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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

11
Jan23

Corregedoria investiga procurador de vídeo postado por Bolsonaro com mentira sobre eleição de Lula

Talis Andrade

 


Procurador de MS é investigado  — Foto: Reprodução

Procurador de MS é investigado por terrorismo e ameaça golpista

A Corregedoria da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) investiga a conduta do procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, que aparece em um vídeo postado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, na madrugada desta quarta-feira (11), com informações falsas e ataques ao sistema eleitoral. A postagem foi apagada cerca de duas horas depois.

No vídeo, Gimenez defendeu que as Forças Armadas devem “intervir no sistema político para restabelecer a ordem”. O ato é proibido pela Constituição Federal. O procurador também divulgou teses infundadas e já desmentidas sobre as eleições de outubro e afirmou que o povo brasileiro não tem "poder" sobre o processo de apuração dos votos.

Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado informou que o caso foi encaminhado para a Corregedoria, que instaurou uma investigação. A PGE reafirmou a confiança no processo eleitoral e respeito às autoridades responsáveis pela realização do pleito. 

 

A Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, instituição essencial ao bom funcionamento do Estado Democrático, reafirma sua confiança no processo eleitoral e o respeito às autoridades estaduais e nacionais responsáveis pela sua realização, não representando a posição desse órgão eventuais manifestações individuais de integrantes de seus quadros”.

 

A apuração eleitoral dos votos é pública e já foi detalhada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diversas vezes. Os boletins de urna foram divulgados na internet e não houve, até o momento, uma única suspeita de fraude detectada.

A PGE informou ainda que a posição de Gimenez é individual e não representa a do órgão. “A PGE esclarece também que o procurador Felipe Gimenez não representa e não fala em nome da PGE e que não ocupa nenhuma função ou cargo de chefia, nem tem assento no Conselho Superior eleito ou qualquer outra instância deliberativa da Instituição”, diz a nota.

Bolsonaro compartilhou o vídeo a partir da postagem de uma apoiadora – o link original seguia no ar até a manhã desta quarta. De acordo com o sistema da rede social, a postagem original contabilizava 110 mil visualizações.

Conforme consta no Portal da Transparência do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), Felipe Marcelo Gimenez recebe o sálario de R$ 33.159,83. Ao g1, o procurador disse que prefere não se pronunciar.

14
Out22

Um curta contra o genocídio

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

Festival do Rio exibe "Tekoha", curta que potencializa ao máximo filmagens do povo guarani-kaiowá de massacres sofridos por eles

 

por Carlos Alberto Mattos

- -

No curta Tekoha, já exibido no último É Tudo Verdade e agora no Festival do Rio, o cineasta Carlos Adriano ilustra as duas principais vertentes de sua carreira recente: a manipulação do acervo cinematográfico universal e o libelo político. Tekoha recorre a material indígena. Uma tomada de cerca de três minutos, feita por guarani-kaiowás de Mato Grosso do Sul, é desmembrada pelo cineasta de maneira a ressaltar a violência do incêndio provocado por seguranças de fazendeiros numa casa da Reserva de Dourados. As repetições de fragmentos, interrompidos bruscamente, potencializam a sensação de terror e a agressão aos indígenas – efeito que o fluxo normal da imagem possivelmente não chegaria a provocar. Outros registros de ataques noturnos com armas de fogo no mesmo tekoha (território) e a imagem de uma casa de reza do povo guarani-kaiowá em chamas adensam ainda mais essa breve e resoluta acusação ao atual governo federal, que estimula o desalojamento e a violência contra indígenas. O filme segue a linha mais frontalmente política do realizador, que gerou o premiado O Que Há em Ti, dois anos atrás. A moldura de Tekoha, porém, pode-se dizer que é de esperança na sobrevivência. Na epígrafe, um texto de Ailton Krenak fala em resistência a “esse mundo utilitário”. No epílogo, poemas-cantos guarani-kaiowás anunciam “Pássaro – vamos adornar-nos novamente”.

Justamente indignado com a recusa desse curta pela comissão de seleção do Fórum DocBH, Carlos Adriano me enviou esse texto que tem lido nas sessões do filme onde está presente:

"Os guarani-kaiowá habitam o Mato Grosso do Sul, estado onde mais se matam indígenas no mundo. Sobre o genocídio dos guarani-kaiowá pesa o mais estrondoso silêncio.

O cinepoema Tekoha traz vídeos dos próprios guarani-kaiowá documentando atrocidades contra sua existência. São imagens e sons arrancados do inferno, de um inferno aqui na terra, de um inferno que há no brasil.

Esses vídeos são tecnicamente frágeis; foram tomados na hora do horror, da catástrofe. São testemunho do genocídio contra os indígenas, genocídio que virou política oficial do estado brasileiro desde as eleições de 2018. Esses vídeos são como vestígios. O vestígio supõe uma destruição e ao mesmo tempo uma sobrevivência, uma resistência.

Vestígios são como os vagalumes de Pasolini, que faria 100 anos em 2022 se não tivesse sido brutalmente morto pelos fascistas da Itália em 1975. Como foram brutalmente mortos pelos fascistas do brasil de 2022: Genivaldo de Jesus Santos, Moïse Kabagambe, Suzy Severino da Silva, Dom Philips, Bruno Pereira, e os guarani-kaiowá Alex Lopes, Vitor Fernandes, Márcio Moreira e Vitorino Sanches, além de tantos outros anônimos que não viraram notícia nem estatística.

Reciclando em outros termos o que Godard citou em suas Histórias do Cinema, acho que reciclado de Walter Benjamin, eu diria: o apagamento do genocídio faz parte do genocídio.

Carlos Adriano"

>> Tekoha passa na sexta, 14/10, às 18h30, no Estação Net Gávea 3 e no sábado, 15/10, às 16h30, no Estação Net Rio 5.

 

 

14
Set22

Indígena de 13 anos é encontrada morta no MS após 9 dias desaparecida e histórico de ameaças

Talis Andrade

 

Ariane Oliveira Caonteira morava na aldeia Jaguapiru, em Dourados, e desapareceu no dia 2 de setembro; entidades e lideranças indígenas denunciam falta de segurança em seus territórios

 

 

Desaparecida desde o dia 2 de setembro, a indígena Ariane Oliveira Caonteira, de 13 anos, foi encontrada morta no último domingo (11) em uma propriedade rural de Dourados (MS), próximo à aldeia Jaguapiru, onde vivia com sua família. 

O corpo da adolescente foi encontrado pelos próprios indígenas da aldeia, que encamparam uma força-tarefa. Ariane era neta do Cacique Getúlio Oliveira e, segundo lideranças locais, sua família já vinha recebendo ameaças há meses

De acordo com Aldeneia Oliveira, mãe de Ariane, ela e o irmão estavam brincando no celular, na noite de 2 de setembro, quando alguém bateu à porta. A adolescente, então, saiu para atender e não foi mais vista.

A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul informou que um suspeito foi preso e que o caso vem sendo investigado como feminicídio. Como Ariane era menor de idade, a corporação não forneceu mais informações sobre as circunstâncias do crime.

 

Lideranças e entidades denunciam falta de segurança 

A reserva indígena de Dourados que agrega as aldeias Jaguapiru e Bororó é a mais populosa do país. Historicamente, lideranças locais e entidades denunciam a falta de segurança e assistência por parte do poder público

"Até quando os povos indígenas continuarão sofrendo com a violência e com o luto constante? Chega! Deixem as crianças indígenas em paz!", diz nota da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)

Apib Oficial
@ApibOficial
11 de setembro último, foi encontrado o corpo da menina Ariane, de apenas 13 anos de idade, que estava desaparecida há 9 dias. Nós, da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade - ANMIGA, lamentamos a perda de mais um corpo território.
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ah vc quer me calar?
@erikiterena
 
Mais uma vez a falta de políticas públicas e segurança no MS tira a vida de um criança indígena. Ariane Oliveira, 13 anos, foi brutalmente assassinada. Após inúmeros bilhetes, as ameaças foram concluídas. A vida indígena no MS segue valendo menos que 1 cabeça de boi.
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Avelin Kambiwá 
 
@AvelinBuniaca
Na última sexta-feira, dia 02 de setembro de 2022, por volta das 19:30h, Ariane Gabrieli, uma jovem indígena Kayowá, de apenas 13 anos de idade, havia recém chegado da escola, e estava em casa com seu irmão e seu avô, quando foi atender a porta e não mais voltou. #ondeestaarianyImage
 
 

 
 
 
 
04
Set21

Todo apoio ao Professor Jaime Teixeira, presidente da FETEMS, intimidado por motociclistas

Talis Andrade

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MOTOCIATA DA MORTE ANUNCIADA

Às vésperas do 7 de setembro, um agrupamento de motociclistas tenta intimidar a ação da maior entidade sindical de trabalhadores do Estado de Mato Grosso do Sul

Na ditadura cívico-militar que se abateu sobre o Brasil durante os anos de 1964 a 1985, o político mineiro Pedro Aleixo cunhou a famosa frase que traz em si, até os dias de hoje, enorme sabedoria política: “o problema é o guarda da esquina”. A frase foi dita na reunião presidida pelo então Presidente General Costa e Silva quando da decisão, em dezembro de 1968, da adoção do Ato Institucional nº5 (AI 5), a mais cruel de todas as investidas da ditadura contra o povo brasileiro, quando se autorizaram perdas de mandatos parlamentares, intervenções em Estados e municípios e perseguição cruel a adversários políticos, com prisões arbitrárias e assassinatos clandestinos.

Após mais de 50 anos depois do fato transcrito acima, a incitação feita pelo atual Presidente Bolsonaro de que o próximo dia 07 de setembro no Brasil será um divisor de águas no país, fomentando atos de desrespeito às leis e ataques à adversários, nos remete, mais uma vez, àquela passado sombrio da ditadura de 1964. Ninguém se importa com as palavras toscas e agressivas de Bolsonaro, cada vez mais isolado, acuado e sem apoio do povo brasileiro. O problema, mais uma vez, como nos disse Aleixo em 1968, é o guarda da esquina.

O que se viu em Campo Grande/MS no último dia 30 de agosto foi exatamente a reverberação das palavras do presidente nas ações de populares. Em um momento de intenso incremento de armas circulando no meio da população, um grupo de motociclistas se aglomerou em frente à casa do presidente da maior entidade sindical de trabalhadores do Estado de Mato Grosso do Sul para, única e exclusivamente, intimidar a ação política da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). Seu presidente Jaime Teixeira já denunciou o caso para as autoridades locais, indicando as práticas fascistas da ação.

O que cabe agora fazer é reverberar esse caso para além das fronteiras do Estado, o levando para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e da Ordem dos Advogados do Brasil, à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal e, quiçá, essa situação de intimidação às ações dos/as trabalhadores/as em educação do Estado deve também ser denunciada no âmbito da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Exigimos do Governador Reinaldo Azambuja e do Prefeito Marcos Trad a apuração rigorosa dos fatos ocorridos. Não esperemos que aconteça uma tragédia para que ações sejam tomadas.

Os/as educadores/as de todo o país estão atentos a esse caso, irão levá-lo e reverberá-lo em todos os espaços nacionais e internacionais a que temos acesso para que isso não se repita. Ações de intimidação são atitudes típicas de regimes autoritários, em especial quando feitas contra lideranças sociais e políticas.

Todo apoio ao Professor Jaime Teixeira e a FETEMS! Não nos intimidarão jamais!

Brasília, 02 de setembro de 2021
Direção Executiva da CNTE

 
19
Jun21

PM de Bolsonaro e Azambuja ataca manifestantes durante ato em Campo Grande (vídeo)

Talis Andrade

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Os cavalos batizados da PM avançaram contra os manifestantes na esquina da rua Pedro Celestino, no centro de Campo Grande

 

247 - A cavalaria da Polícia Militar de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, atacou manifestantes do "Fora Bolsonaro", que realizavam protestos na avenida Afonso Pena, na região central.

De acordo com reportagem do site Top Mídia News, a cavalaria da PM avançou contra os manifestantes na esquina da rua Pedro Celestino. Uma criança com os pais e a própria equipe de reportagem quase foi atingida pelos animais.

O objetivo militar da cavalaria foi ‘abrir a esquina’ para a passagem de veículos. Só após a ação truculenta da cavalaria que agentes de trânsito chegaram ao local para controlar o trânsito.

Durante evento de bolsonaristas, no dia 1ª de maio, a atitude da Polícia Militar foi oposta. "Com direito a paralisação do trânsito por mais de meia hora na mesma avenida, a Afonso Pena, para pastores orarem pelo governo de Jair Bolsonaro."

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02
Nov20

Membros da Frente Parlamentar da Agropecuária disputam prefeituras em dez capitais

Talis Andrade

Entre os mais conhecidos estão Celso Russomanno e Joice Hasselmann, em São Paulo; dos 67 deputados e senadores que concorrem no primeiro turno, 25 são da FPA; eles disputam liderança nas pesquisas em Fortaleza, Boa Vista,  Florianópolis, Goiânia e Maceió

por Bruno Stankevicius Bassi /De Olho nos Ruralistas

A bancada mais poderosa do Congresso vai às urnas. Com 39 senadores e 245 deputados, cerca de 47% de todos os assentos no Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) terá 25 membros disputando as prefeituras de 21 municípios. O número é 39% superior ao de 2016, quando 18 membros da FPA concorreram às eleições municipais.

Esses deputados ruralistas concorrem em dez capitais: Belo Horizonte, Boa Vista, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió e São Paulo. Em quatro delas, a face mais organizada da bancada ruralista possui mais de um candidato na disputa.

Na capital paulista, a ex-coordenadora de Comunicação da FPA Joice Hasselmann (PSL) tenta tirar votos do representante bolsonarista na disputa, o deputado Celso Russomanno (Republicanos), em queda livre nas pesquisas. Nenhum dos dois declarou bens agropecuários à Justiça eleitoral, um fenômeno comum entre os “ruralistas urbanos”.

O mesmo acontece em Fortaleza, onde o ex-militar Capitão Wagner (Pros), líder nas intenções de voto e favorito para o segundo turno, declarou, entre seus bens, apenas uma letra de crédito no agronegócio no Banco do Brasil. Outro integrante recente da frente, Heitor Freire (PSL), tem apenas 1% nas pesquisas.

Ao todo, 67 parlamentares se licenciaram do Congresso para concorrer às eleições de 15 de novembro. Somada à pandemia e ao bloqueio de pautas pelo Centrão e pela oposição, as ausências travaram completamente as votações na Câmara, que não vota projetos de lei desde 29 de setembro.

DE RORAIMA AO MATO GROSSO DO SUL, GRILAGEM E ATAQUES CONTRA INDÍGENAS

Diferente de São Paulo e Fortaleza, em Boa Vista e Campo Grande a disputa conta com “ruralistas raiz”. Na capital de Roraima, o deputado Ottaci Nascimento (Solidariedade) lidera a disputa contra a tucana Shéridan. Ex-esposa de José de Anchieta Júnior, ex-governador de Roraima falecido em 2018, a candidata foi investigada pela Polícia Federal por suspeita de grilagem na compra de um terreno de 1,1 milhão de metros quadrados próximo de Boa Vista por R$ 25 mil, parte de um esquema de fraudes em títulos fundiários durante o governo de Anchieta.

Em 2018, quando foi eleita para a Câmara, Shéridan declarou créditos a receber relativos à venda da Fazenda Dois Unidos, localizada na Gleba Cauamé. A área foi alvo de disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) entre o estado de Roraima e a União, que acusou o Instituto de Terras de Roraima (Interaima) de tentar transferir para o estado títulos de terras devolutas pertencentes ao patrimônio federal.

Na Câmara, Shéridan se destacou como relatora do projeto de lei que pretendia autorizar a pastagem de animais em áreas de reserva legal e foi tema de reportagem do De Olho nos Ruralistas, durante sua campanha para deputada: “Acusados de grilagem, propinas e uso de verbas públicas, ruralistas de Roraima se unem na eleição“.

Na capital sul-mato-grossense, a disputa pela prefeitura envolve dois candidatos ruralistas com histórico de ataques aos povos do campo. Listado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) como um dos 50 parlamentares que mais atuam contra os povos originários, Dagoberto Nogueira (PDT) aparece em quarto na corrida pela prefeitura de Campo Grande, atualmente liderada pelo candidato à reeleição Marquinhos Trad (PSD).

Durante seu mandato na Câmara, ele apresentou um projeto para legalizar a criação de cassinos em áreas indígenas e chegou a propor o fim dos grupos técnicos para identificação e delimitação de terras tradicionalmente ocupadas pelos Guarani no Mato Grosso do Sul. Dono de um patrimônio de R$ 3 milhões, segundo declaração à Justiça eleitoral, Nogueira é dono da Fazenda Mariana, em Miranda, com 2.249 hectares.

Entre seus rivais está o deputado Loester Trutis (PSL). Com 1% da intenção de votos, ele teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ausência de requisito de registro. Representante do bolsonarismo e da extrema-direita, Trutis divulgou em 2018 uma foto ao lado da senadora Soraya Thronicke e do deputado estadual Renan Contar, ambos do PSL, onde os três estavam armados. Na legenda, ele afirmava estar “só de boa esperando algum vagabundo do MST invadir nossa propriedade”, em referência ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Dono de lanchonete, o deputado tornou-se conhecido após criar um lanche em homenagem ao torturador e estuprador Carlos Brilhante Ustra, ídolo de Jair Bolsonaro. Na imagem promocional, divulgada nas redes sociais do Trutis Bacon Bar, o sanduíche chamado “Ustra Burguer” aparece acompanhado do slogan “Manda sua fome para a vala”.

OLIGARQUIAS RURAIS VÃO ÀS URNAS EM MINAS, SANTA CATARINA E GOIÁS

Com menos de 1% de intenção de voto entre os eleitores de Belo Horizonte, o deputado Lafayette Andrada (Republicanos) possui ligações com o mundo agrário que vão além de sua participação na bancada ruralista. Dona de fazendas em Antônio Carlos (MG), a família Andrada está no Congresso desde antes da Primeira República (1889-1930), a partir da qual as oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais se alternavam no poder na chamada República do Café com Leite.

Descendente de José Bonifácio de Andrada e Silva e filho do ex-deputado Bonifácio de Andrada (PSDB), autor do relatório que rejeitou a segunda denúncia de impeachment contra Michel Temer, Lafayette não declarou bens rurais.

Ele não é o único ruralista pertencente à “bancada dos parentes“. Esposa do senador e ex-governador de Santa Catarina Espiridião Amin (PP), Angela Amin (PP) aparece em segundo lugar na corrida pela prefeitura de Florianópolis, atrás do atual prefeito Gean Loureiro (DEM).

O casal é um tradicional defensor da indústria avícola do estado, situando-se no centro da disputa pelo traçado da chamada “Ferrovia do Frango“, obra de R$ 17 bilhões que ligará a região de Chapecó — conhecida nacionalmente pelo time de futebol, patrocinado pela cooperativa Aurora — aos portos catarinenses.

Outro membro da FPA com chances na disputa é o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que lidera as intenções de voto em Goiânia. Com um patrimônio de R$ 14,7 milhões, o candidato é dono da Fazenda Vargem Bonita, em Senador Canedo (GO), e é sócio em duas empresas do setor, a Nova Terra Comércio de Alimentos e Participações Ltda e a Cardoso Indústria de Alimentos S/A. Esta última com sede em Buenos Aires, Argentina.

As outras capitais com candidatos ligados à bancada ruralista são: João Pessoa, com Ruy Carneiro (PSDB); Curitiba, com Christiane Yared (PL); e Maceió, com JHC, que disputa a prefeitura da capital alagoana pela segunda vez e é favorito para chegar ao segundo turno.

Confira a lista completa dos parlamentares da FPA que disputam as eleições municipais de 2020:

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24
Out20

Berço de ouro, mentalidade autoritária: a “árvore genealógica” da Lava Jato

Talis Andrade

contextos históricos: Atividade sobre o Nepotismo

 

DE PAI PARA FILHO

Daniel Giovanaz entrevista Ricardo Costa de Oliveira
 

Rafael Braga foi o único brasileiro preso nas manifestações de junho de 2013. Negro, pobre e morador de favela, o ex-catador de material reciclável foi condenado a 11 anos e três meses de prisão pelo suposto porte de maconha, cocaína e material explosivo. Quatro anos depois, não resta comprovado que, naquele dia, Rafael levava consigo algo além de produtos de limpeza. Ele continua preso, à espera de um novo julgamento.

Breno Borges, filho da desembargadora Tânia Borges, teve melhor sorte. Flagrado no dia 8 de abril com 129 quilos de maconha e 270 munições, além de uma arma sem autorização, o jovem branco foi julgado e solto em menos de uma semana. A mãe dele, presidenta do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul, é investigada por favorecimento na libertação do filho.

Os vínculos familiares são determinantes para se entender as dinâmicas dos campos político e judiciário no Brasil. Professor do Departamento de Ciência Política e Sociologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Costa de Oliveira afirma que a origem social dos indivíduos está relacionada a uma série de privilégios, hábitos e visões de mundo compartilhadas.

A última pesquisa dele foi publicada esta semana na revista Núcleo de Estudos Paranaenses (NEP). O artigo “Prosopografia familiar da operação Lava Jato e do ministério Temer” foi assinado em conjunto com outros três pesquisadores: José Marciano Monteiro, Mônica Helena Harrich Silva Goulart e Ana Christina Vanali.

De pai para filho

O texto apresenta uma biografia coletiva do juiz de primeira instância Sérgio Moro, dos 14 membros da força-tarefa nomeados pela Procuradoria-Geral da República e de oito delegados da Polícia Federal que atuam no caso, além de ministros indicados pelo presidente golpista Michel Temer (PMDB).

O aspecto mais relevante do artigo diz respeito aos vínculos da operação Lava Jato com a elite econômica do Paraná. “Este seleto grupo de indivíduos forma parte do 1% mais rico no Brasil, e muitos até mesmo do 0,1% mais rico em termos de rendas”, descrevem os pesquisadores.

Políticos defensores da ditadura civil-militar e indivíduos que atuaram no sistema de justiça durante o regime também aparecem na “árvore genealógica” da Lava Jato. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, por exemplo, é “filho do ex-deputado estadual da ARENA Osvaldo dos Santos Lima, promotor, vice-prefeito em Apucarana e presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, em 1973, no auge da ditadura, quando as pessoas não podiam votar e nem debater livremente”, segundo o texto. O pai de Carlos Fernando, assim como os irmãos, Luiz José e Paulo Ovídio, também atuaram como procuradores no Paraná.

O professor Ricardo Costa de Oliveira conversou com a reportagem do Brasil de Fato e debateu os resultados da pesquisa. Confira os melhores momentos da entrevista:

 

Brasil de Fato - O que há em comum na biografia de todos os personagens da operação Lava Jato analisados no artigo?

Ricardo Costa de Oliveira - Todos eles pertencem à alta burocracia estatal. Há alguns, da magistratura ou do Ministério Público, que ganham acima do teto [salarial do funcionalismo público, equivalente a R$ 33,7 mil por mês]. Com suas esposas e companheiras, eles estão situados no 0,1% mais ricos do país.

Quase todos são casados com operadores políticos, ou do Direito. Você só entende os nomes entendendo a família. É uma unidade familiar que opera juridicamente, opera politicamente.

 

O juiz de primeira instância Sérgio Moro é um desses exemplos?

O juiz Moro é filho de um professor universitário, mas também é parente de um desembargador já falecido, o Hildebrando Moro. A mulher do Moro, a Rosângela [Wolff], é advogada e prima do Rafael Greca de Macedo [prefeito de Curitiba]. Ela pertence a essa importante família política e jurídica do Paraná, que é o grande clã Macedo, e também é parente de dois desembargadores.

 

O artigo ressalta as coincidências entre a Lava Jato e o caso Banestado [que investigou o envio ilegal de 28 bilhões de dólares ao exterior]. Como isso ajuda a entender o papel da força-tarefa e do Judiciário nas investigações sobre os contratos da Petrobras?

Boa parte deles também estiveram no [caso] Banestado. Foi uma operação que desviou muito dinheiro e apresentou uma grande impunidade, ao contrário de outros momentos. Até porque era outra conjuntura, outros atores políticos que foram investigados.

O [procurador] Celso Tres era um dos maiores especialistas nessas questões. Por que ele não foi convidado para entrar na Lava Jato? Porque ele não tinha a homogeneidade político-ideológica que essa equipe tem. É uma equipe que foi preparada para essa tarefa, não apenas jurídica, mas também política - que na nossa leitura, é a perseguição, lawfare [“guerra jurídica”] à esquerda, ao Partido dos Trabalhadores, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Em relação aos vínculos com a ditadura civil-militar [1964-1985], quais foram as constatações mais relevantes da pesquisa?

Os operadores da Lava Jato, bem como os jovens ministros do governo Temer, são de famílias políticas. E os pais trabalharam, defenderam, reproduziram e atuaram na ditadura militar. Os filhos herdam a mesma mentalidade autoritária, o elitismo, o ódio de classe contra o PT.

Como pertencem ao 1% mais rico, eles sempre tiveram uma vida muito luxuosa e beneficiada [pelas condições econômicas]. Estudaram em escolas de elite, vivem em ambientes luxuosos, estudaram Direito, depois fizeram concursos, com muito sucesso. Quando você tem pais no sistema, você tem facilidades.

 

Por que incluir na mesma pesquisa os operadores da Lava Jato e os ministros nomeados por Michel Temer?

Há uma conexão, no sentido de que é a mesma ação política da classe dominante.  Eles operam em rede. Há uma coordenação.

Por isso que é uma prosopografia [biografia coletiva]. Eles são originários da mesma classe social, do mesmo círculo social, e eles transitam nos mesmos ambientes empresariais, elitizados.

O juiz Sérgio Moro, por exemplo: onde é que ele atua quando está em público? Em grandes publicações da mídia dominante burguesa, quando ele está muitas vezes abraçado, cumprimentando efusivamente os membros do golpe [de 2016]. Você vai ver um juiz ou um membro da Lava Jato num acampamento sem-terra? Ou num órgão alternativo da mídia, num sindicato de trabalhadores de categorias braçais e manuais? Jamais.

Tudo em família

Coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol é filho de outro procurador de Justiça, Agenor Dallagnol. O procurador Andrey Borges de Mendonça, que também atua na operação, é irmão do procurador Yuri Borges de Mendonça. Outro membro da força-tarefa, Diogo Castor de Mattos, é filho de um ex-procurador de Justiça, Delivar Tadeu de Mattos. O tio de Diogo, Belmiro Jobim Castor, foi secretário de Estado várias vezes no Paraná nos anos 1970 e 1980.

O escritório de advocacia Delivar de Mattos & Castor é dos mais conhecidos do Paraná. Nele também atuam os irmãos Rodrigo Castor de Mattos e Analice Castor de Mattos.

Os vínculos familiares de Gebran Neto

Amigo e admirador confesso de Sérgio Moro, João Pedro Gebran Neto é um dos desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Ele será o relator do processo conhecido como “caso triplex”, em segunda instância, cujo réu é o ex-presidente Lula (PT).

Segundo pesquisa do professor Ricardo Costa de Oliveira, o desembargador que atua no Rio Grande do Sul é filho de Antonio Sebastião da Cunha Gebran e neto de João Pedro Gebran, ex-diretores-gerais da Assembleia Legislativa do Paraná nos anos 1950 e 1970.

O casamento de João Pedro Gebran, em 1924, foi o acontecimento que abriu as portas da família junto à classe dominante paranaense. Foi quando eles passaram a ter relações com a antiga rede social e política de sua esposa, Francisca Cunha, filha do coronel Francisco Cunha, prefeito da Lapa na República Velha.

O avô do coronel Cunha era o comendador Manuel Antonio da Cunha, primeiro prefeito da Lapa, em 1833, casado com a filha do 1º capitão-mor da Lapa, o português Francisco Teixeira Coelho. Todas, famílias com origens históricas no latifúndio escravista, aparentadas entre si - tais como a família Braga, do ex-governador Ney Braga, e a família Lacerda, do ex-reitor e ministro da Educação do início da ditadura, Flávio Suplicy de Lacerda.

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Este material, publicada 10 de agosto de 2017 no portal Brasil de Fato, faz parte da cobertura especial da operação Lava Jato. Clique aqui para ter acesso a outros materiais produzidos sobre o tema.

27
Jul18

Com a presidenta do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul a Justiça só funciona com “$”

Talis Andrade

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A desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, atual presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e futura chefe do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, junto com o amante, o tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, vem praticando todos os crimes possíveis, espelhando quanto corrupto o Judiciário brasileiro. Da Polícia Militar nem é preciso lembrar: seus coronéis comandam as milícias, os governos paralelos nos Estados, a exemplo do Rio de Janeiro. 

 

Sexo, drogas, contrabando, a justiça vendida, e nepotista, em benefício próprio e da família, Tânia Garcia de Freitas Borges tudo faz de safadeza, porque no Brasil os togados possuem anistia antecipada para todos os crimes. Tanto que só podem ser julgados pelo corporativista Conselho Nacional de Justiça, que concede como punição máxima uma aposentadoria precoce, com todos os penduricalhos que enriquecem a vida de um juiz, de um desembargador: os principescos auxílios (de moradia, de alimentação etc), e prendas mil. Uma aposentadoria antecipada sempre um prêmio para todo trabalhador. Um prêmio que a reforma trabalhista de Temer cassou. Que aposentadoria para os trabalhadores só depois dos 70 anos, quando começa a ansianidade, quando se tem o pé na cova.

 

Escreve Edivaldo Bitencourt:

 

A desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges se envolveu em mais um escândalo. Agora, ela é suspeita de venda de sentença, conforme reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo.

 

A venda de sentença teria sido descoberto a partir da quebra do sigilo telefônico do tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, preso na operação, em 16 de maio deste ano, acusado de dar cobertura à Máfia do Cigarro. Ele teria um caso amoroso com a magistrada e chegou a ser cotado, antes de ser preso, para assumir a chefia da segurança do Tribunal de Justiça em 2019.

 

As suspeitas com a desembargadora começaram com a apreensão de um cheque no valor de R$ 165 mil com o tenente-coronel. Na ocasião, ela contou que era o sinal para comprar um carro de luxo do policial militar.

 

No entanto, com a recuperação das mensagens de aplicativo no celular do PM, foram encontradas conversas que apontam para a venda de sentença. O terceiro envolvido no caso seria Dênis Peixoto Ferrão Filho, funcionário do Tribunal de Contas do Estado.

 

Nas trocas de mensagens, a magistrada e o tenente-coronel se tratam por “amor” e discutem o resultado de um julgamento. Em conversa com Dênis Ferrão Filho, o militar insinua que a Justiça só funciona com “$”.

 

 

O julgamento em que teve a suposta venda de sentença teve dois adiamentos, que levaram Admilson a pedir explicações da magistrada. Ela o acalma antecipando que a demora será melhor para alcançar o resultado esperado. A desembargadora diz na mensagem que ele deveria providenciar a parte do coleguinha.

 

O presidente da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul), Mansour Elias Karmouche, considerou os fatos “gravíssimos”.

 

É mais um escândalo envolvendo a desembargadora, que já é investigada pelo CNJ pela liberação do filho, o empresário Breno Fernando Solon Borges, preso com maconha, pistola e munições de fuzil calibre 762.

 

Ele chegou a ter dois mandados de prisão preventiva revogados pelo Tribunal de Justiça após a magistrada interditá-lo judicialmente e interná-lo em uma clínica de tratamento psiquiátrico em Atibaia (SP).

 

Breno acabou voltando para a cadeia após a Polícia Federal obter nova prisão preventiva, em novembro do ano passado, após encontrar indícios do seu envolvimento com facção criminosa e tentar ajudar na fuga de Tiago Vinícius Vieira. Interceptações telefônicas revelam que o empresário vendia armas de grosso calibre para organizações criminosas.

 

Tiago conseguiu fugir da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande em maio deste ano. Breno continua preso em Três Lagoas, onde pode ser condenado por integrar organização criminosa.

 

 

20
Jun18

Desembargadora e comandantes da PM de Mato Grosso envolvidos com contrabandistas

Talis Andrade

Cheque de R$165 mil de desembargadora é encontrado 

Tânia Garcia de Freitas Borges.jpg 

Desembargadora Freitas Borges

 

 

 

 

Os 28 policiais militares presos por integrarem uma organização que facilitava o contrabando de cigarros em Mato Grosso do Sul, viraram réus nesta terça-feira (19) pelos crimes de organização criminosa, e corrupção e lavagem de dinheiro. Eles foram presos na operação Oiketicus deflagrada na capital e mais 15 cidades do interior no mês passado.

 

De acordo com investigação do Gaeco de da Corregedoria da PM, eles recebiam propina de 30 até 100 mil reais para não fiscalizar a passagem dos carregamentos de cigarros no estado. 

 

Três comandantes de batalhões são apontadois pelos promotores como chefes da quadrilha de de policiais: Os tenentes-coronéis Admilson Cristaldo Barbosa, responsável por Jardim, Luciao Espíndola, de Bonito, e o major Oscar Leite Ribeiro, que comandou Bela Vista e estava à frente de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, desde março. Eles foram presos e exonerados das funções de chefia. Todos os réus estão presos.

 

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Cristaldo foi preso durante a Oiketicus sob acusação de ter ligação com contrabandistas de cigarro

 

 

Em Publica, escreve Rafael Brunetti: Cheque de R$ 165 mil, encontrado durante a operação contra esquema de contrabando de cigarros em Mato Grosso do Sul, foi emitido pela desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), afirma o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

 

O valor teria sido repassado ao tenente-coronel PM Admilson Cristaldo Barbosa, um dos principais alvos da Operação Oiketicus, deflagrada em maio. Ainda segundo os responsáveis pela investigação, mensagens em celular apreendido revelaram uma negociação entre Tânia e o PM para que Admilson fosse nomeado no cargo de chefe da segurança do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) a partir de 2019, quando a desembargadora deve assumir o comando do Judiciário estadual.

 

De acordo com o campo grande news Os fatos que indicam a relação entre os dois constam no relatório do Gaeco referente aos mandados de busca e apreensão cumpridos durante a Oiketicus, que resultaram na apreensão de notas promissórias e do cheque de R$ 165 mil, emitido no dia 19 de março, com anotação para compensação um mês depois.

 

Em depoimento, Admilson alegou ter vendido um Jeep Grand Cherokee à Tânia, mas conforme apurado pelo Gaeco, a negociação não ocorreu, porque o veículo continua na garagem de uma revendedora de Campo Grande.

 

Apesar de não divulgar o teor das mensagens, o Gaeco é categórico ao afirmar que a desembargadora “tratou com o denunciado Admilson acerca de sua nomeação como chefe de segurança do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul quando de sua assunção no cargo de presidente no ano de 2019”.

 

A desembargadora é mãe de Breno Fernando Borges, preso por tráfico de drogas. O caso ganhou repercussão nacional depois que a desembargadora foi pessoalmente liberar o filho do presídio de Três Lagoas.

 

Notas promissórias também foram apreendidas durante a operação contra a Máfia dos Cigaros, que seriam de Dênis Peixoto Ferrão Filho, servidor do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que foi alvo da segunda fase da ação. O Gaeco o apontou como suspeito de lavagem de dinheiro “justamente oriundo de corrupção”.

 

Patrimônio incompatível com os rendimentos

A investigação começou em maio de 2017, mas só um ano depois a Operação Oiketicus foi para as ruas, prendeu policiais e cumpriu busca e apreensão nas casas dos investigados e nos batalhões da PM onde serviam. Com análise de documentos e escutas telefônicas, os promotores descobriram que muitos dos investigados não possuem padrão de vida compatível com os rendimentos.

 

O cabo Aparecido Cristiano Fialho, de Naviraí, possui um patrimônio estimado em R$ 7 milhões de reais. Ele responde separadamente a outro processo, por obstrução de justiça.

 

O tenente coronel Admilson Crostaldo Barbosa, apesar de receber um salário de cerca de R$25 mil reais, ostenta viagens e gastos com passagens de avião e hotéis, motos importadas de R$70 e R$80 mil e outra de pouco mais de R$67 mil.

 

Ele adquiriu em 2016 um automóvel Jeep Grand Cherokee por R$ 210 mil. Também foi descoberta a compra e

instalação de uma banheira por R$ 28 mil, bem como aquisições na loja da Prada Brasil. E viagens, incluindo tour internacional de motocicleta, e gastos de R$ 8 mil em duas noites no Rio de Janeiro.

 

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