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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

16
Abr21

“Tráfico humano lá é pesado”: alunos de medicina fazem comentários racistas contra a Bolívia em grupo de WhatsApp

Talis Andrade

Charge/Cartum - Junião

As denúncias contra o kit cloroquina me engana, o tratamento precoce, a falsa cura da Covid-19 deveria partir dos estudantes universitários, na sua maioria brancos e bolsonaristas.

Acusar o não tem do governo militar de Bolsonaro, estigmatizar o não tem da militarização do Ministério da Saúde. 

O não tem acesso ao teste, não tem acesso a uma maca, não tem acesso a um leito, não tem acesso à intubação, não tem acesso aos cuidados paliativos.

Criminar a macabra condenação de ficar na fila da morte.

É o genocídio. O falta tudo. Falta UTI. Falta medicamentos. 

A falta de oxigênio causou o morticínio de Manaus, agora investigado por uma CPI no Senado Federal.

Falta cilindros, seringas e agulhas. 

Falta principalmente vacinas, que o governo genocida 'cuidou' de não comprar no ano de 2020. 

A última campanha dos estudantes foi contra o Programa Mais Médicos, notadamente a campanha xenófoba contra os médicos cubanos.Charge/Cartum - Junião

MPF/PA disponibiliza material didático de combate ao preconceito contra  indígenas — pt-br

 

por David Nogueira /DCM - Diário do Centro do Mundo

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O Centro Acadêmico Livre de Medicina (CALM) enviou ao DCM, nesta quarta-feira (14), uma nota de repúdio aos comentários racistas feitos por estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) contra alunos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

Os insultos são dirigidos particularmente aos bolivianos, já que o município de Cáceres, onde fica o campus, faz fronteira com o país.

Um dos alunos diz que os livros da Unemat “foram trocados por cocaína”.

Outro estudante chega a dizer: “Tráfico humano lá [na Bolívia] é pesado”.

“Vou pegar dengue assistindo a aula”, afirma outro babaca.

Leia na íntegra a nota do CALM:

O Centro Acadêmico Livre de Medicina (CALM) vem, por meio deste, repudiar uma triste situação que chegou até nós no dia 13 de abril de 2021. Com a abertura do Sistema de Seleção Unificada (SISU), no dia 6 de abril de 2021, inúmeros grupos de Facebook e Whatsapp foram criados por acadêmicos dos cursos de Medicina nas universidades públicas em todo Brasil.

Tais grupos foram criados na intenção de compartilhar informações sobre o SISU, trocar ideias com outros participantes sobre notas parciais, classificação, além disso, os participantes poderiam se informar mais sobre as universidades e as respectivas cidades com os veteranos presentes nos grupos. Essa propositura, desde o princípio, tinha uma finalidade positiva de integrar estudantes e compartilhar ideias.

No entanto, infelizmente, um caso específico aconteceu em um dos grupos do SISU, sendo esse o da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em que diversos comentários ofensivos e extremamente preconceituosos foram dirigidos a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), aos acadêmicos do curso de Medicina, ao município de Cáceres e a Bolívia, país esse que faz fronteira com Cáceres.

O CALM expressa total repúdio e contrariedade a esse tipo de atitude, ainda que de modo digital, que propaga inverdades e ofensas. É válido salientar que, de acordo com a LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997:

“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”

“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

Por fim, o Centro Acadêmico gostaria de aproveitar essa nota para dizer que, ao contrário de tudo o que foi dito, o curso de Medicina da Unemat tem uma comunidade acadêmica extremamente exímia, empenhada e com enorme potencial. A exemplo disso, têm-se as 6 turmas já formadas, com vários alunos aprovados nas melhores e mais concorridas residências e concursos nacionais, além de serem excelentes profissionais e seres humanos, dos quais nos orgulhamos imensamente.

A todos os acadêmicos da Medicina Unemat que já passaram, bem como a todos os docentes engajados, o nosso muito obrigada por toda persistência nas lutas e batalhas enfrentadas para chegarmos onde estamos, toda a evolução do nosso curso é graças a essas pessoas que acreditaram e lutaram pela melhora da qualidade do nosso ensino.

Aos nossos atuais acadêmicos, gostaríamos de expressar que acreditamos no potencial de cada um de vocês e sabemos que, em breve, vocês todos serão profissionais magníficos, que espalharão empatia, cuidado, respeito e a verdadeira Medicina por todo Brasil.

Ao município de Cáceres, nossa gratidão por abrir espaço aos nossos acadêmicos, pela receptividade e pela oportunidade de aprendizado diário que vivenciamos. Nosso desejo é poder aprender cada vez mais e que a comunidade cacerense também possa ser beneficiada com a nossa formação acadêmica e com os futuros profissionais da instituição.

À população boliviana, expressamos nosso total respeito, uma vez que muitos bolivianos se encontram em Cáceres, de tal forma que esses também são pacientes atendidos pelos acadêmicos da Medicina, contribuindo, assim, para nossa formação acadêmica e intercultural.

Aos envolvidos nessa triste circunstância, expressamos a nossa mágoa e frustração com todos os comentários ofensivos, esperamos que tal situação não venha a se repetir nem conosco e nem com nenhuma outra instituição de ensino. À partir dessa nota, espera-se que vocês possam refletir profundamente com o acontecido, que isso não seja reflexo do caráter de vocês, uma vez que os mesmos anseiam em serem futuros médicos e tal profissão, assim como qualquer indivíduo na sociedade, precisa de princípios embasados na empatia e no respeito ao próximo.

Aos demais estudantes que irão colocar sua nota do SISU na Unemat, saibam que vocês serão extremamente bem recebidos por toda comunidade acadêmica, pela instituição e pelo município de Cáceres. Já estamos ansiosos para conhecê-los!

Atenciosamente,

CALM
Sociodiversidade e Multiculturalismo — ENADE

Nota deste Correspondente: Em memória dos profissionais das Ciências Médicas que tombaram no combate à pandemia, em homenagem e apoio e reconhecimento aos bravos que continuam no front contra a Covid-19, os estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros deveriam apoiar a CPI da Covid no Senado Federal. E não participar das campanhas bolsonaristas da direita volver. 

charge do gilmar fraga: Últimas Notícias | GZH

17
Mar21

Fundações ligadas a partidos propõem PEC para afastar Bolsonaro por crime contra a vida

Talis Andrade

 

Em carta, fundações ligadas a PT, PSOL, PSB, PDT, PROS e Cidadania criticam as dificuldades criadas pelo governo para aquisição de vacinas e versa que "o direito à vida, valor supremo de todos os seres humanos, é negado a milhares de pessoas"

Por Plinio Teodoro /Revista Forum
 
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Sete fundações que integram o Observatório da Democracia – Fundação Lauro Campos/Marielle Franco (PSOL), Fundação João Mangabeira (PSB), Fundação Leonel Brizola/Alberto Pasqualini (PDT), Fundação Maurício Grabois (PCdoB), Fundação Perseu Abramo (PT), Fundação Ordem Social (PROS) e Fundação Astrojildo Pereira (Cidadania) – lançam em live às 17h desta quarta-feira (17) a proposta de uma PEC que inclui entre os crimes de responsabilidade as ações que atentem contra a vida humana, por sabotagem ou omissão, em epidemias e pandemias.

Com a PEC, Jair Bolsonaro (Sem Partido) poderia ser afastado imediatamente do cargo pela gestão desastrosa durante a pandemia do Coronavírus.

A carta assinada pelas fundações critica as dificuldades criadas pelo governo para aquisição de vacinas e versa que “o direito à VIDA, valor supremo de todos os seres humanos, é negado a milhares de pessoas”.

“Os milhões de contaminados que conseguem sobreviver, carregam fortes sequelas, ainda não de todo previsíveis. Esse morticínio não é decorrência natural da pandemia. Reafirmamos os termos do manifesto de janeiro: ‘decorre diretamente da atitude negacionista e irresponsável do presidente Bolsonaro e seu grupo. Desde o início, negaram as recomendações da OMS e da medicina. Ou seja, movidos por seu obscurantismo, negaram a ciência. Subestimaram e continuam subestimando esta grave doença". 
 

O lançamento da PEC será às 17h no canal do youtube do Observatório da Democracia. Participam do lançamento representando as Fundações: Alexandre Navarro (FJM), Aloízio Mercadante (FPA), Cristóvam Buarque (FAP), Francisvaldo Mendes (FLC-MF), Renato Rabelo (FMG), Felipe do Espírito Santo (FOS).

 
24
Mai20

A receita medieval contra o coronavírus que mistura Jesus, cloroquina, sementes milagrosas, jejuns e orações

Talis Andrade

religião bíblia _ bolsonaro__marian_kamensky.jpe

 

 

Tudo parece bom, exceto seguir os passos da ciência e da medicina. O resultado é que o Brasil já é o terceiro país do mundo com mais pessoas contaminadas pelo coronavírus

por Juan Arias

O Brasil parece ser um daqueles países dos quais se conta nos romances que ficaram isolados na Idade Média sem saber que estamos no século XXI. Só assim se explica que, ao contrário do resto do mundo, tenta combater a pandemia de coronavírus com uma receita que mistura invocações a Jesus, cloroquina, sementes de feijão, orações e jejuns coletivos. Tudo parece bom, exceto seguir os passos da ciência e da medicina. O resultado de tudo isso é que já é o terceiro país do mundo com mais pessoas contaminadas pelo vírus e o sexto com mais mortes pela covid-19.

Os fanáticos sequazes do presidente Jair Bolsonaro, que continua acreditando que é apenas mais uma gripe e que morrer todos devemos morrer, cantam entusiasmados: “Cloroquina, lá do SUS, eu sei que tu me curas, em nome de Jesus”. Por sua vez, o pastor evangélico Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, vendia a 1.000 reais sementes de feijão abençoadas que, segundo ele, curam milagrosamente do coronavírus. Na cidade de Ladário, no Mato Grosso do Sul, o prefeito evangélico ordenou pelo menos 21 dias de jejum e orações contra a epidemia. Tudo menos seguir os conselhos da ciência.

Na esfera íntima as pessoas têm todo o direito de se apegar a qualquer coisa para se defender da angústia, exorcizar o medo e tentar salvar suas vidas. Não na esfera política e social em um país laico como o Brasil, onde não é possível desempoeirar as ideias medievais quando a Igreja ditava as leis para toda a sociedade e, ao mesmo tempo, combatia a ciência e a medicina. (Continua)

04
Abr20

Coronavírus: Bolsonaro é denunciado no Tribunal Penal Internacional por “crime contra a humanidade”

Talis Andrade

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A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) denunciou o presidente Jair Bolsonaro por crime contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional. A denúncia foi protocolada nesta quinta-feira (2) na corte de Haia. Segundo o documento, atitude de Bolsonaro nessa crise do coronavírus expõe “a vida de cidadãos brasileiros, com ações concretas que estimulam o contágio e a proliferação do vírus”.

De acordo com o documento divulgado pela entidade, “o Brasil possui, no atual momento, um chefe de governo e de Estado cujas atitudes são total e absolutamente irresponsáveis.” A ABDJ faz referência à atuação de Jair Bolsonaro que contrariando as normas internacionais sanitárias de combate à pandemia de coronavírus e as decisões de vários governadores, pede à população brasileira que acabe com o confinamento e volte ao trabalho.

“Por ação ou omissão, Bolsonaro coloca a vida da população em risco, cometendo crimes e merecendo a atuação do Tribunal Penal Internacional para a proteção da vida de milhares de pessoas”, reforça a denúcia assinada pelos advogados Ricardo Franco Pinto (Espanha) e Charles Kurmay (EUA) e encaminhada à procuradora Fatou Bensouda do TPI.

A ABDJ recorreu à instância internacional por considerar que o procurador-geral da República, Augusto Aras, não atendeu pedido de recomendação feito por vários procuradores sobre a conduta atual do presidente brasileiro diante da pandemia de coronavírus. A entidade avalia que outras ações judiciais não seriam possíveis no Brasil, explicou Nuredin Ahmad Allan, da executiva nacional da entidade, em entrevista à RFI.

Para a abertura de um processo, o TPI tem que aceitar a denúncia. “Nosso objetivo é que o Tribunal entenda que há elementos que enquadrem a conduta dele (Bolsonaro) como criminosa, como crime contra a humanidade, e que ele seja processado e condenado”, disse o jurista da ABDJ. Esse processo pode levar anos, mas diante da urgência da crise atual e da possibilidade de que a posição brasileira agrave a pandemia mundial, Nuredin Ahmad Allan, espera que ele possa ser agilizado.

 

Por uma mudança de comportamento

O jurista lembra os protestos nas ruas das grandes cidades brasileiras contra os pronunciamentos do presidente contra o isolamento social e diz que mesmo se Bolsonaro mudar de atitude, a denúncia contra ele no TPI continuará.

“A intenção da ABJD é que haja uma alteração de postura e espera que isso aconteça emergencialmente em nome da preservação de vida e da saúde pública. Para além disso, se a postura dele mudar, isso não altera o que nós entendemos como enquadramento em tipos penais porque a ação dele existiu. E o fato dele eventualmente mudar a postura e passar a entender que a ciência e a medicina existem, e não existem por acaso, isso não quer dizer que aquilo já ocorreu deixe de existir”, aponta Nuredin Ahmad Allan.

Esta é a segunda denúncia contra Bolsonaro no TPI. A primeira foi feita em novembro do ano passado, mais ainda não analisada. O Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHU) e o Comitê Arns denunciaram o presidente brasileiro por genocídio por sua política contra os povos indígenas.

Associação Brasileira de Juristas pela Democracia foi criada em 2018, como desdobramento de um movimento de juristas iniciado na época do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff para defender o regime democrático.

 

28
Mar20

'Pula no esgoto e nada acontece': Brasil tem mais de 300 mil internações por ano por doenças causadas por falta de saneamento

Talis Andrade

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Bolsonaro disse que o brasileiro "tem que ser estudado", pois pula "no esgoto e nada acontece com ele"

Luis Barrucho
Da BBC News Brasil em Londres

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) contrariam a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o brasileiro seria resistente a infecções, já que "pula no esgoto e nada acontece".

Em 2016, houve 166,8 internações hospitalares por 100 mil habitantes no Brasil devido a doenças relacionadas à falta de saneamento.

Considerando uma população de 207,7 milhões à época, foram 346,5 mil internações hospitalares por doenças causadas por "saneamento ambiental inadequado".

Entre as doenças que levaram à internação estão diarreias, cólera, hepatite A e leptospirose (causada pela exposição à urina de animais, principalmente ratos).

Os dados de 2016 são os últimos disponibilizados pelo órgão e sinalizam uma queda no número de internações ao longo dos anos.

Em 2010, foram 309,1 internações por 100 mil habitantes, ou cerca de 610 mil internações no total, considerando a população de 197 milhões à época.

Na quinta-feira (26/03), Bolsonaro disse que o brasileiro "tem que ser estudado", pois pula "no esgoto e nada acontece com ele" ao comparar a situação do Brasil com a dos Estados Unidos no combate à pandemia do novo coronavírus.

"Eu acho que não, não vamos chegar a esse ponto [tantos casos quanto os Estados Unidos], até porque o brasileiro tem que ser estudado. O cara não pega nada. Eu vi um cara ali pulando no esgoto, sai, mergulha... Tá certo?! E não acontece nada com ele", disse Bolsonaro durante entrevista realizada na porta do Palácio do Planalto, em Brasília.

Ele voltou a criticar governadores e prefeitos pela determinação da quarentena e do fechamento do comércio em várias cidades do país.

"Alguns prefeitos e governadores erraram na dose. Foi uma catástrofe. O turismo passou para zero. Ninguém faz mais turismo. A rede hoteleira está em 10% de sua capacidade. Olha a desgraça que está aí", reclamou. "Agora não existe mais diarista, não existe mais manicure, Uber não funciona. Não dá para entender que essa onda é muito mais preocupante do que a doença?", acrescentou.

Doenças várias
São várias as moléstias que podem ser transmitidas pelo que o IBGE chama de "doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado".

O órgão divide as doenças em cinco categorias: de transmissão feco-oral (por meio de fezes), transmitidas por inseto vetor, transmitidas através do contato com a água, relacionadas com a higiene, geo-helmintos e teníases.

Entre elas, estão diarreia, cólera, salmonelose, shigelose, febres entéricas, leishmanioses, malária, esquistossomose, leptospirose, doenças de pele, entre outras.

Quase a metade da população brasileira (48%) não tem coleta de esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil, organização da sociedade civil formada por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país.

De acordo com o "esgotômetro", medidor de esgoto despejado na natureza, disponível no site da organização, cerca de 500 mil piscinas olímpicas de esgoto foram lançadas ao meio ambiente no Brasil desde 1º de janeiro deste ano.

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22
Mar20

Desmonte do Mais Médicos foi responsabilidade construída por um irresponsável, diz Jânio de Freitas

Talis Andrade

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247 - "A cota de responsabilidade de Jair Bolsonaro pelas consequências da pandemia, no Brasil, vai muito além do atraso imposto por suas suposições idiotas —“muita fantasia sobre coronavírus”, “muita histeria”— às medidas administrativas urgentes”, diz o jornalista Jânio de Freitas em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo. “É uma responsabilidade construída, a desse maior irresponsável entre os irresponsáveis”, ressalta ele em referência ao desmonte do programa Mais Médicos feito por Bolsonaro por razões ideológicas. 

“A conduta dos chamados meios de comunicação nesse assunto foi deplorável, desde o início, com o tema posto na campanha eleitoral. Orientaram-se pela nacionalidade e não pelas qualidades que o programa tivesse”, complementa. 

“Ora, o Mais Médicos e a inclusão de estrangeiros vieram solucionar a recusa dos brasileiros a exercer a medicina onde menos era, e voltou a ser, alcançável.  Neste março, dia 11, o ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde (?!), lançou mais um de sucessivos editais para preencher o Mais Médicos. Nos anteriores, sempre a repetição: muitas inscrições, redução grande na hora das apresentações e abandono do serviço médico em pouquíssimo tempo, com volta à cidade de origem” relembra.

“Há condutas de governantes que não figuram nos Códigos Penais, mas têm tudo de crimes. Crimes contra a humanidade”, finaliza.

 

20
Mar20

CONTÁGIO DO CORONAVÍRUS. Por que no SUS os médicos não usam EPI higienizado, luvas, óculos de proteção e máscara N95?

Talis Andrade

Nos hospitais do SUS, os pacientes padecem amontados nos corredores. Na rede hospitalar privada, "os pacientes suspeitos ficam no que chamamos de leito de pressão negativa, um ambiente completamente isolado, em que o ar que está ali dentro não sai para o corredor do hospital, por exemplo”

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por Joana Oliveira

El País

Medidas na rede privada (Continuação). Em três dos hospitais de referência no combate a doenças infecciosas em São Paulo, a situação é bem diferente. O Hospital Sírio-Libanês, o Hospital do Coração (HCor) e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein trabalham com protocolos de isolamento dos pacientes com suspeita de Covid-19 e fornecem EPI completo para as equipes de médicos e enfermeiros.

“Há risco de contágio dos profissionais, principalmente no pronto-socorros. Não tem como toda a equipe ficar paramentada o tempo todo, mas aqui o protocolo é identificar rapidamente os pacientes que têm tosse ou falta de ar, entregar uma máscara cirúrgica e isolá-lo em uma sala. Os médicos usam EPI higienizado, com luvas, óculos de proteção e máscara N95. Os pacientes suspeitos ficam no que chamamos de leito de pressão negativa, um ambiente completamente isolado, em que o ar que está ali dentro não sai para o corredor do hospital, por exemplo”, explica Valéria Paes, infectologista do Sírio Libanês.

Um protocolo similar é adotado no Albert Einstein, conforme conta o infectologista Moacyr Silva: “Nossa prioridade é que a equipe não adoeça, então, qualquer profissional que atenda um paciente com sintoma respiratório, mesmo no consultório, usa EPI completo. Temos medo de que aconteça aqui o mesmo que em outros países”, diz ele, referindo-se a lugares como a China, que, no ápice do contágio por coronavírus, registrou cerca de dois mil profissionais de saúde infectados. Lá, eles se tornaram um dos principais grupos de risco.

Para Pedro Mathiasi, infectologista do HCor, é importante dar exemplo. “Tenho dois filhos em casa, onde também cuido do meu pai, idoso. A primeira coisa que eu faço no trabalho é conscientizar minha equipe sobre higienização do material de trabalho e uso do EPI”, diz ele, acrescentando que, se o protocolo de isolamento for cumprido, não há risco de contágio para médicos e enfermeiros. Mathiasi é otimista: “Acredito que sairemos disso com uma rede de saúde no Brasil muito mais sólida e com protocolos de segurança melhor desenvolvidos”.

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20
Mar20

Escassez de máscaras e até racionamento de álcool em gel. Profissionais relatam precariedade contra coronavírus no SUS

Talis Andrade

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por Joana Oliveira

El País

Médica que atua nas Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), no SUS de São Paulo, recorreu ao plano de saúde privado para fazer o teste de coronavírus, mas, mesmo explicando que trabalha em pronto-socorro, não conseguiu. “Só estão testando pacientes internados e em estado grave. Também procurei o SUS e, na hora da notificação, que é quando se autoriza o teste, o sistema não funcionou. Isso tem acontecido rotineiramente", lamenta. Suzana conta que, nas unidades em que trabalha, os profissionais da saúde higienizam as mãos e o material de trabalho, incluindo os estetoscópios, mas isso não é suficiente para prevenir o contágio. “Ninguém tem proteção suficiente e não há um protocolo a ser seguido. O paciente, quando chega, tem contato com todo mundo. Põe a máscara e se higieniza, mas deveria ficar em uma sala de isolamento total, o que não acontece. Nossos jalecos, por exemplo, ficam contaminados. Aquelas roupas de astronauta que vemos nas reportagens em outros países não existem aqui. Eu mesma já tive que comprar máscara N95 do meu próprio bolso”, relata, referindo-se à máscara de proteção que tem um filtro de ar que bloqueia pelo menos 95% das partículas em suspensão e ajuda na proteção contra doenças de transmissão aérea, como a Covid-19.

Júlia (nome fictício), outra médica clínica geral que também conversou com a reportagem em condição de anonimato, relatou uma situação semelhante nas unidades de pronto-socorro em que atua, tanto na rede pública quanto privada de São Paulo. “Existe a tentativa de cuidar dos profissionais, mas com o esgotamento de materiais, de máscaras, por exemplo, alguns hospitais estão restringindo o uso desses equipamentos por parte das equipes de enfermagem. Há um problema de compra de material”, conta ela, que trabalha em um hospital particular onde houve o óbito de um paciente com suspeita de coronavírus. Eles ainda não têm o resultado. “Essa situação assustou um pouco a equipe, mas ainda não tem um clima de medo generalizado, não”, diz.

O cansaço, coincidem as médicas, é maior que o medo. Com os pronto-socorros lotados, as unidades da rede pública em que trabalham, que geralmente funcionam de segunda a sábado, farão plantões de 15 horas de duração, de segunda a domingo. “Estamos muito cansadas. Todo mundo que está resfriado, gripado, quer ir, achando que é coronavírus. A pessoa fica gripada hoje, não tem febre nem nada e já vai para o atendimento… Isso que é o pior, porque nos sobrecarrega demais e acaba atrapalhando o atendimento de quem realmente precisa”, explica Júlia.

Nesta quinta-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o protocolo para o SUS nos postos de saúde inclui isolamento em salas amplas, com janelas, e estimulou que pessoas com quadros de gripe nos Estados com transmissão comunitária da Covid-19 buscam o atendimento básico. No Brasil, os dados oficiais dão conta de seis mortes por Covid-19, 621 casos confirmados e mais de 11 mil casos suspeitos, mas os profissionais de saúde afirmam que os números não correspondem à realidade. “Não estamos vivendo no cenário que gostaríamos, não há testes diagnósticos para todos, que seria o ideal. Isso causa uma grande subnotificação de casos, porque 80% das pessoas com Covid-19 terão sintomas leves e não serão examinadas”, reconhece Sergio Cimerman, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Sobre a proteção dos profissionais de saúde, Cimerman explica que o ideal é que todos adotem “práticas corretas de equipamento de proteção individual (EPI)”, principalmente máscaras cirúrgicas ou N95. “O paciente sintomático respiratório deve receber a máscara assim que chegar no pronto-socorro e, desde o momento da triagem, os enfermeiros e profissionais que entrarem em contato com ele também. Se o paciente precisa de intubação, os médicos devem usar óculos de proteção e máscaras N95, que protegem mais”, explica.

Não é o que acontece, no entanto, com a maioria desses profissionais. Em Pernambuco, enfermeiros dizem que o Estado não está disponibilizando máscaras, luvas, álcool em gel e sabão nas unidades médicas. O EL PAÍS entrou em contato com o Governo de Pernambuco, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.

Em São Paulo, trabalhadores do Hospital Santa Marcelina, filantrópico e privado, reclamam de racionamento até de álcool em gel. “O hospital não dá luvas nem máscaras suficientes para quem trabalha em contato com os pacientes. Equipes de enfermagem usam a mesma máscara, que deveria ser trocada a cada duas horas, durante o dia todo. A direção reclama de que a equipe está usando muito álcool em gel”, conta uma profissional do Santa Marcelina, que prefere não se identificar. “Um dia que usei uma máscara porque tinha que transitar entre os pacientes, recebi bronca e me disseram que 'não tinha porque causar alvoroço”, acrescenta.

Outros funcionários do Santa Marcelina contatados pela reportagem falam de uma morte por Covid-19 na unidade, mas o hospital não confirma. “Sabemos que lá tem muitos casos suspeitos, mas ficamos sabendo no boca a boca, a direção não nos informa de nada”, diz uma empregada do setor administrativo. A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Santa Marcelina para confirmas as informações, mas não obteve resposta. (Continua

 

18
Mar20

Sucateado, SUS vive "caos" em meio à pandemia

Talis Andrade

Symbolbild Brasilien Gesundheitstourismus (Evaristo Sa/AFP/Getty Images)

Única opção para milhares de brasileiros, Sistema Público de Saúde vive disparo em atendimentos em hospitais que sofrem até com falta de sabão. Queda de investimento e aumento da demanda provocam "situação de guerra".

  • Autoria Nádia Pontes
  • DW

Em diversos hospitais públicos do país, a situação beira o caos. O aumento da procura pelos serviços provocado pela pandemia do novo coronavírus testa a já fragilizada capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS), relatam servidores da área das cinco regiões do Brasil.

"A situação é de guerra", afirma Cleonice Ribeiro, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúdeSP), em entrevista à DW Brasil.

"Tem hospital que não tem sabão para lavar as mãos ou papel toalha para enxugar. Trabalhadores que atendem os pacientes não têm álcool em gel, óculos de proteção ou máscara", exemplifica.

Foi em São Paulo que ocorreu a primeira morte por Covid-19 no Brasil, comunicada nesta terça-feira (17/03). Um homem de 62 anos, que já tinha um quadro de saúde delicado, com hipertensão e diabetes, morreu na tarde de segunda-feira, seis dias após apresentar os primeiros sintomas e dois dias após internação num hospital particular.

Até a tarde desta terça-feira, dados do Ministério da Saúde contabilizavam 234 casos confirmados, 152 deles em São Paulo, onde se concentra a maioria dos doentes. Em todo país, 2 mil suspeitas aguardam resultado de exames.

Para milhões de brasileiros, o SUS é a única alternativa para tratar a saúde. "Existem 40 milhões de pessoas sem carteira assinada, na informalidade, sem emprego. São pessoas totalmente desamparadas, vulneráveis que, se adoecerem, irão buscar o SUS", conclui Moacir Lopes, diretor da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), e servidor do INSS.

"A situação atual é traumática. É o caos total", resume a situação de hospitais públicos frente à pandemia. "Isso porque o SUS já vem sendo sucateado há algum tempo, agora isso fica bem visível", justifica.

 

Falta de dinheiro e combate na saúde básica

Em todo o país, 42 mil postos de saúde atendem gratuitamente a população. Segundo cálculos do Ministério da Saúde, essas unidades têm capacidade de atender 90% dos casos de coronavírus – se os sintomas apresentados pelos doentes forem os mais leves.

"Existem os postos, mas eles não estão estruturados nem pra atender questões corriqueiras da população em geral, imagina uma situação dessa", pondera Cleuza Faustino, auxiliar de enfermagem servidora do Ministério da Saúde e presidente do Fenasps.

Seis hospitais, todos no Rio de Janeiro, são federais. Há ainda mais de 40 hospitais universitários federais. Os demais da rede pública são geridos por governos estaduais e municipais. Segundo o ministério, 55.101 leitos de terapia intensiva são oferecidos no país, 27.445 são do SUS.

A preocupação é que, se muitas pessoas adoecem de uma vez, o sistema não tenha capacidade de tratar todos os pacientes simultaneamente. Especialistas alertam que os problemas respiratórios provocados pelo novo coronavírus exigem mais dias de tratamento com auxílio de aparelhos, como respiradores, do que outras doenças similares. Portanto, o período de ocupação dos leitos é maior.

 

Limitações do orçamento

Diante da disseminação da doença, o governo federal prometeu liberar 432 milhões de reais para reforçar o combate nos estados. A tentativa de melhorar as condições de atendimento, porém, esbarra na subida dos preços.

"O governo está tentando comprar, mas o aumento da demanda deixou tudo mais caro e há dificuldades de pagar", afirma a Ribeiro sobre iniciativas em discussão com o governo de São Paulo.

Entre os trabalhadores do SUS, o clima é de inquietação. No estado de São Paulo, que tem 47 mil servidores distribuídos por 45 hospitais, a maioria tem entre 50 e 60 anos.

"Ao longo dos anos, o governo deixou sucatear tanto os serviços e não contratou novos trabalhadores", pontua Ribeiro, do SindSaúdeSP. "Há praticamente 20 anos não há concurso público", complementa.

Um levantamento feito por pesquisadores da Fiocruz, intitulado "Monitoramento da assistência hospitalar no Brasil (2009-2017)", concluiu que o número de leitos no SUS está em queda. 

"Houve um desinvestimento crônico no SUS, que comprometeu sua capacidade, com fechamento de leitos", resume Josué Laguardia, médico e pesquisador da Fiocruz.

Uma das conclusões da pesquisa é que a rede hospitalar disponível para o SUS reduziu 5,5% no período pesquisado. Em 2009, eram 4.783 hospitais entre públicos e privados, em 2017 foram 4.521 hospitais.

Para o Fenasps, a Emenda à Constituição (PEC) 55, que fixou um teto aos gastos públicos até 2036, votada no governo de Michel Temer, limita a resposta do SUS. "A rede pública, na situação que está, com corte de verbas, com a medida que congelou verbas por 20 anos, está mais debilitada que nunca", avalia Faustino.

No ano passado, o orçamento destinado à saúde foi de 147 bilhões. Em 2020, esse valor caiu para 136 bilhões, segundo os dados da Controladoria Geral da União. A estimativa da Fenasps é que o preparo adequado do SUS para responder à pandemia exige um investimento extra de 20 a 30 bilhões de reais.

 

16
Mar20

‘Achei que tinha sido infectada ao atender paciente’: a rotina de profissionais de saúde que cuidam de casos de coronavírus no Brasil

Talis Andrade

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No dia 4 de março, a infectologista Fernanda* dava plantão no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo (SP), quando atendeu um paciente com suspeita de coronavírus. O homem, que tem por volta de 40 anos, tinha febre e tosse intensa. Ele era considerado caso suspeito, pois havia mantido contato com o empresário paulista de 61 anos, primeiro caso diagnosticado no Brasil com a covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
Para atender o paciente, ela seguiu as orientações dadas pelo Ministério da Saúde aos profissionais da saúde e usou equipamentos de proteção individual: gorro, máscara N95, luvas, aventais descartáveis e óculos protetores. Com os aparatos, seguiu para uma sala de isolamento com pressão negativa, onde costumam ser atendidos pacientes com doenças virais, para evitar a propagação.

Com experiência em outras pandemias — ela fez atendimentos durante a explosão de casos de H1N1 em 2009 —, Fernanda ficou receosa em relação ao paciente. "Mesmo com o material de proteção adequado, me senti temerosa e totalmente vulnerável. O vírus pode ser transmitido por gotículas e eu tive de ficar extremamente próxima a ele para examiná-lo", diz à BBC News Brasil.

"O paciente tossia muito e tinha os sintomas da covid-19. Ele estava com a garganta com muita secreção", diz. "Uma coisa que me deixou muito preocupada foi o fato de que caiu uma gotícula da tosse dele em meu rosto, mesmo com a máscara, durante o atendimento", revela.
Uma enfermeira do Emílio Ribas, que recebeu instruções para conduzir casos de pandemias como o coronavírus, colheu o material genético do paciente e encaminhou para o Instituto Adolfo Lutz, referência nos testes do vírus. O resultado saiu cinco dias depois: positivo.

Fernanda, que tem 42 anos, viveu um dos momentos mais tensos de sua profissão ao receber o resultado do paciente. Um dia antes, ela havia começado a ter febre e tosse intensa. "Achei que tivesse contraído o vírus ao atendê-lo. Isso me deixou extremamente preocupada, porque eu fiquei pensando nos pacientes em situação vulnerável, com outras enfermidades, que atendi dias depois e poderiam ter contraído o vírus de mim", relata a médica.

Ela decidiu fazer o exame para descobrir se havia sido infectada pelo coronavírus. Para Fernanda, o seu caso representa o despreparo que pode acontecer em outras unidades de saúde pelo Brasil. "Não é mistério pra ninguém que enfrentamos dificuldades no sistema público de saúde, como falta de material e de insumos. Eu tive que ficar muito próxima ao paciente, enquanto o atendia, pois a sala de isolamento estava com a luz muito fraca e porque o estetoscópio era muito antigo", declara.
Os profissionais de saúde e o coronavírus no Brasil
Situações como a vivida por Fernanda trazem à tona a rotina de profissionais de saúde e de trabalhadores responsáveis pela limpeza em hospitais no contexto da pandemia do novo coronavírus. Transcrevi trechos. Leia mais 

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