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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

20
Set23

Abilio Brunini um deputado que envergonha o Congresso e o Mato Grosso

Talis Andrade

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Vídeos relembram a molecagem, o cinismo, a falta de decoro do deputado Abílio Brunini no Congresso, notadamente nas sessões da CPMI dos Atos Golpistas.

Mostram que o despudorado deputado federal bolsonarista (PL) foi expulso de evento com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de inauguração de casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, em Rondonópolis, Mato Grosso.

Ele chegou ao local pronto para provocar, com uma camiseta “Fora, Lula” e levou uma enorme vaia do público. Para preservar sua segurança, foi retirado do local por pessoas da guarda pessoal de Lula

16
Jul23

Um deputado bem trapalhão, que rebaixa o Congresso à 5ª série

Talis Andrade

 

por Chico Alves

- - -

Talvez os eleitores de Mato Grosso não soubessem, mas entre os políticos que eles mandaram para a Câmara nas últimas eleições estava um candidato a comediante. Nada contra os comediantes, desde que as palhaçadas sejam feitas em local adequado. Como se sabe, o Congresso não é - ou ao menos não deveria ser - espaço para piadistas. O palhaço Tiririca, que também é deputado, sabe muito bem separar as duas atividades.

Não é o caso do bolsonarista Abílio Brunini (PL-MT), um estreante na Câmara, que até aqui dedicou seu mandato a ironizar os adversários políticos, tentar provocá-los com atitudes pueris, atrapalhar suas falas. Como um aluno travesso da 5ª série, comparece ao Congresso não para fazer proposições relevantes ou discutir seriamente os problemas do Brasil - seus objetivos são apenas a lacração e a trolagem.

Apesar da semelhança com o comediante Curly Howard, que nos anos 30 e 40 fez parte do seriado cômico "Os três patetas", Brunini não tem graça nenhuma.

Na terça-feira (11), durante a CPMI do 8/1, o deputado foi chamado de carente pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Brunini, então, teria dito que Erika estava oferecendo serviços - uma menção a prostituição. Foi acusado de homofobia, já que a deputada é uma pessoa trans. A declaração do deputado foi ouvida pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Algumas horas depois, o parlamentar de Mato Grosso acusou Erika de "aproveitadora" e, na tribuna da Casa, garantiu que não é homofóbico. "Eu tenho inúmeros amigos homossexuais", disse o deputado, repetindo a alegação que costuma confirmar a suspeita.

Misturando alhos com bugalhos, Brunini referiu-se à "causa da transfobia" e à "causa da homofobia". Deveria se referir, na verdade, ao combate à homofobia e à transfobia. Talvez tenha sido um ato falho.

O parlamentar matogrossense já tinha provocado várias outras confusões. Como no dia em que ficou postado infantilmente à frente da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) para que ela não conseguisse falar com os integrantes da mesa da CPI do MST. Nesse dia, Brunini foi o pivô de uma intensa discussão.

Volta e meia leva bronca de algum colega, por adotar atitude cínica ou por fazer provocação descarada.

É como aquele tipo de aluno chato que existe em toda sala de aula de 5ª série e se acha muito engraçado, apesar de ser desprezado pelos colegas.

Pela idade que tem e pela função que exerce, esperava-se de Abílio Brunini atitudes mais maduras. Mas, instigado pela tropa de parlamentares bolsonaristas, ele continua a reincidir em palhaçadas por falta de alguma decisão da Mesa Diretora que o obrigue a se comportar como adulto.

Na verdade, tem acontecido o inverso: toda vez que Abilio Brunini age como trapalhão, instaura no Congresso um clima de 5ª série.

Diante de tantos problemas sérios que afligem os brasileiros e que estão à espera de solução, o rebaixamento do Parlamento a essa indigência intelectual não deveria provocar risos.

Na verdade, a situação é para chorar.

13
Jul23

A Justiça do Mato Grosso facilitou. Mandou uma porra-louca para Câmara dos Deputados

Talis Andrade

 

Trinta dias depois do fim do governo Bolsonaro, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) anulou, por unanimidade, a cassação do mandato de vereador de Abílio Brunini (PL), ocorrida em 2020.

Com essa misteriosa decisão, Brunini voltou a ser considerado ficha limpa, adquirindo o direito de assumir a vaga como deputado federal em Brasília, pelos votos dos desembargadores Márcio Vidal (relator), Luiz Carlos da Costa e Mário Kono.

Luiz Gonzaga Neto, da TV Centro América, narra o milagre:

"Caso a cassação fosse mantida, Brunini poderia ficar inelegível e poderia mudar a configuração da bancada de Mato Grosso na Câmara dos Deputados.

O caso tramitou na 1ª Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Em 2020, Abílio teve o mandato cassado por 14 votos a 11, por quebra de decoro parlamentar - comportamentos incompatíveis com a função".

Abílio Brunini continua o mesmo, imprestável para ser vereador.

Antes de assumir o mandato de deputado, praticou a fraude de filmar a invasão dos Palácios dos Três Poderes da República Federativa do Brasil.

Crime de falsidade. Fake news. Filmagem com cenas enganadoras. Narrativa mentirosa que pretende provar que jamais existiram os atos terroristas que uma CPMI investiga. CPMI que Brunini bagunça, repetindo as desordens cometidas como vereador, cujo mandato foi merecidamente cassado pelos legisladores de Cuiabá. 

Repetindo. Este crime vai ficar impune? O deputado eleito Abilio Brunini (PL-MT) fez uma live no Salão Verde da Câmara dos Deputados, no dia 11 de janeiro. A intenção era mostrar que Brasília não ficou tão destruída com os ataques de 8 de janeiro quanto a mídia divulgou.

Deputado faz vídeo negando estragos na Câmara

O deputado federal - conhecido não pelo trabalho parlamentar, mas pelo tumulto que tenta criar em todas as comissões da Câmara - se deu mal ao tentar chamar palavras de ordem contra o governo Lula, em evento de entrega de moradias populares no seu estado, no Mato Grosso.

Abilio Brunini a representação da porra-louca

Reinaldo Azevedo: Baixarias de um tal brunini

13
Jul23

Deputado barraqueiro do Mato Grosso faz da CPMI dos atos terroristas uma escolinha do professor Raimundo

Talis Andrade

A minuta do golpe de 8 de janeiro previa o fechamento do Congresso. Alguns parlamentares pretendem provar que a Cämara dos Deputados e o Senado Federal sao dispensáveis sim. 

Escrevem Filipe Matoso e Luiz Felipe Barbiéri, in g1: 

O presidente da CPI dos Atos Golpistas, Arthur Maia (União Brasil-BA), chamou a atenção do deputado da oposição Abilio Brunini (PL-MT), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reafirmando que não permitirá filmagens de parlamentares quando colegas fizerem o uso da palavra.

Na sessão dedicada ao depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que decidiu ficar em silêncio, durante a fase de questionamentos dos parlamentares, Rubens Pereira Junior (PT-MA) se dirigiu a Arthur Maia e reclamou que, enquanto falava, Brunini ficou ao lado dele o filmando, dando risadas e fazendo provocações.

Brunini não integra a CPI dos Atos Golpistas e, frequentemente, interrompe parlamentares e depoentes, o que costuma causar tumulto nas sessões.

Arthur Maia, então, chamou a atenção do parlamentar da oposição e informou que não permitiria filmagens.

"Obviamente que não está escrito no Regimento Interno que um deputado não pode ficar ao lado do outro dando risada e fazendo piada. Isto não está escrito no regimento, mas, obviamente, que é uma atitude incongruente com o convívio parlamentar", afirmou Arthur Maia.

"Não dá, deputado. Vossa excelência sabe, tenho apreço por vossa excelência, mas eu não posso admitir que nenhum parlamentar fique filmando outro parlamentar, fique do lado dando risada do parlamentar. Isso não contribui nem com os trabalhos, nem com a imagem desta Casa. [...] Não vamos admitir esse comportamento de vossa excelência", acrescentou o presidente da CPI.

 

Interrupções recorrentes de Brunini na escolinha

 

Em razão do comportamento recorrente de Abilio Brunini, Arthur Maia já ameaçou levar o deputado ao Conselho de Ética. Para Maia, o parlamentar busca tumultuar as sessões da CPI.

Além disso, o vice-presidente da CPI, senador Magno Malta (PL-ES), que assim como Brunini é aliado de Bolsonaro, já chamou a atenção do deputado.

Em um desses momentos, Malta elevou o tom de voz com o parlamentar e o questionou, de forma irônica: "Tenho que gritar, é? Estou na escolinha?".

 

Relatora da CPMI responde ao "deputado barraqueiro"

 

Para o portal Meteoro do Brasil: Algo que tem sido recorrente na CPMI dos atos golpistas são os barracos causados pelo deputado Abílio Brunini. Dessa vez a relatora, Eliziane Gama, e o presidente da comissão, Arthur Maia, resolveram responder:

10
Jul23

As mensagens do celular do bolsonarista George Washington e seu plano para explodir o Aeroporto de Brasília

Talis Andrade
 

 Mensagens do celular do terrorista mostram detalhes da trama golpista que seria executada na véspera do Natal de 2022

20
Jun23

Polícia investiga corrupção na ocupação de UTIs na pandemia

Talis Andrade

• Corrupção na ocupação de UITs na pandemia para garantir lucros dos hospitais • Bahia e Scheffer rebatem artigo publicado por representante da saúde privada • Febre maculosa em SP e o papel do agronegócio •

27
Abr23

Latifundiário Dallagnol ataca João Pedro Stédile do Movimento dos Sem Terra

Talis Andrade

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Família Dallagnol: de latifúndios a indenizações milionárias do Incra. As patifarias começam com o avô e pai do ex-procurador da quadrilha Lava Jato e têm histórico de participação em conflitos de terra, desmatamento e loteamentos ilegais. 400 mil hectares de terra apenas em um município da Amazônia
 
 
 
 

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), o Pequeno Príncipe das Terras sem Fim, resolveu atacar nesta quarta-feira (26) o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, e anunciou que entrou no Ministério Público contra o ativista. "Encaminhei hoje uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo contra João Pedro Stédile, líder do MST que, em viagem à China na comitiva presidencial de Lula, incitou militantes do MST a fazerem novas invasões ilegais à fazendas e terras…", escreveu o parlamentar no Twitter. 

O ex-procurador da Lava Jato fez referência à seguinte declaração de Stédile: "neste mês de abril, nosso movimento fará muitas manifestações em defesa da reforma agrária. Haverá mobilizações em todos os estados, em todos os estados, sejam marchas, vigílias, ocupações de terras, as mil e uma formas de pressionar que a lei, que a Constituição seja aplicada, e que latifúndios improdutivos sejam desapropriados e entregues a famílias acampada".

Dallagnol e família são latifundiários na Amazônia. Procurador de Justiça aposentado do Paraná, Dallagnol pai é também o fio da meada de outro enredo da família: a participação em conflitos de terra, desmatamento, loteamentos ilegais e o pagamento de indenizações milionárias por desapropriações pelo Incla, em dezembro de 2016, durante o governo de Michel Temer. Fica assim explicada a participação da quadrilha da Lava Jato no impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O ex-juiz Sérgio Moro, hoje senador, são outros quinhentos ganhos para prender o duas vezes presidente eleito Lula da Silva. Moro ganhou de Bolsonaro um ministério - da Justiça e Segurança - e a promessa de ser nomeado ministro do STF e/ou magnífica pensão.

No início dos anos 80 do século passado, Sabino Dallagnol, avô de Deltan, e os filhos adquiriram terras no município de Nova Bandeirantes, noroeste de Mato Grosso. Como muitos gaúchos e paranaenses, aproveitaram o apoio da ditadura para comprar a preços módicos grandes extensões de terras na Amazônia Legal.

Agenor e Vilse Salete Martinazzo Dallagnol, mãe do procurador, adquiriram terras, mas continuaram no Paraná. Outros irmãos de Agenor, como Xavier Leonidas e Leonar, conhecido pelos moradores de Nova Bandeirantes como Tenente, mudaram para o município, a 980 quilômetros de Cuiabá e a 2,5 mil quilômetros de Pato Branco, onde, em 1980, nasceu Deltan. Sabino tornou-se nome de rua na cidade – endereço de uma corretora de imóveis da família. Leia mais sobre uma família que bem usou, e abusou como Tenente da repressão, em proveito próprio, a corrupção da ditadura militar de 1964. Leia aqui.

 

Fraude milionária com terras

 

O Conselho Diretor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) abriu em maio um procedimento para investigar irregularidades na desapropriação dos imóveis que constituem a Fazenda Japuranã, em Nova Bandeirantes (MT), região de floresta na Amazônia Legal.

Entre os beneficiários da megadesapropriação estão pelo menos 14 parentes do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba. Entre eles, o pai de Deltan, o ex-procurador Agenor Dallagnol. Somente a família do procurador recebeu R$ 36,9 milhões em dezembro de 2016, durante o Governo Temer, diante da desapropriação de pelo menos 37 mil hectares no município, no noroeste do Mato Grosso.

O presidente do conselho e do Incra, general João Carlos de Jesus Corrêa, definiu no dia 10 de maio, em uma resolução, o bloqueio dos bens depositados e apontou “indícios de irregularidades nos atos praticados por servidores públicos”. A decisão envolve uma área exata de 36.792 hectares, declarados de interesse social para fins de reforma agrária, ainda em 2013, e uma indenização total de R$ 41 milhões.

A reportagem da revista CartaCapital identificou que a maior parte desse valor foi destinada à família Dallagnol. Em uma das ações, capitaneada por uma tia do procurador, aparecem os 14 membros da família e outros fazendeiros da região interessados no desmembramento de suas terras.

Um estudo da Unicamp mostra que o clã chegou a ter 400 mil hectares somente naquele município, ocupado nos anos 80. Outras reportagens também publicadas pela revista informam como esse processo está relacionado ao desmatamento, entre outras irregularidades protagonizadas ou defendidas pelo clã – uma família recheada de advogados e procuradores.

22
Mar23

PF pede ao STF investigação contra deputada bolsonarista golpista Coronela Fernanda, acusada de organizar transporte aos terroristas do 8/1

Talis Andrade
www.brasil247.com - Coronel Fernanda


Além dela, outros dois políticos da extrema direita são alvos do pedido de investigação

 

A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar a deputada federal Coronela Fernanda (PL-MT) por suspeita de organizar o transporte via ônibus para bolsonaristas de Mato Grosso a Brasília. Esses manifestantes participaram do ato terrorista do dia 8 de janeiro, que resultou na depredação das sedes dos Três Poderes. As informações são do jornalista Aguirre Talento, do UOL

Além dela, outros dois políticos são alvos do pedido de investigação por suspeita de participação na organização do transporte: a candidata a deputada federal Analady Carneiro (PTB-MT), que não foi eleita, e o suplente Rafael Yonekubo (PTB-MT), que concorreu a deputado estadual.

Em depoimento obtido pelo UOL na semana passada, a aposentada Gizela Cristina Bohrer, 60, residente em Barra do Garças (MT), disse à PF que viajou a Brasília em um ônibus organizado pelos três políticos. Eles, mentirosa, safada e covardemente, negam a acusação. Fonte 247

 
16
Mar23

Família Nardes ganhou do governo Bolsonaro alvarás para explorar diamantes

Talis Andrade
 

NPC Mineradora obteve duas licenças em 2019 para pesquisas em Monte Alegre do Piauí, um ano após ser citada na Operação Zelotes; empresa está registrada em nome de um dos denunciados e no da mulher de Augusto Nardes, ministro do TCU, autor de áudio golpista

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Por Alceu Luís Castilho, Tonsk Fialho e Mariana Franco Ramos

A NPC Mineradora e Incorporadora Ltda, ligada à família de João Augusto Ribeiro Nardes, conseguiu quatro autorizações para pesquisar diamantes em uma área de 1.260 hectares na região de Monte Alegre do Piauí (PI), no sul do estado. As duas últimas foram concedidas em 2019, já na gestão de Jair Bolsonaro (PL), de quem o ministro e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) é próximo.

Augusto Nardes e a esposa, Adriane Freder, dona da NPC

 

Nardes voltou aos holofotes (22/11/2022), após a divulgação, pela Folha, de um áudio de teor golpista contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no qual dizia a interlocutores do agronegócio haver “movimento forte nas casernas” e que o “desenlace” ocorreria em breve. No dia seguinte ao vazamento, ele primeiro tentou se retratar e depois protocolou um pedido de licença médica de suas funções.

Os sócios da NPC são Adriane Beatriz Freder, esposa do ministro, e Igor Alexandre Copetti, réu na Operação Zelotes, que investigou um esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Carlos Juliano Nardes, sobrinho do magistrado, também foi denunciado, acusado de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.

Bolsonarista ferrenho, Copetti é uma espécie de operador das propinas recebidas no âmbito da Zelotes, conforme a denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Ele compõe o quadro societário de diversas empresas ligadas ao clã, como a Administradora de Bens Ltda, compartilhada com o ex-deputado federal Cajar Onesimo Ribeiro Nardes (Pode-RS), irmão mais novo do ex-presidente do TCU.

Cajar chegou a ocupar, a convite do sojeiro e ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP-MT), a Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso, onde João Augusto possui uma fazenda não produtiva. Na ocasião, o caçula dos irmãos Nardes foi responsável pelo recadastramento de todo o setor madeireiro do estado e por implantar o projeto-piloto que originou o Cadastro Ambiental Rural (CAR).

 

EMPRESA RECEBEU CINCO MULTAS ANTES DE OBTER NOVOS ALVARÁS DA ANM

A NPC está registrada no mesmo escritório da Progresso Participações, em Brasília, cujo sócio majoritário é o próprio ministro do TCU, egresso de um clã gaúcho que cresceu a partir do agronegócio. Segundo as investigações da Zelotes, as empresas eram utilizadas por ele para lavar valores recebidos ilegalmente quando se deu a sua participação no esquema de corrupção.

De acordo com a denúncia, a mineradora foi usada como intermediária para o repasse de propina do Grupo RBS, filiado à Rede Globo no Rio Grande do Sul, terra natal de Augusto Nardes, em troca da atuação do ministro a favor da anulação de dívidas tributárias.

O alvará não foi o primeiro concedido à NPC. Em janeiro de 2015, dois meses antes do início da operação, a Agência Nacional de Mineração (ANM) já havia autorizado a empresa a pesquisar diamantes por três anos na mesma área de 1.260 hectares e em outra complementar, de 468 hectares, também em Monte Alegre.

Desde então, a NPC passou a colecionar multas pelo não pagamento da Taxa Anual por Hectare (TAH) – que incide sobre os requerimentos de pesquisa mineral – e por problemas na apresentação do relatório de pesquisa. Segundo o Diário Oficial da União (DOU), a companhia foi autuada cinco vezes de agosto de 2017 a setembro de 2021.

Nardes com o presidente do TJMG, Gilson Lemes, na inauguração do Espaço Lapidar (Foto: Mirna de Moura/TJMG)

 

MINISTRO DEFENDE GARIMPO E PEDE PRESSSA PARA REGULARIZAÇÕES NO TCU

Filiado ao Partido Progressista, que integra a base aliada de Bolsonaro no Congresso, Augusto Nardes iniciou sua carreira política em 1970, na Arena, legenda de sustentação da ditadura iniciada em 1964. Ele foi vereador em Santo Ângelo (RS), entre 1973 e 1977.

Antes de entrar no TCU, em 2005, exerceu dois mandatos de deputado estadual e três de deputado federal. Em 1998, recebeu do então presidente Fernando Henrique Cardoso a Ordem do Mérito Militar no grau de Comendador especial. Anos depois, em 2007, foi condecorado pelo Exército Brasileiro, em Brasília, com a Medalha do Pacificador.

A relação do ex-parlamentar com a mineração de pedras preciosas vai além da NPC. Ele apresentou cinco emendas à medida provisória 125/2003, que institui no Brasil o sistema de Certificação do Processo Kemberley (SCPK), relativo à exportação e à importação de diamantes brutos. Foi o segundo deputado que mais interveio no processo, à época.

As propostas modificam a Lei 10.684/2003, que altera a legislação tributária e dispõe sobre parcelamento de débitos junto à Secretaria da Receita Federal, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Ele é autor, ainda, de uma série de projetos que beneficiam militares, como as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) 580/2006 e 378/2005. A primeira permite a eles se afastar para concorrer a cargos eletivos, independentemente do tempo de serviço, podendo retornar caso não sejam eleitos. A segunda, de teor parecido, garante o retorno também ao fim do mandato.

No TCU, Nardes sucedeu outro arenista, Humberto Souto, e rejeitou as contas de Dilma Rousseff (PT) por “pedaladas fiscais”. Cinco anos mais tarde, em 2020, voltou a “advogar em causa própria”, ao pressionar por menos morosidade nas autorizações para mineração, conforme o próprio portal do Tribunal.

Ex-presidente do TCU atuou a favor de garimpeiros de Roraima. (Foto: Divulgação/TCU)

 

Ele mencionou notícias veiculadas na grande imprensa sobre o garimpo ilegal em Roraima, em especial em Terras Indígenas (TI’s). E argumentou que, embora o estado possua “conhecidas reservas de minerais valiosos e úteis para diversos segmentos”, essa riqueza seria “pouco explorada legalmente, não trazendo benefícios à população”.

Na realidade, o estado tem sido palco de uma explosão de crimes cometidos contra comunidades indígenas, sobretudo durante os anos de governo Bolsonaro. No comunicado ao plenário, porém, o ministro destacou o fato de que quase metade do território de Roraima está demarcada como reserva. E justificou que a atuação do TCU seria relevante porque, “segundo estimativas da Polícia Federal, movimenta R$ 1 bilhão (garimpos ilegais), sem considerar os prejuízos ambientais”.

 

IRMÃO DESMATOU ÁREA INDÍGENA NO MATO GROSSO

Em 2013, Nardes escreveu um livro contando a saga do trisavô, o bandeirante Pedro Ribeiro Nardes, que no século 19 “guerreou” contra indígenas na região que hoje abrange o município de Bauru (SP). Em entrevista ao jornal JCNet, quando do lançamento da publicação, o ex-arenista defendeu o legado controverso de seu antepassado: “Ele foi dado como morto, inclusive em uma carta destinada ao então governador, porque sumiu depois do confronto com os indígenas”, afirmou.

Livro narra a trajetória bandeirante dos antepassados de Nardes

 

A tendência ao conflito com os povos originários continua no DNA da família. Nardes é irmão do produtor de soja José Otaviano Ribeiro Nardes, um dos principais líderes ruralistas de Primavera do Leste (MT). Ex-presidente do Sindicato Rural da região, ele encabeçou um plano prevendo o desmatamento de 11 mil hectares de cerrado na TI Sangradouro, em Poxoréu (MT).

O “projeto”, como denomina, teve apoio de Bolsonaro e do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier. “Sem o apoio do presidente da República e da Funai, nós não teríamos conseguido”, disse José Nardes à coluna de Rubens Valente, então no UOL. “A Funai em Brasília é uma extensão do nosso projeto”. O fazendeiro pretendia plantar soja, arroz e milho no local.

Ainda assim, o ex-presidente do TCU foi uma das personalidades anti-indígenas homenageadas em março pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por supostamente atuar em defesa dos povos originários. Bolsonaro foi outro homenageado. A portaria nº 47 concedeu ainda a “medalha ao mérito indigenista” a dez ministros e a outras catorze pessoas, entre servidores da Funai, da Polícia Federal e de outros órgãos públicos: “Não é só Bolsonaro: veja o histórico de outros homenageados por “mérito indigenista”“.

 

NARDES ALEGA QUE EMPRESA, ATIVA, NUNCA TEVE MOVIMENTAÇÃO

O observatório entrou em contato com o ministro nesta segunda-feira (21), por meio da assessoria de imprensa do TCU, para questionar possíveis conflitos de interesse envolvendo as empresas da família e sua atuação no Tribunal. A reportagem recebeu como resposta que a NPC “consta como ativa, mas nunca teve movimentação desde que foi constituída”.

Mais tarde, o ministro pediu licença médica do TCU. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pede o afastamento do ministro e sua convocação para depor nas comissões de Direitos Humanos e de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor.

Nardes enviou também a nota na qual “lamenta profundamente” a interpretação que foi dada sobre o que chamou de “áudio despretensioso, gravado apressadamente e dirigido a um grupo de amigos”. Ele acrescentou que “repudia peremptoriamente manifestações de natureza antidemocrática e golpistas” e reiterou sua “defesa da legalidade e das Instituições republicanas”.

| Mariana Franco Ramos é jornalista. |

|| Tonsk Fialho é estudante de Direito na UFRJ e pesquisador, com foco em sindicatos e movimentos sociais. ||

||| Alceu Luís Castilho é diretor de redação do De Olho nos Ruralistas. |||

Imagem principal (Reprodução): bolsonarista e ex-integrante da Arena, Nardes defendeu golpe contra Lula a interlocutores do agronegócio

LEIA MAIS:
Pai de Blairo Maggi escravizou trabalhadores nos anos 80, diz relatório da PF
Não é só Bolsonaro: veja o histórico de outros homenageados por “mérito indigenista”

26
Fev23

Para Incra, pai de Dallagnol é suspeito de se beneficiar de corrupção dentro do órgão

Talis Andrade
 

Instituto identificou desrespeito aos procedimentos e superfaturamento em desapropriação que beneficiou o pai do ex-procurador-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol eleito deputado pelo partido de Bolsonaro que também elegeu Sérgio Moro senador quando a Justiça vai julgar a demanda por devolução de R$ 8 milhões pagos em indenização a Agenor Dallagnol

Por Leonardo Fuhrmann /De Olho Nos Ruralistas

Enquanto a família é acusada de se beneficiar de corrupção no Incra, Deltan faz curso para combatê-la. (Imagem: Reprodução)

 

No pedido de abertura de processo administrativo e na ação judicial contra Agenor Dallagnol, pai do ex-procurador da República Deltan Dallagnol, o comando do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) repete o mesmo argumento para pedir a devolução dos mais de R$ 8 milhões pagos de indenização pela desapropriação da Fazenda Guapé, de mais de 2 mil hectares em Nova Bandeirantes (MT): a suspeita de que ele e os outros tios e primos de Deltan que eram proprietários da Gleba Japuranã tenham sido beneficiados por um esquema de corrupção dentro do próprio instituto federal.

Apesar de ainda não ter provas materiais, a direção do Incra aponta procedimentos que foram ignorados ao longo do processo interno e no momento de homologação do acordo judicial que liberou os pagamentos.

Burlar procedimento e leis não é uma novidade absoluta entre os Dallagnol. Deltan virou procurador da República, em 2003, driblando a lei do Ministério Público Federal. Para assumir o cargo, o chefe da Lava Jato no MP precisava ter pelo menos dois anos de formado em Direito. Com menos de um ano, ingressou na instituição.

Trecho de processo relativo à indenização de terras de Agenor Dallagnol no Mato Grosso. (Imagem: Reprodução/De Olho nos Ruralistas)

 

De Olho nos Ruralistas revelou em 2019 a existência de latifúndios do clã Dallagnol no noroeste do Mato Grosso. Nesta nova série de reportagens, o observatório mostra que, em dezessete desapropriações, divididas em catorze processos judiciais, a União, representada pelo Incra, pagou um total de R$ 159 milhões pela gleba: “Incra diz que pagou R$ 147 milhões a mais ao desapropriar gleba dos Dallagnol“.

Um dos beneficiados pelas desapropriações foi o pai de Deltan, Agenor Dallagnol: “Incra cobra de pai de Dallagnol a devolução de R$ 8 milhões aos cofres públicos“. O presidente Jair Bolsonaro demitiu da chefia do Incra o general que estranhou os valores pagos ao clã: “Presidente do Incra que abriu investigações contra a família Dallagnol foi demitido por Bolsonaro“.

 

INCRA DEIXOU DE CALCULAR DEPRECIAÇÃO AMBIENTAL

 

Além de ignorar procedimentos padronizados, a desapropriação em favor de Agenor não fez os cálculos indicando critérios que reduziriam os valores a serem pagos pelo Incra. O primeiro deles é a chamada ancianidade, que leva em conta o tempo em que posseiros ocupam a terra que está sendo desapropriada.

Vista aérea de áreas queimadas e focos de incêndio em Nova Bandeirantes, Mato Grosso. (Foto: Victor Moriyama/Greenpeace)

 

A depreciação mínima, segundo a Instrução Normativa 80 do Incra, de maio de 2014, é de 5%, em áreas ocupadas há menos de cinco anos. Quando a ocupação tem mais de 15 anos, como é o caso da Gleba Japuranã, o percentual aplicado é de 32%. O redutor não foi incluído no cálculo.

A ancianidade determina que nem todos os posseiros preenchem os requisitos para serem beneficiados pela reforma agrária, já que alguns deles podem ter lotes acima do permitido. Esses precisariam ser retirados de partes da propriedade e teriam de ser indenizados pelas benfeitorias. No caso específico das terras dos Dallagnol, o Incra constatou que havia melhorias feitas por posseiros e que nem todos poderiam ser incluídos em um projeto de reforma agrária.

Também não foi descontado o passivo ambiental da fazenda, mesmo tendo sido constatado um alto grau de devastação de reservas legais e áreas de proteção permanente. Em casos assim, o Incra costuma descontar da indenização paga ao antigo proprietário o valor necessário para recuperar a flora destruída. O processo aponta, sem constatação de Agenor, que 890 hectares de reserva foram suprimidos, além de 180 hectares de área de preservação permanente.

 

DESAPROPRIAÇÃO DE AGENOR “PULA” PELO MENOS QUATRO ETAPAS OBRIGATÓRIAS

 

Além da ausência de descontos nos cálculos, a direção do Incra citou diversas irregularidades na tramitação do processo administrativo de desapropriação, com pelo menos quatro procedimentos não realizados. “Não consta oferecimento da proposta em juízo, não consta manifestação da Procuradoria Federal no Estado de Mato Grosso, não consta manifestação da Procuradoria Federal Especializada junto ao INCRA/MT, e não consta deliberação do Comitê de Decisão Regional – CDR ou do Conselho Diretor – CD (embora conste o voto do Diretor da DT, não consta deliberação do Conselho Diretor e resolução)”, aponta um dos documentos que o De Olho nos Ruralistas teve acesso.

Na resolução de 2019, a direção do órgão já pedia à Corregedoria Geral do Incra que instaurasse “os procedimentos cabíveis, considerando a existência de indícios de irregularidades nos atos praticados por servidores públicos”

Em relatório anexado à ação, a Procuradoria-Geral Federal Especializada junto ao Incra destaca que o parecer favorável ao pai de Dallagnol “foi exarado em processo que tramitou na ouvidoria agrária regional, à época chefiada por servidor sobre o qual pende sérias suspeitas de irregularidades”.

A situação agrária em Nova Bandeirantes é bastante confusa, como mostra relatório elaborado pelo Instituto Centro de Vida, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado em agosto de 2015 e que o De Olho nos Ruralistas detalhou em 2019: “Na outra ponta do impasse fundiário em Nova Bandeirantes (MT), camponeses se sentem acuados com situação“.

O total das áreas privadas registradas no município a partir do Sistema de Cadastro Rural, gerenciado pelo Incra, é 13% maior do que a área total de Nova Bandeirantes. Apesar de a maioria das propriedades ser de pequeno porte – 43% dos imóveis têm entre 20 e 100 hectares – mais da metade do município é ocupada por latifúndios e 56% da área está em propriedades de mais de 1 mil hectares. Os produtores sem posse definitiva da terra, como é o caso dos moradores de Japuranã, são 31,4% dos quem têm atividade agropecuária em Nova Bandeirantes.

Mais de 30% dos agricultores de Japuranã não têm posse definitiva da terra. (Imagem: Instituto Centro de Vida)

TIO DE DELTAN É SUSPEITO DE TENTAR COMPRAR SENTENÇA

 

A família já teve seu nome envolvido em outros casos de corrupção no estado, como já mostrou o De Olho. Xavier Leonidas Dallagnol, irmão de Agenor e seu representante nos processos e atos administrativos relacionados à posse das terras, advoga em diversos processos do empresário José Pupin, que já foi chamado de “o rei do algodão”, e hoje sua empresa agropecuária em recuperação judicial. Xavier é suspeito de negociar compra de sentença em favor do seu cliente.

Casamento de Ninagin e Andre Gahyva. (Foto: Facebook)

 

Filha de Xavier e prima de Deltan, Ninagin Prestes Dallagnol é casada, desde 2017, com o juiz André Luciano Costa Gahyva. Como já mostrou o De Olho, ele chegou a se afastar do cargo depois de ser acusado de favorecer um dos candidatos nas eleições municipais de 2012, em Lucas do Rio Verde (MT) quando atuava como juiz eleitoral. Gahyva respondeu a um procedimento administrativo disciplinar determinado pelo Tribunal de Justiça.

Anos antes, o juiz também foi acusado de favorecer uma das partes no processo de falência da Álcool Branca, em 2014, época em que trabalhava em Tangará da Serra (MT). Ele foi alvo de uma representação do credor Eliseu José Schafer, que teria sido prejudicado pela decisão. Segundo o empresário, o beneficiado era cliente da advogada Samantha Gahyva, prima do juiz. Gahyva afirmou, em sua defesa, que a prima só entrou no caso na segunda instância, quando o processo já não estava em suas mãos.

Ninagin foi beneficiada no mesmo lote de desapropriações que o tio Agenor. Ela recebeu, em dezembro de 2016, uma indenização de R$ 17 milhões por uma desapropriação de terras feita pelo Incra em Nova Bandeirantes. No mesmo dia, o irmão dela, Belchior Prestes Dallagnol, ganhou R$ 9,5 milhões. A mãe de Ninagin, Maria das Graças Prestes, também foi beneficiada no mesmo dia, mas com um valor mais modesto: R$ 1,6 milhão.

General Jesus Corrêa abriu as investigações contra o clã Dallagnol. Foi demiitido por Bolsonaro (Foto: Elza Fiúza/ABr)

Presidente do Incra que abriu investigações contra a família Dallagnol foi demitido por Bolsonaro

Leia reportagem aqui De Olho Nos Ruralistas 

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