Vice-Presidência ao lado de Lula, frisou que o Brasil precisa retomar sua democracia. “A primeira razão de nós estarmos juntos com o presidente Lula é para salvar a democracia brasileira. O Brasil precisa de Lula para salvar a democracia. O Brasil precisa do Lula para voltar a crescer”, disse.

 

 

16
Jun22

Polícia prende trio de desordeiros que jogou fezes e urina em participantes do evento pró-Lula em Uberlândia

Talis Andrade

Imagewww.brasil247.com -

Ricardo Corrêa
@ricardocorrea
Se alguém ainda tinha dúvida do nível de degradação que viveremos nessa campanha, isso aqui resume. Um drone usado para pulverização em lavouras despejou fezes e urina sobre apoiadores de Lula e Kalil que aguardam os dois em Uberlândia. Imprensa tb foi atingida.
O Tempo
@otempo
Um pouco antes do evento que vai receber o ex-presidente Lula e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil(PSD), um drone sobrevoou a Universidade do Triangulo Mineiro, local do evento, jogando fezes e urina nos apoiadores que já estavam a postos aguardando o evento.Image
 
 
 
Os criminosos foram encontrados em uma caminhonete com muito dinheiro e o drone
 
 

por Sívio Azevedo /Diário de Uberlândia

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A Polícia Militar (PM) prendeu três bolsonaristas que jogaram uma substância química nos participantes do ato político do ex-presidente Lula (PT), do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), na tarde desta quarta-feira (15), em Uberlândia. A situação ocorreu antes do início da cerimônia, que aconteceu no pátio da Universidade do Triângulo Mineiro (Unitri).

Segundo os policiais, os criminosos foram encontrados em uma caminhonete próximo ao local do ocorrido. No interior do veículo foram localizados o drone utilizado no fato e certa quantia em dinheiro fornecido por políticos governistas para praticarem a sujeira.

 

Drone foi encontrado com os criminosos | Foto: Sílvio Azevedo

 

“Eles utilizaram uma substância chamada Target, que é feita para atrair moscas e tem um cheiro desagradável, semelhante com resíduos de lixo”, explicou o tenente da Polícia Militar. 

Ainda de acordo com o tenente, a motivação teria sido por questões políticas. “Um dos envolvidos, que estava pilotando o drone, disse que estava inconformado com o evento”, complementou. 

O trio será denunciado por injúria contra a população que estava presente no evento e por não ter autorização para pilotar o drone. Eles foram encaminhados para a Delegacia de Plantão da Polícia Civil, onde assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), ficando à disposição da Justiça para esclarecimentos. 

 

EVENTO


O ato político trata-se do lançamento da pré-candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas, que conta com o apoio de Lula e Alckmin. 

Também participaram do evento os pré-candidatos a vice-governador de Minas, André Quintão (PT), e ao Senado, Alexandre Silveira (PSD), além da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e dos coordenadores do movimento Vamos Juntos pelo Brasil em Minas: o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) e Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

 

MERDA

O Diretório dos Estudantes da Universidade do Triângulo Mineiro condenou a provocação política dos inimigos da claridade, que vociferam o discurso da violência, o discurso de ódio, a ameaça de golpe, a volta da didatura militar de 1964, que prendeu, torturou e matou estudantes.

"Quem tem flores oferece flores, que tem titica na cabeça oferece feses para o povo em geral"

03
Jun22

A biografia do covarde

Talis Andrade

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  • por Ruy Castro

 

Há dias, neste espaço (12/5), comparei Jair Bolsonaro àquele menino covarde que chuta um coleguinha pelas costas e, quando este reage, corre e vai pedir socorro ao irmão mais velho, chorando e dizendo-se agredido. Um garoto desses, se renitente na prática, será uma ameaça em adulto. No futuro, deem-lhe poder e um irmão mais velho —as Forças Armadas— e você terá Jair Bolsonaro.

Tenho alguma experiência na produção de biografias e me pergunto se e quando farão uma biografia à altura (ou à baixeza) de Bolsonaro. Primeiro será preciso encontrar um autor capaz de superar a revolta e repugnância que o personagem inspira, a fim de conferir ao trabalho a objetividade que a biografia exige. Depois, vencer a resistência das fontes de informações —muita gente sabe de horrores sobre ele, mas quantos se atreverão a contar? Bolsonaro é vingativo, sua índole é a do cão hidrófobo e, mesmo enjaulado e de focinheira, ainda terá força nos próximos anos para ir à forra contra quem o desagradar. Ou alguém duvida de que, mesmo sem ele, agentes avulsos de sua hidrofobia continuarão ativos?

Sempre acreditei que apenas a pessoa morta deveria ser biografada, e por um motivo óbvio: o de que só então sua história estará completa. Mas, no caso de Bolsonaro, é urgente a exceção. É preciso expô-lo o mais depressa possível, antes que a escalada de seu banditismo torne irrelevantes vilanias precoces. Tudo deve ser apurado, desde sua infância de menino covarde no interior de São Paulo até seu arrebatamento em desfilar de moto com 500 homens às suas costas, um deles atracado-lhe à garupa.

Informo desde já que não farei essa biografia. Ela exige um profissional mais jovem, com disponibilidade total e heroica determinação para chafurdar na merda.

Mas coloco-me à disposição para orientar, dar palpites e aconselhar a que se trabalhe de máscara, com o nariz tapado.

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TRIBUNA DA INTERNET

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Covarde, Bolsonaro troca vidas por votos no Congresso | Partido dos  TrabalhadoresA mídia internacional e o risco Bolsonaro - Sinpro GoiásDesta vez exageraram com Bolsonaro! - OrlandoPassos.comNáufrago da Utopia: CARLA JIMÉNEZ: "BOLSONARO NÃO TEM HONRA NEM RESPEITO,  TEM ATITUDES DE UM COVARDE, DE UM SABOTADOR NACIONAL"

20
Mar22

Cassação de Mamãe Falei perde força

Talis Andrade

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Por Guilherme Amado, no Metrópoles - A cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val perdeu força nos corredores da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O ex-integrante do MBL não escapará de uma punição, mas as consequências para ele devem ser mais brandas.

>>>  Em áudios, Arthur 'Mamãe Falei' diz que “ucranianas são fáceis porque são pobres”

Deputados da base governista e da oposição afirmam que Arthur poderá ter o mandato suspenso por um período de seis a oito meses. Apesar de encerrar a atuação legislativa do deputado, a pena preservaria os seus direitos políticos. Já a cassação do mandato tornaria Arthur inelegível por oito anos.

Procurado, o advogado do deputado, Paulo Bueno, disse que “a cassação de Arthur do Val é inviável juridicamente e os precedentes da própria Alesp demonstram isso”.

 

COPROFAGIA

O áudio sobre as ucranianas foi gravado para um grupo de amigos no WhatsApp e o conteúdo foi revelado pela coluna do Lauro Jardim, no O Globo. O deputado diz que contou o número de mulheres bonitas na alfândega e diz que vai voltar ao Leste Europeu quando a guerra acabar.
 
“Mano, eu juro pra você, eu contei: são 12 policiais deusas. Mas deusas que você casa e faz tudo que ela quiser. Assim, eu tô mal. Eu não tenho nem palavras para expressar”, declara no áudio. 
 
O pré-candidato ao governo de São Paulo continua: “Quatro dessas eram minas que você, mano, nem sei te dizer, se ela cagar você limpa o c... dela com a língua”.
 
Em outro trecho, faz uma comparação entre as ucranianas e as brasileiras. “Se você pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui”, afirma o deputado.
Arthur do Val - Mamaefalei on Twitter: "Muito feliz com tanto apoio de  gente tão foda! Domingo vamos colocar essa força nas urnas e mostrar a  todos nossa arrancada. São Paulo voltará
12
Mar22

Machismo publicitário: misoginia como tecnologia política na era do macho limítrofe

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

 

por Marcia Tiburi

1. Machismo estrutural é o nome que se dá à ordem dos discursos e atos dos agentes do patriarcado. O caráter estrutural do machismo tem relação com a “naturalização” dogmática da ideologia e da prática dos homens machistas. Como tudo o que é dogmático, o machismo aposta em verdades naturais e trata seus críticos como monstros “desnaturados”. 

2. Machismo publicitário é a forma do machismo na era da política reduzida à publicidade. 

3. Várias manifestações do deputado Arthur do Val recentemente envolvido no caso de assédio de mulheres ucranianas em situação de guerra, remetem à teatralidade para fins publicitários no jogo da eterna campanha política dos agentes da extrema-direita. Em 2018 Arthur do Val invadiu um evento vestindo uma roupa que imitava uma vagina, assediando e intimidando estudantes. Sempre usando de falácias, o texto do personagem, que pode ser visto na internet, prima pelo discurso grotesco, a saber, aquele que produz efeitos de poder por sua desqualificação. 

4. Para se defender da marca de assediador e de predador, o referido deputado teatralizou novamente ao ver a revolta da população e da mídia: diante das câmeras ele usou o argumento de ser um homem “jovem” e não ser “santo” como características naturais que deveriam ser aceitas por todos. O argumento falacioso da natureza masculina surge na tentativa de se defender do indefensável: as falas aporofóbicas e predatórias contra mulheres em situação de fragilização pela guerra. As multidões que criticaram a postura do deputado foram atacadas pelos agentes do MBL como se estivessem na contramão do machismo natural que, segundo o dogma patriarcal, deve ser aceito sem reclamação ou crítica. É o que vem sendo chamado de “construção da narrativa” e ela depende de teatralização e performance. 

5. A importância da teatralidade e da performance dos personagens políticos é cada vez mais evidente quando a publicidade ocupa o lugar da política. Em política sempre houve um cálculo sobre a percepção, as sensações, as emoções, os afetos e os sentimentos das massas. Mas desde que ela foi rebaixada à publicidade, tudo isso se tornou ainda mais intenso.

6. O fascismo instrumentaliza o mau gosto de uma época e o incrementa para fins políticos. Nesse sentido, o fascismo (seja o Ur-Fascismo ou o neonazifascismo contemporâneo), mais que ideologia, é uma tecnologia política que se une a outra tecnologia política; o machismo, tão antiga quanto ele. Em termos simples se pode dizer que ambos se confundem. 

ribis- marielle consciencia negra quebra placa car

7. Dois homens rasgaram uma placa de rua com o nome de Marielle Franco em 2018 em um ritual de ódio durante a campanha política. Certamente esse ritual chamou a atenção para eles que foram eleitos com muitos votos. Daniel Silveira, um desses deputados, continuou sua estratégia publicitaria para aparecer usando da agressão e da ameaça contra tudo e todos, inclusive o STF, e acabou sendo preso. Na prisão ele mudou a cena: começou a chorar para parecer frágil. No contexto do aperto, amenizar a brutalidade natural do macho parecia o melhor na modulação da sua imagem. 

8. A báscula da cena do macho brutal para o homem sensível e fragilizado nos permite lançar a categoria do “macho limítrofe” como figura especifica da teatralidade na política na era do neonazifascismo. 

9. O fascismo é todo uma encenação performática caracterizada pelo enfrentamento à democracia em uma época. 

10. Na política machista habitual os homens precisavam apenas disputar entre si. Quando surgem mulheres que ameaçam seus cargos, ou ameaçam com a imagem de uma outra política, os homens partem para a ação violenta que faz parte da sua história e é essencial à performatividade política do momento. Lembremos da força da misoginia contra Dilma Rousseff e Manuela D’Ávila. O nome de Marielle Franco continua sendo usado por nazifascistas como se fosse um troféu que anuncia do que eles são capazes. 

11. O macho limítrofe é a assinatura de um design político que dá certo: ele fornece a imagem adequada ao poder. Jair Bolsonaro venceu Fernando Haddad com o apoio da mídia corporativa golpista usando uma imagem de violência adequada às massas, às quais não era possível escolher diferentemente diante do excelente trabalho de psicopoder, ou lavagem cerebral, produzida em uma campanha publicitaria midiática que não tem fim desde 2013. O trabalho de lavagem afetiva vem sendo bem produzido no Brasil desde o advento da televisão e recentemente com as redes sociais. A sociedade inteira vive tranquilamente sob o assédio publicitário promovido nesse contexto. 

12. A característica do macho limítrofe é a vociferação misógina que permite que os holofotes se voltem para ele. Foi o que Arthur do Val sempre fez até que deixou cair a máscara. 

3. O macho limítrofe é o ator de uma série de discursos e práticas em si mesmos misóginos: ele vocifera contra mulheres para chamar a atenção sobre si. A histeria é, para ele, uma espécie de método. Em 2018, muitos brutamontes se elegeram fazendo uso da gritaria. Hoje, nas redes sociais, mesmo o mais impopular dos homens, não se contém na hora de se manifestar contra mulheres. A histeria masculina avança como histeria de massa. 

14. A histeria pode ser espontânea, mas para os homens que buscam poder, ela vem sendo instrumentalizada para seus fins. A questão é “como se capitalizar politicamente na era do espetáculo?” ou seja, como aparecer no momento em que as mulheres estão em alta na esfera pública devido à luta feminista. 

15. Feministas são agredidas diariamente com todo tipo de discurso misógino por não se renderem ao dogma machista. Elas são hereges diante do culto do macho patriarcal em todos os ambientes, sejam analógicos sejam virtuais. Mas também são usadas como alavancas por polemistas cheios de ódio. 

16. O macho limítrofe é apavorante e ameaçador. Ele representa a ameaça machista, ela mesma uma estratégia em alta desde que Bolsonaro usou o sinal de “arminha” durante sua campanha de 2018. O sucesso da ameaça já tinha sido provado em 17-04-2016 ao usar o discurso de ódio contra Dilma Roussseff elogiando seu torturador e tocando o pavor no Brasil inteiro.

17. O machismo é a ideologia que estrutura o sistema patriarcal. A ideologia é um véu que acoberta as relações de poder. É o ofuscamento da verdade do poder patriarcal que deve permanecer inquestionado para seguir intacto. Nesse contexto, o feminismo, enquanto filosofia que desmascara a ideologia, está sempre na mira da destruição do patriarcado. 

18. O machismo se renova, avançando como tecnologia política do patriarcado. Na história dos feitos políticos masculinos, os homens sempre eliminaram mulheres, lembremos de Olympe de Gouges que em 1793 desafiou o machismo com sua Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã já que as mulheres, que haviam lutado tremendamente na Revolução Francesa, haviam sido apagadas da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Ela acabou na guilhotina por não se calar. Ora, na democracia burguesa que é, na verdade, a democracia machista, não há democracia real. Hoje falamos em uma democracia radical que possa ultrapassar os limites teóricos e práticos da democracia burguesa machista e, como tal, falsa. 

19. A luta das mulheres é uma luta complexa: luta de classes, luta antirracista, luta ecologista, luta anticapacitista, luta pelo direito de existir, por igualdade, equiparação e reconhecimento. Mulheres são maioria populacional, porém até o momento são minoria política porque a violência politica de gênero é gigantesca e mortal. 

20. O jogo político masculino é um jogo narcísico e seu paradigma é homossexualista masculinista. Os homens se entendem e jogam entre eles. Ou seja, encenam entre eles. Nessa cena, mulheres são vistas como intrusas e indesejáveis. Os gays são aceitos, desde que não manifestem seu orgulho gay, pois essa manifestação tende a prejudicar o velamento, o aspecto de uma homossexualidade que só pode ser exercida se for ocultada. É todo um jogo de cena que fará o macho limítrofe aparecer e calibrar seu capital. A imagem do macho heterossexual é um valor da política e, no contexto dos extremismos, é o macho limítrofe que urra e baba que aparece para garantir a sustentação do poder masculinista.

21. A masculinidade está em crise em diversas esferas. Aos sacerdotes do machismo não basta aparecer como o macho heterossexual. O novo valor do macho limítrofe no mercado da política reduzida à publicidade vai demorar para ser superado. 

12
Mar22

Manuela relata ataques do MBL após Arthur do Val dizer que sente medo

Talis Andrade

Manuela relata ataques do MBL após Arthur do Val dizer que sente medo

 

A vice-presidenta do PCdoB, Manuela d’Ávila, relatou, pelas redes sociais nesta quinta-feira (10), algumas das inúmeras agressões que sofreu especialmente nos últimos oito anos, boa parte dos quais ligadas ao MBL e à extrema-direita.

A motivação de Manuela foi a declaração do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), o “Mamãe Falei”, do MBL, de que estaria com medo de sair à rua depois do vazamento e da repercussão do áudio misógino e preconceituoso no qual disse que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”.

Ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam

Eu lembro a primeira vez em que fui agredida por causa de uma fakenews: era 2014.

Eu estava tomando café com meu marido e um menino olhou para mim e passou a me agredir por conta de uma notícia mentirosa publicada num perfil de Twitter e num site que mentia ser de humor.

Pouco tempo depois, estava grávida e fui agredida numa ação orquestrada por um deputado ligado ao MBL.

Quando estava com quatro meses de gestação, o MBL (associados com blogs de extrema direita) criou uma fakenews em que diziam que eu havia ido aos Estados Unidos Fazer enxoval. As pessoas acreditaram. Eles usaram a foto de meu enteado ainda criança. Ele também passou a ser atacado nas redes sociais.

Quando Laura nasceu, o relato detalhado do meu parto foi feito nas redes sociais por uma médica que conseguiu informações e fez com que o dia seguinte ao nascimento de minha filha se transformasse numa batalha para barrar as publicações e comentários de ódio a nosso respeito.

Quando Laura tinha 45 dias foi agredida fisicamente porque a agressora acreditou na fakenews do enxoval nos Estados Unidos e também na ideia de que uma mulher como eu não poderia ter roupas para sua filha porque na Coreia não era assim.

Meu marido foi expulso de um clube porque era casado com uma comunista.

Em 2018, milhões de brasileiros compartilharam a notícia falsa que eu havia ligado 18 vezes para Adelio Bispo no dia da facada no candidato adversário.

Em 2021, minha filha foi fotografada na porta da escola.

Essa imagem foi distribuída inclusive pela esposa do vice-prefeito (ex presidente do MBL).

Logo em seguida, a mesma imagem passou a ser usada por grupos de ódio para nos ameaçar de morte e estupro.

Não consigo contar o número de vezes que fui agredida no supermercado ou na rua por conta dessas mentiras.

Há oito anos, eu sinto medo por mim e pelos meus.

Mas eu ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam.

Já esse deputado tem medo de sair na rua porque descobriram exatamente quem ele é”.

Charge: Reprodução Facebook/Ferrugem Cartuneiro

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